Principais substâncias responsáveis pelo aroma de mangas comerciais brasileiras
identificadas por cromatografia gasosa de alta resolução/olfatometria/
espectrometria de massas
INTRODUÇÃO
As diferentes condições climáticas encontradas no extenso território brasileiro
levam à grande diversificação de culturas agrícolas nele observadas. Embora a
fruticultura represente apenas 5% da área cultivada no país, o Brasil é
considerado hoje o maior produtor mundial de frutas, tanto em volume produzido
quanto em diversidade1. Ainda assim, apenas 1 a 2% da produção brasileira de
frutas frescas é exportada, levando o país ao 20o lugar entre os países
exportadores2.
Dentre as dez frutas de destaque na produção brasileira encontram-se o abacate,
o abacaxi, a banana, a laranja, o limão, a maçã, o mamão, a manga, a melancia e
a uva. Quanto ao teor nutritivo, destacam-se nesta lista a banana, devido aos
altos teores de K, Ca e P, e também a manga, pelos seus altos teores de
vitamina A.
Muito embora as culturas de destaque na economia brasileira sejam a laranja e
banana, a produção de manga só é inferior às da Índia e do Paquistão. No
entanto, o Brasil tem todas as condições para ser o maior exportador de mangas
do mundo, tendo em vista nossas condições climáticas diversificadas, que
permitem a colheita da fruta ao longo dos meses de setembro a março, enquanto
que nos países do sudeste asiático, a colheita se restringe a julho, agosto e
setembro.
A manga é originária do sudeste da Ásia, sendo cultivada na Índia há mais de
4000 anos3. No Brasil, foi introduzida na Bahia pelos portugueses no início da
colonização, espalhando-se rapidamente por todo país.
Culturas comerciais de mangas são observadas em todo território brasileiro, com
destaque para as regiões nordeste e sudeste. Sua perfeita adaptação ao solo e
clima brasileiros é ainda bem representada pelas mangueiras que arborizam
fartamente a cidade de Belém do Pará, protegendo seus habitantes do calor
equatorial intenso.
Do período da colonização até os dias de hoje, estima-se um número aproximado
de 350 variedades conhecidas em solo brasileiro3. Dentre estas, encontram-se
variedades originárias do velho mundo, outras mais recentemente importadas,
algumas oriundas de cruzamentos aleatórios nos campos e outras geneticamente
induzidas, buscando a melhoria de variedades de alto valor agregado. Todos
estes fatores contribuem para a suposição de que a mangueira, Mangifera indica,
é a espécie frutífera que apresenta o maior número de variedades no planeta3.
No período de outubro a março, são observadas nas feiras livres e mercados de
todo território nacional mangas dos mais variados tamanhos, formatos e pesos,
desde 100g até 1kg/fruta. Apesar de toda diversidade, o consumidor é
invariavelmente atraído pelo aroma e sabor típicos das mangas, seja qual for a
sua variedade.
Muito embora o odor primário seja caracteristicamente o mesmo em todas as
variedades de mangas, até hoje não foi possível caracterizar, dentre os
inúmeros constituintes voláteis já identificados, quais substâncias são
responsáveis por este aroma inconfundível.
Os primeiros estudos sobre constituintes voláteis presentes em mangas foi
desenvolvido em cultivares da Índia4,5, mostrando principalmente a presença de
hidrocarbonetos e álcoois monoterpênicos além de ésteres e lactonas de até dez
átomos de carbono, também observados em outras frutas. Desde então, inúmeros
trabalhos vem sendo realizados na tentativa de identificação dos voláteis
presentes em mangas de diversos países como Venezuela6, Filipinas7, Egito8,
E.U.A.9, Austrália10 e Cuba11. Curiosamente, não há relato sobre a composição
química dos constituintes voláteis em mangas brasileiras, muito embora sua
expressividade comercial seja indiscutível.
Os primeiros trabalhos de identificação de voláteis em mangas utilizaram a
técnica de extração e destilação simultâneas do tipo Likens/Nickerson12 ou
Likens/Nickersonmodificada13,14. Apesar da grande aceitabilidade destas
técnicas, a alta temperatura empregada para realizar o arraste a vapor leva,
com frequência, à introdução de artefatos oriundos da degradação dos açúcares
presentes, sendo observados derivados furânicos como furfural, 5-metilfurfural
e 2-acetilfurano5.
