Home   |   Structure   |   Research   |   Resources   |   Members   |   Training   |   Activities   |   Contact

EN | PT

1718LCHECI66a

1718LCHECI66a

Género de textoEnsaio
ContextoLivre
DisciplinaLinguagem e Comunicação
ÁreaCiências Sociais e Humanas

O script do Java parece estar desligado, ou então houve um erro de comunicação. Ligue o script do Java para mais opções de representação.

Falsificação de informação nos media

Sumário

De entre a variedade de discursos em torno da falsificação da informação nos media, é inevitável pensar no poder da linguagem e da comunicação.

Visando a identificação de problemas que podem surgir na informação difundida nos media, o presente trabalho foca-se numa reflexão sobre a tríade  linguagem, comunicação e informação.

Explora-se no espectro da informação nos media, o caso particular da falsificação de informação em suporte digital através de revistas e de jornais eletrónicos.

Convocam-se, por último as questões éticas, preocupação comum a toda a informação apresentada nos media.

Palavras-chave: linguagem, comunicação, informação, media

Abstract

Among the variety of discourses around the falsification of information in the media, it is inevitable to think about the power of language and communication.

Aiming the identification of problems that may appear in the information widespread in the media, the present work focuses on a reflection on the triad of language, communication and information.

It explores the spectrum of information in the media, the particular case of information falsification in digital media through magazines and electronic newspapers.

Lastly the ethical issues are a common concern of all the information presented in the media.

Keywords: language, communication, information, media

Introdução

A linguagem e a comunicação não podem ser entendidas de um modo atomista mas de interdependência. Nesta dinâmica entre a linguagem e a comunicação, torna-se imperativo colocar no cerne deste binómio, a informação.

Este trabalho tem como objetivo a reflexão e construção de conhecimento em torno da problemática da falsificação da informação nos media, que tem emergido na sociedade tecnológica. Encontra-se organizado em três capítulos que visam dar uma breve perspetiva abrangente. No primeiro capítulo, abordamos a linguagem e a comunicação. Seguidamente no segundo capítulo, explora-se, o problema da falsificação na produção de informação nos e para os media. No último capítulo salienta-se a importância da ética na comunicação da informação nos media.

Capítulo 1. O ato de comunicar

1.1. Enquadramento da Comunicação

A comunicação humana apresenta afinidade com a comunicação encetada por outros animais e encontra-se tipificada por traços específicos traduzidos, entre outros, pela linguagem verbal, utilização de meios tecnológicos, abstração e sofisticação (Santos, 2011). A abordagem à comunicação pressupõe convocar a linguagem e, apesar de serem conceitos distintos, aparecem intrinsecamente ligados. Etimologicamente a comunicação está associada aos termos, informação, transmissão, passagem. Segundo Fiske (1995) a comunicação é um ato voluntário por parte do emissor e uma atividade humana reconhecida por todos. o vocábulo, linguagem, remete para a expressão do pensamento pela palavra, pela escrita ou por meio de sinais. Atribuem-se vários significados à linguagem e convocamos a seguinte definição:

 ?Um sistema convencional de símbolos arbitrários e de regras de combinação dos mesmos, representando ideias que se pretendem transmitir através do deu uso e de um código socialmente partilhado, a língua?( Franco, Reis & Gil, 2003, p.16).

Fica bem expresso nesta definição de linguagem que toda a comunicação envolve sinais numa partilha ativa e de relação com o outro.

 No entender de Santos (2011), o entrosamento entre a linguagem e a comunicação requer mecanismos de comunicação verbal, para-verbal e não verbal. É esta diferenciação de comunicação que torna única a comunicação do homem e dos animais com semelhanças e diferenças nos comportamentos comunicativos (Hakansson & Westander, 2013). Os animais têm necessidade de se relacionarem, essencialmente por questões de sobrevivência, e, desde os primatas até ao homo sapiens houve um processo evolutivo em termos de comunicação.

