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EuPTCVAg0870-63522013000100004

EuPTCVAg0870-63522013000100004

National varietyEu
Country of publicationPT
SchoolLife Sciences
Great areaAgricultural Sciences
ISSN0870-6352
Year2013
Issue0001
Article number00004

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Metro do Porto: O Crescimento e a Instalação das Árvores no Espaço Urbano

1 -Introdução Atualmente 50% da população mundial reside em espaços urbanos, pelo que compreender a evolução ecológica da floresta urbana permite obter diretrizes sobre as dinâmicas sócio-ecológicas e as influências destes elementos nos ecossistemas (LAWRENCE et al., 2012) nos espaços urbanos.

O crescimento dos espaços urbanos e das atividades que se desenvolvem promovem um conjunto vasto de alterações a diferentes níveis tais como: definição de um micro-clima específico, redução da biodiversidade, redução de zonas permeáveis e de espaços relacionados com a natureza, aumento da poluição, resíduos e consumo dos recursos naturais (ex: contaminação e redução de recurso solo, contaminação e redução de recursos hídricos) (COSTA, 2007) aspetos que vão naturalmente levar a alterações no comportamento do material arbóreo.

A plantação de árvores jovens nos espaços urbanos constitui uma componente fundamental na valorização da paisagem urbana, a qual não é correspondida por trabalhos de investigação dispondo-se de escassos indicadores de sucesso pelo que este artigo apresenta uma proposta de Indicadores da Capacidade de Crescimento e Implementação das Árvores. Para se chegar a estes indicadores ter-se-ão que considerar os crescimentos, a mortalidade e o vigor das árvores nos primeiros anos após a plantação e o consequente monitoramento ao longo da vida destas árvores.

Segundo BRADSHAW e WALMSLEY (1995), aproximadamente 10% das árvores morrem no seu primeiro ano de plantação havendo, no entanto, indicadores de que a taxa de mortalidade pode também ser elevada no segundo ano após a plantação, tendo picos de mortalidade na primavera e no outono. Segundo a mesma fonte, poderá ainda ocorrer um pico de mortalidade no terceiro outono que se deve essencialmente aos efeitos da seca do verão. Dados obtidos em vários estudos realizados na Europa e nos Estados Unidos (NOWAK et al., 1990; CASTEL­BRANCO e REGO, 1998; LAKOVOGLOU et al., 2002; PAULEIT et al., 2002; BOND, 2005) para árvores em espaço urbano as principais causas da mortalidade das árvores de arruamento relacionam-se com as condições do espaço e as intrínsecas à própria árvore, destacando-se como principais fatores: dimensão da área metropolitana/ urbana, deficit hídrico, deficiência em nutrientes, vandalismo, compactação do solo, lesões por ação mecânica, condições da árvore, tamanho, idade, uso do solo, estrato socio-económico, participação da comunidade e a manutenção.

LAWRWNCE et al., (2012), NOWAK et al., (1990) e GILBERTSON e BRADSHAW, (1985) citados por NOWAK et al., (1990), verificaram que no Norte de Inglaterra a mortalidade em árvores recém-plantadas foi geralmente maior em áreas metropolitanas de grande dimensão do que em pequenas cidades, tendo-se atribuído as prováveis diferenças de valores às características específicas do local em que se inserem, vandalismo e práticas e técnicas de plantação e manutenção. Também determinaram como causas mais frequentes de mortalidade das árvores recém-plantadas o stresshídrico e a escassez de nutrientes (56%), seguido por vandalismo (18%), enforcamento por cintas ou atilhos (12%), compactação do solo (9%) e técnicas impróprias de tutoramento e fixação (5%).

No que diz respeito à relação possível de estabelecer entre as características dendométricas da árvore quando da plantação e sua mortalidade, NOWAK et al., (2004) através de estudos que efetuou em Syracuse, Nova Iorque, apurou que árvores com diâmetros à altura do peito (dap) medidos a 1, 30m do solo superiores a 77 centímetros têm taxas significativamente altas de mortalidade (5,4% média anual de taxa de mortalidade). As mesmas fontes referem ainda, com base em estudos realizados em Baltimore entre 1999 e 2001, que árvores pequenas em arruamento (0-7,6cm dap) tinham uma elevada taxa de mortalidade anual (9%) que as árvores com 7,7-15,2cm de dap apresentavam uma taxa de mortalidade anual de 6,4%, para árvores com 15,3-30,5cm de dap a taxa de mortalidade era de 4,3% e, finalmente, para árvores com 30,6-45,7cm de dap a taxa anual de mortalidade era de 0,5%, verificando-se que as taxas de mortalidade anuais voltavam a aumentar a partir de dap com 45,8cm mantendo-se os valores entre 3 e 4%.

