Avaliação do estado nutricional precedente ao uso de nutrição enteral
ARTIGO ORIGINAL ORIGINAL ARTICLE
Avaliação do estado nutricional precedente ao uso de nutrição enteral
Assessing nutritional status before introducing enteral nutrition
Vânia Aparecida Leandro-MerhiI; Juliana Luisi MoreteII; Maria Rita Marques de
OliveiraIII
IFaculdade de Nutrição, Pontifícia Universidade de Campinas, Campinas, SP
IICurso de Nutrição, Unversidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba, SP
IIIInstituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, SP
Correspondência
INTRODUÇÃO
O estudo dos indicadores da desnutrição no âmbito hospitalar é de grande
relevância, já que vários trabalhos nos últimos 25 anos têm mostrado as
consequências da desnutrição para os pacientes hospitalizados(14, 26). Após a
internação hospitalar, cerca de 70% dos pacientes inicialmente desnutridos,
sofrem uma piora gradual do seu estado nutricional(16). Este número contribui
para o aumento da morbidade e mortalidade, em até 65% dos pacientes(11, 16).
Este déficit nutricional acarreta o aumento da incidência de infecções
hospitalares, cicatrização de feridas mais lentas, aumentando ainda mais o
tempo de internação, além de contribuir para o aumento dos custos hospitalares
(11).
A terapia nutricional enteral (TNE) tem sido empregada rotineiramente como
alternativa bem sucedida para melhorar as condições nutricionais nos pacientes
hospitalizados(24, 28). A manutenção e até mesmo a recuperação do estado
nutricional vêm sendo encontradas com frequência entre pacientes que recebem
TNE(14, 27). Entretanto, a indicação da TNE deve seguir critérios bem definidos
(28).
Entre os critérios está o aporte insuficiente de nutrientes, seja qual for o
motivo. O aporte insuficiente de nutrientes torna-se ainda mais crítico em
presença de desnutrição(28). Daí a importância do diagnóstico nutricional, que
no caso do enfermo representa um desafio, pois a desnutrição aguda nem sempre
se expressa pelos indicadores antropométricos(15). De outro lado, os
indicadores bioquímicos do estado nutricional podem sofrer interferência do
processo da doença, o que pode mascarar os resultados(15). Há que se considerar
ainda, as dificuldades de obtenção de medidas antropométricas de pacientes
acamados e as alterações da composição corporal em água, inerentes ao processo
da doença.
Para minimizar essas dificuldades, vários instrumentos de avaliação têm sido
desenvolvidos e utilizados na prática clínica(7, 17, 18). Esses instrumentos
têm lançado mão de aspectos subjetivos de avaliação, muitas vezes considerando
não o estado de desnutrição em si, mas sim os fatores de risco para que ele se
instale, como por exemplo, a dificuldade de acesso ao alimento. Dessa forma, os
avanços da nutrição clínica têm nos mostrado que a avaliação do estado
nutricional se torna cada vez mais imprescindível e complexa, demandando sempre
novos estudos.
Considerando a importância da triagem para o adequado cuidado nutricional, o
presente trabalho teve por objetivo avaliar indicadores do estado nutricional
em pacientes ingressantes na TNE em uma unidade hospitalar.
MÉTODOS
Foi realizado estudo transversal com 100 pacientes adultos (n = 100) internados
com indicação de TNE em uma unidade hospitalar, entre os meses de agosto a
dezembro de 2006. Foram incluídos na pesquisa todos os pacientes que estivessem
recebendo TNE exclusiva, tivessem mais que 18 anos e não mais que 3 dias de
internação. A coleta de informações para fins da pesquisa, só foi iniciada
depois da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido por parte do
paciente ou responsável, tendo obtido parecer favorável do Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Metodista de Piracicaba, SP (processo nº 83/05), como
parte do projeto Evolução dos Indicadores do Estado Nutricional e Alimentar de
Grupos específicos da População de Piracicaba e região. Para a coleta dos
dados, foi utilizado um protocolo previamente estabelecido, incluindo dados de
identificação pessoal, diagnóstico, indicadores antropométricos (estatura
estimada, peso estimado e desejado, índice de massa corporal (IMC),
circunferência do braço (CB), prega cutânea do tríceps (PCT), circunferência
muscular do braço (CMB), indicadores laboratoriais do estado metabólico e
nutricional (glicemia, ureia, creatinina, hemoglobina, hematócrito e albumina).
Considerando que quase a totalidade da amostra era representada por pacientes
acamados e impossibilitados de ficarem em pé para aferição de peso e estatura,
essas medidas foram estimadas a partir de fórmulas de predição. Para a
estimativa da estatura foi utilizada a medida da altura do joelho na fórmula de
CHUMLEA et al.(5). A estimativa de peso foi calculada a partir da CB,
panturrilha e prega cutânea subescapular, utilizando-se a fórmula de CHUMLEA et
al.(5). O IMC foi obtido a partir da relação peso/estatura2 e classificado de
acordo com os critérios da Organização Mundial da Saúde(28).
