Reacções à injustiça no trabalho: Impacto da crença no mundo justo, dajustiça
procedimental e da justiça distributiva
Reacções à injustiça no trabalho:Impacto da crença no mundo justo, dajustiça
procedimental e da justiça distributiva (*)
Ana Rita Gago (**), Isabel Correia (**)
CIS - Centro de Investigação e Intervenção Social / ISCTE -
Instituto Universitário de Lisboa
Todos já constatámos que nem sempre somos tratados de uma forma justa, o que
sucede nos mais variados contextos, incluindo o do trabalho. Neste contexto
específico, os teóricos chamam a atenção para a importância que as reacções a
estas situações têm ao nível do funcionamento organizacional (Folger &
Cropanzano, 1998).
A teoria da crença no mundo justo refere-se à crença de que "cada pessoa
tem aquilo que merece" (Lerner, 1980). Esta crença revela um carácter
funcional e adaptativo, na medida em que fomenta o bem-estar e a saúde mental,
ajudando as pessoas a assimilar as injustiças das quais são alvo (Hafer &
Olson, 1989) e a gerir acontecimentos stressantes da sua vida (Dalbert, 2001,
2002). Os indivíduos com uma forte crença no mundo justo manifestam uma maior
motivação para percepcionar as situações de injustiça como mais justas (Hafer
& Olson, 1989; Hagedoorn, Buunk, & Van de Vliert, 2002), dando mais
relevância à informação congruente com a justiça de uma situação do que à
informação incongruente, percepcionando menos injustiça nos resultados
negativos e experienciando menos emoções negativas e mais emoções positivas
face a estes (Hafer & Correy, 1999). Este estudo procura perceber se a
crença no mundo justo modera a relação entre a (in)justiça procedimental e
distributiva vivenciadas pelos indivíduos e as suas reacções, sendo que nós
propomos que a CMJ tenha um efeito protector nas várias reacções às injustiças
no local de trabalho, algo que a literatura ainda não abordou.
Recentemente a literatura tem apontado para a necessidade de diferenciação
entre a crença no mundo justo pessoal e a crença no mundo justo geral (Dalbert,
1999). A primeira refere-se à crença de que, no global, os acontecimentos da
nossa vida são justos, por sua vez, a CMJ geral reflecte a crença de que,
basicamente o mundo é um lugar justo. Para Dalbert, (1999) "the more just
world research concentrates on mental health area, the more differentiation
between a general and a personal belief in a just world may become important
(p. 81)". De facto, a CMJ pessoal aparece mais relacionada com benefícios
psicológicos para o próprio de acreditar que vai ter o que merece, enquanto a
CMJ geral está associada as atitudes sociais negativas face a indivíduos e
grupos desfavorecidos (e.g., Sutton & Douglas, 2005). Por esta razão, neste
estudo focámo-nos na CMJ pessoal.
Relativamente às formas de justiça, existem duas dimensões que têm sido
amplamente estudadas na literatura no campo social e organizacional: a justiça
distributiva e a justiça procedimental (e.g., Folger & Knovsky, 1989).
De acordo com a teoria da equidade, a justiça distributiva é definida como a
percepção da proporcionalidade entre as contribuições e os resultados
individuais em comparação com as contribuições e resultados de um outro
relevante (ex. co-trabalhador) (Adams, 1965). Se isto não se verificar, ou
seja, se os indivíduos se depararem com situações de inequidade, os sentimentos
de injustiça aumentam (Grienberger, Rutte, & Van Knippenberg, 1997). Apesar
da teoria da equidade se revelar bastante pertinente na elucidação das reacções
à distribuição de resultados justos e injustos, é pouco esclarecedora acerca
dos possíveis efeitos causados pela forma como são estabelecidas essas
recompensas (Greenberg, 1987b). Como resultado, os teóricos "deslocam-
se" de uma abordagem centrada no conteúdo das recompensas para uma
abordagem mais focada nos processos (Greenberg, 1987a, 1990a), ou seja, a forma
como as recompensas são estabelecidas. Nesta abordagem, as políticas e
processos utilizados na tomada de decisão passam a ganhar destaque -
teoria da justiça procedimental (Thibaut & Walker, 1975).
A justiça procedimental é ainda definida como incorporando dois tipos de
inputsdas decisões: o controlo do processoe o controlo da decisão(Thibaut &
Walker, 1975).O primeiro, também mencionado na literatura por
"voz", diz respeito à oportunidade dada às pessoas para exprimirem
os seus pontos de vista antes de as decisões serem tomadas. Bies e Shapiro
(1988) verificaram que num contexto de recrutamento e de tomada de decisão
desfavoráveis, quando foi dada a "voz" às pessoas, estas revelaram
uma maior percepção de justiça procedimental do que quando não lhe foi dada
essa possibilidade (para outras dimensões da justiça procedimental, como a
interaccional, ver Folger & Cropanzano, 1998; Rego, 2000).
