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BrBRCVHe0034-71672003000600002

BrBRCVHe0034-71672003000600002

National varietyBr
Country of publicationBR
SchoolLife Sciences
Great areaHealth Sciences
ISSN0034-7167
Year2003
Issue0006
Article number00002

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Consulta de enfermagem à mulher hipertensa: uma tecnologia para educação em saúde Consulta de enfermagem à mulher hipertensa: uma tecnologia para educação em saúde

Consulta de enfermería a la mujer hipertensa: una tecnología para la educacíon en salud

The nursing appointments for the hypertense woman: a technology for health education

Zélia Maria de Sousa Araújo SantosI; Raimunda Magalhães da SilvaII IEnfermeira, Professora do Curso de Enfermagem e do Mestrado de Educação em Saúde da Universidade de Fortaleza - UNIFOR, Enfermeira da Liga de Hipertensão Arterial do Hospital de Messejana - LHAHM, Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará - UFC II Enfermeira, Professora e Coordenadora do Mestrado em Educação em Saúde da UNIFOR, Doutora em Enfermagem. E-mail dos autores:rmsilva@unifor.br

1 Introdução Nos últimos tempos a enfermagem vem acumulando um corpo de conhecimentos e técnicas empíricas, e hoje desenvolve teorias relacionadas entre si, que procuram explicar estes fatos à luz do universo natural.

A enfermagem tem por essência o cuidado humano, que deve ser prestado ao cliente, à família e à comunidade, sob uma abordagem holística, envolvendo prioritariamente as necessidades biopsíquicas e socioespirituais.

Portanto, a assistência de enfermagem deve ser integralizada, individualizada e interativa, pois o cuidado requer conhecimento do outro ser e o (a) cuidador (a) deve ser capaz de entender as necessidades do outro e a elas responder de forma adequada(1).

A assistência de enfermagem ao cliente, à família e à comunidade deve objetivar a promoção, manutenção e recuperação da saúde, utilizando os recursos disponíveis - técnicos, científicos, habilidades instrumentais e expressivas, voltados para o autocuidado. O planejamento da assistência de enfermagem requer do enfermeiro o conhecimento da história natural da doença, a fim de nortear as dimensões preventivas e curativas do cuidado de enfermagem ao cliente, bem como as estratégias educativas que o capacitam para executar as atividades de autocuidado.

A história natural da doença é o conjunto de processos interativos, compreendendo as interrelações do agente, do suscetível e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente ou em qualquer outro lugar, passando pela resposta do homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte(2).

Educação em saúde é um componente essencial do cuidado de enfermagem, e é direcionada para a promoção, manutenção e restauração da saúde, prevenção da doença, e assistência às pessoas para lidar com os efeitos residuais. A sua meta é ensinar às pessoas uma forma de vida mais saudável - isto é, lutar para adquirir o potencial de saúde máximo possível(3).

anos a enfermagem utiliza recursos teóricos e metodológicos para educar os indivíduos para a saúde, buscando, junto a essa clientela, construir novos conhecimentos; mudar idéias, crenças e hábitos; facilitar e promover a aderência ao tratamento; entre outras finalidades(4).

A prática do autocuidado exige a necessidade de saberes fundantes como o conhecimento dos problemas de saúde, formas de tratamento, as medidas de promoção da saúde e prevenção de doenças. Sendo que a educação para a saúde é sempre uma estratégia primordial para engajar o cliente nas ações de autocuidado. E o enfermeiro, através de uma reflexão crítica, relacionando a teoria ao contexto da prática, ou seja, ao contexto sócio-político e econômico da clientela, cria as possibilidades para a produção ou para a construção do conhecimento necessário, objetivando atender as demandas de autocuidado, desenvolvendo capacidades e eliminando déficits de autocuidado.

Ressalta-se o respeito ao saber socialmente construído pela clientela em seu ambiente, que este deve ser valorizado pelo enfermeiro. Ensinar deve ser uma prática crítica, reflexiva e associada às experiências do aprendiz e ao conhecimento do educador, objetivando uma aprendizagem transformadora e, conseqüentemente, mudança de comportamento, tornando-o agente de autocuidado.

A assistência de enfermagem tem como meta tornar a mulher agente de autocuidado, a partir do desenvolvimento da sua capacidade para atender a demanda terapêutica de autocuidado, embasado pelo sistema apoio-educativo de Orem, e tem como objetivos: promover a qualidade de vida da cliente hipertensa, estendendo as ações preventivas à família e à comunidade; promover a educação em saúde com vistas à conscientização da doença, tratamento e complicações da hipertensão arterial, bem como as ações preventivas de modo geral; reduzir a morbimortalidade através do controle eficaz da hipertensão arterial; minimizar a demanda de hipertensos à unidade de emergência e/ou hospitalização; envolver a família e a comunidade nas ações de prevenção da hipertensão; incentivar o engajamento contínuo da cliente no autocuidado; integrar e/ou reintegrar a cliente hipertensa à sociedade.