Ainda assim, os primeiros trabalhos utilizando estas técnicas tiveram um enorme
impacto pela análise exaustiva dos constituintes químicos voláteis presentes em
frutas. A investigação dos extratos de mangas egípcias por CG/EM levou à
identificação de 114 substâncias em 2 variedades diferentes, das quais 81
inéditas nesta espécie frutífera8.
A avaliação sensorial dos constituintes voláteis de mangas já se fazia na
tentativa de caracterização das substâncias importantes do aroma percebido.
Estudos incessantes buscavam correlacionar as substâncias identificadas por
espectrometria de massas (associada aos respectivos índices de retenção), suas
características sensoriais e suas contribuições ao aroma total da fruta6. Como
resultado, os principais constituintes voláteis com grande contribuição ao
aroma de mangas foram identificados como hidrocarbonetos monoterpênicos. Em
cultivares venezuelanos, o aroma foi associado principalmente ao d-3-careno6.
Nas variedades egípcias Alphonso e Baladi, foram enfatizados o b-mirceno e o
cis-ocimeno8. Outros monoterpenos importantes no aroma de algumas variedades, e
que foram observados como constituintes majoritários na composição de alguns
extratos, foram o limoneno8 e oa-terpinoleno10,15.
Mais tarde, estudos comparativos entre as técnicas de destilação e extração
simultâneas (SDE) e de captura de voláteis em adsorvente (headspacedinâmico)
permitiram observar grandes alterações na composição dos extratos de voláteis
em função da técnica utilizada. A captura de voláteis da variedade Bowen
(Austrália) levou à caracterização do butanoato de etila como constituinte
volátil de maior concentração no extrato, ao lado do a-terpinoleno10. Uma
diminuição marcante na concentração dos ésteres pela técnica de SDE foi também
verificada. Embora um grande número de ésteres já tivesse sido caracterizado em
mangas, a soma de suas áreas relativas não chegava a 15%, contra 50 a 90% de
hidrocarbonetos monoterpênicos10. Isto poderia ser explicado, à princípio,
pelas diferenças entre as técnicas utilizadas. Este exemplo reforça a
necessidade de se investigar constituintes voláteis em alimentos por técnicas
de amostragem diferenciadas, já que fatores como temperatura, velocidade de
liberação dos voláteis pela matriz e seus coeficientes de partição entre a fase
aquosa majoritária em frutas e a fase gasosa (ambiente) provocam profundas
modificações no perfil qualitativo e quantitativo destes extratos.
Além dos ésteres alifáticos, as lactonas, apesar de quantitativamente
minoritárias, também tem lugar de destaque na composição dos voláteis de
mangas. A contribuição de uma mistura de a e d-lactonas foi evidenciada quando
de sua adição a polpas de mangas16.
Atualmente, existe consenso de que não é possível atribuir o aroma de mangas a
um grupo restrito de substâncias. Ainda assim, o uso de técnicas olfatométricas
mais modernas nos permite observar outros aspectos na avaliação sensorial de
frutas.
A contribuição de uma substância ao aroma de um alimento tem sido
freqüentemente avaliada pela associação da cromatografia gasosa de alta
resolução a um detetor olfativo (CGAR-O), o qual pode ser um nariz eletrônico,
já programado para avaliar sensorialmente os efluentes da coluna
cromatográfica, ou simplesmente um tubo aquecido por uma fita ligada a um
controlador de temperatura (sniffing-port), através do qual o avaliador
treinado analisa o aroma dos constituintes que eluem da coluna cromatográfica.
A avaliação do aroma de cada substância permite separar, rapidamente, os
compostos de odor ativo daqueles inativos, ou seja, daqueles sem odor na
concentração de análise. Neste ponto, deve-se ressaltar a necessidade de
avaliação dos extratos em mais de uma coluna cromatográfica, avaliando a melhor
resolução cromatográfica alcançada e, consequentemente, o perfil sensorial de
todas as substâncias isoladamente, já que a co-eluição entre constituintes
importantes no aroma pode levar a conclusões errôneas quanto à contribuição
real dos aromas presentes.
