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1112LCCCJC467c

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Género de textoResposta de desenvolvimento
ContextoClausura
DisciplinaLinguagem e Comunicação
ÁreaCiências Sociais e Humanas

O homem dispõe de várias formas de comunicação: a comunicação verbal, a não verbal e a para-verbal. Ainda assim, é a comunicação não verbal que merece destaque pois 55% da comunicação humana é, precisamente, não verbal (sendo que 38% corresponde à comunicação para-verbal e apenas 7% à verbal).

Efetivamente, é o rosto a primeira fonte de comunicação não verbal, sendo ele a parte mais reveladora do nosso corpo e é ele que define/constitui a imagem que temos de nós mesmos e dos outros. É através do rosto que as nossas emoções transparecem como mensagens que enviamos ao (aos) nosso (os) interlocutore (es). Essas mensagens podem ser espontâneas e, por isso mesmo, universais (partindo da teoria de Paul Ekman e W. Friesen) e podem ser mensagens intencionais e, assim sendo, influenciadas por determinada cultura. Aliás, paralelamente, temos a teoria de C. Darwin que defende que as nossas expressões são inatas (usando como explicação, entre outros, o exemplo de um invisual, que não tendo qualquer contacto visual com algumas expressões, consegue reproduzi-las); e a Antropólogo M. Mead que defende, pelo contrário, que as expressões são marcadas pela cultura de cada indivíduo. Resumindo, é o rosto que, mesmo isoladamente do corpo, revela o estado espírito e as emoções momentâneas dos indivíduos. Na imagem, podemos ver a alegria, a raiva, o medo, a tristeza, etc, que integram o rol das expressões universais (alegria, medo, raiva, repulsa, surpresa, desprezo, tristeza).

No entanto, não é apenas no rosto que nos focamos, uma vez que, os olhos são o espelho das nossas emoções. Se atentarmos na imagem, as expressões são, de facto, distintas e com intenções igualmente distintas.

Porém, conseguimos ver claramente que o olhar nunca permanece igual em qualquer expressão. A maneira como olhamos para os outros, o tempo do olhar e a intensidade com que o fazemos, vai revelar a relação com o interlocutor ou, simplesmente, vai indicar se, por ventura, desejamos que haja algum tipo de relação. Entramos, assim, no campo da cinésica, em que o olhar integra num conjunto vasto de características da comunicação não verbal- como é o caso dos gestos, postura e movimentos que vão enriquecendo, ou não, a comunicação verbal e que vão dando ao nosso interlocutor ferramentas de avaliação e interpretação do nosso discurso ou da nossa predisposição em fazê-lo. Por isso, facilmente identificamos atitudes e formamos opiniões sobre alguém.

Ainda a propósito do rosto aliado ao olhar, Paul Ekman distinguiu o sorriso Duchenne, que será o sorriso genuíno, e o sorriso social que poderá ser entido como o sorriso forçado. De facto, em ambos os casos os cantos da boca, de qualquer indivíduo, levantam para, pelo menos, serem considerados, simplificadamente, como sorrisos. O que nos permite distingui-los, maioritariamente, são os olhos- as rugas envolta dos olhos, consequentemente as bochechas levantadas, o movimento do músculo que orbita os olhos são sinais que dificilmente são fingidos e que diferenciam a emoção verdadeira da falsa.

Com tudo isto, é claro perceber que o rosto é a porta para a comunicação e para as relações que daí advêm; é o convite ao diálogo e, por isso mesmo, o tradutor da nossa posição na sociedade enquanto ser social. Talvez um dia haja solução para controlar, na totalidade, as nossas emoções, ou não existisse a expressão os olhos não mentem.


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