Segundo o excerto retirado de Pinker (1995), “A linguagem não é um artefacto cultural que aprendemos como aprenderíamos a dizer as horas (…). É antes uma peça muito específica da constituição biológica do nosso [...] cérebro”. A linguagem confere, de facto, certas características que tornam possível a associação do termo inatismo com a própria definição de linguagem. Segundo Pinker, “[a linguagem] é uma competência complexa e especializada, que se desenvolve espontaneamente na criança, sem esforço consciente nem instrução formal”. Pinker acaba por definir, na verdade, o conceito de inativismo associado à linguagem humana. É, de facto, uma perpetiva bastante possível: considere-se todo [...] o vocabulário apreendido por um determinado indivíduo, já na sua idade adulta. É impossível que esse mesmo indivíduo tenha aprendido todas as palavras que sabe quando era criança. Essas palavras e essa linguagem surgem “sem que essa criança tenha consciência da sua lógica”, conferindo assim uma natureza inata à apreensão da linguagem.
[...] Essa natureza inata confere também um caráter universal à linguagem e [...] e perspetiva apreensão. Segundo Pinker, [...] a linguagem é “qualitativamente idêntica em todos os seres humanos”, pois mesmo apesar da diversidade de idiomas e línguas diferentes, toda a linguagem é apreendida pelo ser humano de forma semelhante.
No final do excerto, Pinker explicita que a linguagem difere de outras características do ser humano: “é claramente distinta de capacidades mais gerais como o processamento da [...] informação ou comportamentos inteligentes”.
De facto, a linguagem tem todo um processo que torna possível ao ser humano ser um ser dotado de capacidades comunicativas.
“A linguagem não é um artefacto cultural que aprendemos a dizer as horas”, porque a linguagem é muito mais relevante e complexa que apenas um ato de aprendizagem. Pinker afirma que “é antes uma peça muito específica da constituição biológica do nosso cérebro”. “É uma competência complexa e especializada”, competência essa que acaba por contribuir para o conceito de ser humano como único ser capaz de comunicar entre si através da linguagem.