Home   |   Structure   |   Research   |   Resources   |   Members   |   Training   |   Activities   |   Contact

EN | PT

1112LCIAJC471c

1112LCIAJC471c

Género de textoResposta de desenvolvimento
ContextoClausura
DisciplinaLinguagem e Comunicação
ÁreaCiências Sociais e Humanas

Começo o meu comentário crítico fazendo uma abordagem do todo para a parte, isto é, antes de começar a falar acerca da comunicação não verbal, do rosto e das suas “capacidades” comunicativas, começo por definir comunicação no seu geral. A comunicação é o processo de interpretação do mundo e de partilha do conhecimento com os outros através de mensagens. Faz parte da nossa identidade enquanto seres humanos e é omnipotente e universal (não é exclusiva dos seres humanos, todos os seres vivos comunicam). O seu modelo linear consiste na transmissão de uma mensagem (informação) de um emissor para um receptor. Quanto mais meios tiver uma comunicação, mais forte ela se torna (por exemplo: Existem meios diferentes para expressar a mesma coisa: “cala-te”, “shiu”, esticar o dedo indicador e levá-lo até à boca.)

A comunicação humana envolve três diferentes ramos: A comunicação verbal (linguagem/línguas), a comunicação não-verbal (gestos, imagens, movimentos, espaços, objectos) e a comunicação para-verbal (entoação, timbre, altura da voz, pausas, velocidade, alguns gestos específicos).

Segundo Albert Mehrabian, no livro Silent Messages, Belmont: Wadsworth, 1981, 55% da comunicação humana é não verbal (rosto, gestos, postura, atitudes, imagem, adereços, ocupação do espaço…), 38% da comunicação humana é para-verbal e transmitida pela voz (tom, velocidade, pausas, intensidade, pronúncia…) e, finalmente, apenas 7% da comunicação humana é verbal.

Na comunicação não verbal, o rosto assume uma papel fundamental, para além de ser a parte mais reveladora do nosso corpo -20 músculos- é a primeira imagem que damos de nós e que temos dos outros.

De facto, quantos de nós não conseguem adivinhar/deduzir/perceber o que uma pessoa está a sentir, o que se passa com ela, qual o seu feedback perante algo que tenhamos acabado de dizer [...] olhando apenas para o seu rosto, para os seus olhos, para o movimento das suas sobrancelhas?

A “Sending capacity” (capacidade emissora) que o nosso rosto possui, permite que haja uma permanente transmissão de mensagens espontâneas (universais) e de mensagens intencionais (culturalmente marcadas) [Ekmon, P. & Friesen, W. V. (1975) Unmasking the face: a guide to Recognizing Emotions from facial clues, New Jersey: Prentice Hall. (Reimpressão 2003 Cambridge: Malor Books), (Apud Andrew Ellis & Geoffrey Beattie The Psychology of Language and Communication, Hillsdale: Laurence Erlbaum Associates, 1993).

As mensagens espontâneas ([...] universais) remetem-nos para certas expressões como a alegria, a raiva, o medo, a repulsa, a surpresa, o desprezo e a tristeza- todos os seres humanos as sentem e todos as exprimem do mesmo modo- por movimentos musculares.

As mensagens intencionais (culturalmente marcadas) remetem-nos para o facto de muitas das nossas expressões não serem aprendidas mas sim inatas (naturais, nascem conosco). As expressões estão presentes em visuais e [...] invisuais, em qualquer cultura, em qualquer faixa etária (até nos recém-nascidos) e não só nos seres humanos mas também em alguns animais.

Dentro da temática do papel do rosto na comunicação não-verbal, Paul Ekman distinguiu dois diferentes tipos de sorriso, o sorriso dito “social” e o sorriso “Duchenne” (genuíno)- (Ekman, Paul (2007) Emotions Revealed. New York: Times Books), (Idem (2001). Telling lies. New York: Times Books).

As nove fotografias, são uma boa forma de fundamentar tudo o que disse até agora. Observando as diferentes expressões do indivíduo representado, [...] temos a oportunidade de entender os seus diferentes “estados” perante uma determinada situação. Inicialmente, e na minha opinião, o indivíduo esboça um mero sorriso dito social (vulga: “sorriso amarelo”) mostrando-se como que a fazer um grande esforço para sorrir na situação em que se encontra. De seguida o indivíduo [...] demonstra uma enorme alegria e espanto, já que na terceira fotografia este homem expressa uma mistura de surpresa com desconfiança, na quarta fotografia impera a raiva (sobrancelhas baixas e juntas, olhar fixo), na quinta fotografia a expressão mais evidente parece-me ser o desprezo, na sexta fotografia está bastante presente a expressão de tédio, aborrecimento, na sétima fotografia parece-me estar visível uma expressão de medo, na oitava fotografia o nojo/a repulsa são bastante claros e, finalmente, na nona fotografia parece-me bastante visível a tristeza que impera na face do indivíduo.

Esta análise exaustiva pode perfeitamente fundamentar tudo o que já foi dito atrás. Tendo em conta que não existe qualquer elo de ligação entre mim e o indivíduo representado e que não tive conhecimento da situação em que as fotografias estavam enquadradas, consegui fazer, de acordo com os meus conhecimentos (transmitidos culturalmente), uma análise das expressões evidenciadas pela pessoa em questão.

Termino assim referindo que, de facto, o tempo médio de transmissão de mensagens por parte do rosto é praticamente nulo (uma vez que é algo espontâneo e natural), o número de estímulos emitidos que se podem distinguir é de facto infinito e que a visibilidade dessa parte do corpo (rosto) permite uma perfeita análise e compreensão da situação comunicativa reflectida por cada diferente expressão usada.


Download text