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EuPTCEEn1646-98952011000100003

EuPTCEEn1646-98952011000100003

National varietyEu
Country of publicationPT
SchoolEx-Tech-Multi Sciences
Great areaEngineering
ISSN1646-9895
Year2011
Issue0001
Article number00003

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A aplicação do E-marketing em empresas de uma região Ultraperiférica: Região Autónoma da Madeira

1. Introdução A utilização da internet por utilizadores particulares e empresas aumentou ao longo dos anos e nos dias de hoje é difícil imaginar o mundo dos negócios sem o uso dos meios de comunicação electrónicos (Stormer & Meier 2009).

Ao longo dos anos mais pessoas usam a internet, em vez de livros, páginas amarelas, bibliotecas, stands de automóveis, departamentos de vendas ou agentes imobiliários, para procurarem informação (McKinsey, 2007). O negócio electrónico pode ser definido como uma partilha de informação de negócios, a preservação das relações comerciais e da direcção das transacções comerciais através de redes de comunicação (Zwass, 2003).

Numa sociedade em que o acesso à internet e às novas tecnologias está cada vez mais facilitado, as empresas procuram cada vez mais formas de divulgar os seus produtos e serviços. Dessa necessidade e fortemente apoiado nas potencialidades da Internet, surgiu o e-marketing, uma variante do Marketing convencional que se traduz na utilização das tecnologias de informação e comunicação no processo de criação, comunicação, fornecimento de valor aos consumidores e gestão das relações com os clientes.

O e-marketing utiliza como ferramentas principais a World Wide Web, E-commerce, E-mail, e-newsletter's1 , Motores de Busca, Fóruns e Banners, sendo desta forma possível chegar a milhões de pessoas quase instantaneamente e com custos muito reduzidos (Shipside, 2002). Mas o que o torna mais importante do que as outras vertentes do marketing é a interactividade, que possibilita estabelecer um diálogo com os consumidores. Com o crescimento da internet, o aparecimento de dispositivos que se podem ligar à rede aumentou exponencialmente possibilitando a exploração de novas vertentes de e-marketing. Para além dos dispositivos mais comuns, computador de secretária ou portátil, surgiram outros, como a televisão interactiva, quiosques interactivos, telemóveis e PDA's, que, com o aparecimento das tecnologias sem fios, como o 3G, SMS (Short Messaging Service) HSDPA (High Speed Data Packet Access), Wap (Wireless Application Protocol) e Bluetooth, tornou possível transferir e interpretar conteúdos em dispositivos móveis.

Este artigo resulta de um trabalho de investigação realizado às empresas da região autónoma da Madeira que procura identificar as suas práticas de e- marketing e encontra-se dividido em V secções. Depois da presente introdução, na secção II vamos fazer um enquadramento teórico, abordando conceitos e técnicas utilizadas no e-marketing, após o que falaremos da amostra e das metodologias utilizadas nesta investigação. Por fim, apresentaremos a análise dos resultados obtidos no trabalho empírico e faremos as considerações finais.

2. E-marketing O e-marketing, também conhecido por Online Marketing, segue as mesmas normas do Marketing tradicional, este é aperfeiçoado e as relações empresariais são fortificadas através da utilização da internet (Stormer & Meier 2009). Para Chaffey (2006), e-marketing pode ser considerado equivalente a internet marketing, no entanto o e-marketing é, por vezes, considerado mais abrangente visto referir-se à tecnologia digital como a Web, e-mail e wireless, incluindo também os sistemas de gestão digital de dados do cliente e gestão da relação com o cliente. Através da sua aproximação aos clientes, campanhas publicitárias online e da utilização de canais de media digital, o e-marketing consegue estar no centro do e-business (Chaffey & Smith, 2008).

O e-marketing tem impacto em todos os aspectos do Marketing tradicional, desde a estratégia ao planeamento através do marketing-mix, estudo do comportamento do consumidor e pesquisa de marketing (Chaffey & Smith, 2008). Segundo Stormer & Meier (2009) a bem conhecida fórmula AIDA (Attention, Interest, Desire, Action) ainda é válida e o site deve chamar a atenção aos utilizadores, despertar interesse, criar desejo e as vendas devem aumentar.

O marketing tornou-se cada vez mais individualizado e personalizado (Figura_1), e ao contrário do que seria de esperar, a individualização e personalização do marketing não tem grandes custos associados. Através da utilização de meios de comunicação electrónicos, multimédia e software, consegue-se uma personalização mais económica.