Os métodos tradicionais de avaliação sensorial não permitem, entretanto, que se
alcance precisão na comparação da intensidade relativa entre os aromas ativos
de uma amostra. Para tal fim, o uso de técnicas de diluição associadas a um
sniffing port, como a CHARM (combined hedonic response measurement)17 e a AEDA
(aroma extract dilution analysis)18,19 se faz necessária. Nestas técnicas,
sucessivas diluições do extrato original, na razão de 1:1 com o solvente
inicial, permitem avaliar por cromatografia gasosa-olfatometria as substâncias
com aroma persistente nos mais altos graus de diluição. Estas substâncias são
então caracterizadas como as de maior impacto naquela amostra, em função de sua
concentração e de seu limiar de percepção ou thresholdaromático (concentração
mínima percebida pelo nariz humano). Estas técnicas vem sendo aplicadas para
determinar importantes constituintes no aroma de alimentos naturais e
processados20,21.
Neste trabalho, identificamos as substâncias de maior impacto no aroma de seis
variedades de mangas comercializadas no Estado do Rio de Janeiro, utilizando a
associação da cromatografia gasosa quiral de alta resolução/olfatometria por
AEDA/espectrometria de massas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A tentativa de isolamento dos constituintes voláteis por destilação/extração
simultâneas levou ao aparecimento de notas de aroma** com características
cozidas, lembrando fruta passada e descaracterizando os extratos frente às
frutas frescas. Do mesmo modo, a opção pela técnica de extração líquido/líquido
introduziu no extrato uma nota de aroma acentuadamente adocicada, incomum na
fruta fresca. A investigação das possíveis substâncias responsáveis por esta
nota adocicada levou à identificação do 2,5-dimetil-4-hidroxi-3-(2H)-furanona
(furaneol) por co-injeção em coluna DB-5 e DB-WAX (5% fenilpolimetilsiloxano e
carbowax 20M respectivamente, J&W Co.). O furaneol é um importante flavor
usado na indústria alimentícia, com características de caramelo em seu aroma,
já tendo sido caracterizado em mangas tanto na forma livre5, quanto como
glicosídeo22.
Por fim, a técnica de escolha para analisar os constituintes voláteis
representativos no aroma das mangas foi o headspaceestático. Embora a
amostragem exija um tempo longo, em função da baixa concentração de substâncias
presentes e da ausência de agente externo para deslocar o equilíbrio entre as
fases (como vácuo ou corrente de ar), o extrato final obtido manteve as
características olfatométricas originais das seis variedades estudadas. O
aquecimento controlado das frutas durante o headspace, na tentativa de
deslocamento do equilíbrio, também descaracterizou os extratos frente às frutas
frescas.
Apesar da indiscutível importância de se conhecer qualitativa e
quantitativamente a composição aromática de um alimento, a literatura mostra
que esta é uma tarefa árdua em headspace, tanto dinâmico quanto estático.
Entretanto, o múltiplo headspace estático (MHE) parece reduzir enormemente a
perda de acurácia e vem sendo aplicado com sucesso na quantificação de
voláteis25.
O headspaceestático por nós utilizado forneceu, para a mesma quantidade inicial
de frutas fatiadas, amostradas sempre no mesmo recipiente, à mesma temperatura
e no mesmo número de horas, extratos passíveis de comparação em relação às
áreas relativas obtidas por CGAR.
Na Tabela_1 são relacionados os constituintes químicos majoritários
identificados nos extratos de headspacedas seis variedades de mangas analisados
por CGAR-EM com seus índices de retenção e suas áreas relativas em CGAR. O
perfil cromatográfico das seis variedades pode ser observado na Figura_1.
Em todas as variedades foi possível evidenciar a presença de vários ésteres
caracterizando o aroma tipicamente frutal*** de mangas, sendo observados em
todos os extratos propanoato de etila, butanoato de metila, butanoato de etila,
2(E)-butenoato de etila, 2-metilbutanoato de etila e 3-metilbutanoato de etila.