Ainda sobre a mortalidade anual em árvores jovens de arruamento num período superior a 10 anos apresentam-se os dados obtidos em Boston (NOWAK et al., 2004) sendo em média de 9% (valor médio) com intervalos muito variáveis de 3% a mais de 38% dependendo dos empreiteiros que executaram as empreitadas. Em Oakland, estudos semelhantes apresentaram uma taxa de mortalidade média anual para árvores recentemente plantadas de 19% durante um período de dois anos e, em Baltimore, Marylan, a taxa anual de mortalidade foi de 6,6% para árvores jovens e num período de 2 anos (1999-2001) No que diz respeito a estudos realizados na Europa e inseridos no programa COST Action E12 (União Europeia) sobre Tree establishment practice in towns and cities que envolveu 17 países e 100 cidades (1999 - 2001) relativamente à mortalidade concluiu-se que, na Dinamarca, nos 10 primeiros anos a taxa de substituição das árvores recém plantadas durante a fase de instalação era de 22% para os arruamentos e de 8% para os Parques. Dados da Finlândia da fase de estabelecimento nos primeiros 2 anos eram de 10% para os arruamentos e de 7% de para os parques. Em todos os países a taxa de reposição de árvores é maior em ruas do que em parques (PAULEIT, 2002).

Em Portugal, o trabalho de transplante de árvores no Parque Botânico Arbutus do Demo em Vila Nova de Paiva, em Abril de 2004, realizou medições entre Julho e Agosto para avaliação do primeiro semestre após os transplantes. Com este trabalho verificou-se uma taxa média de mortalidade das árvores de 28,3%. As árvores apresentavam alturas muito variáveis desde 21,30m até apenas 1,00m e inferior, e pap também muito variáveis sendo o maior 46 cm e o menor, 1cm. Os autores atribuem como principais fatores responsáveis por esta mortalidade o stressprovocado pela falta de água, o tipo de solo e as condições de plantação (tempo excessivo entre o momento do arranque e o da plantação), feridas no tronco, fixação a árvore levando à queda sua árvore pelos ventos e as geadas tardias (SANTOS et al., 2005).

Um outro estudo realizado em Portugal também relevante para o presente caso por ter recorrido a um elevado número de plantas jovens decorreu no âmbito das plantações experimentais da Expo 98 (Lisboa) e incidiu em 1013 árvores e 182 espécies. Teve por objetivo testar a evolução da sobrevivência das árvores e a sua resistência ao transplante. As árvores foram plantadas em 1995 tendo-se procedido a dois períodos de avaliação (quando da plantação entre Abril de 1995 e Maio de 1996 e de Abril de 1995 a Fevereiro de 1998). Face aos valores médios obtidos para as avaliações verificou-se que as árvores com melhor capacidade de adaptação ao local eram: Aesculus hippocastanum, Betula celtiberica, Catalpa bignonioides, Cedrus deodara, Cedrus libani, Cupressus sempervirens, Ginkgo biloba, Morus nigra, Phoenix canariensis, Phoenix dactilífera, Pinus pinea, Pinus halepensis, Trachycarpus fortunei, Celtis australis, Cercis siliquastrum, Populus alba, Populus nigra, Populus x canescens, Albizia julibrissin, Brachychiton pulpuneum, Quercus paluestris, Quercus rubra, Sorbus torminalis, Ficus elastica e Ficus macrophylla(SOARES, 2006; CASTEL-BRANCO e REGO, 1998).

A adaptação das árvores é um fator importante de analisar pelas condicionantes a que estão sujeitas nos espaços urbanos pois, por vezes verifica-se ser esta adaptação ao ambiente urbano difícil e prolongada levando frequentemente ao seu desenvolvimento de modo debilitado, sendo facilmente atacadas por fungos ou insetos, ou aparecendo situações de dieback(sinais de morte progressiva), oferecendo uma imagem estética negativa e com problemas de estabilidade estrutural (SOARES, 2006), invertendo os objetivos pretendidos com a plantação.