A linguagem é, portanto, o principal traço que diferencia o homem dos restantes seres vivos. Mas, para que a comunicação humana seja efetivada, e apesar de por vezes ser um processo complexo de troca de informações, requer um emissor que codifica e transmite a mensagem e um recetor que a descodifica (Caldas, 2000). Podemos, então, dizer que a comunicação é estabelecida quando na interação entre o emissor e o recetor, transferência de informação.

A interligação estreita entre comunicação da informação e linguagem subjacente à ideia de transferência da informação caminham na direção que influenciam o modo como os atores sociais compreendem essa mesma informação.

Segundo o modelo de Saussure, a linguagem verbal humana remete para a noção de sistema onde se inserem subsistemas sequenciais em termos de níveis de organização. Posteriormente, a linguística estruturativa acresce que esta construção congrega unidades distintivas, os fonemas e unidades significativas, os morfemas, unidades basilares essenciais das diferentes línguas estrangeiras e que permitem estabelecer um código de signos resultando das diferentes combinações, as mensagens (Santos, 2011).

A comunicação pode ser comparada ao ato de dar uma injeção: um emissor que codifica ideias e sentimentos numa espécie de mensagem que depois envia a um recetor que a descodifica (Adler & Rodman, 2006).

Sendo a linguagem humana o principal traço que diferencia o homem dos restantes seres vivos, importa enfatizar os contributos da semiótica na interação simbólica e contínua que estabelece com os outros. Contempla no cerne da comunicação, o contexto e considera o emissor e o recetor como intervenientes ativos na comunicação. Outro aspeto a realçar é o reconhecimento da mensagem como sendo uma produção desta mesma interação. Para tanto importa, também a compreensão da informação que será melhor entendida se existir uma relação linear de causa-efeito entre o aumento da quantidade da informação partilhada e a compreensão da mesma.

Capítulo 2. Falsificação da Informação

2.1 À lupa da falsificação nos media

Com o aparecimento dos media, a comunicação intensificou a sua força na transmissão da realidade (Alsina, 2005). Introduziram mudanças significativas em termos de celeridade, quantidade e difusão da informação. Esta nova moldura configura o aparecimento de alguns problemas, como é o caso da manipulação da informação nas suas diferentes manifestações, sonora, escrita e de imagem. Os media possibilitam o acesso a muita informação, podem ser usados para inúmeras finalidades desde entretenimento, ensino divulgação de eventos nacionais e internacionais e têm poder na sociedade (Thomas, et al., 2004).

Circunscrevendo a falsificação da informação nos media ao caso particular da falsificação da informação em revistas e jornais eletrónicos emergem vários exemplos de deteção de falsificação da informação.

Capítulo 3. Ética e media

3.1 Princípios éticos da comunicação na era digital

 Na sociedade dita digitalis e da informação, os media nos seus diferentes meios de produção de informação, assumem um papel de difusão da informação. Para assegurar uma comunicação da informação nas suas vertentes formativa e informativa e sem estar desvirtuada importa conduzir toda a comunicação da informação baseada em princípios éticos.

A comunicação da informação em qualquer suporte seja a partir de publicações impressas em papel ou eletrónicas apresentam como denominador comum a preocupação de manter a integridade da informação. Os meios eletrónicos permitem  ? maior facilidade em se copiar e fabricar dados, alterar dados de outros, manipular imagens ou disfarçar tentativas de engano depois que surgissem suspeitas? (Sabbatini, 2009). Apesar de o desenvolvimento tecnológico ter contribuído favoravelmente para a melhoria de várias áreas do quotidiano, no caso dos media assiste-se à abertura do caminho para a falsificação da informação.

Conclusão

Desde os primórdios da história da humanidade até chegarmos ao admirável mundo das novas tecnologias que a linguagem e a comunicação estão no epicentro da relação com o outro. De facto, a principal função da linguagem é comunicação e pode ser equacionada numa perspetiva de interação. Nesta interação transmissão de informação e, com o aparecimento dos media ficou facilitada a sua difusão. No entanto, os media com recurso a suportes digitais permitiram o refinamento da informação e o aumento da velocidade com que a informação é divulgada, mas aumentaram as possibilidades de falsificação da informação.


Download text