Segundo a técnica de AEDA, o butanoato de etila é o único constituinte
percebido por CGAR-O na mais alta diluição em todos os extratos, sendo
caracterizado como a substância de maior impacto no aroma de todas as
variedades, apesar de sua contribuição minoritária em área relativa em algumas
variedades, o que caracteriza seu baixo threshold ou alta capacidade
aromatizante. O aroma frutal percebido tem ainda grande contribuição dos
ésteres propanoato de etila e butanoato de metila nos seis extratos.Nas
variedadesEspada, HadeneCoração de Boi, a AEDA aponta os ésteres 2
metilbutanoato de etila e 3-metilbutanoato de etila com contribuição importante
ao aroma frutal. Na variedade Carlota, o aroma frutal lembrando maçã, observado
na região cromatográfica onde praticamente co-eluem os isômeros 2 e 3-
metilbutanoato de etila em coluna DB-5, pôde ser associado ao isômero de
posição 2-metil, tanto por co-injeção quanto pelo tipo de aroma percebido,
apesar da baixa concentração e dificuldade de identificação por espectrometria
de massas. Na verdade, este aroma estaria associado ao enanciômero 2(S), já que
o enanciômero 2(R) possui aroma frutal rançoso, o que também é observado para o
isômero de posição 3-metil27,28. A confirmação da contribuição do enanciômero 2
(S)-metilbutanoato de etila no aroma da variedade Carlotafoi obtida pela
análise em cromatografia gasosa com fase quiral em coluna CICLODEX
(ciclodextrina permetilada, J&W Co.). Na variedade Rubi, onde se percebe
características rançosas no aroma, a análise por CGAR-quiral mostrou
contribuição do enanciômero 2(R) preferencialmente ao 2(S), juntamente ao
isômero de posição 3-metilbutanoato de etila em seu aroma.
Outros ésteres foram ainda identificados por espectrometria de massas/índices
de retenção. Apesar de seu aroma frutal observado na avaliação pelo sniffing-
port, estes não foram apontados como substâncias de alto impacto no aroma dos
extratos analisados por AEDA, possivelmente devido a seus limiares de percepção
mais altos29.
A nota de aroma verde**** característica de mangas, embora secundária em
relação às notas frutais, foi correlacionada a hidrocarbonetos monoterpênicos.
Dentre estes, a maior contribuição ao aroma verde nas variedades Tommy Atkins,
Haden, EspadaeRubise deve ao d-3-careno. Nestas, a técnica de AEDA sugere este
monoterpeno como a segunda substância de maior impacto no aroma total dos
extratos, o que estaria associado à alta concentração deste constituinte, já
que seu limiar de percepção é bem superior ao do butanoato de etila
(constituinte de maior impacto em todos os extratos), conforme verificado pela
avaliação dos padrões por CGAR-O. Embora a relação em área entre d-3-careno: a-
terpinoleno seja 7,7:65,3 na variedade Espada (Tabela_1), não foi observada
contribuição significativa do a-terpinoleno por AEDA nas diluições analisadas,
o que novamente pode ser explicado pelas diferenças em seus limiares de
percepção. Na variedade Tommy Atkins, esta segunda posição do d-3-careno é
dividida com o a-pineno. Segundo a AEDA, o a-pineno tem ainda contribuição
significativa no aroma das variedades EspadaeCoração de Boi, muito embora
estudos anteriores não tenham enfatizado sua contribuição ao aroma de outras
variedades de mangas estudadas.
A análise do extrato de headspaceda variedade Tommy Atkins por CGAR quiral/
olfatometria permitiu avaliar a grande contribuição do enanciômero (1R,5R)-(+)-
a-pineno ao aroma verde através da co-injeção e avaliação olfatométrica de
padrões em coluna CICLODEX, apesar deste estar presente em menor concentração
em relação ao enanciômero (1S,5S)(-) (15% do (+)-a-pineno). Mesmo tendo notas
de aroma bastante semelhantes, a análise dos padrões enancioméricos por CGAR-
O permitiu verificar que o enanciômero (-) é mais resinoso que o enanciômero
(+), o qual apresenta mais frescor, estando de acordo com a avaliação
olfatométrica desta variedade.
Nas variedades Carlotae Coração de boi, de aroma caracteristicamente mais
frutal e menos verde, a maior contribuição ao aroma verde se deve ao b-mirceno.
Embora este monoterpeno esteja presente em quase todos os extratos analisados,
sua contribuição como substância de impacto no aroma é percebida apenas na
ausência de outros monoterpenos de maior atividade aromática.
CONCLUSÃO
Extratos voláteis frutais apresentam centenas de substâncias aromáticas na sua
composição, muito embora várias delas não tenham representatividade no aroma
global percebido.
