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EuBRCVHe0034-71672014000600913

EuBRCVHe0034-71672014000600913

National varietyEu
Country of publicationBR
SchoolLife Sciences
Great areaHealth Sciences
ISSN0034-7167
Year2014
Issue0006
Article number00913

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Nível de dependência e qualidade de vida da população idosa INTRODUÇÃO O envelhecimento é cada vez mais uma realidade demográfica nas sociedades atuais. Na última década assistiu-se a um aumento inédito da população idosa, representando actualmente cerca de 19,0% da população total, ao qual corresponde um índice de envelhecimento de 129,0%(1). Espera-se que entre 2010 e 2050 Portugal continue a envelhecer, prevendo-se que a percentagem de idosos venha a duplicar passando para 38,9%(2). Estima-se que seja o quarto país da União Europeia com maior percentagem de idosos, apenas ultrapassado pela Espanha (35,6%), Itália (35,3%) e Grécia (32,5%)(1).

O envelhecimento constitui um processo biológico inevitável marcado por uma perda progressiva de funções sensoriais e motoras, aumentando consequentemente a vulnerabilidade às doenças. As quais podem afetar a funcionalidade, a mobilidade e a independência, impossibilitando-o de um envelhecimento saudável e autónomo. Segundo Sequeira (2010)(3) o conceito de dependência relaciona-se com a incapacidade da pessoa para a satisfação das suas necessidades humanas básicas, necessitando da ajuda de terceiros para sobreviver. Veríssimo (2004) (4) acrescenta que esta "é uma função que varia ao longo da vida implicando reajustamentos criados pelo próprio indivíduo", sendo esta avaliada em função da capacidade de execução das atividades básicas de vida diária.

A maior longevidade do ser humano faz sentido se corresponder a uma boa qualidade de vida (QV), sendo este um dos principais desafios da sociedade actual. Embora exista alguma confusão entre o estado de saúde física e QV, entende-se que esta se refere a uma consequência directa do próprio estado de saúde. Paralelamente o conceito de saúde alargado à noção de bem-estar sem limites cronológicos, ultrapassa a visão tradicional curativa, preconizando pois, uma abordagem de promoção da saúde, de prevenção da doença e consequentemente um aumento da esperança de vida com um bem viver(4). Neste sentido a QV tem vindo a assumir uma importância crescente, quer no âmbito económico-social, quer no domínio da saúde em geral, tornando-se tanto mais importante quanto mais se desenvolvem as doenças crónicas incapacitantes(5).

A QV é um conceito de amplo alcance afetado de um modo complexo não pela saúde física, como também pelo estado psicológico, nível de independência, relações sociais e facto-res ambientais(6). A Organização Mundial de Saúde(6) que conta com um grupo especializado no que diz respeito à QV definiu o conceito (de acordo com a sua multidimensionalidade) como a perceção do indivíduo sobre a sua posição na vida, no contexto da sua cultura e sistema de valores, em relação com os seus objetivos pessoais, expectativas, padrões e preocupações.

A avaliação da QV dos idosos implica a adopção de múltiplos critérios de natureza biológica, psicológica e sócio estrutural, pois vários elementos são apontados como determinantes ou indicadores de bem-estar na velhice: longevidade, saúde biológica, saúde mental, satisfação, controle cognitivo, competência social, produtividade, actividade, eficácia cognitiva, status social, renda, continuidade de papéis familiares, ocupacionais e continuidade de relações informais com amigos(7). Nesta faixa etária, as dependências podem resultar quer de alterações biológicas, quer de mudanças operadas a nível das exigências sociais, sendo que estas últimas parecem determinar as primeiras(8).

A diminuição da capacidade física contribui para o aparecimento da maior parte das doenças crónicas, criando um ciclo vicioso entre as doenças crónicas, a incapacidade funcional e o desempenho físico(9). A este respeito, a maioria dos investigadores que se dedicam às questões relacionadas com o envelhecimento e acima de tudo, com um envelhecimento bem sucedido, referem que, sempre que seja possível, as pessoas idosas devem permanecer no seu próprio ambiente, devendo existir por parte da sociedade, políticas que lhes proporcionem apoio e acompanhamento. Neste âmbito, ao proporcionar-se mais apoio às famílias, aumenta-se a possibilidade destas cuidarem dos seus idosos e de se considerarem intervenientes imprescindíveis num sistema de cuidados partilhados, auxiliados por profissionais treinados para o efeito(10). Esta será uma resposta que continuará a expandir-se e apresentar-se como a solução ideal para muitos idosos e famílias.