Vários autores têm vindo a demonstrar que a percepção de justiça no local de
trabalho tem consequências bastante positivas para a organização, nomeadamente
para a eficácia organizacional. Os dados empíricos sugerem, por exemplo, que a
percepção desta variável faz com que as pessoas se sintam mais satisfeitas,
mais implicadas na organização, confiem mais no seu supervisor (Folger &
Knovsky, 1989) e fiquem mais dispostas a envolver-se em comportamentos de
cidadania organizacional (Moorman, 1991; Platow, Filardo, Troselj, Grace, &
Ryan, 2006). Pelo contrário, verifica-se que as percepções de injustiça
impactam negativamente nas reacções e comportamentos dos indivíduos (e.g.,
maiores taxas de furto em situação de percepção de injustiça, Greenberg,
1990b). Do mesmo modo, Van Yperen (1998) constatou que as enfermeiras que
percepcionam inequidade ficam mais sensíveis ao burnout. Baron, Neuman, e
Geddes (1999) identificam a injustiça como uma das principais causas da
agressão e sabotagem no local de trabalho (Ambrose, Seabright, & Schminke,
2002). Está também documentado que, estas percepções de injustiça conduzem a
sentimentos de raiva e ressentimento (Dalbert, 2002). Tais sentimentos, por sua
vez, conduzem a reacções como protesto às decisões, doença, diminuição de
esforços no trabalho e até abandono da organização (Van Yperen, Hagedoorn,
& Geurts, 1996; Van Yperen, Hagedoorn, Zweers, & Postma, 2000). Porém,
este tipo de sentimentos pode ser "minimizado" quando se acredita
num mundo justo, tendo em conta o efeito amortecedor da CMJ nos mesmos
(Dalbert, 2002).
Ao nível do impacto da justiça nas reacções das pessoas, a pesquisa focou-se no
efeito separado da justiça distributiva e da justiça procedimental (e.g.,
Folger & Knovsky, 1989; Van den Bos, Vermunt, & Wilke, 1997). Todavia,
Brockner e Wiesenfeld (1996) vêm chamar a atenção de que os efeitos destes dois
tipos de justiça não podem ser estudados isoladamente. De facto, as explicações
são importantes para o aumento das percepções da justiça distributiva,
particularmente quando as decisões são negativas, pois essas explicações
fornecem informação comparativa com a qual se interpretam os resultados
negativos (Gilliland & Beckstein, 1996).
Na nossa pesquisa, para além de incluirmos ambos os tipos de (in)justiça,
tomámos como referência uma tipologia que tem vindo a ser utilizada por vários
autores, no âmbito da (in)satisfação (Farrell, 1983; Hagedoorn, Buunk, &
Van de Vliert, 1998; Hagedoorn, Van Yperen, Van de Vliert, & Buunk, 1999;
Rusbult, Farrell, Rogers, & Mainous, 1988), na qual as reacções são
caracterizadas em duas dimensões: construtivas/destrutivas e activas/passivas
(Farrell, 1983; Hagedoorn et al., 1999; Rusbult et al., 1988). As reacções
construtivas são aquelas que "se destinam a manter e reavivar a relação
com a organização" (Hagedoorn et al., 1999, p. 310), por exemplo, tentar
melhorar as condições de trabalho, fornecer sugestões ao supervisor e alertá-lo
para os problemas existentes (Leck & Saunders, 1992). Fazem parte destas, a
voz com consideração que se caracteriza pelas tentativas da pessoa para
resolver os problemas, tendo em conta os seus interesses e os da organização, e
a paciência, que consiste em esperar pacientemente pela melhoria das situações,
confiando na organização para tomar as decisões certas.
As reacções destrutivas estudadas, que podem ter efeitos negativos ao nível da
rentabilidade e capacidade de sobrevivência da organização (Leck &
Saunders, 1992), são: a voz agressiva, em que os indivíduos menosprezam os
interesses da organização e dão ênfase exclusivamente aos seus, ou ainda,
espalham boatos, queixas; a saída, que inclui reacções como deixar a
organização, pensar sair desta ou procurar outro trabalho; e a negligência que
engloba reacções do tipo, dizer que se está doente, chegar atrasado ou mesmo
faltar ao trabalho e ainda, utilizar o tempo de expediente em prol de assuntos
pessoais (Farrell, 1983; Hagedoorn et al., 1998; Rusbult et al., 1988). No que
concerne ao seu carácter, podemos ainda classificar estas reacções em activas
ou passivas. Nas primeiras os indivíduos optam por se adaptar e lidar com as
situações negativas (vozes agressiva e com consideração), ou
"fogem" delas (a saída) (Hagedoorn et al., 1999, p. 310). Entre as
as passivas contam-se a negligência e a paciência.