A consulta de enfermagem originou-se da atuação direta do enfermeiro junto ao cliente, na relação de ajuda, nos centros de saúde e em domicílio, objetivando ações educativas, reconhecidas como importantes pela população(5).

Assim, a consulta de enfermagem é uma atividade privativa do enfermeiro e significativa na composição das ações de saúde produzidas pelo sistema de prestações de serviços de saúde. Os enfermeiros devem aprofundar seus conhecimentos e as práticas na metodologia proposta, com ênfase no campo clínico específico da sua área de atuação, desenvolvendo, concomitantemente, habilidades educativas e psicoterapêuticas, pois a consulta de enfermagem deve constituir um espaço favorável para a exposição de queixas do cliente para a identificação das necessidades de autocuidado quanto ao aspecto biopsíquico e socioespiritual e às capacidades do cliente para o exercício das atividades de autocuidado(6).

Este estudo objetivou a aplicação da consulta de enfermagem à mulher hipertensa, baseada na teoria do autocuidado de Orem e a identificação da satisfação desta mulher com o engajamento no autocuidado .

2 Abordagem teórico-metodológica A teoria de Orem oferece uma maneira singular de ver o fenômeno de enfermagem, e o seu trabalho contribui significativamente para o desenvolvimento das teorias de enfermagem(7). Desta forma, entendemos que esta teoria enquadra-se no segundo nível, por consistir de um modelo conceitual geral, definindo perspectivas para a prática e meios de explicação de fenômeno de enfermagem(8).

A elaboração da consulta de enfermagem para a mulher hipertensa, norteou-se no processo de enfermagem de Orem, embasada nos requisitos universal, desenvolvimental e por desvio de saúde e sistema apoio-educativo. Este apresenta um método de determinação das deficiências de autocuidado e a definição dos papéis do enfermeiro para satisfazer as demandas de autocuidado do cliente. É constituído por três fases: diagnóstico e prescrição; elaboração de um sistema de enfermagem e plano para execução do atendimento; e produção e gerenciamento de sistemas de enfermagem(9). Assim, a metodologia assistencial tem recebido diferentes denominações, como Sistematização da Assistência de Enfermagem, Metodologia da Assistência de Enfermagem ou Processo de Enfermagem (10) A elaboração dos instrumentos para a consulta de enfermagem, baseou-se na experiência profissional e nos pressupostos do autocuidado de Orem. A consulta foi composta pelos instrumentos que seguem:

2.1 Levantamento de dados Corresponde à primeira etapa do processo de enfermagem, constando dados de identificação; dados relacionados aos requisitos de autocuidado - universal, desenvolvimental e por desvio de saúde; saúde relacionados ao exame físico; e avaliação das demandas e habilidades para o autocuidado.

2.2 Plano de intervenção Utilizado durante as consultas, e contém os diagnósticos identificados por consulta; prescrição dos cuidados, utilizando o método de ajuda - ensinando para o autocuidado; e evolução das mudanças ocorridas com a implementação das prescrições (demanda do autocuidado terapêutico).

Ressalta-se que os diagnósticos de enfermagem foram elaborados de acordo com as demandas de autocuidado relacionadas aos requisitos universal, desenvolvimental e por desvio de saúde. Para facilitar a identificação dos diagnósticos de enfermagem, elaborou-se um guia instrucional e um quadro para computação dos diagnósticos identificados em cada consulta durante o período de acompanhamento.

2.3 Acompanhamento de enfermagem Impresso utilizado durante as consultas de enfermagem para os registros de pressão arterial, índice de massa corporal (IMC), pulso, freqüência cardíaca, condutas terapêuticas e perfil de engajamento no autocuidado (PEAc).

Para apreciação do peso, utilizou-se o IMC - índice de massa corporal ou índice de Quetelet. O registro das informações relativas ao tratamento envolve o exercício das atividades de autocuidado pelo cliente para o atendimento dos requisitos de autocuidado - universal, desenvolvimental e por desvio de saúde.

Entre as atividades de autocuidado estão incluídas as modalidades de tratamento de hipertensão arterial: tratamento básico ou medidas higieno-dietéticas, envolvendo as condutas - hábitos alimentares adequados, combate ao sedentarismo, gerenciamento do estresse, abstenção do tabagismo, abolição ou redução do consumo de bebidas alcoólicas, e suspensão de drogas hipertensivas; e tratamento medicamentoso, incluindo as condutas do uso regular, guarda e conservação da medicação anti-hipertensiva.

