Abertura
Abertura
Quando há 17 anos iniciámos a publicação de Toxicodependências a situação não
era fácil. E poucas pessoas imaginariam, na altura, que em 2011 a revista
continuaria a publicar-se, mantendo-se como uma revista científica da área das
toxicodependências. Infelizmente muitas publicações científicas tiveram, no
nosso país, uma vida efémera. É bom recordar que nesse tempo os serviços de
tratamento de toxicodependentes enfrentavam um número de pedidos de tratamento
impensável que, embora propiciasse um material de estudo imenso, tornavam muito
difícil a realização pelos técnicos de terreno da investigação desejável.
E a toxicodependência permanecia como um tema pouco atractivo para a maior
parte da investigação universitária. Se na Faculdade de Psicologia da
Universidade do Porto se mantinha desde há anos o interesse institucional pelo
tema, a verdade é que nos outros centros universitários a investigação era
dispersa e muitas vezes dependente da iniciativa e apoio do SPTT.
Ao longo destes anos, o panorama foi mudando. A investigação apoiada pelo
serviço institucionalizou-se. A colaboração com a Faculdade de Psicologia do
Porto, o Departamento de Sociologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
da Universidade Nova de Lisboa e com o Instituto de Ciências Sociais permitiu a
realização de importantes estudos e investigações e aqui e ali, este ou aquele
investigador universitário surgiam enriquecendo a reflexão com os seus estudos
noutras áreas do saber.
Outro movimento importante que registamos com agrado foi o crescente interesse
de muitos técnicos de saúde – enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais,
educadores – pelo tema e que se tem manifestado nomeadamente num grande número
de monografias de licenciatura ou teses de mestrado sobre o tema das
toxicodependências. Estamos assim hoje mais confiantes na possibilidade de
manter a revista. O interesse pelo tema aumentou muito. Mas precisamos, agora,
que o rigor e a qualidade dos trabalhos aumente. Demasiadas vezes somos
confrontados com trabalhos que, abordando temas importantes e significando um
interesse e esforço de louvar, não reúnem as condições científicas necessárias
para serem publicados.
Por fim acresce reconhecer que os diferentes Conselhos de Administração (SPTT)
e Conselhos Directivos (IDT) sempre asseguraram as condições necessárias para a
viabilização do nosso Projecto Editorial.
Instituto da Droga e da Toxicodependência, I.P.
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