Face ao exposto, entendemos ser pertinente avaliar o nível de QV relacionada com a saúde e os factores que a influenciam, bem como o grau de dependência dos idosos que residem no domicílio. Desta forma procurar-se-á contribuir com indicadores de resultados úteis para a avaliação e intervenção nas necessidades de saúde desta população.

METODOLOGIA Foi realizado um estudo observacional transversal do tipo exploratório- descritivo, de natureza quantitativa. Para a identificação da população, idosos das freguesias de Paredes Secas e Caires do Conselho de Amares (N=188 sujeitos), recorreu-se aos dados do Programa Apoio 65 Idoso em segurança, da polícia de Amares. Foi constituída uma amostra aleatória de 93 idosos, que cumpriam os critérios de inclusão definidos: i) ter 65 anos ou mais; ii) ter capacidade mental para avaliarem e responderem às questões solicitadas, determinada por um score superior ou igual a 24 pontos no Mini Mental State Examination; iii) não ter vínculo a nenhuma instituição de cuidados ou centro social que sirva esse fim; iv) ter residência na área geográfica definida em habitação tipo familiar.

O estudo foi aprovados pela Comissão de Ética para a Saúde (CES) da Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN) parecer n.º 88/2011(11). Neste estudo foram tidos em consideração os princípios éticos da Declaração de Helsínquia, nomeadamente: a não exploração dos participantes, igualdade e justiça no tratamento, a justa seleção da população em estudo, a beneficência, a não-maleficência, a autonomia das pessoas respeitando os seus valores e uma razão risco benefício favorável.

A recolha de dados foi realizada sob a forma de inquérito, aplicado pelos próprios investigadores, nos meses de setembro e novembro de 2011. Foi considerada: i) a caracterização sócio-económica, demográfica e cultural (idade, sexo, estado civil, habilitações literárias; actividade profissional desenvolvida, rendimentos mensais); ii) o índice de dependência operacionalizado pela escala de Barthel(12); iii) e a avaliação da percepção da QV relacionada com a saúde, pela aplicação do MOS SF-36(13).

Índice de dependência A escala de Barthel ou Índice de Barthel é um instrumento que avalia (in)dependência funcional e a morbilidade em doentes com patologia crónica, indicando se estes necessitam de cuidados ou não. Pretende ainda avaliar se o doente é capaz de desempenhar determinadas tarefas independentemente. A escala é constituída por 10 itens: alimentação, banho, asseio pessoal, vestir-se, controle vesical e intestinal, movimentação, transferência cadeira/cama, mobilidade e subir escadas, o seu total pode variar de 0 a 100, sendo que inferior a 20 indica dependente total; 20-35 dependente elevado; 40-55 dependente moderada; 60 - 99 dependente mínimo e 100 independente(12). Esta escala foi aplicada em Portugal por Araújo (2007)(14) numa amostra de idosos não institucionalizados, apresentando boas propriedades psicométricas de validade e confiabilidade.

Perceção da qualidade de vida O Medical Outcomes Study-Short Form (MOS-SF-36) é um questionário que possibilita avaliar a percepção individual do estado geral da saúde e de QV dos sujeitos, criado por Jonh Ware e Cathy Sherbourne (1992)(15); validado em Portugal por Ferreira (2000)(13), revelando boas propriedades psicométricas (alfa de Cronbach =0,86).

É constituído por 36 itens repartidos por oito dimensões de estado de saúde, assinalando tanto os estados positivos como os estados negativos de saúde. MOS SF-36 é uma medida genérica do estado de saúde desenhada para ser auto- administrada, ou administrada por entrevista, ou por telefone, sendo actualmente uma das medidas genéricas do estado de saúde mais conhecidas(14).