A CB foi aferida com o auxílio de uma fita métrica plástica graduada em
centímetros, com precisão para milímetros, a PCT foi obtida a partir do
paquímetro da marca Lange Skinfold Caliper® e a CMB foi calculada utilizando-se
a seguinte fórmula: CMB = CB -(PCT x 0,314). Para os valores de referência de
PCT foi adotado o critério estabelecido por FRISANCHO(12). Quanto aos dados
laboratoriais de glicemia, ureia, creatinina, hemoglobina e hematócrito
utilizaram-se como ponto de corte os valores esperados preconizados por FLEURY
MEDICINA e SAÚDE(10). Para efeito de comparação, as variáveis quantitativas
foram dicotomizadas de acordo com os pontos de corte estabelecidos. O ponto de
corte adotado para a albumina foi de 3,2 g/dL(15), para a PCT foi de 16 mm para
mulheres e 12 mm para os homens(12), o ponto de corte para hematócrito foi de
40% para os homens e 35% para as mulheres, e para a hemoglobina foi de 13,5 e
12 g/dL, respectivamente(10).
Os dados foram processados pelo programa Excel, sendo expressos por meio de
estatística descritiva. As diferenças entre as médias de variáveis numéricas
foram testadas pelo teste t de Student, adotando-se o nível de significância de
5% (P<0,05). As diferenças entre as distribuições percentuais das variáveis
nominais foram analisadas pelo teste qui ao quadrado, agrupando-se os valores
quando necessário. Assim, para efeito de comparação, a frequência percentual
dos indivíduos com valores de exames bioquímicos críticos ou não, foi
determinada pelas categorias do estado nutricional. Em seguida, foram
construídas tabelas de contigência(20), cruzando as frequências percentuais das
principais variáveis ilustrativas com as variáveis ativas, e utilizado o teste
de qui ao quadrado de Pearson para avaliar o grau de independência entre as
variáveis:
onde eij = frequência esperada de ocorrências do cruzamento das variáveis na
amostra, se estas fossem independentes. Essa estatística tem distribuição deχ2
com (I-1) (J-1) graus de liberdade (I = número de níveis da variável X e J =
número de níveis da variável Z), ou seja, o valor deχ2 observado foi comparado
com valor tabelado a nível P de erro e os graus de liberdade associados às duas
categorizações. Assim, se (P£0,05), rejeitou-
se a hipótese de independência (ou de relação) entre as variáveis a nível de
5%.
RESULTADOS
As Tabelas_1 e 2 apresentam o perfil geral da amostra estudada, dividida
conforme o sexo. O grupo foi composto por 50% dos pacientes do sexo masculino e
50% do feminino, com situações clínicas como doença do sistema nervoso central,
doenças cardiovasculares, doenças pulmonares, desnutrição, nefropatias,
neoplasias, sepse, traumatismo crânio-encefálico e outras. Observou-se maior
prevalência das doenças cardiovasculares (31%), seguidas pelas pulmonares (21%)
sem diferença estatística na distribuição proporcional entre os sexos. Nos
indicadores do estado nutricional e metabólico (Tabela_2), observa-se que as
mulheres apresentam IMC e PCT mais elevados que os homens. A amostra como um
todo apresentou valores médios de glicemia e ureia acima dos esperados. Os
valores de albumina apresentaram-se abaixo do esperado (Tabela_2).
As Tabelas_3, 4 e 5 são referentes aos indicadores do estado nutricional. Na
Tabela_3 verifica-se que não houve diferença na distribuição do diagnóstico
entre os pacientes divididos conforme o estado nutricional classificado pelo
IMC. Nesta classificação 29% dos pacientes apresentaram-se desnutridos, 53%
eutróficos e 18% obesos (Tabela_3). A distribuição da albumina sérica não foi
diferente entre os grupos classificados tanto pelo IMC, quanto pelo diagnóstico
do registro de internação (Tabela_4). Os valores de concentração de albumina
abaixo do ponto de corte de 3,2 g/dL foram identificados em 80% dos pacientes.
Apenas 22% dos pacientes apresentaram PCT em valores abaixo do ponto de corte
adotado. A Tabela_5 mostra a distribuição do hematócrito e hemoglobina entre os
pacientes divididos por sexo, estado nutricional classificado pelo IMC e pelo
diagnóstico. Houve diferença na distribuição dos valores hematológicos e estado
nutricional em ambos os sexos, com maior prevalência de adequação entre os
pacientes com menor peso (Tabela_5).