Hagedoorn e colaboradores (1999), ao analisarem a relação entre esta tipologia
de reacções e a satisfação verificaram que esta se relaciona positivamente com
a voz com consideração, a paciência e, negativamente, com a voz agressiva e a
negligência. Além disso, a confiança dos participantes na melhoria da sua
situação foi maior num nível de satisfação específico (satisfação com o
supervisor). Saunders, Sheppard, Knight, e Roth (1992) verificaram que quanto
mais os empregados avaliam os seus supervisores como receptivos aos inputsdos
empregados, maior a probabilidade destes últimos emitirem essas opiniões,
discutirem os problemas, reagindo com voz com consideração. Estes autores
sugerem que a percepção de justiça, especialmente da justiça procedimental é
responsável pela relação entre a satisfação e as reacções dos indivíduos aos
acontecimentos negativos. De facto, Parker (1993) mostrou que os trabalhadores
que acreditam não controlar as decisões manifestam uma maior intenção de
abandonar os seus trabalhos ao invés de tentarem resolver as situações de
injustiça. Posteriormente, Van Yperen, Hagedoorn, Zweers, e Postma (2000)
averiguam precisamente que quanto mais injustiça as enfermeiras percepcionam
maior é a probabilidade de recorrerem a reacções negativas. Hagedoorn e
colaboradores (1998) também procuraram examinar de que forma a justiça social
suprime as reacções negativas e estimula as reacções positivas. Os resultados
do seu estudo indicam que a presença da justiça inibe as reacções negativas
face a um resultado desfavorável e estimula as reacções positivas.
Concretamente, os participantes na condição de justiça procedimental alta
estavam mais aptos a reagir com voz com consideração e com paciência e menos
aptos a reagirem com negligência, saída e voz agressiva. Quanto à justiça
distributiva, quando esta era alta os participantes relataram mais paciência e
menos negligência comparativamente com aqueles que estavam na condição baixa.
Relativamente ao impacto da CMJ nessas reacções à (in) justiça procedimental e
distributiva, Hagedoorn et al. (2002) conduziram um estudo com o objectivo de
perceber o efeito de interacção entre a CMJ, a favorabilidade e justiça de um
resultado e a justiça de um procedimento nas percepções de justiça, na voz
agressiva e sentimentos de raiva das pessoas face às decisões da autoridade.
Concluíram então que, as pessoas com CMJ alta, ou seja as mais motivadas para
percepcionar justiça e seleccionar informação congruente com justiça,
percepcionam uma decisão da autoridade como justa, mesmo se ou o resultado ou o
procedimento não tenha sido justo. Por outras palavras, numa situação ambígua
em termos de justiça, em que um dos factores (e.g., o resultado) é justo e
favorável mas o outro (e.g., o procedimento) é injusto e desfavorável, os
indivíduos com CMJ alta, mas não os indivíduos com CMJ baixa, percepcionam a
situação como justa. Já em situações de ausência de ambiguidade (ambos os
factores justos e favoráveis ou ambos injustos e desfavoráveis) não se
verificam diferenças. No que concerne à voz agressiva, embora não tenha sido
encontrado um efeito de interacção significativo, os participantes manifestaram
mais este tipo de reacção quando o resultado era desfavorável e injusto e o
procedimento era enviesado e quando menos acreditavam que o mundo é justo.
O PRESENTE ESTUDO
O nosso estudo é uma extensão do estudo de Hagedoorn et al. (2002) com as
diferenças de ter sido realizado com outra classe profissional, com outra
operacionalização de justiça procedimental e distributiva e examinar um maior
número de reacções dos indivíduos (a saída, a voz com consideração, a
paciência, a voz agressiva e a negligência).
De acordo com o exposto no enquadramento teórico, as pessoas com uma forte CMJ
quando experienciam situações injustas tendem a percepcionar essas situações
como mais justas comparativamente com os que tem uma fraca crença (Dalbert,
2001; Hafer & Olson, 1989). Porém, essas diferenças não se reduzem apenas
ao nível perceptivo, tendo também um impacto ao nível das reacções das pessoas,
inclusive em situações do contexto de trabalho (Hagedoorn et al., 2002), as
quais serão alvo de atenção neste estudo.
Esperamos, então, que a crença no mundo justo seja uma variável moderadora na
relação entre a justiça procedimental e distributiva e as reacções das pessoas.
Especificamente, esperamos que:
H1:Na condição de justiça procedimental alta ou de justiça distributiva alta os
participantes reagirão de forma menos negativa, ou seja com menos saída, voz
agressiva e negligência, comparativamente com aqueles que estão na condição de
justiça procedimental baixa ou de justiça distributiva baixa.
H2:Os participantes com alta crença no mundo justo reagirão menos negativamente
comparativamente com aqueles que têm uma baixa crença.