A avaliação do vigor das árvores urbanas é subjetiva podendo ser ponderadas diferentes variáveis tais como: ramos secos, quantidade e severidade da cloroses, crestamento nas folhas, densidade da copa, injúria estrutural, doenças ou podas excessivas e/ou incorretas e crescimentos deficientes (BIONDI e REISSMANN, 1997).

2 - Área de estudo e métodos As árvores em estudo fazem parte do corredor verde do Metro do Porto nos concelhos da Maia e Matosinhos, tendo sido plantadas no âmbito do desenvolvimento de projetos de Integração Paisagística. As empreitadas de construção dos espaços verdes começaram em Novembro de 2000 (Linha de Matosinhos) tendo havido uma quase permanente continuidade de empreitadas de espaços verdes até 2011 (Linha de Gondomar). Os dados de levantamento correspondem a árvores plantadas em espaço urbano ao longo de quase 9 anos (Nov. 2000 a Set. 2009). Foram analisadas árvores predominantemente plantadas em arruamentos, vias do Metro, praças, largos, jardins, parques e espaços verdes de enquadramento, com o objetivo de requalificação dos espaços urbanos.

Foram escolhidos, no contexto do presente estudo, duas tipologias de espaços associados do Metro do Porto para ilustrar o comportamento das árvores nas várias situações urbanas, considerando os seguintes aspetos: a ) locais de tráfego intenso, zonas industriais e infraestruturas relevantes (ligações ao aeroporto, plataforma logística e porto de Leixões), com poluição e grande densidade populacional - troços do Metro de Matosinhos.

b ) locais de tráfego mediano com localização de algumas infraestruturas, razoavelmente poluídos e com construção em grande diversidade de situações havendo zonas urbanas, rurais e florestais ' troços do Metro da Maia e Matosinhos.

Considerou-se que as árvores, quanto às condições de plantação, obedeciam a três modelos: em terreno, em caldeira e em trincheira. O modelo em terreno reporta­se a árvores plantadas em jardins, parques, rotundas ou zonas de enquadramento ou seja, em espaços com áreas relativamente largas e extensas. A plantação em caldeira considerou que as árvores se situavam em espaços impermeáveis e eram plantadas em espaços quadrados, redondos ou retangulares, contidos com áreas nunca superiores a 4m2. Finalmente, o modelo em trincheira, considerou que as árvores se situavam em espaços compartimentados, retangulares, tendo um dos seus lados largura não superior a 2,5m e o outro largura igual ou superior a 10,0m.

O levantamento de campo foi realizado entre Junho e Setembro de 2009 abrangendo 2289 árvores. Foramexcluídas as espécies e exemplares que se encontravam em taludes excessivamente inclinados, em zonas fechadas por muros ou vedações, as que se apresentavam com número insuficiente de exemplares para dar dados relevantes e as que apresentam características de desenvolvimento de grande especificidade como sejam o caso das Palmeaceas.

Trata-se assim de um trabalho realizado sobre uma situação concreta de avaliação do comportamento do material vegetal inserido num corredor verde urbano decorrente de uma obra de construção de metro. Analisaram-se diferentes contextos urbanos, resultantes de diferentes projetos, que se concretizaram em diferentes empreitadas e construtores. Amostraram-se cerca de 92% do número total de árvores sujeitas a levantamento ou de cerca de 77% se consideradas apenas as árvores vivas procurando que as amostragens sejam representativas das árvores plantadas ao longo do corredor verde do Metro do Porto (Tabela_1).

Para a avaliação dos acréscimos anuais médios de pap e dos acréscimos anuais médios de alturas das árvores fizeram-se medições dendométricas na altura da plantação e posteriormente em 2009. Para a avaliação da mortalidade consultaram­-se os projetos de Integração Paisagística e os dados fornecidos pela Metro do Porto S.A. e pelas Câmara Municipal da Maia e Câmara Municipal de Matosinhos. Era conhecido o número total de árvores plantadas e o número de árvores que se encontravam mortas ou inexistentes no local por terem sido removidas e/ou por se encontrarem mortas em 2009. De acordo com os dados fornecidos pela Metro do Porto S.A. e pelas Câmara Municipal da Maia e de Matosinhos não tinham sido efetuadas praticamente substituições de árvores pelo que a mortalidade das árvores até 2009 corresponderá às plantações realizadas desde a obra.