O PEAc recebeu os conceitos: mau, regular, bom ou excelente, conforme o somatório dos escores atingidos pelo cliente e de acordo com o guia instrucional para o cálculo deste perfil. Este perfil é estabelecido em cada consulta de enfermagem a partir do somatório dos escores estipulados: cinco para os requisitos de autocuidado universal, e dez para os requisitos de autocuidado desenvolvimental e por desvio de saúde.

2.4 Resultados de exames laboratoriais Contém os resultados dos exames realizados, objetivando o controle nos casos de dislipidemias, alterações de função renal, controle glicêmico, etc.

2.5 Metas desejáveis para o engajamento da cliente hipertensa no autocuidado Este plano de metas é mediado pelas atividades de autocuidado de acordo com os níveis de aplicação de condutas preventivas nos planos primário, secundário e terciário.

- Prevenção primária - incorpora as atividades de autocuidado relacionadas aos requisitos de autocuidado universal e desenvolvimental.

- Prevenção secundária e terciária - agrupam as atividades de autocuidado relacionadas aos requisitos de autocuidado por desvio de saúde.

Para esta experiência foram acompanhadas 50 mulheres, durante os meses de setembro de 2001 a fevereiro de 2002, e as mesmas receberam seis consultas de enfermagem em um ambulatório de hipertensão arterial de um hospital público de Fortaleza-CE. Foi garantido às participantes o anonimato e a liberdade para retirar seu consentimento no momento que fosse necessário, sem que houvesse prejuízo para a continuidade do tratamento, sendo os dados coletados após parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa.

Os instrumentos foram validados por esta clientela e por estudantes de enfermagem, que desenvolviam atividades práticas no referido ambulatório. E a análise dos resultados pautou-se na demonstração quantitativa dos diagnósticos de enfermagem, sua experiência de vida e na saúde da mulher, e fundamentados nos conceitos de autocuidado(9).

3 Resultados e discussão O quadro_1 mostra os 14 diagnósticos de enfermagem com suas respectivas prescrições dos cuidados, elaborados com base na teoria de Orem.

Dentre os 14 diagnósticos de enfermagem, 8 estão relacionados aos requisitos de autocuidado universal - oxigenação inadequada, insuficiência de líquidos, ingesta inadequada de alimentos, eliminações adequadas, desequilíbrio entre atividades e repouso, desequilíbrio entre solidão e interação social, risco à vida e ao bem-estar, e inadequada promoção da saúde; 2 relacionados aos requisitos de autocuidado desenvolvimental - adaptação inadequada às modificações do ciclo vital e inadequada adaptação social; e 4 relacionados aos requisitos de autocuidado por desvio de saúde - desconhecimento da doença e do tratamento, falta de aceitação da doença , adaptação inadequada ao problema de saúde e falta de execução efetiva de condutas orientadas.

Os diagnósticos foram identificados em toda clientela na primeira consulta, porém, 4 permaneceram até a sexta consulta, variando em freqüência, mas com necessidade mínima de intervenções. Portanto, estes diagnósticos incluíram: oxigenação inadequada, riscos à vida e ao bem-estar, inadequada promoção da saúde e falta de execução efetiva de condutas orientadas.

Constatou-se que a maioria das mulheres desenvolveu habilidades para o autocuidado, a partir da implementação da prescrição de enfermagem e alcançou progressivamente o PEAc, pois os diagnósticos de enfermagem foram reduzidos gradativamente a partir da terceira consulta. Este fato também é observado com relação às intervenções, pois embora se mantivesse o diagnóstico, a maioria necessitava cada vez menos de intervenções de enfermagem.

A educação do cliente tem como objetivo maior o seu engajamento para o autocuidado, aderindo ao esquema terapêutico e preventivo, a fim de que ele atinja o melhor nível de saúde, consequentemente, a melhor qualidade de vida possível. Sendo a hipertensão arterial uma doença crônico-degenerativa e, atualmente, constituindo grave problema para a saúde pública, a educação é o pilar do seu tratamento. Através das estratégias educativas, o enfermeiro busca a adaptação do cliente à doença, à prevenção de complicações, e à aderência ao tratamento(11).

No PEAc, os escores foram estabelecidos segundo os requisitos de cada categoria de autocuidado. Atribuiu-se 5,0 para os requisitos universais, e 10,0 para os requisitos desenvolvimentais e por desvio de saúde.