H3:Espera-se que haja um efeito de interacção triplo entre a justiça
procedimental, a justiça distributiva e a crença no mundo justo nas reacções
das pessoas. Assim, nas condições com ambiguidade (justiça procedimental alta e
justiça distributiva baixa, ou justiça procedimental baixa e justiça
distributiva alta) irão reagir menos negativamente quando têm uma alta CMJ do
que quando têm uma baixa CMJ, enquanto que nas restantes condições de justiça
procedimental e justiça distributiva não se verificarão essas diferenças.
MÉTODO
Participantes
Participaram no estudo 84 professores de vários níveis de ensino pertencentes a
24 escolas. As idades dos participantes variavam entre 24 e 56 anos (M=37.6;
DP=7.9), sendo 16 (19.0%) homens e 68 (81.0%) mulheres. A grande maioria dos
professores possuía como habilitações licenciatura (86.9 %), alguns possuíam
mestrado (10.7%) e os restantes bacharelato (2.4%).
Plano experimental e variáveis
Neste estudo o plano factorial foi um 2 (CMJ: alta/baixa) x 2 (justiça
procedimental: alta/baixa) x 2 (justiça distributiva: alta/baixa) inter-
sujeitos.
As respostas aos sete itens (e.g., "Na minha vida a injustiça é a
excepção e não a regra") da escala da Crença Pessoal no Mundo Justo
(Dalbert, 1999; alfa de Cronbach=.87) determinaram a divisão dos participantes
em CMJ alta (valores iguais ou superiores à mediana ou baixa (valores
inferiores à mediana). A escala das respostas é do tipo Likert com seis pontos,
variando entre 1 (Discordo Completamente) a 6 (Concordo Completamente) (M=3.99;
DP=0.85; Md=4.00).
As manipulações das justiças procedimental e distributiva foram baseadas nas de
Hagedoorn et al. (1998), consistindo na apresentação de cenários que continham
uma "história" que narrava situações de (in)justiça vivenciadas por
um/a professor/a numa determinada escola.
A justiça procedimental foi manipulada pela descrição de diferentes aspectos do
processo da tomada de decisão. Os participantes na condição de justiça
procedimental alta [baixa] liam que "A administração da escola [não]
deixa os seus funcionários participarem no processo de tomada de decisão e usa
procedimentos não enviesados [enviesados] na tomada de decisão. A administração
[não] é sincera acerca dos procedimentos, e quando a decisão tomada afecta o
trabalho dos professores, eles [não] dão uma explicação minuciosa da decisão e
das suas consequências. A manipulação da justiça distributiva foi
operacionalizada através da comparação entre as contribuições feitas pelo
professor e os benefícios obtidos por este, tendo em conta essas contribuições.
Os participantes na condição de justiça distributiva alta [baixa] liam que
"Os professores que colocam uma grande quantidade de energia em tarefas
extras, tais como organizar as actividades escolares e que participam em
diferentes comissões, [não] são adequadamente reconhecidos por parte da
administração pelo seu esforço. Por exemplo, no decorrer de encontros,
agradece-se regularmente [raramente] aos professores. Além disso, os seus
pedidos são frequentemente [quase nunca] concedidos e eles [raramente] recebem
tratamento preferencial no que diz respeito às tarefas interessantes e [não]
são dispensados das tarefas desagradáveis". As reacções dos participantes
face à situação que lhe foi apresentada no cenário de justiça foram avaliadas
pela Escala de respostas a acontecimentos problemáticos (Hagedoorn et al.
1999). Os participantes responderam numa escala do tipo Likert de sete pontos
(1=Com certeza que não; 7=Com certeza que sim). Esta medida foi introduzida da
seguinte forma: "Com base naquilo que sabe sobre esta escola e
continuando a colocar-se no lugar deste/a professor/a, solicitamos-lhe que nos
diga muito sinceramente, até que ponto estaria predisposto/a a: (...)".
As alternativas de reacção foram avaliadas através das categorias de respostas
compostas por: Saída, constituída por seis itens: "Considerar a
possibilidade de mudar de trabalho", "Procurar activamente um
trabalho fora do campo da educação", "Tencionar trabalhar para
outras pessoas", "Procurar trabalho noutro lado dentro do campo da
educação", "Procurar anúncios de emprego em jornais adequados à sua
profissão", "Tencionar mudar o seu campo de trabalho".
A Voz com Consideraçãofoi avaliada através de onze itens: "Tentar chegar
a um consentimento com os órgãos de gestão", "Em colaboração com os
órgãos de gestão, tentar encontrar uma solução que seja satisfatória para
todos", "Tentar encontrar uma solução ideal em colaboração com os
órgãos de gestão", "Juntamente com os órgãos de gestão, explorar as
opiniões de cada um até os problemas estarem resolvidos", "Tentar
chegar a um acordo com os órgãos de gestão", "Falar com os órgãos
de gestão sobre o problema até conseguirem um acordo total",
"Sugerir soluções aos órgãos de gestão", "Reportar o problema
aos órgãos de gestão, imediatamente", "Tentar encontrar uma
solução, imediatamente", "Tentar pensar em diferentes soluções para
o problema", "Pedir aos órgãos de gestão para chegarem a um
compromisso".