Para a avaliação da mortalidade definiram-se classificações decorrentes da percentagem de árvores mortas em cada espécie/forma/cultivar/hibrido sendo aplicada a classificação de Elevado quando a mortalidade era inferior a 10%; Alto quando a percentagem da mortalidade estava compreendida entre 10-20%; Médio para percentagens de mortalidade entre 20-40%; e, por fim, a classificação de Baixo (B) e quando as percentagens de árvores mortas eram superiores a 40%.

Para a avaliação do vigor, os parâmetros estabelecidos e que foram avaliados por observação visual durante o levantamento de campo foram: Feridas em troncos e colo, descoloração e/ou crestamento de folhas, dieback(sinais de morte progressiva), inclinação da árvore, presença de fungos e/ou bactérias (avaliação de diferentes níveis de infestação), compactação do solo, podas excessivas e/ou incorretas, ramos e troncos mortos. Seguiu-se a classificação em árvores viáveis correspondendo às árvores boas, vigorosas, que não apresentam sinais de danos mecânicos, doenças, feridas graves, verticalidade e folhagens sem problemas, e a classificação das árvores em stresscorrespondendo às que estavam em estado razoavelmente satisfatório, com pequenos problemas de danos físicos e de pragas ou as que apresentando ainda algum declínio se considerava ser possível serem sujeitas a tratamentos de recuperação. As árvores em estado de grave declínio e com sintomas de infestação muito avançada, verificando-se ser quase impossível a sua recuperação e tratamento, foram consideradas como mortas. Seguiu-se a avaliação percentual das árvores viáveis ou em stresspara cada espécie/forma/ cultivar/hibrido sendo aplicada para as árvores em stressuma classificação de Baixo quando a percentagem de árvores nesta condição era superior a 40%; de Médio quando as árvores em stressse encontravam numa percentagem entre 20-40%; de Alto para percentagens entre 10 e 20%; e de Elevado quando as árvores em stressestavam numa percentagem inferior a 10%. Aplicou-se também uma classificação para a viabilidade sendo que quando as árvores viáveis se encontravam numa percentagem superior a 90% era de Elevado; quando a percentagem se situava entre 50-90% a classificação era de Alto; entre 30-50% de Médio; e a percentagem de árvores viáveis era inferior a 30% de Baixo.

3 - Resultados e discussão 3.1 - Acréscimos médios anuais Foram avaliadas 29 espécie/forma/cultivar/híbrido. No que diz respeito aos pap e alturas das árvores no momento da plantação verificou-se terem dimensões semelhantes em que: - 38% das árvores apresentavam alturas compreendidas entre 4,5-4,0m, seguindo- se 30% com alturas compreendidas entre 5,0-4,5m, 21% com 3,5-3,0m de altura, sendo as restantes classes de alturas quer superiores a 5,0m ou inferiores a 3,0m pouco representativas mas nunca ultrapassando os 6,0m ou sendo inferiores a 1,5m.

- 52% das árvores foram plantadas com pap entre 16-18cm seguindo-se 28% com 14- 16 cm e 9% com 12-14cm do número total de árvores plantadas. As restantes classes não apresentam valores significativos nunca tendo os pap valor inferior a 8cm ou superior a 30cm.

A análise dos acréscimos médios dos pap e das alturas permitem identificar quais as espécies/formas/cultivares/híbridos que apresentam comportamentos mais distintos. Constatou-se que algumas das árvores apresentavam acréscimos médios anuais muito elevados e que outras, pelo contrário, apresentavam acréscimos quase impercetíveis tendo-se estabelecido 3 classes para os acréscimos: Elevados quando os acréscimos médios anuais de pap são superiores a 6cm/ano; Médios quando compreendidos entre 6 e 3cm/ano; e, por fim, Baixos quando com valores iguais ou inferiores a 3 cm/ano. Na Tabela_2 apresentam-se os valores obtidos para as várias árvores e a respetiva classificação.

