Página da Sociedade Portuguesa de Cirurgia
PÁGINA DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE CIRURGIA
Página da Sociedade Portuguesa de Cirurgia
Jorge Maciel
Presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia
Correspondência
Como lhe competia, a direcção da SPC promoveu um debate interno sobre a forma
como decorreu o Congresso Nacional de Cirurgia que teve lugar em Março passado
na Figueira da Foz, a que juntou comentários e sugestões de outros colegas.
Dessa análise alargada das com ponentes logísticas, científicas, sociais e
financeiras, saiu um balanço positivo sendo que as maiores críticas elencadas
eram passíveis de resolução. Foi por isso, decidido que no próximo ano de 2016
o Congresso Nacional poderia ser no mesmo local.
Para o efeito, decorreram já negociações com a gerência do Centro de Congressos
e Unidade Hoteleira que o apoia e solicitando-se que fossem introduzidas
algumas alterações na estrutura do espaço, que foram bem recebidas, por forma a
eliminar alguns constrangimentos identificados e melhorar as condições de
trabalho para todos.
O programa manterá a sua estrutura base e com o intuito de eliminar
deficiências detectadas, irá sofrer apenas algumas adaptações.
As condições contratuais, nomeadamente os encargos financeiros para a SPC foram
mantidos nos mesmos valores, pelo que o XXXVI Congresso Nacional de Cirurgia,
terá lugar de 3 a 5 de Março de 2016, no Centro de Congressos do Hotel
Eurostars Oasis Plaza na Figueira da Foz.
O incentivo à qualidade do acto médico é objectivo primordial da SPC e promove-
se de várias formas. A sua avaliação mede-se pela análise e tratamento de
múltiplos parâmetros, necessariamente registados em bases de dados, respeitando
rigorosamente protocolos bem estruturados e cientificamente correctos.
Ciente das suas responsabilidades, a SPC durante o mandato da direcção
anterior, tomou a iniciativa de instituir uma base de dados para registo do
cancro do recto tratado nos hospitais portugueses, que permita avaliar o
resultado dos tratamentos efectuados.
As dificuldades de arranque foram muitas, mormente na obtenção do empenho dos
diferentes serviços hospitalares para aí registarem, os seus respectivos
doentes. Tal resistência foi agravada, pelo facto de a obtenção da sua
aprovação formal, pela Comissão Nacional de Protecção de Dados, ter sido um
processo difícil e longo. Tal atraso foi considerado por alguns, como
correspondendo a dificuldades não sanáveis e como tal o processo estaria
inviabilizado.
Graças ao grande empenho dos envolvidos, assim não aconteceu e foi possível
ultrapassar com sucesso, todas os entraves à sua efectiva e legal
implementação.
É pois um momento de satisfação e de relançamento de um procedimento
fundamental para a creditação da cirurgia portuguesa, que a partir de agora não
deverá estar apenas restringido ao cancro do recto, mas ser alargado a outras
patologias de áreas do foro da cirurgia geral, oncológicas ou não.
A direcção da SPC vai diligenciar e estimular as coordenações dos Capítulos,
para que se envolvam neste ambicioso projecto.
Qualidade implica avaliação de resultados, não apenas dentro de um serviço
hospitalar, mas multicêntricos, que só podem ser comparados, se medidos pelos
mesmos parâmetros, pelo que desde logo implica que incluam obrigatoriamente
igual tipo de informações e dados.
Comparar o que é diferente, leva a conclusões erróneas pelo que cientificamente
inaceitáveis. Boa organização, rigor nos procedimentos e na obtenção de
conclusões são mandatórios, para que haja excelência nas práticas médicas, que
é o objectivo que a SPC promove.
Correspondência:
JORGE MACIEL
e-mail: jmacielbarbosa@netcabo.pt