Contempla escalas de itens múltiplos para medir as referidas oito dimensões de saúde, agrupando-se em duas componentes: a componente física, que compreende a função física (FF), o desempenho físico (DF), a dor corporal (DC) e a saúde em geral (SG) e a componente mental, que engloba o desempenho emocional (DE), a vitalidade (VT), a função social (FS) e a saúde mental (SM). Abarca ainda a escala de transição em saúde, que não sendo considerado um conceito de saúde, pretende medir a mudança em geral na saúde. Para cada uma das dimensões a pontuação é expressa numa escala de 0 (pior estado de saúde possível) a 100 (melhor estado de saúde possível), apresentando um vasto conjunto de resultados que evidenciam a elevada fiabilidade, validade e poder de resposta deste instrumento de medição(13).

TRATAMENTO DE DADOS Para o tratamento de dado utilizou-se o Statistical Package for the Social Sciences, versão Windows (SPSS 17.0), empregando estatística descritiva e inferencial. Na descrição e caracterização da amostra utilizaram-se as medidas de tendência central (média) e de dispersão (amplitude e desvio padrão).

Utilizou-se o T-teste para comparar os géneros, o One-Way Anova para analisar as diferenças de médias entre os grupos etários, a correlação de Pearson para verificar a existência de associação entre diferentes variáveis. Valores de p <0,05 foram considerados estatisticamente significativos.

RESULTADOS Na presente amostra (n=93; 67,0% são mulheres): os sujeitos apresentam em média 75,6±7 anos, com um valor mínimo de 65 e o máximo de 98 anos, sendo que, 46,0% pertencem ao grupo etário entre os 71 a 80 anos; 56,0% são casados e 32,0% são viúvos; a maioria (54,0%) apresenta o ensino primário e 44% são analfabetos; 93,0% estão aposentados e 86,0% desempenharam a sua actividade profissional na vida activa no sector primário.

Na análise dos cuidadores existentes observou-se que: os principais cuidadores informais são os filhos (14,0%) e o conjugue (8,0%); no que se refere aos cuidadores formais, apurou-se que em 18,0% dos casos referem-se aos profissionais de enfermagem; existindo 13 casos em famílias de acolhimentos.

Na análise do nível de QV observou-se um valor mínimo de 15 e um máximo de 69 pontos, correspondendo a uma média de 39±10 pontos. Na Figura_1 apresentam-se os resultados obtidos nas diferentes dimensões da QV por género, podendo-se verificar que de um modo geral, o sexo masculino apresenta melhores resultados, sendo essa diferença estatisticamente significativa para as componentes FF e DF.

Figura 1 Resultados das diferentes dimensões da QV por género* Diferença estatisticamente significativa p≤0,05  Quando analisamos esta distribuição por grupos etários, constatou-se que com o aumento da idade os sujeitos tendem a referir pior QV na FF, DF e DE, sendo que os sujeitos com menos de 70 anos apresentam resultados significativamente melhores e em oposição os sujeitos com mais de 91 anos apresentam resultados muito baixos nestas componentes, as quais se acrescenta a DC.

[/img/revistas/reben/v67n6//0034-7167-reben-67-06-0913-gf02.jpg] Figura 2 Resultados das diferentes dimensões da QV por grupos etários* Diferença estatisticamente significativa p≤0,05  Quanto à estatística inferencial, numa primeira análise, cruzamos a pontuação global do SF-36 com as variáveis sociodemográficas que possam influenciar a perceção de QV dos utentes, recorrendo aos testes paramétricos (tabela_1).

Quanto ao estado civil (ANOVA: p=0,007), os casados apresentam melhor QV, observando-se diferenças significativas entre estes e os que apresentam estado civil de solteiros (pos-hoc: p=0,000) e viúvos (pos-hoc: p=0,009).