Segundo Chaffey & Smith (2008), o e-marketing é capaz de identificar, antecipar e satisfazer as necessidades dos clientes eficientemente: Identificar as necessidades dos clientes através dos seus comentários, pedidos e reclamações efectuados através do website e email da empresa; Antecipar as necessidades dos clientes através de questões e diálogos construídos com base na confiança adquirida; Satisfazer as necessidades com a prontidão de resposta, estado de encomendas, lembretes e serviço pós-venda combinado com um diálogo dinâmico. Eficientemente significa de forma automatizada ou parcialmente automatizada, mas não de forma impessoal.

O e-marketing desenvolve uma personalização em grande escala através do fortalecimento individual e interactivo das relações focalizadas no cliente, através da multimédia e processamento online (Stormer & Meier, 2009). O termo multimédia refere-se a vários tipos de media combinados, texto, imagem e som. Devido à media impressa não ter interactividade e à fraca interactividade da rádio e da televisão, a internet e os dispositivos móveis são interactivos por natureza.

As empresas utilizam a internet como veículo para chegar aos clientes em todo o processo de tomada de decisão. De acordo com dados do estudo da McKinsey (2007), em 2010 seria de esperar que a maioria dos clientes descobrissem novos produtos ou serviços online, e pelo menos um terço efectuasse compras através desses meios. Através do estudo foi possível perceber que as empresas respondentes mostram muito interesse na Web 2.02 e nos seus canais emergentes.

Para além dos canais emergentes, outros com algum tempo têm vindo a ser utilizados, onde se destacam: E-mail Marketing - é uma forma de marketing directo que utiliza os meios de comunicação electrónicos com a finalidade de entregar mensagens comerciais a um público-alvo e criar e gerir relações com os clientes (Stokes, 2008). Mesmo sendo uma das mais antigas formas de e-marketing, o e-mail marketing continua a ser uma das mais poderosas e eficientes. Esse poder e eficiência devem-se ao facto dos custos serem reduzidos, do seu grau de personalização ser elevado e de ser fortemente direccionado.

Publicidade online - abrange publicidade em motores de busca, publicidade em e- mails e qualquer outra forma em que os publicitários usem a internet. Seja online ou off-line, o objectivo da publicidade é aumentar o nível de vendas e estimular o consumidor a satisfazer as suas necessidades.

Marketing de afiliado - é um programa onde se estabelece um acordo com outras entidades que irão promover o nosso produto e enviar tráfego para o nosso website (Eley & Tilley, 2009). Em troca desta promoção de conteúdos são pagos bónus após o visitante ter completado uma certa tarefa no nosso website.

Marketing em meios sociais - baseia-se simplesmente na utilização dos meios sociais para promover produtos e empresas (Barefoot & Szabo, 2010). Este tipo de marketing deve ser um subconjunto das acções de e-marketing de uma empresa, complementando as tradicionais estratégias tais como e-mail marketing e campanhas de publicidade online.

Marketing viral - baseia-se em passar informação aos amigos, acerca de meios, produtos ou serviços que gostamos (Barefoot & Szabo, 2010). É uma técnica que explora os meios sociais existentes de modo a espalhar os conhecimentos de uma marca pelos utilizadores dessas comunidades. Cada utilizador dessa comunidade passa a informação para outro e assim sucessivamente, criando-se uma espécie de corrente. Com alguma sorte uma campanha de marketing viral pode ser bem sucedida, mas se não houver aceitação por parte dos utilizadores, pode falhar. Para que a velocidade de transmissão seja elevada, tem que existir um factor de espanto, ou seja, tem que causar grande impacto nos utilizadores (Chaffey, 2007).

Marketing móvel - é nos dias de hoje uma das grandes apostas das empresas. Com o crescente desenvolvimento dos dispositivos móveis estes tornaram-se essenciais ao dia-a-dia das pessoas. O telemóvel tornou-se um objecto pessoal, sempre ligado e com uma capacidade enorme de comunicação. Como objectos pessoais, os telemóveis não são partilhados tornando-se meios de comunicação exclusivamente direccionados para o seu utilizador (Krum, 2010). Segundo um estudo das empresas InMobi e comScore os consumidores estão a ficar mais confortáveis ao verem anúncios nos seus dispositivos móveis (eMarketer, 2010).

