Dissertações
Dissertações de Doutoramento
Paulo Ferreira del Pino Fernandes (2005). Concepções e Práticas de Literacia
Emergente em Contexto de Jardim-de-Infância.Dissertação de Doutoramento em
Educação apresentada à Universidade do Minho (Área de conhecimento:Psicologia
da Educação)
Resumo
É hoje reconhecido que o processo de aprendizagem da leitura e escrita é longo
e complexo. Desde o nascimento e através das primeiras experiências de
exploração da língua, a criança acumula um conjunto de conhecimentos que irá
mobilizando na construção de um conhecimento literácito. As experiências e
aprendizagens em contexto pré-escolar serão a par das aprendizagens
literácitas em contexto familiar determinantes para a aprendizagem formal da
leitura e escrita.
Porém, esta perspectiva nem sempre foi pacífica entre os profissionais de
educação pré-escolar. Por um lado, os educadores de infância parecem reconhecer
a importância do desenvolvimento linguístico e a sua relação com as
aprendizagens posteriores; mas já o conceito de promoção de literacia
emergente, envolvendo medidas organizadas e intencionais de ensino-aprendizagem
em tarefas de leitura e escrita, parece menos consensual.
A prática educativa em jardim-de-infância e a formação de educadores de
infância tem sido marcada por uma sistemática referência aos quadros da
Psicologia do Desenvolvimento, com aparente exclusão de áreas de aprendizagem e
de aquisição de comportamentos específicos. Por outro lado, a representação da
educação pré-escolar como um espaço de lazer e de aprendizagens de carácter
informal, não necessariamente sede de aprendizagens discretas, tem criado
resistências à observação de planos educativos que definam aprendizagens no
âmbito da literacia.
Partindo dos pressupostos enunciados, construímos o nosso estudo em torno da
questão da realização, em jardim-de-infância, de tarefas associadas a
objectivos na área do conhecimento linguístico e literácito, particularmente no
que diz respeito à importância percebida e à frequência da sua realização. Os
resultados (N=340) demonstram que face a um conjunto de tarefas de aprendizagem
linguística e literácita emergente, os educadores de infância tendem a
valorizar as actividades que destacam o uso oral da linguagem, em detrimento de
um uso da vertente impressa. Este perfil de prática dos educadores, destacando
o desconhecimento da evidência científica acumulada nos últimos anos, parece
resultar quer de uma perspectiva específica de jardim-de-infância, sem
conteúdos nem práticas intencionais de aprendizagem, quer de um tipo igualmente
específico e dominante de formação. Promovida a nível de formação superior nos
últimos 20 anos, a formação de educadores de infância parece assim não
reflectir o estado de saber nesta área de aprendizagem e desenvolvimento da
criança. Análises de conteúdo das entrevistas realizadas a um subconjunto de
educadoras (N=8) permitem inferir uma forte associação entre a não realização
de tarefas de literacia e uma reconhecida ausência de formação. Nos educadores
que reportam práticas consistentes e regulares de promoção do conhecimento
literácito, organizadas em torno de objectivos claros de desenvolvimento e
aprendizagem de um conhecimento sobre a linguagem e literacia, a formação é
reconhecida como um factor decisivo para essa prática.
Por outro lado, a referência a práticas que promovem o conhecimento da vertente
impressa, em articulação com o conhecimento da vertente oral da linguagem,
parece variar em função das escolas de formação e do percurso de formação.
Educadores com mais tempo de serviço e menor formação tendem a desvalorizar
tarefas de literacia, especificamente no que respeita à promoção do
conhecimento das vertentes impressas da linguagem. Por outro lado, educadores
com mais formação ou formação mais actual, tendem a valorizar estas mesmas
tarefas de literacia.
Foi ainda possível observar diferenças na realização de tarefas em função das
escolas de formação. Assim, instituições que apresentam fortes referências ao
conhecimento da Língua Portuguesa na sua tradição e prática de formação tendem
a ver representada essa diferença nas práticas dos educadores que aí realizaram
formação de nível inicial ou complementar, apesar de este efeito poder ser
contrariado pelos efeitos de socialização de práticas profissionais que de
forma largamente prevalente assentam noutros quadros de referência.
Robéria Rodrigues Lopes (2005). CencepçõesCientíficas e Pessoais sobre a
Educação/Formação Profissional: contributos para a elaboração de um modelo
teórico.Dissertação de Doutoramento em Educação apresentada àUniversidade do
Minho (Área de conhecimento: Psicologia da Educação)
Resumo
O objetivo desta tese é analisar concepções teóricas e políticas públicas de
educação/formação profissional promovidas no Brasil no início do século XXI,
visando a delinear um contributo de um modelo teórico de educação/formação
profissional. Com esta finalidade presente, a pesquisa empírica, do tipo
exploratória e descritiva, pretende analisar se: (i) a educação/formação
profissional legitima a ordem social, ao direcionar suas prioridades à lógica
do mercado de trabalho, sem promover uma formação de base voltada ao
desenvolvimento de cada indivíduo; (ii) os sistemas de educação/formação
profissional são expressão de uma crise política acerca da fünção social da
educação/formação profissional; (iii) as concepções dos diferentes atores
diretores, gerentes de área, professores e formandos são uma expressão dos
modelos/concepções científicas e políticas de educação/formação profissional;
(iv) as concepções dos diferentes atores diretores, gerentes de área,
professores e formandos sobre os sistemas de competência, sãouma expressão
dos modelos/concepções científicas e políticas de competência(s).