A Paciênciafoi medida através de cinco itens: "Confiar no processo de
tomada de decisão da organização sem a sua interferência", "Confiar
que a organização pode resolver o problema sem a sua ajuda",
"Acreditar que os problemas irão ser resolvidos sem a sua contribuição no
processo de resolução", "Assumir que no fim tudo correrá
bem", "Esperar que as coisas se resolvam".
A Voz Agressivafoi medida através de sete itens: "Descrever o problema da
forma mais negativa possível aos órgãos de gestão", "Tentar
"ganhar" a discussão", "Deliberadamente fazer
"soar" o problema mais problemático do que realmente é",
"Ser persistente com os órgãos de gestão, de forma a obter o que você
quer", "Começar uma "guerra" com os órgãos de
gestão", "Tentar prova de todas as maneiras possíveis que você está
certo", "Culpar a organização pelo problema".
Por fim, a Negligênciafoi avaliada através dos seguintes itens: "Dizer
que está doente porque não lhe apetece trabalhar", "Chegar atrasado
porque não lhe apetece trabalhar", "Empenhar-se menos no seu
trabalho do que aquilo que é esperado de si", "De vez em quando,
não se esforçar no trabalho", "Faltar às reuniões/encontros porque
não lhe apetece ir".
Finalmente, os participantes respondiam a duas questões de verificação da
manipulação em escalas do tipo Likert de oito pontos: "na sua opinião,
quão justos ou injustos são os processos de tomada de decisão na escola
descrita?" ("justiça procedimental"; 1=muito justos; 8=muito
injustos), e "Na sua opinião, os professores que se esforçam no seu
trabalho são justamente ou injustamente recompensados?" ("justiça
distributiva"; 1=muito justamente recompensados; 8=muito injustamente
recompensados).
Análise factorial/Análise de consistência interna
Foi feita uma análise factorial aos 34 itens das reacções onde se solicitou a
extracção de cinco componentes. A solução rodada foi ao encontro do que era
expectável, excepto, para o item "Começar uma "guerra" com os
órgãos de gestão" que, revelou uma saturação mais elevada no factor 5
(negligência) apesar de, na escala original fazer parte do factor 4 (voz
agressiva). Contudo, fomos analisar os alfas das duas escalas em questão, para
averiguarmos a possibilidade de inclusão deste item na escala original. E, como
os alfas não diminuíam de forma significativa se o item fosse colocado na voz
agressiva, nem se fosse retirado do factor negligência, optámos por colocá-lo
na voz agressiva. A solução factorial revelou os cinco eingenvalues>1. Os cinco
factores explicam 66.7% da variância total. O primeiro foi melhor descrito por
seis itens apresentando loadingsa variarem entre .65 e .87, correspondendo à
variável saída(alfa de Cronbach=.88). O segundo factor foi descrito por onze
itens, cujos loadingsvariaram entre .70 e .87, correspondendo à variável voz
com consideração(alfa de Cronbach=.95).Quanto ao terceiro factor foi descrito
por cinco itens, com loadingsentre .68 e .88, e diziam respeito à variável
paciência(alfa de Cronbach=.84). No que se refere à variável voz agressiva,
aparece descrita no quarto factor, sendo composta por seis itens, com loadingsa
variarem entre .38 e .81 (alfa de Cronbach=.80). Por fim, o quinto factor, a
negligência, contém seis itens e apresenta loadings entre .66 e .90 (alfa de
Cronbach=.89).
Procedimento
Os participantes foram convidados a participar em dois estudos, foi-lhes dito
que o primeiro consistia na validação de uma escala para a população portuguesa
e que o segundo, era o estudo principal, no qual se pretendia compreender as
reacções das pessoas face ao seu contexto de trabalho.
Inicialmente os participantes responderam a uma escala de Crença Pessoal no
Mundo Justo (Dalbert, 1999). De seguida, foram-lhe apresentados cenários nos
quais a justiça procedimental (baixa vs.alta) e a justiça distributiva (baixa
vs.alta) foram manipuladas (Hagedoorn et al., 1998). Antes de lerem o cenário,
foi solicitado aos participantes que se colocassem no lugar daquele/
a professor/a, abstraindo-se da sua situação pessoal. As quatro condições
existentes foram distribuídas aleatoriamente pelos participantes.
Foi pedido aos participantes que tivessem em conta o cenário que acabaram de
ler e respondessem o quanto estariam dispostos a reagir de determinadas formas
(Hagedoorn et al., 1999), sendo-lhes solicitado que respondessem de forma
sincera. Por fim, respondiam às medidas de verificação da manipulação da
justiça procedimental e distributiva. Foi garantido o anonimato das respostas.
O tempo para completar o questionário foi de sensivelmente dez minutos.