3. Definição da Amostra e Metodologias Utilizadas Com a rápida evolução das tecnologias de informação e comunicação e a globalização dos mercados, o e-marketing torna-se uma escolha viável e acessível monetariamente para a maior parte das empresas de regiões insulares relativamente isoladas em termos geográficos, como é o caso do arquipélago da Madeira. O facto destas empresas poderem utilizar as estratégias de e-marketing como uma forma de se aproximarem dos seus mercados geograficamente mais distantes, foi uma das razões para a escolha do universo deste estudo. Por outro lado, o crescimento do número de empresas nesta região, em particular empresas com base tecnológica, e o aumento das práticas de e-marketing em algumas dessas empresas foi outra das razões para a escolha desta amostra.

Antes de seleccionar a amostra definiram-se as seguintes questões de partida: - Quais as técnicas de e-marketing mais utilizadas e quais as que reflectiram melhores resultados? - Quais as vantagens e desvantagens da utilização do e-marketing nas empresas? - Que objectivos permite o e-marketing atingir, através da sua aplicação? - Como é que as empresas efectuam o planeamento das acções de e-marketing? - Quais as razões para a implementação de uma estratégia de e-marketing? - Qual a finalidade do website na empresa? - Qual a dimensão e actividade das empresas que utilizam o e-marketing? Para seleccionar a amostra, primeiramente efectuou-se uma pesquisa de empresas da Região Autónoma da Madeira em várias fontes, entre as quais directórios nacionais e regionais e páginas amarelas. Após ter sido elaborada uma listagem provisória de empresas da região, o requisito eliminatório foi a presença na Web. Com a devida filtragem efectuada obteve-se uma listagem com 260 empresas. Seguidamente, enviou-se um email com o URL do questionário e uma breve explicação dos objectivos da investigação.

Como resultado desse contacto e após alguma insistência, conseguiu-se a resposta de 111 empresas. De seguida, os dados recolhidos foram sujeitos a uma verificação visual, de modo a verificar o seu correcto preenchimento.

Numa primeira abordagem aos dados, recorreu-se a tabelas de frequência absoluta (N) e relativa (%), sendo também apresentados gráficos de forma a visualizar melhor a distribuição dos resultados obtidos.

As questões contempladas no questionário foram classificadas segundo a sua natureza. Assim, o questionário é composto por variáveis do tipo ordinal que são as que seguem uma escala de Likert, onde cada nível de resposta corresponde a um nome/atributo e, por fim, as de escolha múltipla.

De acordo com a natureza das questões e com o objectivo proposto, foram utilizadas um conjunto de técnicas de análise bivariada e multivariada, tais como o teste de Independência do Qui-Quadrado, os Coeficientes de Correlação paramétrico de Pearson e não paramétrico de Spearman e a Análise de Correspondência Múltipla, entre outras.

4. Análise de Resultados 4.1. Localização Geográfica, Número de Colaboradores e Sector de Actividade Neste estudo foram incluídas 111 empresas da Região Autónoma da Madeira, na maioria empresas do Funchal (79,3%), seguindo-se as empresas do Porto Santo (9,0%) e Santa Cruz (5,4%). Com valores abaixo dos 5%, surgem as empresas situadas em Câmara de Lobos (4,5%), São Vicente e Ponta do Sol, abrangendo em cada um destes Concelhos, uma única empresa respondente.

Em relação ao número de colaboradores de cada uma das empresas incluídas na amostra (Tabela_1), verificamos que a amostra é, sobretudo, de micro e pequenas empresas, pois temos mais empresas com menos de 10 colaboradores (46,8%) seguidas das que têm entre 10 a 49 colaboradores (35,1%).

No que se refere à actividade, verifica-se que 38,7% das empresas exerce a sua principal actividade no comércio por grosso e a retalho ou na reparação de veículos automóveis e motociclos. Seguem-se as empresas cuja actividade principal está relacionada com a consultoria, áreas científicas, técnicas e similares (10,8%), as de transporte e armazenagem (8,1%), as que exercem actividades de informação e de comunicação (7,2%) e as de actividades imobiliárias (6,3%). As restantes actividades registam percentagens na ordem dos 5% ou abaixo.

4.2. Principais Técnicas de E-marketing Utilizadas pelas Empresas da Região Autónoma da Madeira De acordo com os valores obtidos, existe a indicação de que as técnicas de e- marketing não são muito utilizadas pelas empresas incluídas na amostra, uma vez que os valores mais altos correspondem às empresas que nunca ou raramente recorrem a acções de e-marketing. Em destaque, 83,8% destas empresas nunca faz acções de Mobile Marketing, mais especificamente para dispositivos móveis, telemóveis ou PDA´s.

