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A comunicação é tida como uma competência de todos os seres vivos, ou seja, esta não é exclusiva do ser humano. Contudo, são os seres humanos que comunicação de forma mais sofisticada, aquando de uma comparação com outros seres, tais como os primatas.

A comunicação humana traduz-se num processo de interpretação do mundo e da sua partilha com um semelhante através de mensagens verbais, para-verbais e não-verbais.

O excerto que nos foi apresentado, retirado da obra The Psichology of Language and Comunication de Andrew Ellis e Groffrey Beattie, remete-nos para uma reflexão sobre a comunicação não-verbal. Este tipo de comunicação corresponde a um comportamento que não é escrito nem falado mas que tem significado para os outros. A maior parte desta comunicação vem do nosso subconsciente e muitas vezes nem nos apercebemos de que a estamos a praticar. Ilustrando esta afirmação, podemos tomar como exemplo o bocejo de alguém que está connosco no café. Esse bocejo sai de forma inconsciente da pessoa. E não tem intenção de manifestar [...] alguma coisa. Contudo, esse mesmo bocejo transmite-nos a ideia de que o seu executor está cansado ou com sono.

O rosto, como referenciado no excerto, é [...] talvez a primeira fonte de comunicação não-verbal pois através dele podemos retirar variadas expressões capazes de nos transmitir alguma mensagem. Paul Ekman e Wallace Friesen sugerem que o rosto humano é capaz de reproduzir cerca de 250 000 diferentes expressões faciais. [...] Posto isto, a interpretação destas diferentes expressão não é fácil pois apenas seis são tidas como expressões universais: a surpresa, o desprezo, a tristeza, a alegria, a raiva, o medo e a repulsa.

Os olhos [...] são, provavelmente, a parte da cara mais capaz de transmitir informação para os outros. Esta capacidade deve-se ao facto [...] de estes se encontrarem expostos e, por isso, são facilmente visiveis [...] a todos. Assim, é possível afirmar que o rosto tem uma imensa capacidade emissora, tanto a nível de mensagens espontâneas, que são universais, como a nível de mensagens intencionais, que por norma são culturalmente marcadas.

Ao analisar as 9 fotografias disponibilizadas é possível entender esta questão da capacidade emissora. A cinésica permite-nos compreender [...] o sentimento de alguém, e é ainda melhor interpretada quando conjugada com [...] as restantes expressões faciais. Exemplificando, o facto de vermos uma expressão facial constituída por olhos abertos e sobrancelhas levantadas leva-nos a pensar que o emissor está espantado, surpreso. Por outro lado, os olhos abertos conjugados com sobrancelhas descaídas e testa franzida ([...] foto 7) poderá querer transmitir medo. Assim, testa franzida, olhos semi-cerrados, sobrancelhas em convergência [...] (foto 4) demonstrarão um sentimento de raiva.

No entanto, a comunicação não-verbal não é apenas feita através do rosto e dos olhos. Esta é também realizada por gestos, pela postura ou, até mesmo, movimentos. O polegar levantado demonstra a nossa aprovação/agrado relativamente a algo, sem que para isso seja necessária a comunicação verbal. Para estes mesmos gestos existe uma tipologia orientadora. Sendo assim, existem gestos afetivos, que nos revelam emoções como a ocupação de espaço na [...] secretária de trabalho por parte das nossas mãos; gestos emblemáticos, que [...] são culturalmente marcados e compreendidos pelos membros de uma determinada comunidade, tal como o “V” de vitória de Winston Churchill; gestos ilustradores, aqueles que reproduzem paraverbalmente a comunicação verbal, como aqueles realizados por alguém aquando da transmissão de informação; gestos reguladores, que permitem uma correta interpretação do discurso verbal por parte dos seus intervenientes e, por fim, os gestos adaptadores que nos ajudam na adaptação ao ambiente.

Uma outra forma de comunicação não-verbal é através de sinais que poderão ser indícios, tais como o fumo que indicia um incêndio; ícones; símbolos ou signos.

Concluindo, o excerto do texto de Ellis e Beattie está completamente certo, de acordo com o meu ponto de vista. O rosto é detentor de uma forte capacidade emissora, possibilitada pela sua exposição ao mundo. Os olhos, considerados o espelho da alma, são capazes de refletir sentimentos, mesmo aquando do seu isolamento do resto do rosto, como podemos constatar aquando de uma deslocação a um país árabe e da convivência com as roupas tradicionais das mulheres muçulmanas onde apenas os olhos são revelados. É de referir que o estudos [...] das expressões faciais pode ser concretizado através da análise das fotos de H. Cartier-Bresson, o “fotógrafo das expressões”.