Tabela 1 Análise inferencial da qualidade de vida global com as variáveis sociodemográficas, Amares, 2011  Variáveis n Media Teste Graus de liberdade Probabilidade Qualidade de vida global X           Estado civil            Solteiro 9 31,9 a Anova: 92 0,007  Casado 53 40,5 A F =5,29      Viúvo 31 35,1 a       Habilitações literárias            Não frequentou a escola 41 33,2A Anova: 92 0,000   ciclo ensino básico 50 41,6 a F =9,97       ciclo ensino básico 2 40,5       Com quem vive            Sozinho 15 37,9 a        Cônjuge 49 40,7 a Anova: 92 0,000  Filhos 16 36,9 a F =7,29      Família de acolhimento 13 27,4 A       Rendimentos mensais            Menos 200euros 17 37,1 Anova: 92 0,679  Entre 200 e 450euros 65 37,6 F =0,39      Entre 450 e 1000euros 11 40,2       A, B, C diferenças estatisticamente significativas (p≤0,05) No que se refere às habilitações literárias (ANOVA: p=0,000), verifica-se que os utentes que não frequentaram a escola têm pior QV, existindo diferenças estatisticamente significativas com os que apresentam o ciclo de ensino básico (pos-hoc: p=0,004). Por último, em relação à variável com quem vivem, constata-se a existência de diferenças altamente significativas observando-se que os utentes que vivem em famílias de acolhimento percecionam pior QV (ANOVA: p=0,000). Não se observando diferenças significativas entre os sujeitos de acordo com os rendimentos mensais.

Na identificação dos níveis de dependência, que corresponde a um dos objetivos principais deste estudo, observou-se que 40% dos idosos são independentes, 18% são dependentes mínimos e 12% dependentes totais. Pela análise da Figura_3, na qual se apresentam os resultados das diferentes dimensões da QV por níveis de dependência constata-se que as componentes mais afectadas pelo nível de dependência são também a FF, DF e DE, sendo esse achado evidente desde a partir da classificação dependente mínimo.

[/img/revistas/reben/v67n6//0034-7167-reben-67-06-0913-gf02.jpg] Figura 3 Resultados das diferentes dimensões da QV por níveis de dependência* Diferença estatisticamente significativa p≤0,05  Na Tabela_2 apresentam-se as correlações entre as variáveis em estudo, verificando-se que com o aumento da idade diminui a componente física do SF-36 (r=-0,54; p=0,000), aumenta o nível de dependência (r=0,48; p=0,001) e por último diminui a componente física do SF-36 (r=-0,28; p=0,001). Observou-se ainda uma forte correlação negativa entre o nível dependência e as componentes físicas e mental do SF-36 (r=-0,62; p=0,001 e r=-0,34; p=0,040, respetivamente).

Tabela 2 Correlações entre as variáveis em estudo, Amares, 2011    Nível dependênciComponente FísicaComponente mental Idade 0,48** -0,54** -0,28** Nível dependência 1 -0,62** -0, 34* *estatisticamente significativa p≤0,05 **estatisticamente significativa p≤0,01; DISCUSSÃO Pela análise dos dados sócio económicos e demográficos observou-se que a nossa amostra caracteriza-se por um baixo nível de escolaridade, tendo exercido a sua actividade profissional no sector primário, tal como descrito nos resultados do recenseamento da população portuguesa(1). Estes aspectos "por si" condicionam o acesso à informação, principalmente no que se refere à disponibilidade de cuidados para uma qualquer condição de saúde, afectando a sua perceção de QV (17-18).

Ainda que se trate de uma questão periférica à nossa investigação, constatou-se que as mulheres são as principais cuidadoras, o que traduz o seu percurso fortemente marcado pelas obrigações familiares e domésticas(18). Verificou-se ainda que a maioria dos sujeitos em cuidador informal reporta-se como não tendo QV. A este respeito, Sequeira (2010)(3)reforça a importância dos cuidadores informais na garantia do envelhecimento bem sucedido, visando a manutenção da saúde e do bem-estar dos idosos dependentes.