As árvores com crescimentos médios anuais de pap Elevados são: Acer negundo, Acer rubrum, Columnare, Betula celtiberica, Casuarina equisetifoia, Cupressus sempervirens sempervirens, Pinus pinea, Populus nigra. Italica. Quanto às árvores que compreendem o grupo dos acréscimos Médios são: Cupressus sempervirens. Pyramidalis, Eucalyptus globulos, Liquidambar styraciflua, Platanus x hispanica, Populus nigra, Prunus serrulata Kanzan, Quercus suber, Robinea pseudoacacia Pyramidalis, Ulmus procera. No que diz respeito às árvores com acréscimos Baixos tem-se: Acer pseudoplatanus, Camellia japonica, Fraxinus angustifolia, Jacaranda mimosifolia, Liriodendron tulipifera Fastigiata, Liquidambar styraciflua Lane Roberts, Magnolia x soulangeana, Melia azedarach, Metrosiderus robusta, Prunus avium Plena, Quercus robur, Sorbus aucuparia, e a Tilia cordata.

No que diz respeito aos acréscimos médios anuais em altura verifica-se que podem também ser definidos três grupos: árvores com acréscimos médios em altura anuais Elevados as que apresentam acréscimos superiores ou iguais a 100cm/ano; acréscimos Médios anuais quando compreendidos entre 100 e 50cm/ ano; e, por fim, os acréscimos anuais Baixos quando os valores são inferiores a 50 cm/ano.

Quanto às árvores que podem ser classificadas como tendo acréscimos de crescimento médios anuais de altura são: Acer negundo, Eucalyptus globulos, Casuarina equisetifoia, Liquidambar styraciflua, Robinea pseudoacacia Pyramidalis, Magnolia x soulangeana, Platanus x hispanica, Liriodendron tulipiferaFastigiata, Populus nigra, Prunus serrulata Kanzan, Quercus suber , Pinus pinea, Tilia cordata e Quercus robur .O grupo de árvores que apresentam menores acréscimos médios anuais em altura correspondem a: Ulmus procera, Cupressus sempervirens Pyramidalis, Fraxinus angustifolia, Acer pseudoplatanus, Metrosiderus robusta, Jacaranda mimosifolia, Liquidambar styraciflua Lane Roberts, Prunus avium Plena, Melia azedarach, Camellia japonica.

Verifica-se existirem árvores que, face às condições presentes na Área Metropolitana do Porto, apresentam acréscimos médios anuais em altura notáveis (Elevados) como são o caso das Betula celtiberica, Acer rubrum Columnare e Populus nigra Italicaonde valores da ordem dos 3,0m e dos 2,0 m são verificados por ano, e da Sorbus aucupariacom 1,4m e do Cupressus sempervirens sempervirenscom 1,2m.

As árvores que apresentam acréscimos médios anuais Elevados quer no crescimento em altura quer em pap são: Acer rubrum Columnare, Betula celtiberica, Cupressus sempervirens sempervirens e Populus nigra Italica.

Também se constata que para uma mesma espécie os cultivares apresentam valores significativamente distintos nos acréscimos médios anuais dos pap e que entre forma e cultivar de uma mesma espécie também os valores são distintos.

Vejam-se os exemplos de: Cupressus sempervirens sempervirensapresenta aumentos de pap de 6,88cm enquanto Cupressus sempervirens Pyramidalis anda na ordem dos 4,05cm; Populus nigra Italicaapresenta acréscimos médios anuais de 10,91cm enquanto o Populus nigra4,41cm; Liquidambar styracifluaapresenta acréscimos de 3,84cm e o Liquidambar styraciflua Lane Roberts 0,75cm.

Á semelhança do que se verificou para os pap também se verificam variações significativas nas taxas de acréscimo das alturas médias entre espécies e cultivares e entre forma e cultivar de uma mesma espécie, vejam-se os exemplos de: Cupressus sempervirens sempervirensque apresenta aumentos médios anuais em altura de 1,21m enquanto o Cupressus sempervirens Pyramidalis anda na ordem dos 0,77m; O Populus nigra Italicaapresenta acréscimos médios anuais em altura de 1,99m enquanto o Populus nigra de 0,57cm; Os Liquidambar styracifluaapresentam acréscimos médios anuais em altura de 0,85m e para o Liquidambar styraciflua Lane Roberts de 0,25m.