Observa-se na tabela_1 uma variação no PEAc entre mínimo, médio e máximo para cada requisito de autocuidado, durante o período de acompanhamento. Nos requisitos de autocuidado universal, as mulheres atingiram o PEAc mínimo, variando de 0,3 a 3,7, sendo que, nos requisitos - adequada promoção de saúde, eliminações adequadas, oxigenação adequada - houve uma variação de 0,3 a 2,0, respectivamente. O PEAc máximo atingido foi de 5,0 que coincidiu com o escore máximo estabelecido para cada diagnóstico desta categoria. Portanto, o PEAc médio(2)oscilou entre 2,9 a 4,8.

O PEAc mínimo atingido pelas mulheres nos requisitos desenvolvimentais foi de 1,1 para adaptação às modificações do ciclo vital e de 7,7 para adequada adaptação social, e o PEAc máximo foi de 10,0, coincidindo com o escore máximo pré-estabelecido. Então, o PEAc médio foi de 8,9 para o primeiro requisito e de 9,6 para o segundo.

Quanto aos requisitos por desvio de saúde, as mulheres apresentaram PEAc mínimo variando de 3,1 a 6,7 e o PEAc máximo oscilando entre 8,8 a 9,7, significando que as mulheres não desenvolveram habilidades suficientes para atingir o escore máximo. Porém, o PEAc médio variou de 8,2 a 8,6.

A tabela_2 mostra a ocorrência do aumento progressivo nos perfis de engajamento no autocuidado - mínimo, médio e máximo - no período de acompanhamento das mulheres, totalizando seis consultas de enfermagem. E neste o PEAc mínimo foi de 28,5 na primeira consulta, e de 91,5 na última; o médio iniciou-se com 56,2, atingindo 98,0 no final do acompanhamento de enfermagem; e o máximo registrou- se em 77,5 na consulta inicial, atingindo 100,0 na final.

Após o acompanhamento de enfermagem, observou-se que as mulheres apresentaram satisfação com o engajamento no autocuidado e pelas mudanças comportamentais reveladas nos depoimentos e comprovadas pelo PEAc atingido. Os depoimentos revelaram: satisfação com o atendimento (100%); alterações positivas aconteceram nas dimensões pessoal, familiar, social e ocupacional (98%); modificações na saúde em geral; desenvolvimento de capacidade para o autocuidado (100%); desempenho do papel de multiplicador das ações de autocuidado na família e na comunidade; e desenvolvimento da consciência crítica que as capacitou a apresentar sugestões para a melhoria do atendimento no serviço, de modo geral, envolvendo as questões assistenciais e administrativas.

Inicialmente, o PEAc foi insuficiente em 3 mulheres, regular em 29 e bom em 18, na primeira consulta de enfermagem. Porém, na segunda consulta, variou de regular a excelente; na terceira e quarta, variou de bom a excelente; e nas duas últimas consultas, as mulheres atingiram o PEAc excelente. Portanto, o acompanhamento de enfermagem facilitou a mulher a ser agente de autocuidado.

Ao refletir sobre estes depoimentos e as mudanças positivas no PEAc, constata- se que a educação em saúde é mudança de comportamento para o exercício da cidadania. Esta mudança é viabilizada quando o profissional de saúde reconhece e valoriza o saber socialmente construído pela clientela em seu ambiente. A partir deste reconhecimento, ocorrerá a produção efetiva de novos conhecimentos, modificando o comportamento de saúde da clientela, objetivando atingir o melhor nível de bem-estar(12).

4 Considerações finais A cliente por ocasião da consulta de enfermagem, recebeu as orientações educativas, engajando-se no autocuidado, tornando-se agente e multiplicadora das ações de autocuidado na família e na comunidade. E constatou-se que a orientação de enfermagem através de uma intervenção sistematizada, facilita à cliente buscar o engajamento para o autocuidado.

Esta proposta demonstra, clara e objetivamente, o objeto de trabalho da enfermagem - o cuidado; define o seu papel junto ao cliente e a outros profissionais da equipe de saúde; e propicia a satisfação e o aperfeiçoamento profissional.

Portanto, o serviço poderá se beneficiar, com alto nível de atendimento de enfermagem, subsídios para o aperfeiçoamento das atividades; redução dos custos, mediante o nível razoável de saúde da clientela engajada no autocuidado; minimização de internações e de procedimentos terapêuticos de reabilitação e incremento da oferta à demanda reprimida.

Certifica-se que as orientações de enfermagem, através de uma intervenção sistematizada, possibilitaram às mulheres o engajamento para o autocuidado.

Então, sugere-se a implementação do modelo assistencial na Instituição, que constituiu o locus deste estudo e nas demais instituições que prestam atendimento à clientela hipertensa. Pretende-se dar continuidade ao trabalho com vistas à criação de um modelo teórico embasado nas experiências de vida das mulheres e nas vantagens do cuidado em si.


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