Genericamente os participantes deste estudo demonstraram uma baixa percepção de QV relacionada com a saúde, evidenciando-se que a mesma é muito afectada pelo nível de dependência, idade avançada e o género. Em concordância com a literatura podemos destacar que o sexo feminino geralmente apresenta uma percepção da QV inferior ao sexo masculino(18-19), sendo que as razões que levam a esta avaliação mais negativa permanecem incertas. Pela análise das pontuações obtidas através da aplicação do SF-36, os resultados indicaram-nos que as componentes mais afectadas são a FF, DF e DE o que não se afasta muito do que é reportado em outros estudos similares(7-8,20). Neste sentido importa clarificar estes conceitos(21), em que a FF diz respeito a avaliação das limitações para execução de actividades físicas ligeiras, como tomar banho ou vestir-se, até às actividades mais vigorosas, passando por actividades intermédias como levantar ou carregar compras da mercearia, subir lanços de escadas, inclinar-se, ajoelhar-se, baixar-se ou mesmo andar uma determinada distância. Paralelamente, a escala do DF e do DE procuram incluir um juízo de valor, auto reportado sobre as implicações das suas limitações, concretamente no tipo e quantidade de trabalho executado, sendo certo que, estes conceitos estão inter-relacionados e actuam sobre a competência funcional do indivíduo.

Mais importante do que a semelhança entre as pontuações interessa a relevância do seu significado. Assim Peterson et al. (2006)(22), verificou-se que nesta faixa etária especialmente sensível às limitações funcionais e à degeneração da saúde, os aspectos da condição física pesam consideravelmente na noção de QV.

Paralelamente, os estudos indicam que os idosos tendem a ter uma vida isolada, com poucas oportunidades de convívio e socialização, que de uma forma ou outra os pode afectar psicologicamente, podendo-se reflectir no DE, na negligência para o autocuidado e na perda de autonomia(22).

De acordo com alguns trabalhos, tal como no presente estudo verificou-se uma relação negativa entre a idade e a percepção subjectiva de saúde, indicando que os défices na função física e cognitiva, associados ao avanço da idade, estão entre os preditores primários da diminuição da QV nos idosos(23). Também num estudo realizado pela University of California, Keeler (2010)(24) demonstrou-se que o estado funcional tem um forte impacto na qualidade e expectativa de vida dos idosos referindo que: um idoso de 75 anos independente tem uma expectativa de vida 5 anos maior do que o idoso da mesma idade com dependência para AVD; e a expectativa de vida de um idoso dependente de 75 anos é similar a de um idoso de 85 anos e independente.

A este aspeto acrescenta-se ainda o facto do nível de dependência se associar negativamente com a QV. Dentro desta linha de pensamento, com o avanço da idade a QV diminuiu mesmo em adultos saudáveis, podendo resultar num aumento da incidência de incapacidade para o uso de serviços e cuidados médicos, a perda de independência e a redução da QV(25).

Apesar dos resultados deste estudo serem consonantes com os existentes, apontamos como principal limitação, o reduzido tamanho da amostra. No entanto, procurou-se selecionar uma amostra aleatória que se pode considerar representativa para a análise do nível de dependência e QV desta população, que para esta análise que considerar múltiplos factores que se inter- relacionam, acrescentando-se ainda o facto deste grupo etário ser muito heterogéneo, dificultando a generalização dos resultados. Contudo com este estudo, ampliou-se o conhecimento que se objectiva necessário para o desenvolvimento de acções de prevenção e/ou minimização da morbimortalidade, no sentido de melhorar a QV da população em geral e dos idosos em particular. A existência de cuidadores informais e o nível de dependência dos sujeitos são os principais determinantes identificados. Esta problemática exige uma mudança política e social, onde se privilegie a atenção e acompanhamento dos cuidadores informais que garanta a promoção de ambientes facilitadores de autonomia e independência. Na vertente preventiva releva-se a importância de fomentar a participação dos idosos nas actividades de vida diária e na manutenção de estilos de vida mais activos, como sendo essenciais para a diminuição da dependência e aumento da sua expectativa face à QV.

CONSIDERAÇÕES FINAIS O significado atribuído à QV tende a transformar-se ao longo da trajectória pessoal do indivíduo, não por influência da idade em "si mesma", mas essencialmente devido a acontecimentos, mudanças e experiencias que acabam por se associar ao avanço da idade, onde se destaca o contexto familiar e as alterações de saúde.


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