DISCUSSÃO
A TNE tem sido considerada sempre que possível como o método de escolha para
pacientes internados, principalmente os de Unidade de Terapia Intensiva (UTI),
pois estes não possuem condições de alimentação por via oral suficientes para
atingir o mínimo de suas necessidades energéticas, normalmente aumentadas pelo
estresse fisiológico(28). A TNE precoce beneficia o estado nutricional, reduz o
tempo de internação hospitalar e proporciona melhor reembolso diário ao Sistema
de Saúde hospitalar(27). No presente estudo, a introdução da TNE ocorreu num
intervalo de até 72 horas da internação e foi indicada para um grupo de
pacientes com elevada proporção de pacientes desnutridos, 29% na classificação
pelo IMC estimado e 80% na classificação pela albumina. Lembrando que a
albumina sérica é indicador do estado nutricional, cujos déficits se manifestam
comumente no estresse catabólico, associado ao consumo deficiente de proteínas
e energia(15). No presente estudo foram verificados valores médios elevados de
glicose, ureia e creatinina, o que pode caracterizar o grupo como população em
intenso estado catabólico. Com relação às situações clínicas mais frequentes,
observaram-se as doenças cardiovasculares; outros trabalhos na mesma região do
Estado de São Paulo têm encontrado as neoplasias como as doenças de maior
prevalência(21).
A equipe profissional de cuidado ao paciente tem importante papel na indicação
e administração adequada da TNE(24). O conhecimento do estado nutricional do
paciente no momento de se iniciar a TNE possibilita a sua adequada prescrição
(9), assim como as avaliações periódicas permitem as adequações da prescrição
conforme a evolução do estado nutricional do paciente que está recebendo a TNE.
Nesse sentido, as proteínas viscerais, dependendo de sua meia vida, são
indicadores do estado nutricional mais ou menos úteis para avaliar o estado
nutricional na triagem para a TNE ou no resultado da TNE(1, 15). As proteínas
viscerais de curta meio vida, como por exemplo a pré-albumina, são importantes
marcadores da evolução do estado nutricional durante o período de TNE; já a
albumina, com meia vida de 20 dias, constitui-se num importante indicador do
estado nutricional para o momento da triagem do paciente para o cuidado
nutricional ou para avaliação em períodos mais longos(15). O interesse do
presente trabalho foi conhecer o estado nutricional no ingresso à TNE.
A prevalência de desnutrição no ambiente hospitalar(13) tem variado em função
do tipo de indicador nutricional utilizado, o tipo de hospital, a população
estudada e o critério adotado. Em estudo realizado por WAITZBERG et al.(25) em
hospitais brasileiros, no qual foi utilizada a Avaliação Global Subjetiva
(AGS), foram encontrados 31,8% dos pacientes com desnutrição. Em uma população
proveniente da mesma região geográfica daquela do presente estudo, GARCIA et
al.(14) encontraram 23,1% de desnutrição entre os pacientes internados,
classificados pelo IMC. Esses valores foram inferiores aos resultados do
presente estudo, em que 29% dos pacientes encontraram-se desnutridos ao serem
classificados pelo IMC. Entretanto, todos os pacientes desta série estavam
recebendo TNE, podendo pressupor-se que sejam pacientes mais debilitados que a
população geral enferma. Neste estudo, o IMC mostrou-se um indicador muito
específico e pouco sensível à desnutrição pois, se comparadas às proporções, a
albumina em valores abaixo de 3,2 g/dL, classifica 80% dos pacientes com
desnutrição.
A albumina é um importante marcador para identificação do estado nutricional,
principalmente quando utilizada conjuntamente a outros indicadores. LOPEZ et
al.(19) verificaram que em 250 pacientes selecionados, 54,8% apresentaram
desnutrição protéica; quando analisados somente pela antropometria, apenas 2,8%
apresentaram-se desnutridos. Foi verificado, em estudo com cirurgia pancreática
na idade avançada, que a perda de peso associada às baixas concentrações
séricas de albumina são fatores de risco independentes para complicações pós-
operatórias(3). É importante salientar que a perda de peso não é identificada
com aferição pontual do IMC e que um indivíduo que tenha perdido peso não
intencionalmente, pode apresentar ainda IMC dentro ou acima dos valores
esperados(7). Nesse caso, a albumina pode contribuir como importante indicador
do estado nutricional.
Contudo, a diminuição dos valores de albumina sérica em pacientes
hospitalizados por longo período pode melhor refletir condições metabólicas ou
inflamatórias do que propriamente o estado nutricional. A variabilidade da
hipoalbuminemia pode ser influenciada pela desnutrição, pelo estado de
hidratação do paciente, redução da síntese, estresse orgânico, inflamação,
entre outras(15). A principal dificuldade de se utilizar a albumina como
marcador nutricional isolado é sua relação direta com a inflamação. Pacientes
bem nutridos podem apresentar baixos níveis séricos de albumina em situações de
estresse orgânico, como a inflamação(8). Porém, existe uma interdependência
entre os parâmetros bioquímicos e nutricionais refletidos pela albumina(8).
