Variação estacional das características sensoriais da tangerina-'Poncã' em
Brasília, DF
VARIAÇÃO ESTACIONAL DAS CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS DA TANGERINA-'PONCÃ' EM
BRASÍLIA, DF1
INTRODUÇÃO
A tangerineira-'Poncã' é originária da Índia e, devido as suas boas qualidades,
difundiu-se rapidamente através do oriente. Ela foi introduzida na Europa por
volta de 1805 e nos Estados Unidos em 1892-93 (Hodgson, 1967). Da Flórida, ela
foi introduzida no Estado de São Paulo, em 1947/48, pela Estação Experimental
de Limeira e pela Dierberger. O Brasil é o quarto maior produtor mundial de
tangerinas (CCSM, 2001), sendo que mais de 60 % das tangerinas produzidas se
refere à 'Poncã'. As características químicas e físicas da tangerina-'Poncã'
produzidas no Brasil são razoavelmente conhecidas. Contudo, estas
características são usadas para definir a qualidade dos frutos para a
industrialização. Como a quase totalidade da produção de tangerineira-'Poncã' é
destinada para o consumo "in natura" e não para a industrialização
(Cunha, 1987), há necessidade de se conhecer tanto suas propriedades físicas e
químicas, como as suas propriedades organolépticas. O presente trabalho estuda
a variação estacional das características sensoriais: aspecto, gosto, doçura,
acidez, relação doçura/acidez, sucosidade e do critério de nota dos frutos de
tangerineira 'Poncã' produzidas sobre diferentes porta-enxertos nas condições
edafoclimáticas de Brasília, no Distrito Federal.
MATERIAL E MÉTODOS
Pomar experimental.Os frutos utilizados para a avaliação de suas
características sensoriais foram colhidos em pomar experimental de
tangerineira-'Poncã' (Citrus reticulata Blanco), enxertada nos porta-enxertos
limoeiros-'Cravo' (LC) e 'Rugoso da África' (LRA); tangerineira-'Oneco' (TO);
citrangeleiro-'Morton' (CM) e citromeleiro-'Swingle 4475' (C75), tolerantes ao
vírus da tristeza dos citros, existente na Fazenda Água Limpa, de propriedade
da Universidade de Brasília, situada no núcleo rural Vargem Bonita, em
Brasília, no Distrito Federal (Parente et al., 1993).
Delineamento experimental.A caracterização sensorial dos frutos consistiu em se
avaliar as características organolépticas (gosto, doçura, acidez, relação
doçura/acidez e sucosidade), a característica visual, o aspecto do gomo e o
critério nota. A avaliação das características dos frutos foi feita por um
painel sensorial constituído por um grupo de dezoito pessoas habituadas a
consumir tangerina-'Poncã', com paladar capaz de distinguir as suas
características organolépticas. O delineamento experimental empregado para a
análise dos resultados foi o de blocos casualizados. Os tratamentos foram
representados pelos porta-enxertos das plantas e os blocos pelos degustadores.
O método utilizado para a avaliação das características dos frutos foi o de
escala hedônica (Morais, 1979).
Preparo das amostras.O início da coleta de frutos para a condução do painel
sensorial ocorreu quando algumas plantas apresentavam frutos com mudança de
coloração do verde para o amarelo, que é uma das características indicativas do
estádio de maturação do fruto, sendo que a primeira coleta ocorreu dia 15 de
maio e última dia 03 de julho do ano de 2000. Quatro frutos de cada tratamento
foram colhidos no pomar experimental, constituindo uma amostra a ser avaliada
pelos degustadores (Santos, 2001).
Condução do painel. No momento da avaliação, dois gomos da amostra, composta
por 4 frutos de um tratamento, eram retirados da vasilha com temperatura
ambiente, e colocados em um pires branco de porcelana, que era apresentado ao
degustador para análise. Cada amostra era acompanhada de sua respectiva ficha
de avaliação (Tabela_1.). Avaliaram-se o aspecto visual e as características
organolépticas: gosto, doçura, acidez, relação doçura/acidez e avaliação da
sucosidade do gomo, levando em consideração as recomendações técnicas (Morais,
1979). O perfil sensorial do gomo foi avaliado pelo critério de nota. Ele
consistiu em se atribuir um valor numérico de 0 a 10 ao conjunto de todas as
características sensoriais avaliadas. O painel sensorial foi conduzido no
Laboratório de Análise de Alimentos da Faculdade de Agronomia e Medicina
Veterinária da Universidade de Brasília.