3.2 - Mortalidade das árvores em espaço urbano e por situação de plantação Na avaliação da mortalidade foram tidas em conta as árvores mortas e as árvores que se encontram em grave declínio consideradas irrecuperáveis de acordo com os princípios estabelecidos na metodologia. Foi obtida uma percentagem de 15,9% de mortalidade para as árvores plantadas ao longo dos 9 anos em análise. Este valor pode ser considerado muito interessante dado ser inferior a valores obtidos noutros estudos, nomeadamente os referidos para Oakland com taxas de mortalidade médias anuais para árvores recentemente plantadas num período de avaliação de 2 anos de 19%, (NOWAK et al., 2004) ou para os 10 primeiros anos de plantação nos arruamentos de 22% e para Parques de 8% na Dinamarca, ou para a Finlândia para os primeiros 2 anos de implantação com 10% para os arruamentos e 7% para os Parques (PAULEIT, 2002). O Metro do Porto, tratando-se de um corredor verde associado a uma infraestrutura linear intimamente ligado à mobilidade urbana, tem predominantemente árvores plantadas em tipologias diversas de espaços públicos como arruamentos, estacionamentos, vias de metro e espaços verdes de enquadramento, e menos em parques e jardins, pelo que as percentagens de mortalidade deverão ser analisadas na perspetiva da arborização de arruamento (Tabela_3).

Estando as árvores plantadas em situações diferentes avaliou-se a relação entre o modelo de plantação (em terreno, em caldeira e em trincheira) e a mortalidade (Tabela_4).

O total percentual de árvores mortas ao longo de 9 anos de monitorização foi de 15,86% e inclui todas as árvores mortas inventariadas em todas as tipologias de espaços: jardins, parques, rotundas e espaços verdes de enquadramento (predominantemente em terreno), praças, largos, parques de estacionamento, arruamentos (predominantemente em caldeira) e vias de metro e estações, (predominantemente em trincheira).

A Tabela_4 fornece as percentagens das árvores que se encontram mortas em diferentes modelos de plantação. A maior percentagem de árvores mortas verifica­se na plantação em terreno contribuindo com 11,84% da mortalidade seguindo-se com valores muito inferiores nas caldeiras com 3,93% e as trincheiras com um valor residual. É nas árvores em terreno que se verifica a maior mortalidade pois sendo o modelo adotado em 53% do total das árvores plantadas contribui com 74,65% das árvores encontradas mortas.

De acordo com o observado, nos levantamentos de campo pode dizer-se que os principais problemas verificados nas árvores situadas em terreno eram: a tutoragem, enforcamento por cintas e atilhos, injurias provocadas pelas ações de manutenção nomeadamente feridas nos troncos pelas máquinas corta relvas e cortes do colo pela roçadora. Algumas árvores apresentavam patologias decorrentes da presença de fungos e bactérias.

Nas árvores que se situavam em caldeira verificava-se que estavam muito sujeitas a vandalismo principalmente devido a choques mecânicos, sobretudo provocados pelos automóveis, e deposição de produtos tóxicos, seguindo-se stresshídrico e deficiência de nutrientes e compactação de solos. Também apresentavam fungos e bactérias e problemas com tutoragem, enforcamento por cintas e atilhos.

3.3 - Mortalidade e vigor das árvores Fazendo-se a avaliação das percentagens de mortalidade verifica-se haver espécie/ forma/cultivar/híbrido cuja mortalidade é Baixa e outras com mortalidade Elevada. A Tabela_5 sumaria os principais resultados obtidos com a avaliação da mortalidade e do vigor.

As árvores que apresentam elevada percentagem de mortalidade e falta de vigor são a Betula celtiberica, Camellia japonica, Robinea pseudoacacia Pyramidalis e a Sorbus aucuparia.Por oposição, existem árvores com grande vigor e baixa mortalidade manifestando uma fácil adaptação às condições de plantação e do espaço, como sejam o Acer negundo, Acer pseudoplatanus, Acer rubrum Columnare, Casuarina equisetifoia, Cupressus sempervirens Pyramidalis Metrosiderus robusta, Pinus pinea, Populus nigra, Prunus serrulata Kanzan e Tilia cordata.