BRUGLER et al.(4) comprovam a necessidade da junção de indicadores
nutricionais, como modelo diagnóstico para a utilização em pacientes de risco
nutricional, apontando que as características que melhor se correlacionaram com
as complicações relacionadas à desnutrição, foram o baixo consumo energético,
as baixas concentrações de albumina e hemoglobina e a baixa contagem de
linfócitos.
Constatou-se ainda que grande parcela da população estudada (42% do sexo
masculino e 35% do sexo feminino) apresentou baixos valores plasmáticos de
hematócrito, bem como de hemoglobina. Os baixos valores hematológicos podem
indicar deficiência por perda ou menor síntese, mas também podem ser
indicadores de diluição por questões relativas ao desequilíbrio hemodinâmico
(15). No presente estudo, a maior proporção de homens e mulheres com
hematócrito acima do ponto de corte eram de pacientes com baixo peso, que pode
ser indício de desidratação, o que se torna mais um fator a depor contra o uso
isolado do IMC para identificar o estado nutricional do paciente hospitalizado.
Entretanto, o conhecimento do peso e da estatura de pacientes é de grande
importância para a prática clínica, não só para a avaliação do estado
nutricional, mas também para a prescrição de medicamentos e estimativa da
necessidade nutricional. Mas, a obtenção destas medidas em pacientes acamados
nem sempre é possível nos serviços de saúde(23). Desde a década de 80 as
fórmulas de predição de peso e estatura vêm sendo utilizadas como alternativas
para idosos e pacientes acamados(5). As fórmulas propostas por CHUMLEA et al.
(5) para a população americana são as mais conhecidas e utilizadas. No entanto,
tem se recomendado cuidado no uso indiscriminado dessas fórmulas, pois as
características físicas das populações diferem de uma para outra(15). No Brasil
as fórmulas de CHUMLEA et al.(5) apresentaram concordância com o peso aferido
em Fortaleza(23), mas não em Ribeirão Preto(22). Neste último, o peso foi
superestimado pelas fórmulas. É possível que também no presente estudo o peso
tenha sido superestimado, embora o IMC médio tenha sido mais próximo do estudo
de Fortaleza, em torno de 22 kg/m2.
Dada as limitações dos métodos antropométricos e bioquímicos, reforça-se a
importância da combinação de vários indicadores para a identificação de
pacientes de risco(2). Além disto, a triagem do enfermo acamado para o cuidado
nutricional tem se beneficiado com as abordagens que levam em conta critérios
subjetivos de avaliação do risco nutricional.
Num estudo multicêntrico(6), foi avaliada a prevalência de desnutrição em
pacientes hospitalizados e a relação de diferentes indicadores nutricionais com
o tempo de internação e mortalidade, sendo encontrado que, pela Mini Avaliação
Nutricional (MAN), 23,9% dos pacientes estavam desnutridos e 50% apresentaram
risco de desnutrição. A análise de correlação com o tempo de internação apontou
associação positiva com a MAN, concluindo alta prevalência de desnutrição entre
pacientes hospitalizados e declínio da mortalidade conforme o aumento do escore
da MAN. Anterior a MAN, a Avaliação Global Subjetiva(7) vem sendo amplamente
utilizada na prática clínica e constitui-se uma abordagem que leva em conta a
perda recente de peso, a quantidade e qualidade do consumo alimentar, as
condições do trato digestório, as demandas metabólicas e as condições físicas e
funcionais. Essa avaliação, por ser subjetiva, depende de experiente "olho
clínico" e daí a necessidade de que seja realizada por profissionais treinados
a partir de protocolos bem estabelecidos. Já o "Nutritional Risk Screening"
(NRS, 2002), proposto por KONDRUP et al.(18), foi baseado no conceito de que a
terapia nutricional deve ser indicada para pacientes com a ingestão diminuída
de nutrientes e perda ponderal associada às demandas energéticas aumentadas
pela condição clínica. Trata-se de instrumento mais específico à indicação da
TNE e de mais fácil aplicação. Nesses instrumentos de avaliação subjetiva, o
IMC é levado em consideração, mas deles leva em conta as concentrações séricas
de albumina, um indicador bioquímico de fácil obtenção e frequentemente
associado à desnutrição em condição de estresse(15).
Concluindo, o IMC obtido do peso e estatura estimados a partir de equações de
predição, foi indicador específico do estado nutricional, porém pouco sensível,
enquanto a albumina mostrou-se mais sensível e pouco específica, o que reafirma
a necessidade da combinação de vários indicadores para obtenção de adequado
diagnóstico nutricional.