O uso de uma técnica olfatométrica mais seletiva, como a AEDA, permitiu a
identificação das substâncias de aroma mais potentes e significativos em
extratos de mangas comerciais brasileiras. As seis variedades estudadas
revelaram ter o butanoato de etila como constituinte de aroma mais potente em
todos os extratos, obtidos por headspaceestático. Ao lado deste, as notas
frutais principais foram ainda relacionadas aos ésteres propanoato de metila,
butanoato de etila, 2-metilbutanoato de etila e 3-metilbutanoato de etila. A
cromatografia gasosa quiral de alta resolução-AEDA, associada à co-injeção de
padrões, revelou a contribuição significativa do enanciômero 2(S)-
metilbutanoato de etila no aroma da variedade Carlota,enquanto quena variedade
Rubi as notas frutais rançosas foram associadas ao enanciômero 2(R)-
metilbutanoato de etila juntamente ao isômero de posição 3-metilbutanoato de
etila .
Dentre as notas verdes, destacam-se os monoterpenos d-3-careno, a-pineno e b-
mirceno, em variedades distintas, como as substâncias de maior impacto logo
após o butanoato de etila. Na variedade Tommy Atkins foi verificada a grande
contribuição do enanciômero (1R,5R)-(+)-a-pineno ao aroma verde, através da co-
injeção e avaliação olfatométrica dos padrões em cromatografia gasosa quiral de
alta resolução-AEDA.
O conhecimento das substâncias de maior impacto no aroma de mangas, assim como
de outras possíveis frutas investigadas pela associação CGAR quiral-
olfatometria-EM traz importantes subsídios para o aprimoramento científico dos
aromistas técnicos, os quais são ainda suportados pelo empirismo desta ciência
tão abstrata e desconhecida que é a ciência do aroma.
PARTE EXPERIMENTAL
1. Equipamentos
CGAR- olfatometria realizada em cromatógrafo HP 5890-A. O compartimento para
avaliação sensorial (sniffing port) foi adaptado ao cromatógrafo através de um
tubo de aço aquecido por fita de aquecimento ligada a controlador de
temperatura (Ttubo: 200oC). O tubo divisor de fluxo usado, conectado à saída da
coluna capilar, foi de1:5.
Foram utilizadas colunas capilares DB-5(J&W), DB-WAX(J&W) e CICLODEX
(ciclodextrina permetilada, J&W). As análises por CGAR-EM foram realizadas
em cromatógrafo HP5987-A.
2. Obtenção dos extratos de mangas por headspace estático
Cada 2,5 kg das seis variedades de mangas estudadas (Carlota, Haden, Espada,
Coração de Boi, Tommy Atkins e Rubi) foram fatiadas no sentido longitudinal
após lavagem com água destilada. A seguir, as fatias da casca e polpa foram
introduzidas num erlenmeyer de 04 litros o qual foi então fechado com um dedo
frio contendo gelo seco. Durante um período de 07 horas a 20oC, o dedo frio foi
removido a cada 20 minutos, raspado o material depositado na superfície fria do
vidro para um béquer e lavado com 2 ml de diclorometano (grau resíduo de
pesticida). Após o final da amostragem, o material foi seco em sulfato de sódio
P.A. e concentrado a 40oC numa aparelhagem de destilação com cabeça de Claisen
e dedo frio resfriado a 3oC, até o volume final de 2 ml.
3. Condições cromatográficas em CGAR
Tinj 260oC, TDIC 280oC, modo de injeção splitless por 0.5 min, gás de arraste
H2. Coluna DB-5 (25m, 0,25 m, 0,25 mm). Tinicial 32oC por 10 min, 2oC/min,
50oC, 4oC/min, 70oC/min, 7oC/min, 250oC por 15 min. Coluna DB-WAX (25m, 0,25 m,
0,25 mm).Tinicial 60oCpor 15 min, 2 oC/min até 220oC por 15 min. Coluna
CICLODEX (25m, 0,25 m, 0,25 mm), análise dos ésteres 2S e 2R-butanoato de
etila: 30oCpor 15 min, 2oC/min até 180oC por 10 min.; análise de (+) e (-)-a-
pineno: realizada nas mesmas condições da coluna DB-5 até 180oC por 10 min.
4. Condições cromatográficas em CGAR-EM
Tfonte 200oC, impacto de elétrons a 70 eV. Coluna DB-5, condições
cromatográficas idênticas às utilizadas em CGAR, item 3 acima.