Processamento dos dados. Os resultados das avaliações feitas pelos degustadores
foram transformados de escala hedônica para valores numéricos. Esses valores
foram usados no cálculo das médias aritméticas das características sensoriais.
Os valores originais do critério de nota foram usados na análise de variância
do experimento. O valor das características dos frutos entre as datas de
amostragem foi obtido por interpolação linear simples.
Com os valores médios obtidos, foram feitos gráficos para se avaliar o
comportamento das características dos frutos. Os valores médios do critério
nota foram transformados em valores de escala hedônica, cujas classes foram: de
3,1 a 4,0 para Muito Ruim; de 4,1 a 5,0 para Ruim; de 5,1 a 6,0 para Regular;
de 6,1a 7,0 para Bom; de 7,1 a 8,0 para Muito Bom; de 8,1 a 9,0 para Muitíssimo
Bom; e de 9,1 a 10,0 para Excelente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Aspecto do gomo. O aspecto do gomo do fruto aumentou em aceitação visual com o
decorrer do período de sua maturação. Todos os tratamentos foram enquadrados na
classe Agradável, com exceção do tratamento C75 antes de 23 de maio, e do
tratamento LC antes de 06 de junho, que foram enquadrados na classe Regular.
Nenhum dos tratamentos foi enquadrado na classe Atrativo, com exceção do
tratamento LRA, em 04 de julho.
Gosto de gomo.O gosto do gomo variou no decorrer do período de amostragem. O
gosto piorou para os tratamentos TO e C75, e melhorou para os tratamentos CM,
LRA e LC. No início do período de amostragem, os tratamentos TO e C75 foram
enquadrados na classe Gostoso e, em 27 de junho, na classe Regular. Os
tratamentos CM, LRA e LC foram enquadrados na classe Regular e, no fim do
período, na classe Gostoso, com exceção do tratamento LRA, que continuou na
classe Regular.
Doçura do gomo. A doçura do gomo variou durante o período de amostragem. Ela
aumentou com o passar do tempo para os tratamentos CM, LRA, C75 e LC, e
diminuiu para o tratamento TO. O tratamento LC produziu frutos com Pouca Doçura
no início do período de amostragem, com doçura Regular no mês de junho e,
somente no final de junho, a fruta apresentou-se Doce. A doçura dos frutos
correspondentes aos tratamentos CM, C75, TO e LRA superaram a dos frutos
referentes ao tratamento LC até 13 de junho, expressa em ordem de grandeza. No
caso específico do porta-enxerto limoeiro-'Cravo', os resultados apresentaram
comportamento semelhante aos de porcentagem de sólidos solúveis observados para
as condições edafoclimáticas de Lavras e Perdões (Chitarra & Campos, 1981),
no Estado de Minas Gerais, em Botucatu (Cunha, 1987) e Ilha Solteira (Corrêa,
1982), no Estado de São Paulo, e em Vargem Bonita, no Distrito Federal
(Oliveira Júnior, 1999). Os resultados para os tratamentos CM, C75 e TO
apresentaram comportamento semelhante aos de porcentagem de sólidos solúveis
observados em frutos de tangerina-Poncã colhidas em 1998, no mesmo pomar
experimental (Oliveira Júnior, 1999). A constatação de diferenças na doçura de
frutos obtidos sobre diferentes porta-enxertos discorda dos resultados obtidos
por Figueiredo et al. (1973), em Tietê, no Estado de São Paulo, onde os autores
verificaram pequena variação no teor de sólidos-solúveis para frutos produzidos
sobre diferentes porta-enxertos. Contudo, o comportamento da doçura sobre
limoeiro-'Rugoso da África' foi inverso ao do comportamento da porcentagem de
sólidos solúveis observados por Oliveira Júnior (1999), em frutos colhidos em
1998, no mesmo pomar experimental. Essa divergência de resultados deve ter sido
causada pela natureza da medida, pela época de colheita dos frutos e por
diferenças nas condições climáticas e nutricionais, dentre outros fatores.
