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1617LCMSJC449b

1617LCMSJC449b

Género de textoResposta de desenvolvimento
Student
PLM/PLNMPLM
GenderF
Task
Task descriptionNum texto argumentativo devidamente estruturado, faça uma discussão crítica da tese que resume o pensamento de Benjamin Lee Whorf: (…) se uma língua não tiver a palavra para veicular um determinado conceito, os seus falantes não serão capazes de compreender esse conceito. (Deutscher, G. (2010, 26 de agosto). Does Your Language Shape How You Think? New York Times Magazine) http://www.nytimes.com/2010/08/29/magazine/29language-t.html?_r=0
Task ID1617LCRD08
ContextoClausura
Curso
UniversityUniversidade de Coimbra
ÁreaCiências Sociais e Humanas
CursoJornalismo e Comunicação
DisciplinaLinguagem e Comunicação
School year2016-2017
Collection
PaísPortugal

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A hipótese de Sapir-Whorf condensa a ideia de que a língua falada, inserida num determinado contexto cultural, influencia o pensamento. Isto quer dizer que se [...] o vocabulário dessa língua não contiver a palavra para definir um determinado conceito, o falante não é capaz de o compreender (G. Deutscher).

Steven Pinker divide a hipótese de Sapir-Whorf em versão forte e versão fraca. A versão forte desta hipótese é conhecida pelo conceito de determinismo linguístico, o qual explica que a língua determina o pensamento; não é possível pensar sem possuir as palavras que definem os conceitos que sustentam o pensamento.

Peter Gordon, em 2004, [...] estudou a língua da tribo Pirahã. Este descobriu que a língua falada nesta tribo apenas dispõe de três palavras numerais: o equivalente a um, dois e muitos. Após várias experiências, concluiu que os integrantes desta tribo não sabem explicar precisamente qual a diferença entre quatro e cinco objetos. Este estudo veio reforçar a hipótese de Sapir-Whorf, porém, não a aprovando.

O conceito de relativismo linguístico assume a versão fraca da hipótese formulada por Sapir e B. Whorf. [...] De acordo com esta versão, a língua falada apenas condiciona os falantes a debruçarem-se mais sobre determinados temas, dependendo da língua. [...] A linguagem não determina o pensamento, apenas o condiciona e restringe. Steven Pinker afirma que sentimentos para os quais não temos palavras na nossa língua que os exprimam. Por exemplo: a palavra alemã waldeinsamkeit, que simboliza o sentimento de estar sozinho na floresta, não tem tradução para outra língua. A palavra portuguesa praxe, por este ritual tem origem no nosso país, também não tem tradução, o que torna mais difícil a explicação do conceito a alguém vindo de fora do país.

A hipótese de Sapir-Whorf tem sido [...] muito criticada, principalmente na sua versão forte. Steven Pinker, que a linguagem como um instinto de natureza humana, refuta firmemente essa teoria. Na sua visão, a ideia de que a linguagem verbal determina o pensamento é um absurdo convencional. Um deficiente surdo-mudo totalmente desprovido de linguagem verbal consegue pensar, ainda que seja de uma forma diferente de um indivíduo normal.

Em suma, a hipótese de Sapir-Whorf, apesar de ter sido criticada, consiste numa perspetiva nova sobre a relação entre a linguagem verbal e o pensamento, explanando a ideia de que a linguagem condiciona (parcial ou totalmente) o pensamento. No meu ponto de vista, a linguagem não determina o pensamento, porém, condiciona-o. O ser humano não pensa apenas por palavras, sendo que é também capaz de produzir representações gráficas mentais (A. Einstein revelou que fora desta forma que lhe surgiu no pensamento a teoria da relatividade). Um exemplo disto é nem sempre conseguirmos transcrever os nossos pensamentos, tornando-se difícil explica-los.


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