É essencial começar por referir que a linguagem é algo complexo, e completo. Para conseguirmos a sua aquisição é preciso estimularmos várias partes cerebrais.
[...] os seres humanos têm uma capacidade biológica, em que o cérebro consegue processar a linguagem e [...] ainda [...] possibilita-nos a sua compreensão (Faria, 1). Não só falamos, como compreendemos o que dizemos. E é realmente “uma peça muito específica da constituição biológica do nosso cérebro”. Tendo ainda dois sistemas que auxiliam nesta perceção: o sistema nervoso central, que processa a informação da linguagem e ainda o sistema nervoso periférico que trata de partes mais gerais [...] (Faria, 1).
“A linguagem não é um artefacto cultural”, mas pode fazer parte da cultura de cada país. Por exemplo, o sistema articulatório auxilia a que consigamos dizer certas palavras, produzir sons (parte dos fonemas) (Faria, 1); um francês ao juntar os lábios para dizer “oui” (sim), é algo que faz com que muitos franceses fiquem com uma ruga perto dos lábios ao articular, não só estas palavras, mas variadas, que por exemplo um português (a não ser que seja bilingue) consegue.
Apesar da linguagem ser “uma competência complexa e especializada” vai-se desenvolvendo [...] quase como de espontânea mas não totalmente na criança. Diversas vezes crianças, [...] chegam a dizer “Ontem, vou!”, por seguirem o que um adulto possa ter dito “Ontem, fui!” mas por já terem ouvido alguém a dizer “Hoje…”, confundem. As crianças devem seguir uma instrução formal, apesar de conseguirem falar (e balbuciar).
E mesmo que a criança consiga “desenvolver espontaneamente” esta competência ela necessita de ser orientada, de ouvir outras falar, de não ficar isolada.
Se qualquer criança, ficar isolada, sem comunicar com alguém, não conseguirá desenvolver esta competência que é revelada por Pinker, como espontânea.
Se ela [...] (criança) [...] viver isolada de outros seres humanos, começa a adquirir características animais, faz ruídos mas não articula palavras (pois não tem o cérebro estimulado, em termos de linguagem para o conseguir fazer).
E passado o período crítico da aquisição desta, é deveras difícil da obtenção da mesma (sendo possivelmente possível, se um indivíduo desde que nasceu, até aos seus trinta anos não falar, poderá ser acompanhado mas será muito complicado que este consiga adquirir, frases devidamente expressas, faladas.
Já na parte final do excerto Pinker revela que a linguagem é “qualitativamente idêntica em todos os seres humanos”, o que não discordo, mas há que ter em conta as afasias (cerebrais).
As afasias cerebrais são perturbações no processamento da linguagem (que podem ser causadas por AVCs, hemorragias, acidentes, tumores).
Há a afasia de Broca; que impossibilita o indivíduo a articular e formular frases devidas ao falar, mas felizmente, pode ser tratada através de terapia da fala. Por sua vez, temos a afasia de Wernicke, que é mais difícil de tratar do que a primeira referida, visto que afeta a compreensão. O indivíduo tem muita [...] não consegue processar o que lhe é transmitido, nem articular palavras. Há também a afasia de conclusão e a afasia global que afeta todo o cérebro.
Então, um ser humano que é afetado por uma afasia não pode ter a linguagem qualitativamente/quantitativamente parecido a um ser humano que não tenha, e que por exemplo seja um orador saudável ([...] oratória, arte de bem falar, e comunicar outrem).
Concluindo, a linguagem é complexa e distinta, algo que os seres humanos têm capacidade e posse, do expressar através de palavras. E um poder, se for corretamente utilizado.
[...] Apesar de isso ser o pretendido, devido a perturbações cerebrais, isolamento na infância até anos posteriores e à pouca estimulação cerebral, a linguagem não é conseguida na sua totalidade por todos, mas parcialmente por vezes.