Acidez do gomo. A acidez variou durante o período de amostragem, para os
tratamentos TO, CM e LRA, e permaneceu relativamente constante para LC e C75.
Ela diminuiu com o passar do tempo, para os tratamentos TO e LRA, e aumentou,
para o tratamento CM. Os frutos referentes ao tratamento TO foram classificados
inicialmente na classe Alta até 23 de maio e na classe Regular a partir de 30
de maio. Os referentes ao tratamento LRA foram classificados na classe Regular
em 23 de maio e a partir de 30 de maio na classe Baixa. Os referentes ao
tratamento CM foram enquadrados na classe Baixa entre 16 e 23 de maio e na
classe Regular a partir de 30 de maio. Os referentes ao tratamento C75
permaneceram sempre na classe Baixa, mas muito próximo da separação entre as
classes Regular e Baixa. Os referentes ao tratamento LC permaneceram no limite
entre as classes Regular e Baixa. De todos os tratamentos, o TO foi o que
apresentou frutos com maior acidez durante todo período de amostragem. Os
resultados de acidez apresentaram comportamento semelhante ao da acidez
expressa em porcentagem de ácido cítrico obtido para tangerineira-'Poncã' sobre
os porta-enxertos citromeleiro-'Swingle 4475', limoeiros-'Cravo' e 'Rugoso da
África' e tangerineira-'Oneco', para os frutos colhidos em 1998, no mesmo pomar
experimental (Oliveira Júnior, 1999). Contudo, o comportamento foi inverso para
os frutos produzidos sobre citrangeleiro-'Morton'. Os resultados discordam do
comportamento do teor de acidez dos frutos de tangerineira 'Poncã' sobre o
porta-enxerto limoeiro-'Cravo', obtidos em Lavras e Perdões (Chitarra &
Campos, 1981), no Estado de Minas Gerais, em Botucatu (Cunha, 1987) e Ilha
Solteira (Corrêa, 1982), no Estado de São Paulo. Os dois autores verificaram
que o teor de ácido cítrico no suco dos frutos foi decrescente durante o
período de maturação. Essa aparente divergência de resultados pode ter sido
causada pela natureza da medida, pelas diferenças nas condições
edafoclimáticas, nutricionais e tratos fitossanitários existentes entre os
locais de estudo. Os resultados de acidez obtidos são semelhantes aos obtidos
por Figueiredo et al. (1973), em Tietê, no Estado de São Paulo, onde os autores
verificaram que os porta-enxertos influenciaram no teor de acidez do fruto.
Relação doçura/acidez. A relação doçura/acidez variou durante o período de
amostragem. Ela foi decrescente com o passar do tempo para os tratamentos CM e
TO, relativamente estável para o tratamento C75 e crescente para os tratamentos
LRA e LC. A relação doçura/acidez referente aos tratamentos CM e C75 foi
enquadrada na classe Boa durante todo o período de amostragem. A relação
doçura/acidez para o tratamento TO foi enquadrada na classe Boa até 23 de maio
e na classe Regular depois de 30 de maio. A relação doçura/acidez para o
tratamento LRA permaneceu na classe Regular durante todo período de amostragem.
A relação doçura/acidez para o tratamento LC foi enquadrada na classe Fraca até
23 de maio e na classe Regular a partir de 30 de maio. Os resultados mostram
que o tratamento LC apresenta uma relação doçura/acidez Fraca antes de 30 de
maio e Regular após esta data, não atingindo a categoria Boa até 27 de junho.