RESULTADOS
Verificação das manipulações
Para cada verificação da manipulação realizámos uma análise de variância
(ANOVA) 2 (CMJ) x 2 (Justiça procedimental) x 2 (Justiça distributiva).
Relativamente à verificação da manipulação da justiça procedimental, obtivemos
um efeito significativo desta, F(1,81)=19.00, p<.001, indicando que os
participantes na condição de justiça procedimental alta percepcionaram mais
justiça nos procedimentos (M=4.22; DP=0.32) comparativamente com os da condição
justiça procedimental baixa (M=6.14; DP=0.30). Houve ainda um efeito principal
da justiça distributiva, F(1,81)=19.00, p<.05, indicando que na condição de
justiça distributiva alta os participantes percepcionam mais justiça
procedimental (M=4.73; DP=0.30) do que na condição justiça distributiva baixa
(M=5.64; DP=0.32). Todos os restantes efeitos foram não significativos.
Em relação à verificação da manipulação da justiça distributiva uma segunda
ANOVA com os mesmos três factores mostrou que manipulação da justiça
distributiva teve, de igual modo, um efeito significativo na sua percepção, F
(1,81)= 28.78, p<.001. Os participantes na condição justiça distributiva alta
concordaram mais que os professores são justamente recompensados (M=3.99;
DP=0.29) comparativamente com os da condição "justiça distributiva
baixa" (M=6.26; DP=0.31). Todos os restantes efeitos foram não
significativos. Pode então concluir-se que ambas as manipulações tiveram
sucesso.
Análises principais
Realizámos correlações bivariadas entre todas as variáveis dependentes (Quadro
1).
Portanto, através desta análise podemos inferir que, quando os professores
esperam de forma optimista e paciente pela resolução dos assuntos da escola,
revelando confiança na organização, maior é a probabilidade destes tentarem
chegar a um compromisso com os órgãos de gestão da escola, tomando em
consideração os pontos de vista de toda a organização.
Para a análise dos efeitos das variáveis independentes optámos por realizar
ANOVAs 2 (CMJ pessoal: Alta/baixa) x 2 (Justiça procedimental: Alta/baixa) x 2
(Justiça distributiva: Alta/baixa) para cada uma das variáveis dependentes em
separado (saída, voz com consideração, paciência, voz agressiva e negligência),
em vez de optarmos pela análise multivariada (MANOVA), dado que as matrizes de
covariância das variáveis dependentes não são equivalentes para os diferentes
grupos, Box M=193.96, F(105, 4993E3)=1.38, p<.05. As ANOVAs revelaram quer
efeitos principais, quer efeitos de interacção significativos da CMJ pessoal,
da justiça procedimental e da justiça distributiva. Para comparar as condições
realizámos testes post-hocde Tukey, sendo as diferenças significativas a p<.05.
Relativamente à paciência os resultados mostraram o efeito principal da
variável CMJ, F(1,81)=5.42, p<.05, com os participantes a revelarem-se mais
pacientes quando têm uma alta crença (M=3.78; DP=1.32), do que quando têm uma
crença baixa (M=3.16; DP=1.08). Além disso, encontrámos um efeito de interacção
da justiça procedimental com a CMJ, (1,81)=8.09, p<.05, ηp2=0.14. Em situações
de justiça procedimental baixa os participantes com CMJ alta têm mais paciência
(M=4.14; DP=1.32) do que os participantes com CMJ baixa (M=2.87; DP=0.92).
Enquanto que nas situações de justiça procedimental alta não houve diferenças
na paciência dos participantes com CMJ alta (M=3.42; DP=1.25) e CMJ baixa
(M=3.54; DP=1.17). Os restantes efeitos foram não significativos, F(1,81)<1.
Em relação à voz agressiva foi encontrado um efeito de interacção da CMJ
pessoal e da justiça procedimental, F(1,81)=4.66 p<.05, ηp2=0.87.
Especificamente, os testes post-hoc de Tukey revelam que quem tem uma alta CMJ
manifesta menos voz agressiva na condição justiça procedimental alta (M=2.56;
DP=0.94) do que na condição justiça procedimental baixa (M=3.44; DP=1.27),
enquanto que não houve diferenças entre a justiça procedimental alta (M=2.98;
DP=0.81) e a justiça procedimental baixa (M=2.81; DP=1.08) nos participantes
com CMJ baixa. Os restantes efeitos foram não significativos, F(1,81)<1.
QUADRO 1
Correlações entre as variáveis dependentes
No que diz respeito à negligência, os resultados evidenciam também um efeito de
interacção entre a CMJ e a justiça procedimental nesta variável, F(1,81)=4.73 p
<0.05, ηp2=0.07. Quando os participantes se encontram numa situação de justiça
procedimental alta revelam uma maior disposição para serem negligentes quando
têm uma CMJ baixa (M=1.75; DP=1.20) do que quando têm uma CMJ alta (M=1.18;
DP=0.23). Todos os restantes efeitos foram não significativos, F(1,81)<1.