O método do estudo de caso está fundado na análise intensiva do Centro Federal
de Educação Tecnológica do Ceará CEFET/CE, sustentando-se com as
contribuições teóricas do campo da educação profissional, contextualizadas com
teorias da Psicologia da Educação e da Sociologia da Educação, com as quais a
educação profissional e a noção de competência guardam coerência. 0
procedimento metodológico da investigação decorreu de modo seqüencial entre
2002 e 2004 e se realizou em três tempos e modos: pesquisa bibliográfica,
documental e de campo, subsidiadas pela técnica da entrevista semi-estruturada,
jimto de um conjunto de atores sociais relevantes (n=39) diretores (n=3;
M=50,3 anos; 1 feminmo), gerentes (n=4; M=39,5 anos; 2 feminmo), professores
(n=15, M=42,6 anos; 1 feminmo) e alunos (n=17; M=22,2 anos; 7 feminino) do
CEFET/CE. A análise das concepções pessoais de educação/formação profissional
de todos os grupos de participantes permitiu classificá-los em redor de seis
categorias: formação para o trabalho (56,2%), política educacional (20,7%),
competências profissionais, pessoais e coletivas (9,3%), mercado de trabalho
(6,1%), educação (4,4%) e orientação para a carreira (3,3%).
Os resultados elucidaram os descompassos entre as intencionalidades
educacionais manifestadas nas políticas públicas de educação/formação
profissional e as concepções pessoais dos atores sociais de uma escola
profissionalizante. Percebe-se, todavia, a preocupação do conjunto da
comunidade escolar em melhorar o seu desempenho educacional, compartilhar com
as empresas as experiências que apresentam relação com a questão
profissionalizante, entre as quais se incluem as ações voltadas para o
desenvolvimento da carreira dos jovens e adultos brasileiros. 0 posicionamento
do pesquisador frente a esse cenário aparece, ao final desta tese, na forma de
uma contribuição para a formulação de um modelo teórico de educação/formação
profissional.
Maria Custódia Jorge da Rocha (2005). Educação, Género e Poder: uma Abordagem
Política, Sociológica e Organizacional.Dissertação deDoutoramento em Educação
apresentada à Universidade do Minho (Área deconhecimento: Organização e
Administração Escolar)
Resumo
Um estudo sobre as relações sociais de género enquanto relações sociais de
poder (empiricamente apoiado através de uma análise crítica dos discursos
organizacionais) permite que, nesta tese, se apresentem os principais contornos
epistemológicos e metodológicos desta problemática.
A partir de uma exposição dos enquadramentos teórico-conceptuais que enformam
algumas análises políticas, sociológicas e organizacionais (de teor feminista
ou não) na sua relação com o género e o poder, esclarece-se como os poderes
instituídos, quantas vezes com carácter de regulação e de dominação,
contribuíram para a construção de pressupostos (aparentemente neutros) de
desigualdade social entre mulheres e homens. A convocação de outros
enquadramentos teórico-conceptuais, favorecendo a extensão desta análise
crítica, permite que se problematizem algumas das possibilidades que as
mulheres e os homens têm de definir as suas acções políticas, sociais,
organizacionais dentro de relações de poder outras que não lhes reduzam as suas
hipóteses de vida.
Num contexto em que novas formações discursivas sobre género e poder e novas
formas de dominação se manifestam é pertinente que se percebam, pois, os
critérios que permitiram a institucionalização da desigualdade, aqueles (por
vezes os mesmos) com os quais se procede à sua reinstitucionalização e ainda
aqueles que, pese embora todos os constrangimentos, podem favorecer a
desinstitucionalização da desigualdade.
Isto, porque o(s) género(s), afinal, tal como o(s) poder(es) e o(s) discurso(s)
não são atributos mas sim relações que abrangem uma multiplicidade de
configurações políticas, sociais e organizacionais onde as mulheres e os
homens, pela acção de politização, podem colocar em questão as diferenças que
os hierarquizam e que impedem a construção de uma dinâmica de igualdade na
escola, no espaço público e privado.
Isabel Maria Pereira Pinto (2005). Programa de Desenvolvimento Cognitivo para
Crianças com Necessidades Educativas Especiais.Dissertação de Doutoramento em
Educação apresentada à Universidade do Minho (Área deconhecimento: Psicologia
da Educação)
Resumo
Pretendeu-se com este trabalho construir e avaliar os efeitos de um programa de
intervenção dirigido a crianças com necessidades educativas especiais em idade
pré-escolar. 0 programa "Degrau a Degrau" foi desenhado a partir dos
modelos construtivistas, da teoria de aprendizagem mediatizada e da abordagem
do processamento da informação e pretende trabalhar competências nas áreas
perceptivo/motoras, figurativo/espaciais, linguísticas e numéricas.