Estes resultados da relação doçura/acidez apresentaram comportamento semelhante
ao da relação de sólidos solúveis/acidez titulável para tangerineira-'Poncã'
sobre o porta-enxerto de limoeiro-'Cravo', obtida em Lavras e Perdões (Chitarra
& Campos, 1981), no Estado de Minas Gerais, em Botucatu (Cunha, 1987), em
Ilha Solteira (Corrêa, 1982), no Estado de São Paulo, e em frutos colhidos em
1998, no mesmo pomar experimental (Oliveira Júnior, 1999). O comportamento da
relação doçura/acidez para tangerineira-'Poncã' sobre os porta-enxertos de
citrangeleiro-'Morton', citromeleiro-'Swingle 4475', limoeiro-'Rugoso da
África' e tangerineira-'Oneco' diverge do comportamento relação sólidos
solúveis totais/acidez titulável obtidos por Oliveira Júnior (1999), em frutos
colhidos em 1998, no mesmo pomar experimental. Essa divergência de
comportamento pode ter sido causada pela natureza da medida ou pelas diferenças
nas condições climáticas, nutricionais e tratos fitossanitários realizados.
Suculência.A suculência dos frutos variou durante o período de amostragem. Ela
aumentou com o passar do tempo, para os tratamentos CM, C75 e LC, decresceu
para o tratamento LRA e permaneceu relativamente constante para o tratamento
TO. A suculência de todos os tratamentos, durante o período de ensaio, foi
enquadrada na classe Regular, com exceção do tratamento CM que, em 27 de junho,
foi enquadrado na classe Muito Suco.
O comportamento da suculência obtido diferiu do comportamento do rendimento em
suco da tangerina-'Poncã' sobre o porta-enxerto 'limoeiro-Cravo', obtido em
Botucatu (Cunha, 1987) e Ilha Solteira (Corrêa, 1982), no Estado de São Paulo.
Nesses locais, foi verificado que o rendimento em suco cresceu durante o
período de maturação dos frutos, decrescendo no final desse período. Os
resultados obtidos foram inversos ao do comportamento da porcentagem de suco
observados em frutos colhidos em 1998 no mesmo pomar experimental (Oliveira
Júnior, 1999). O comportamento da suculência da tangerina 'Poncã' sobre os
porta-enxertos tangerineira 'Oneco' e limoeiro 'Rugoso da África', foi
semelhante ao comportamento da porcentagem de suco obtida por Oliveira Júnior
(1999), em frutos colhidos em 1998, no mesmo pomar experimental. O
comportamento da suculência da tangerina-'Poncã' sobre os porta-enxertos
citrangeleiro-'Morton' e citromeleiro-'Swingle 4475' foi inverso ao
comportamento da porcentagem de suco observada por Oliveira Júnior (1999) em
frutos colhidos em 1998, no mesmo pomar experimental. A diferença de
comportamento nos resultados obtidos no pomar experimental deve decorrer da
natureza da medida da informação, das condições climáticas, época de colheita,
das adubações e dos tratos fitossanitários empregados. Os resultados obtidos
são semelhantes aos obtidos por Figueiredo et al. (1973), em ensaio de
tangerineira 'Poncã' sobre diferentes porta-enxertos, conduzidos em Tietê, no
Estado de São Paulo. Os autores verificaram o efeito do porta-enxerto no teor
de suco dos frutos.
Nota da frutaA Nota atribuída ao conjunto das características dos frutos variou
no período de amostragem, aumentando com o passar do tempo, para os tratamentos
LC e CM, diminuindo para os tratamentos C75 e TO e permanecendo relativamente
constante para o tratamento LRA (Figura_1). Resultados semelhantes foram
observados em estudo conduzido em Israel, onde foi verificado que o sabor da
fruta de tangerineira-'Mineola' variou em cinco locais de duas regiões
produtoras (Genizi e Cohen, 1988).