Outro facto é que sensivelmente metade destas empresas também nunca fazem acções de Search Engine Marketing, como forma de melhorar a posição do Website nos motores de busca, acções com recurso a Sistemas de e-CRM, que são sistemas de gestão de relações com clientes, e acções de Marketing Viral, mesmo sendo uma forma de fazer passar a mensagem de marketing de pessoa para pessoa através da Internet.

Das técnicas de e-marketing mais utilizadas, embora por poucas empresas, é de destacar as acções de e-mail marketing e as acções de Marketing em Redes Sociais, uma vez que cerca de 26%-27% destas empresas utilizam-nas entre bastante a muito frequentemente.

4.3. Técnicas de E-marketing que Produziram Melhores Resultados nas Empresas da RAM Para 57,7% das empresas incluídas na amostra, as acções relacionadas com o e- mail marketing, foram as que produziram melhores resultados (Figura_2). As segunda e terceira técnica de e-marketing com efeito positivo para a empresa, foram a publicidade Online (19,8%) e o marketing em Redes Sociais (11,7%).

4.4. Vantagens e Desvantagens do E-marketing Como vantagens do e-marketing, as opiniões dividem-se entre a facilidade de adaptação (38,7%) e os custos reduzidos (36,0%). Também a boa aceitação por parte dos clientes, para 22,5% dos responsáveis pelas decisões de e-marketing,é uma vantagem.Só 3 empresas consideram que o e-marketing não tem vantagens, o que representa 2,7% das empresas da amostra.

Quanto às desvantagens, era de se prever o resultado obtido quando 68,5% das empresas considera que o e-marketing não tem desvantagens, de acordo com os resultados da questão anterior. No entanto, para aproximadamente 20% dos responsáveis pelas decisões de e-marketing destas empresas, a resistência por parte dos clientes é uma desvantagem. A resistência por parte dos funcionários, é uma desvantagem na opinião de 8,1%, enquanto os custos acrescidos são a desvantagem apontada para 3,6% das empresas.

4.5. Factores Mais Relevantes na Selecção das Técnicas de E-marketing Ao que tudo indica, a opção pelo e-mail marketing e pelo Marketing em Redes Sociais tem a ver com o facto de serem as técnicas de e-marketing que apresentam custos mais baixos, na opinião de 45,9% da amostra, enquanto para 25,2%, isso deve-se à sua facilidade de implementação.

Ainda é de referir que 18,0% dos responsáveis pelas decisões de e-marketing destas empresas consideram que a selecção das técnicas de e-marketing utilizadas justifica-se pela familiarização com as mesmas. Por outro lado, o sector de actividade da empresa e o segmento de mercado alvo a atingir, não são factores muito relevantes na selecção das técnicas de e-marketing destas empresas.

4.6. Objectivos Atingidos Através do E-marketing Através da análise dos dados recolhidos, verificou-se que neste grupo de questões todos os inquiridos estiveram divididos entre duas opções. De referir que na opção Atingir os objectivos definidos, 55,9% não têm opinião definida e 27,0% concordam que o e-marketing lhes permitiu atingir os objectivos definidos. Relativamente ao e-marketing permitir uma maior promoção dos produtos e serviços, as empresas inquiridas não têm dúvidas quanto à sua resposta, com 48,6% a concordarem e 39,6% a concordarem totalmente.

4.7. Planeamento das Acções de E-marketing Atendendo ao que os dados indicam, pode-se afirmar que as próprias empresas da RAM concebem/propõem as suas acções de e-marketing (69,4%) e também as executam (80,2%). Estas respostas podem justificar-se através da preocupação em reduzir custos com as iniciativas de promoção das empresas (Tabela_2).

4.8. Elaboração de um Plano de E-marketing As empresas inquiridas revelaram algum desconhecimento acerca da elaboração de planos de e-marketing, tendo em conta que 42,3% dos inquiridos responderam NS/ NR/NA. 23,4% afirmam ter elaborado um plano de e-marketing (contra 34,2 que dizem que não o elaboraram).

A elaboração de um plano de e-marketing envolve um número de acções que devem ser integradas de forma a explorar sinergias e assegurar a consistência global do plano (Manarte & Teixeira, 2011), o que não parece ser feito pela maior parte das empresas inquiridas.

4.9. Razões da Implementação do E-marketing na Empresa e Público-alvo A promoção de produtos e serviços foi a razão mais escolhida, com cerca de 35,1% da taxa de resposta. De referir ainda que a redução de custos obteve uma percentagem significativa (18,0%), levando-nos a crer que os empresários estão cientes das principais vantagens do e-marketing (Tabela_3).