3.4 - indicador de Capacidade de Crescimento e de Implementação em Espaço Urbano A relação entre todos os parâmetros fez-se a partir das classificações atribuídas. No entanto considerou-se que mortalidades muito elevadas eram fortemente condicionadoras da implementação das árvores em espaço urbano sendo um fator superlativo e que se sobrepõe sobre a média obtida.

Tem-se assim para a área Metropolitana do Porto que as espécie/forma/ cultivar/ híbrido que apresentam grande capacidade de crescimento e de implementação em espaço urbano, tendo obtido classificação de Elevado são: Acer negundo, Acer rubrum Columnare, Casuarina equisetifoia, Cupressus sempervirens sempervirens, Pinus pinea e a Populus nigra Italica. Apresentando desempenhos também de grande interesse para espaço público obtendo a classificação de Alto tem-se: Cupressus sempervirens Pyramidalis, Eucalyptus globulus, Liquidambar styraciflua, Liriodendron tulipiferaFastigiata, Platanus x hispanica, Populus nigra, Prunus serrulata Kanzane a Tilia cordata.

As plantas classificadas com Elevada Capacidade de Crescimento e de Implementação situam-se predominantemente em trincheira e em terreno não compactado, com rega automática, sujeitas a cortes de prados e relvados e a tratamentos frequentes. Asárvores com classificação de Alta Capacidade de Crescimento e de Implementação encontram-se predominantemente situadas em caldeiras onde não existe rega automática, os volumes de terra para o desenvolvimento radicular é reduzido e existe maior poluição atmosférica e hídrica como seja o caso dos Liquidambar styraciflua, Liriodendron tulipifera Fastigiata, Prunus serrulata Kanzan e Tilia cordata.

4 - Conclusões As árvores plantadas ao longo do Metro do Porto que apresentam melhores capacidades de crescimento e de implementação são: Acer negundo, Acer rubrum Columnare, Casuarina equisetifoia, Cupressus sempervirens sempervirens,Pinus pineae Populus nigra Italica. Por oposição as árvores que apresentam piores capacidades de crescimento e implementação são:Betula celtiberica, Camellia japonica, Magnolia x soulangeana, Robinea pseudoacacia Pyramidalis e Sorbus aucuparia.

A maior percentagem de mortalidade verifica-se nas árvores situadas em terreno, ou seja nas plantadas em jardins, parques, rotundas e espaços verdes de enquadramento. Seguem-se, com a segunda maior taxa de mortalidade, a plantação das árvores em caldeira. As árvores plantadas em trincheira são aquelas onde se verifica a menor percentagem de mortalidade das árvores plantadas ao longo do Metro do Porto. Na avaliação da mortalidade e do vigor das árvores, a manutenção revelou-se ser um fator importante. Tutoragens mal executadas, enforcamento por cintas e atilhos, feridas provocadas nos troncos das árvores pelas máquinas corta relvas, cortes do colo pela roçadora e patologias decorrentes da presença de fungos e bactérias eram variáveis frequentes na avaliação das árvores situadas em terreno. Choques mecânicos, sobretudo provocados pelos automóveis, deposição de produtos tóxicos, stresshídrico, deficiência de nutrientes e compactação de solos, tutoragens mal executadas ou inexistentes, enforcamento por cintas e atilhos eram as variáveis mais frequentes verificadas nas caldeiras.

Os Indicadores da Capacidade de Crescimento e de Implementação apresentados neste artigo aplicam-se para árvores situadas na área do Porto, quando perante situações urbanas e para árvores jovens recentemente plantadas. A utilização destes indicadores, tal como dos valores apresentados para os acréscimos em altura, perimetro, mortalidade e vigor, são de grande interesse porque permitem conhecer os comportamentos das espécies/forma/cultivar/ híbrido perante as condicionates do espaço. É assim possível desenvolver soluções mais conscientes ao nível do planeamento e do projeto de arborização, podendo­se selecionar as árvores mais indicadas para cada local ao nível do plano e do projecto, tal como se podem estabelecer ações mais criteriosas ao nivel da gestão e manutenção do patrimonio arbóreo urbano, nomeadamente no estabelecimento das ações de manutenção das árvores e no aprovissionamento de stoks para a sua substituição.


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