OS PRIMEIROS PASSOS DA REALIDADE VIRTUAL
OS PIONEIROS E AS SUAS INVENÇÕES
A realidade virtual volta a ser tema de destaque graças às últimas tecnologias desenvolvidas pela Google e por tantas outras companhias de renome. É por isso necessário perceber este conceito e ficar a conhecer alguns dos dipositivos que influenciaram as mais recentes invenções e tendências neste domínio.
Através de diversas experiências multissensoriais e interações em tempo real, a realidade virtual procura imergir os seus utilizadores num ambiente o mais próximo possível da realidade, ainda que criado de forma artificial. A imersão dos utilizadores é, de facto, uma das ideias-chave da realidade virtual determinando se esta é imersiva ou não imersiva. Uma simples projeção de uma imagem enquadra-se na categoria de realidade virtual não imersiva. Já um ambiente que fornece feedback ao utilizador, tal como os simuladores de voo utilizados pela Força Aérea Norte-Americana, pertence à categoria de imersiva.
Ainda que novas tecnologias tenham vindo a ser desenvolvidas com o objetivo de proporcionar uma experiência cada vez mais realista, o núcleo-duro dos dispositivos utilizados continua a basear-se nas criações dos pioneiros da realidade virtual.
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As décadas de 50 e 60 corresponderam a uma época áurea desta área, tendo o primeiro sistema de realidade virtual sido patenteado em 1962. Desenvolvido pelo cineasta Morton Heilig, o Sensorama recorria não só a imagens tridimensionais, como ao som stereo, a movimentos do assento, a aromas e à sensação de vento para simular uma viagem por Brooklyn num veículo de duas rodas. Poucos anos mais tarde, Ivan Sutherland desenvolveu o primeiro head-mounted display (HMD): “A Espada de Dâmocles”. Ainda bastante primitivo a nível de interface e realismo, este capacete de visualização tinha que ser suspenso do teto, não só por ser incrivelmente pesado, mas também por ser necessário controlar os movimentos da cabeça do utilizador.
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Já na década de 1980, o termo “realidade virtual” acabou por ser popularizado por Jaron Lanier, fundador da VPL Research. Esta companhia tornou-se na primeira a comercializar tecnologias de realidade virtual, tais como o EyePhone, a DataGlove e a AudioSphere. O nível de imersão oferecido pelo EyePhone, um HMD, era já bastante elevado, sobretudo por criar a ilusão de profundidade nas imagens visualizadas pelos utilizadores. A AudioSphere criava a ilusão de sons 3D recorrendo ao som stereo e a DataGlove utilizava uma luva como forma de input de dados.
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Hoje em dia, a realidade virtual continua a depender de dispositivos como HMDs e luvas de dados para oferecer aos seus utilizadores uma experiência realmente única. Assim, o que se verificou ao longo dos anos foi não uma substituição dos dispositivos já existentes, mas a adição de outro tipo de equipamentos ou aperfeiçoamento das técnicas utilizadas por forma a melhorar a usabilidade destes aparelhos e permitir uma maior imersão nos ambientes criados digitalmente.
Falta levar a realidade virtual a mais pessoas e, sobretudo, convencer os mais céticos de que a ideia que motivou o trabalho de investigadores como Sutherland e Lanier é efetivamente inovadora. Tal como expressado por Myron Krueger, outro pioneiro nesta área, “I’m not sure where people think virtual reality is today; it may be where it’s always been: full of promise and a little slow on delivery. But it was the idea. To me it was a beautiful idea.”