No que se refere aos públicos-alvo, a amostra revelou estar direccionada, quase na totalidade, para os consumidores finais (77,5%, contra 2,7% que pretendem atingir os revendedores e 2,7% que pretendem atingir ambos os públicos).

4.10. Finalidade do Website nas Empresas A maior parte das empresas optaram por contratar empresas especializadas para o desenvolvimento do seu website e 28 respondentes (25,2%) afirmam ter desenvolvido o seu website.

No que diz respeito aos objectivos do desenvolvimento do website, 47,7% dos respondentes afirmou que o objectivo principal era divulgar os objectivos e missão da empresa seguido por divulgar os produtos e serviços da empresa (31,5%). Estas duas respostas garantem-nos que os websites funcionam apenas como plataforma de divulgação da empresa.

Quanto à importância do website, as empresas foram confrontadas com duas questões: Qual a importância do website para o desenvolvimento da empresa e Qual a importância que os clientes dão ao website da empresa.

Em relação à primeira questão, a esmagadora maioria dos respondentes (86,5%) escolheu a opção Muito importante, o que nos leva a perceber que o website trouxe benefícios à empresa, consequência provável da divulgação da empresa online.

Na segunda questão, as opiniões não são tão direccionadas, pois 41,4% dos respondentes afirmaram que os clientes dão muita importância ao website. Uma explicação provável para esta resposta é o facto de as empresas terem recebido feedback positivo em relação ao website, quer tenha sido por iniciativa do cliente ou da própria empresa. Os 40,5% de respostas referentes à opção NS/NR/ NA leva-nos a crer que as empresas, apesar de possuírem website, não têm qualquer informação quanto à sua utilidade por parte dos clientes.

4.11. Técnicas de E-marketing Utilizadas Segundo o Número de Colaboradores e o Concelho de Localização da Empresa Número de colaboradores Após o resultado do teste de Independência do Qui-Quadrado, ficou provado que o número de colaboradores influencia significativamente a utilização de algumas técnicas de e-marketing: e-mail marketing, marketing viral e sistemas de e-CRM.

Quando testada a hipótese de independência entre a utilização destas três técnicas de e-marketing e o número de colaboradores da empresa, o sig. obtido foi inferior a 0,05, rejeitando assim a hipótese referida. Sob estas condições é que podemos afirmar que a frequência com que são utilizadas estas três técnicas de e-marketing, depende significativamente do número de colaboradores que a empresa tem. Desta forma recorreu-se à Análise de Correspondência Múltipla (MCA) para encontrar os grupos de empresas que provocam a associação significativa.

Como resultado da Análise de Correspondência Múltipla, surge o gráfico (Figura 3) com as duas dimensões que englobam a frequência com que são utilizadas as acções de e-mail marketing, marketing viral e as que recorrem a sistemas de e- CRM e o número de colaboradores que estas empresas têm. Os Alphas de Cronbachobtidos em cada uma das dimensões 1 e 2 foram de 0,676 e 0,738, respectivamente, o que sendo superiores a 0,6 torna a consistência interna de cada uma das dimensões admissível.

Verifica-se então que nas empresas com mais de 250 colaboradores existe um grupo homogéneo de empresas que recorre algumas vezes às acções que têm recurso a sistemas de e-CRM assim como às acções de marketing viral. nas empresas com 50 a 250 colaboradores, existe uma tendência para nunca fazerem acções de e-mail marketing e de marketing viral. Quanto às empresas que têm entre 10 a 49 colaboradores, a tendência é para fazerem sempre acções com recurso a sistemas de e-CRM e, também, acções de e-mail marketing e de marketing viral. Por fim, as empresas de dimensão mais pequena, ou seja, as que têm menos de 10 colaboradores, podem ser identificadas com as que nunca fazem acções com recurso a sistemas de e-CRM.

Concelho de Localização da Empresa Perante o resultado do teste de Independência do Qui-Quadrado, não podemos afirmar que existe associação significativa entre o tipo de técnicas de e- marketing utilizadas por estas empresas e o Concelho onde exercem a sua actividade. Esta afirmação tem por base os sig.´s, que, sendo todos superiores a 0,05, não permitem rejeitar a hipótese de independência entre a frequência com que são utilizadas as técnicas de e-marketinge o Concelho onde está situada a empresa.

