Nos vários campos da comunicação não verbal, a referência à importância do rosto é sobejamente comum e fulcral. É sabido que, no âmbito social, a face é sempre a primeira imagem que temos em conta. Para tal, utilizamos o olhar, como forma de análise do outro. Esta ação, tem vindo a ser feita por todas as espécies desde há milhares de anos.
Não obstante, as restantes partes do corpo são também elementos imprescindíveis na emissão de linguagem não verbal.
Várias teorias defendem que, no que toca à análise das expressões do rosto humano, existem expressões comuns a todos os seres humanos que são reconhecidas globalmente com o mesmo significado. É o caso da tristeza, alegria, medo, espanto, raiva, desprezo e repulsa. Este reconhecimento das expressões a nível universal, remete para a tese de Charles Darwin, em que este defende que há expressões que são inatas ao ser humano, referindo-se exatamente às sete expressões acima referidas. Por conseguinte, as 9 fotografias apresentadas no enunciado da prova, são o exemplo perfeito de que o rosto humano possui uma capacidade emissora totalmente fora do comum, que de resto, é factor de diferenciação perante as restantes espécies, e que existem, de facto, expressões universalmente reconhecidas. Neste âmbito, surge também o trabalho de Paul Ekman, mediatizado pela diferenciação entre o sorriso “social” e o sorriso “Duchenne” dito genuíno.
No que toca à interpretação das várias expressões faciais, há que ter em conta o contexto social e cultural, uma vez que, dependendo do local de onde se é originário, as crenças e noções culturais vão mudando. É assim o caso do sorriso visto pela civilização oriental e pela civilização ocidental. Este exemplo prende-se com o facto de, na cultura oriental, ser utilizado o sorriso como forma de controlar as emoções, enquanto que, na civilização ocidental a interpretação do sorriso é bastante distinta, podendo mesmo vir a criar conflitos e mal-entendidos devido à possível interpretação errada.
Outras das noções ligada ao rosto humano como primeira fonte de comunicação não verbal trata-se da cinésica e do papel fulcral que o rosto tem na construção de atitudes e posturas corporais que vão construir um determinado feedback relativo ao que nos é comunicado.
Tal como é referido no excerto presente no enunciado “na maioria das interações sociais, é na face, especialmente nos olhos, que mais nos focamos.”. Deste modo, o olhar tem um papel preponderante na estruturação da comunicação não verbal, sendo que, quando é realizada uma análise específica de alguém e do seu comportamento, o olhar é obrigatoriamente um dos principais elementos a ter em conta.
Em suma, todas as vertentes que advêm da análise das expressões do rosto humano são, de facto, incontornáveis meios de decifrar os seres humanos. É também neste contexto, que a pertinência do trabalho de Paul Ekman e Wallace Friesen relativamente à indicação de três fatores a ter em conta na avaliação da face humana, sendo eles, o tempo médio de transmissão de mensagens; o número de estímulos emitidos que se podem distinguir e a visibilidade da parte do corpo em causa; deve ser tida em conta, e valorizada, uma vez que sumariamente evidencia toda a complexidade do rosto humano.
Em essência, o rosto é claramente a principal fonte de informação do corpo humano, sendo o local onde todas as nossas emoções mais íntimas são facilmente expostas. É inevitavelmente emissor de comunicação não verbal contante, ligando a cinésica com a proxémica e todas as outras vertentes que possam advir do estudo da comunicação não verbal. Valorizado universalmente, o rosto é o “cartão de visita” de todos nós, que nos permite, muitas vezes, obter determinados objetivos de vida, nomeadamente no que toca a carreiras profissionais em que o rosto é altamente valorizado, é portanto, um aspeto de grande importância de todos nós.