O tratamento TO recebeu pontuação entre 7 e 8 até 13 de junho e entre 6 e 7 a
partir desta data, enquanto o tratamento C75 recebeu pontuação entre 7 e 8 até
30 de maio e entre 6 e 7 a partir desta data. Já o tratamento LRA recebeu
pontuação ao redor de 7 durante todo o período de amostragem, e o tratamento CM
recebeu pontuação entre 7 e 8 durante todo o período de amostragem. O
tratamento LC recebeu pontuação entre 4 e 5 até 23 de maio, entre 5 e 6 em 30
de maio e 06 de junho e entre 6 e 7 a partir de 13 de junho. O limoeiro-'Cravo'
foi o que apresentou maior variação no valor da nota durante o período de
amostragem. Os resultados mostraram que os frutos referentes ao tratamento LC
seriam reprovados pelo consumidor até 23 de maio, teriam aceitação regular
entre 30 de maio e 06 de junho, e só teriam boa aceitação a partir de 13 de
junho. Este fato revela que os porta-enxertos tangerineira-'Oneco',
citrangeleiro-'Morton', citromeleiro-'Swingle 4475' e limoeiro-'Rugoso da
África' antecipam o início da época de colheita dos frutos em relação ao do
porta-enxerto limoeiro-'Cravo'. Pelo fato de os frutos correspondentes aos
tratamentos TO, CM, C75 e LRA terem sido enquadrados na classe Muito Boa, eles
poderiam ser colhidos para consumo antes de 23 de maio. Contudo, como os frutos
correspondentes ao tratamento LC foram enquadrados na classe Ruim, eles não
deveriam ser colhidos para consumo. Os tratamentos TO, CM, LRA e C75 foram
enquadrados na classe Muito Boa de 30 de maio a 06 de junho, enquanto LC foi
enquadrado na classe Regular. Esses resultados concordam parcialmente com os de
Figueiredo et al. (1973), que observaram que o porta-enxerto de trifoliata
proporciona frutos de melhor qualidade em relação aos do limoeiro-'Cravo'. Na
data da terceira amostragem, os frutos correspondentes aos tratamentos CM, TO e
LRA foram enquadrados na classe Muito Boa, ou Boa e os correspondentes aos
tratamentos C75 e LC na classe Boa, indicando a melhor qualidade dos primeiros.
Na data da quarta amostragem, os frutos correspondentes aos tratamentos CM e
LRA foram enquadrados na classe Muito Boa, e os correspondentes aos tratamentos
TO e C75 na classe Boa, e o tratamento LC entre as classes Boa e Muito Boa.
Estes resultados evidenciam que a tangerineira-'Poncã' não deveria ser
cultivada sobre o porta-enxerto de limoeiro-'Cravo', nas condições
edafoclimáticas de Brasília, levando em consideração a qualidade sensorial da
fruta, pois é muito pequeno o período em que os frutos se apresentam com
qualidade Muito Boa. O seu cultivo sobre os outros porta-enxertos empregados
neste estudo permitiria colher frutos de qualidade Muito Boa durante um maior
período de tempo.
Em conseqüência desse fato, a substituição do porta-enxerto de limoeiro-'Cravo'
pelos porta-enxertos tangerineira-'Oneco', citrangeleiro-'Morton',
citromeleiro-'Swingle 4475' ou limoeiro-'Rugoso da África' permitiria obter
frutos de melhor qualidade sensorial durante um maior período do ano. A maior
oferta de produto de alta qualidade induziria aumento no consumo e no volume de
produção da fruta. Por outro lado, a ampliação do período de armazenamento da
fruta no campo reduziria a sazonalidade dos preços, proporcionando maior
rentabilidade ao produtor.
CONCLUSÕES
1. O painel sensorial foi capaz de diferenciar as características sensoriais da
tangerina-'Poncã' durante o período de amostragem.
2. As características sensoriais aspecto, gosto, doçura, acidez, relação
doçura/acidez e sucosidade do gomo variam durante o período de amostragem.
3. Os porta-enxertos influenciam diferenciadamente no comportamento das
características sensoriais dos frutos da tangerineira-'Poncã'.
4. O critério Nota do fruto, expresso pelo conjunto das características
sensoriais, varia durante o período de amostragem, com comportamento
diferenciado conforme o porta-enxerto empregado.
5. Os porta-enxertos que produziram frutos de melhor qualidade pelo critério
Nota são o citrangeleiro-'Morton', tangerineira-'Oneco', limoeiro-'Rugoso da
África', citromeleiro-'Swingle 4475' e limoeiro-'Cravo' em ordem decrescente de
grandeza.