Actividade da Empresa Uma vez que existem muitas actividades, apenas foram incluídas nesta fase do estudo as que obtiveram percentagem superior a 10%, que foram duas: as que exercem a sua actividade no comércio por grosso e a retalho ou na reparação de veículos automóveis e motociclos (38,7%) e as que têm a sua actividade principal relacionada com a consultoria, áreas científicas, técnicas e similares (10,8%).

De acordo com os resultados do teste de Independência do Qui-Quadrado, verificou-se que existia uma relação significativa entre a frequência com que as acções de marketing em redes sociais são utilizadas e a actividade que a empresa exerce. Desta forma, recorreu-se novamente à Análise de Correspondência Múltipla de forma a encontrar os grupos de empresas responsáveis pela relação significativa (Figura_4).

Na figura anterior, os níveis da designação da actividade exercida pela empresa encontram-se sobre o eixo do zero ao longo da dimensão 1, pelo que apenas vamos falar de uma tendência para a existência dos grupos homogéneos criados. Outro motivo para se falar apenas de uma tendência é que os Alphas de Cronbach obtidos em cada uma das dimensões foram inferiores a 0,6, o que torna a consistência interna inadmissível.

Assim, existe uma tendência para que sejam as empresas de consultoria, das áreas científicas, técnicas e similares as que fazem sempre acções de marketing em redes sociais, enquanto as de comércio por grosso e a retalho ou de reparação de veículos automóveis e motociclos são, tendencialmente, as que nunca fazem acções deste tipo.

4.12. Avaliação Média feita às Acções de e-marketing e a sua Frequência Média de Utilização Quando testada a hipótese da variável que mede a frequência média da utilização das acções de e-marketing destas empresas seguir uma distribuição normal, o sig. obtido foi inferior a 0,05, pelo que temos de rejeitar a hipótese de distribuição normal. Embora na variável que mede a avaliação média feita às acções de e-marketing exista distribuição normal (pois o sig. obtido foi superior a 0,05, não rejeitando a hipótese da normalidade), temos de recorrer ao Coeficiente de Correlação não paramétrico de Spearman, porque não está reunido o pressuposto da normalidade em ambas as variáveis.

Segundo os resultados do coeficiente de Correlação de Spearman (Figura_5), podemos verificar que existe uma correlação significativa entre a frequência média de utilização das acções de e-marketing e a avaliação feita às mesmas.

Assim, verificou-se que a utilização moderada das várias acções de e-marketing terá um efeito positivo nos objectivos que a empresa pretende alcançar.

Verificou-se ainda que as empresas que recorrem sempre ao e-marketing são as que avaliam mais positivamente o efeito das acções utilizadas, nos objectivos da empresa.

5. Conclusões A ausência do planeamento das estratégias de e-marketing é um dos problemas mais frequentes nas empresas, pois através desse planeamento é possível definir e perceber a estratégia da empresa, permitindo uma correcta aplicação das técnicas de e-marketing.

O estudo revelou que a maioria das empresas da amostra tem o website apenas como uma plataforma de divulgação da empresa e produtos/serviços associados.

Neste ponto seria uma mais-valia a inclusão de serviços de atendimento online e secções de feedback, de forma a fortificar a relação com o cliente.

No geral, a utilização do e-marketing está a ser bem efectuada, mas futuramente deverá ser mais incentivada, de modo a que as empresas possam aproveitar todas as oportunidades de mercado possíveis para esta região.

Uma das grandes limitações do estudo prende-se com o tamanho reduzido da amostra. Com uma amostra de uma dimensão superior, os resultados obtidos poderiam ser um pouco diferentes.

A maioria das empresas existentes na Região Autónoma da Madeira não cumpria os requisitos mínimos exigidos para a inclusão neste estudo. O factor tempo foi também uma condicionante, pois algumas empresas demoraram mais tempo do que seria previsto, atrasando um pouco o processo de recolha de dados.

O estudo permitiu verificar o estado da arte do e-marketing nesta região, tendo-se obtido resultados interessantes que nos permitem alertar para a necessidade de melhoria dos processos de promoção das empresas com a utilização destas técnicas. Conseguiram-se ainda verificar relações entre a utilização de determinadas técnicas de e-marketinge a tipologia de empresas, em termos da sua dimensão e actividade.

No futuro seria interessante verificar se as práticas de e-marketing se manterão semelhantes, ou se as actuais dificuldades financeiras obrigarão as empresas a apostarem em força nesta área para diversificarem mercados sem incorrerem em grandes custos.


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