Editorial
Editorial
Prof. Doutor Carlos Sequeira*
*Presidente da Direção d' ASPESM
Caros (as) colegas,
O número 9 da Revista da Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental é
editado em Junho de 2013, e, dá início a uma nova etapa, com um processo de
revisão editorial e cientifico renovado com a introdução de novos membros e a
elaboração de novos procedimentos. Este passo era fundamental para a melhoria
da qualidade da nossa revista. Por isso, agradecemos a todos os membros pela
disponibilidade para este trabalho.
De um modo geral, os artigos passam a ser também revistos por uma comissão
editorial que avalia a adequação dos artigos às normas das revistas, ficando
para os referees, apenas as questões relacionadas com o conteúdo do artigo, ou
seja, a componente científica.
Por isso, voltamos a alertar todos os potenciais autores para consultarem e
seguirem de forma rigorosa, as normas de publicação. A Revista Portuguesa de
Enfermagem de Saúde Mental integra na avaliação dos artigos uma revisão Double
Blinded, através de dois elementos da comissão científica (Peer Reviewers).
Agradecemos também a todos os autores que nos tem enviado os seus trabalhos. De
ano para ano temos recebido um número crescente de artigos.
Esperamos que a partir de Junho de 2013 seja possível a todos os interessados,
aceder aos artigos dos números da revista através da plataforma SciELO e
através do site da Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental '
www.aspesm.org
Sabemos que os tempos que se vivem em Portugal são pulverizados com uma elevada
dose de incerteza, contudo, esta não deve ser impeditiva de um maior
envolvimento de todos nas atividades de cidadania, em prol das pessoas que se
encontram numa situação mais vulnerável, como os desempregados, as pessoas
carenciadas, as pessoas que por uma razão ou outra se encontram mais frágeis e
com maior risco de doença mental.
Pensamos que este é o tempo de repensar as práticas em saúde mental, mais
vocacionadas para a prevenção e para a diminuição do impacto negativo associado
à doença mental. É necessário recolocar o enfoque da saúde mental na
comunidade, com mais apoios formais, para que, quer em termos individuais, quer
em termos coletivos, as pessoas e as famílias possam viver melhor, de forma
mais integrada e mais satisfatória. É possível fazer mais e melhor. Por isso,
nos momentos de crise, as pessoas devem juntar sinergias e potenciar o que de
bom se faz e se pode fazer, para consolidar o conhecimento científico através
da formação e da qualidade das práticas clinicas. É fundamental melhorar a
articulação entre as entidades formativas, os contextos clínicos, e as
comunidades. Na área da Saúde Mental é determinante adequar a formação pós-
graduada às novas necessidades das pessoas, com novas intervenções
psicoterapêuticas, com maior potencial de eficácia, envolvendo os doentes e
famílias nos processos de decisão, com mais e melhores critérios na prescrição
de intervenções. É necessário repensar a formação dos enfermeiros relacionada
com determinados alvos específicos, como a criança e o idoso, de forma a fazer
da formação um conjunto articulado de novos saberes, capazes de produzir novas
práticas, e não saberes utópicos e descontextualizados. A sociedade, no seu
estado atual, coloca-nos perante novos desafios, para os quais devemos estar
preparados. No futuro, o aparecimento de "crises" relacionais, familiares,
contextuais será mais frequente, mas também mais efémera. As dificuldades no
lidar com as adversidades tenderão a aumentar devido à complexidade da "rede"
com a qual cada um interage. Daí a necessidade de uma maior investimento na
formação científica dos profissionais de saúde.
Foi publicado em 18 de maio de 2013 a nova edição do Manual de Diagnóstico
relativo aos transtornos mentais, o DSM-V. Este tem sofrido diversas críticas,
pela introdução de novos quadros patológicos, considerados normais para uns,
patológicos para outros, e que, a partir de agora, poderão ser alvo de
prescrições farmacológicas desnecessárias ou até prejudicais. No entanto, ainda
não conhecemos o suficiente para podermos elaborar uma opinião fundamentada
sobre o mesmo.
O presente responsabilizar-se-á por inscrever na história algo sobre o qual o
futuro nos ajudará a compreender.
Estou certo que num próximo editorial voltaremos a este tópico, até pela
importância global que esta publicação representa.
Brevemente iremos disponibilizar no nosso site uma discussão sobre esta
temática.
Neste número 9 da revista d' ASPESM, privilegiamos artigos de
investigação que abordam: i) Ansiedade e relacionamento conjugal em mulheres
com infertilidade: impacto da terapia de grupo; ii) Efetividade de um programa
de estimulação cognitiva em idosos com défice cognitivo ligeiro iii) Qualidade
de vida e saúde mental em consumidores de drogas - que relação?; iv) A
conceção dos profissionais de saúde acerca da reabilitação psicossocial nos
eixos: morar, rede social e trabalho dos usuários de substâncias psicoativas;
v) Saúde Mental em grupos étnicos minoritários: representações sobre saúde
mental em adultos e crianças de comunidades ciganas residentes na região centro
de portugal; vi) Treino de competências sociais ' uma estratégia em saúde
mental: técnicas e procedimentos para a intervenção; vii) Transtornos mentais
orgânicos em um ambulatório de saúde mental brasileiro e um artigo de boas
práticas/reflexão intitulado: i) Uso de crack: é possível o (re) encantamento?
Como se pode constatar, os artigos são muito variados, de forma a divulgarmos
diferentes temáticas pelos profissionais de saúde, essencialmente aos
enfermeiros.
Reiteramos a todos os potenciais autores que continuamos muito interessados em
publicar artigos sobre a aferição cultural de instrumentos para a população
portuguesa, sobre resultados da efetividades de intervenções de enfermagem,
sobre indicadores epidemiológicos e de resultado em saúde mental, quer seja em
Portugal, quer seja no estrangeiro.
Deixamos ainda a informação que a 10 e 11 de Outubro de 2013 iremos realizar o
nosso congresso, no Pólo B da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, este
ano dedicado aos Padrões de Qualidade em Enfermagem de Saúde Mental, com
destaque para as seguintes temáticas:
· Padrões de Qualidade em Saúde Mental
· Diagnósticos, intervenções e indicadores em saúde mental
· Ansiedade, Depressão e Suicídio
· Bem-estar e felicidade
· Psicoeducação
· Aconselhamento e relação de ajuda
· Entrevista motivacional
· Reestruturação cognitiva
· Hipnose clínica
· Promoção da Saúde Mental
· Guidelines de boas práticas em Saúde Mental
· Investigação em Saúde Mental
Envio de propostas para Comunicação Livre/Poster, até 10 de setembro de 2013.
As comunicações podem ser publicadas em e-book, sob a forma de artigo. Será
editado um número especial da Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental,
com os artigos que cumpram os critérios editorias e científicos da revista.
Poderá consultar mais informações no final da Revista.
Brevemente, confirme no nosso site o programa e outros detalhes relacionados
com o mesmo.
Porto, 29 de Maio de 2013
Escola Superior de Enfermagem do Porto
Rua Dr. António Bernardino de Almeida, s/n
4200-072 Porto
dir.spesm@gmail.com