Para a variável voz com consideração foi obtido apenas um efeito principal da
CMJ, F(1,81)=6.37 p<0.05, o que significa que os participantes tendem a
manifestar mais voz com consideração quando tem uma CMJ alta (M=5.70; DP=0.95),
do que quando essa crença é baixa (M=5.09; DP=1.17). Os restantes efeitos foram
não significativos, F(1,81)<1.
Em relação à saída, os resultados também mostram um efeito principal da justiça
distributiva, F(1,81)=8.18 p<.05, revelando que na condição em que a justiça
distributiva é alta os participantes mostram-se menos dispostos a sair da
escola (M=3.29; DP=1.47) comparativamente com a condição em que a justiça
distributiva é baixa, onde existe uma maior vontade para abandonar a
instituição de ensino (M=4.04; DP=1.33). Os restantes efeitos foram não
significativos, F(1,81)<1.
DISCUSSÃO
A presente investigação teve como objectivo primário a compreensão do papel que
a CMJ pessoal tem na relação entre a (in)justiça, quer procedimental, quer
distributiva e as reacções que os indivíduos dizem ter perante situações
justas/injustas. Especificamente, foi sugerido que o facto de as pessoas
acreditarem fortemente num mundo justo iria ter um efeito protector na relação
descrita. Ou seja, quanto maior a CMJ, menor seriam as reacções negativas dos
indivíduos face à injustiça no seu contexto de trabalho, o que era expectável,
dada a especial necessidade que as pessoas com alta CMJ têm para acreditar no
mundo justo (Lerner, 1980). Esperava-se, então, a existência de um efeito de
interacção entre a justiça procedimental, a justiça distributiva e a crença no
mundo justo. Contudo, a interacção entre estas três variáveis não se verificou,
tendo a dimensão justiça procedimental surgido mais aliada à crença no mundo
justo do que a justiça distributiva. Assim, os resultados evidenciam uma maior
sensibilidade da CMJ aos aspectos procedimentais.
Os resultados mostram um efeito de interacção esperado entre a justiça
procedimental e a crença no mundo justo na reacção dos professores, nas
variáveis paciência, voz agressiva e negligência. Esperava-se que na condição
justiça procedimental baixa quem tivesse uma alta crença no mundo justo
revelaria uma menor intenção de reagir de forma negativa. Esta hipótese foi
parcialmente comprovada. Os resultados evidenciam que na condição justiça
procedimental baixa os professores com uma CMJ alta revelam-se mais pacientes
comparativamente com os que têm uma CMJ baixa. Tal como refere Hagedoorn et al.
(2002), quando as pessoas com CMJ alta estão perante situações injustas
acreditam que no fim será a justiça a prevalecer, o que explica a paciência no
sentido de esperar que as coisas melhorem pois, mais tarde ou mais cedo, é a
justiça que vence.
Já na voz agressiva e na negligência, os resultados revelaram-se surpreendentes
para nós, pois não foram ao encontro do que era expectável, surgindo o efeito
oposto. Na condição de justiça procedimental baixa os participantes com alta
CMJ recorreram mais à voz agressiva comparativamente com os participantes com
baixa CMJ. Também na negligência, é na condição de justiça procedimental baixa
que a reacção negativa por parte dos indivíduos com CMJ alta é maior. Deste
modo, apenas na condição de justiça, os participantes com CMJ alta revelam uma
menor tendência para serem negligentes. Curiosamente, na condição justiça
procedimental baixa são os professores com uma alta CMJ que reagem com mais
negligência. Provavelmente, a insatisfação que era vivida pelos professores no
momento da recolha dos dados devido à contestação sobre a implementação de um
sistema de avaliação é responsável por estes resultados. Pois, a injustiça
percepcionada por parte destes relativamente ao Ministério da Educação pode ser
tão grande ao ponto de já não conseguirem minimizá-la. De facto, a motivação
das pessoas para proteger a sua crença pode diminuir se estas forem
confrontadas frequentemente com situações de injustiça (Lerner, 1980).
Hagedoorn et al., (2002) argumentam "the belief in a just world may only
stimulate optimistic reactions as long as people are not confronted with
unfairness too often" (p. 142).
Por outro lado, será que este resultado se deve à tentativa dos professores na
reposição da justiça? Se, de acordo com a teoria da CMJ, cada um tem aquilo que
merece e se os professores consideram que são tratados de forma injusta,
poderão retribuir na "mesma moeda", ou seja, com voz agressiva e
com atitudes negligentes que possam comprometer o desempenho da escola, de modo
a repor a percepção de justiça. Tal facto, sugere-nos a existência de
sentimentos de raiva e de ressentimento que conduzem a comportamentos de
vingança, os quais, tal como aponta a literatura são frequentemente um
resultado das percepções e avaliações de injustiça (Dalbert, 2002; Sharlicki
& Folger, 1997; Van Yperen et al., 2000).
