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EuPTCVHe0870-71032011000100001

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National varietyEu
Year2011
SourceScielo

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Obras duradouras Obras duradouras

António Faria-Vaz* *Director da Revista Portuguesa de Clínica Geral

Sobre a Construção de Obras Duradouras

Quanto tempo Duram as obras? Tanto Quanto o preciso pra ficarem prontas.

Pois enquanto dão que fazer Não ruem.

Convidando ao esforço Compensando a participação A sua essência é duradoura enquanto Convidam e compensam.

As úteis Pedem homens As artísticas Têm lugar pra a arte As sábias Pedem sabedoria As destinadas à perfeição Mostram lacunas As que duram muito Estão sempre pra cair As planeadas verdadeiramente em grande Estão por acabar.

Bertold Brecht, in ‘Lendas, Parábolas, Crónicas, Sátiras e outros Poemas'1

Produzir uma revista científica é uma obra que necessita de inúmeros artífices.

Dos inventores da matéria prima, verdadeiros arquitectos da ciência, aos artífices que a apreciam e lhe sugerem aperfeiçoamentos, dos revisores,  até aos que procuram um lugar e um momento para as expor aos nossos olhos, os editores. Uma obra, como esta, é portanto, a resultante de um trabalho de equipa, de um esforço comum e conjugado.

Quanto tempo dura uma obra escrita, quantos a lêem e durante quanto tempo é expectável que um artigo científico seja lido e citado após a sua publicação? Quanto tempo dura a memória de um corpo editorial que produziu um determinado número desta ou de qualquer outra revista? Embora não procuremos respostas para todas as questões, algumas delas são abordadas em estudos bibliométricos que temos em gestão e cuja publicação se deseja para breve.

No entanto, o que procuramos com aquelas questões é apenas dar o mote para um novo ciclo, que ora se inicia, com uma nova equipa editorial.

Este será, portanto o último número produzido por esta equipa.

Foram três anos de intenso trabalho, de emoção e de compromisso com os objectivos traçados «contribuir para o desenvolvimento da especialidade de Medicina Geral e Familiar e para a melhoria dos cuidados de saúde primários».

Como equipa, sentimo-nos gratificados, pois a Revista deu-nos, antes de mais, a oportunidade de prestarmos um serviço público. Sentimo-la como a possibilidade de cumprir um dever ético:  divulgar o conhecimento científico e dignificar a nossa especialidade, a Medicina Geral e Familiar.

Palavras de circunstância, dirá o leitor.

Mesmo que fossem, não deixariam de exprimir o sentimento de uma equipa editorial que soube construir esta revista sem partir de experiência própria, antes aprendendo ao fazer, sem nunca esmorecer, sempre com vontade de superar o que acabara de realizar.

Os leitores puderam ajuizar-nos.

Resta-nos a satisfação pelo trabalho realizado mas que não conclui esta obra grande e, por isso mesmo, passamos hoje o testemunho ao novo corpo editorial, dirigido pela Dra. Raquel Braga, cujas qualidades científicas, clínicas e um profundo conhecimento da actividade de produção editorial dispensam elogios e são o garante de um futuro ainda melhor.

Boas leituras!...

Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral Av. da República, n.º97 - 1050-190 Lisboa

secretariado@rpcg.apmcg.pt


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