Resumo: O presente estudo tem como principal objectivo investigar o ensino da língua portuguesa que é um facto conhecido por todos. Pois, o desempenho dos estudantes, não tem sido o esperado. Nas últimas décadas, professores de português e linguistas têm se ocupado com a crítica ao ensino tradicional, marcado pelo artificialismo, pela descontextualização, pela gramatiquice (Por exemplo, Perini, 2000, Bagno, 2007; Faraco 2006, Brito, 1997, entre outros). Verificar qual é a percepção dos alunos em relação às aulas de português, bem como ver o que os professores pensam sobre o ensino de português e geral e sobre suas aulas em particular, para respondermos à pergunta que norteia o nosso estudo “A aula de português, após quase três décadas de pesquisas em linguística, ainda é sinónimo de ensino de gramática? Essa pergunta é complementada por outras: Os resultados da pesquisa linguística são percebidos pelos alunos? Como já mencionamos acima, muitos são os autores (Possenti, 1996; Brito, 1997; Faraco, 2006; Antunes, 2007; Bagno 2007, só para citar alguns) que se têm oucupado de apontar alguns problemas de um ensino da língua portuguesa focado no trabalho com a gramática normativa. Como dissemos, o ensino da língua portuguesa, está na pauta de um grande número de linguistas. Nesta investigação, interessa-nos saber em que medida as reflexões propostas sobre o ensino da língua por esses linguistas chegam à sala de aula e, em particular, são percebidos pelos alunos nas práticas pedagógicas que lhes são propostas. Participaram da pesquisa quatro turmas da língua portuguesa de diferentes escolas públicas do Porto Alegre, totalizando 73 alunos da 7ª e 8ª classes. Também foram ouvidos os professores dessas quatro turmas.
Todos os participantes forma informados dos objectivos da pesquisa, e foi sempre ressaltado o nosso comprometimento em manter os seus nomes no anonimato. Depois de apresentar o que os alunos afirmam serem as práticas a que estão expostos nas aulas de português, procuramos na próxima secção demonstrar o que esses alunos afirmam sobre a relevância do que estudam na disciplina da língua portuguesa na escola e a relação que têm com essa matéria. Apartir da análise das respostas dos alunos e professores como participantes da pesquisa e das observações de sala de aula, podemos afirmar que: após quatro décadas de estudos linguísticos, a ideia da aula de língua portuguesa já não é sinónimo de ensino exclusivo da gramática, mas ainda não podemos dizer que seja sinónimo de prática da linguagem.
Palavras-chave: Aula de português, Ensino da língua portuguesa, percepção dos alunos em relação a aula de português.