É de salientar também que as médias das respostas dos participantes na
negligência foram das mais baixas comparativamente com as restantes reacções.
Talvez o seu carácter explícito e negativo tenha conduzido ao fenómeno de
desejabilidade social e tal tenha influenciado a sinceridade das respostas. De
facto, os itens que avaliavam a negligência (e.g., esforçar-se menos no seu
trabalho, dizer que está doente porque não lhe apetece trabalhar) podem soar a
um certo grau de irresponsabilidade e preguiça. Assim, os participantes podem
ter entendido esta medida como algo que põe em causa o seu profissionalismo e
até o seu carácter.
Ao nível dos efeitos principais, os resultados foram ao encontro das hipóteses,
mas apenas para algumas variáveis. Na variável voz com consideração os
participantes com alta CMJ revelaram-se mais dispostos do que os de CMJ baixa a
tentar resolver os problemas e darem soluções aos Órgãos de Gestão tendo sempre
em conta os interesses dos outros. Portanto, as pessoas com CMJ alta preocupam-
se mais com a componente de justiça procedimental apontada por Leventhal (1980)
respeitante à necessidade dos procedimentos serem representativos dos
interesses de todos os envolvidos. Além disso, este resultado pode também estar
associado a uma das funções da crença no mundo justo que passa precisamente por
"obrigar" os indivíduos a comportarem-se de uma forma justa
(Dalbert, 2001).
Por fim, a justiça distributiva teve impacto apenas na saída, sendo que aqueles
que consideraram ser injustamente recompensados revelaram uma maior intenção de
sair da organização comparativamente com aqueles que avaliaram as suas
recompensas como justas. Tal como as pesquisas anteriores sugerem (e.g., Van
Yperen et al., 2000), quanto mais os trabalhadores se sentem privados maior a
probabilidade de abandonarem a organização. Talvez, outras variáveis como a
avaliação das oportunidades de trabalho, a percepção da facilidade em arranjar
outro trabalho também possam ter influenciado as respostas dos participantes
(Parker, 1993) e futuros estudos deverão incluí-las.
Também, o facto de os professores terem estado envolvidos em muitas acções de
protesto como greves, abaixo-assinados e manifestações, no ano lectivo em que
este estudo foi realizado é revelador de uma luta constante pela justiça dos
procedimentos. Tal como referem Hagedoorn e colaboradores (1998) as pessoas
acreditam que quando lhes é dada a oportunidade de se exprimirem, haverá uma
maior possibilidade de corrigirem aquilo que consideram estar mal (vertente
instrumental da "voz"). Os autores constataram também que os
indivíduos com alta CMJ tendem a reagir de forma mais positiva às situações,
revelando maior disposição para falar com o seu supervisor e tentarem resolver
os problemas da organização tendo em conta a perspectiva dos restantes membros
da organização.
Relativamente às limitações do estudo, o tamanho da amostra é um aspecto a ser
apontado. Possivelmente, se a nossa amostra comportasse um maior número de
participantes, teria havido mais resultados significativos derivado de um maior
poder de teste. No futuro, dever-se-ia tentar realizar o estudo a nível
nacional, junto de uma amostra geograficamente mais heterogénea.
Também o facto de a justiça ter sido manipulada pode ter tido implicações nos
resultados, uma vez que a situação apresentada aos professores era hipotética.
Desta forma se, o cenário apresentado não correspondesse ao que era vivido na
realidade pelo/a professor/a em questão, talvez este/a não se tenha conseguido
abstrair da sua situação real. Também seria interessante tentar perceber se a
experiência de ensino dos professores pode influenciar a relação entre a
injustiça e as reacções dos professores face a esta, pois, talvez o facto de se
estar no final da carreira, numa situação mais estável possa levar os
professores a manifestarem reacções mais arriscadas comparativamente com
aqueles que se encontram em início de carreira. Além disto, a identificação com
a categoria profissional "professores" e com a situação apresentada
podem constituir variáveis com impacto nas reacções dos professores à injustiça
e por isso, merecem atenção futura.
Apesar destas limitações, consideramos que o nosso estudo é relevante porque
testou pela primeira vez a influência da CMJ e das (in) justiças procedimental
e distributiva em toda a tipologia de reacções descrita em contexto
organizacional, as quais têm um papel central na eficácia organizacional
(Folger & Cropanzano, 1998). Esta constatação é uma chamada de atenção aos
profissionais das organizações para a necessidade de estarem atentos às
questões de justiça, fomentando-a no seio das empresas, quer dando
possibilidade aos trabalhadores de participarem em parte nas decisões, quer
tratando-os com respeito, quer ainda oferecendo-lhe recompensas que sejam
proporcionais às suas contribuições. Este estudo tem relevo pois, ao
conhecermos uma variável, a CMJ, que faz diferença na relação descrita podemos
prever essas mesmas reacções.