A implementação do mesmo decorreu ao longo de um período de seis meses, em
contexto de sala de jardim-de-infância, sendo o mesmo implementado pelas
educadoras.
Na avaliação dos efeitos do programa foi usado um designexperimental, tendo-se
recorrido a procedimentos qualitativos e quantitativos (Escala da WISC-R,
Escala de Avaliação de Dificuldades Sócio-Afectivas e Escala de Avaliação de
Dificuldades Cognitivas e Linguístícas).
As crianças alvo do estudo foram sinalizadas pelas equipas da educação especial
por apresentarem um atraso de desenvolvimento. As 78 crianças são provenientes
do meio urbano (Porto) e meio rural (Barcelos). Estas foram distribuídas de
forma equitativa pelos grupos experimental e de controlo.
A avaliação qualitativa do programa indica uma apreciação positiva dos
educadores em relação ao processo de formação, ao programa e aos materiais
usados. A análise dos resultados obtidos no pré-teste indica que o grupo
experimental e o grupo de controlo não se diferenciam entre si, existindo
diterenças em função da zona de residência, favoráveis ao grupo da zona rural.
A análise dos efeitos do programa efectuada a partir da análise multivariada de
variância mostrou a existência de ganhos significativos nos sujeitos do grupo
experimental, sendo tais diferenças maiores nas crianças pertencentes à zona
rural.
Eduardo Vitor Miranda Carrão (2005). Repensar a Informática Educativa:
construção de um dispositivo para dar vez e voz aos professores na utilização
de softwares educacionais.Dissertação de Doutoramento em Educaçãoapresentada à
Universidade do Minho (Área de conhecimento: TecnologiaEducativa)
Resumo
A presente investigação pretende contribuir para o avanço da utilização das
TICs na educação fundamental, proporcionando a professores atuantes em sala de
aula, na sua linguagem, na sua voz, uma nova fonte de exemplos e formas de uso
das TICs.
As mudanças por que vem passando o mundo actual impõem a necessidade de se
ressignificarem muitos dos valores e dos costumes formulados para a educação. O
encurtamento das distâncias e a velocidade cada vez maior da ocorrência dos
factos, implicam uma maior agilidade na tomada de decisão e na acção das
pessoas. Na indústria, no comércio, na medicina, no desporto, nos lares, os
computadores tomam posicionamento, assumindo responsabilidades funcionais
numerosas, um papel estratégico, permitindo emesmo exigindo a dissociação do
tempo e do lugar geográfico físico das actividades humanas.
O computador é um instrumento novo, recém chegado nas redondezas da educação, e
que pode, e deve, ajudar o ensino a se tornar cada vez mais ensino: fornecer
conhecimentos e informações, abrindo os caminhos do raciocínio. Com as TICs,
consideramos que os professores dispõem de uma inovadora e relevante
alternativa de melhoria da educação nesta nossa sociedade do século XXI e um
ingrediente indispensável para (re)construir a mesma.
A reflexão sobre o tema deve superar a visão do senso comum, e não compete à
indústria nem ao comércio de informática o traçado das direcções pedagógicas,
nem do rumo político do uso do computador no processo ensino-aprendizagem. Caso
se queira estruturar uma pedagogia política para a informática educacional a
questão tem que ser ponderada e balizada por parâmetros mais amplos e,
necessariamente passa pelo professor, pela formação do cidadão e pela
diversidade do ser humano.
A investigação proposta funda-se na necessidade de analisar e comparar os
parâmetros de categorização e avaliação de softwareseducativos, apresentados
por fornecedores e produtores com os parâmetros considerados por professores
engajados na labuta diária em sala de aula e assim, proporcionar uma fronte de
informações sobre os mesmos e seu uso, baseados em suas experiências diárias
junto aos alunos, em sala de aula.
Com este objetivo, este projeto apoia-se em um sitedenominado "Banco de
Informações do Professor de SoftwaresEducacionais" (BISE) nada mais
coerente com idéia de TIC , onde estes poderão colocar as suas avaliações e
experiências diárias do uso de TICs, amplificando e democratizando a
necessidade de nossos alunos serem preparados para a convivência com o
computador.
São estes desafios aqui mencionados, provocados em grande parte pelo rompimento
social da informática, dos softwarese das tecnologias digitais, a par do
processos de globalização comunicacional, das brechas trazidas à educação, à
escola e aos professores, que norteiam a reflexão vertida neste nosso trabalho
de investigação. Repensar a escola e o papel dos professores à luz da
informática educativa é o tema central desta investigação.
Henrique da Costa Ferreira (2005). A Administração da Educação Primária entre
1926 e 1995: que participação dos professores na organização da escola e do
processo educativo.Dissertação de Doutoramento em Educaçãoapresentada à
Universidade do Minho (Área de conhecimento: Organização eAdministração
Escolar)
Resumo
O nosso trabalho, intitulado «A Administração da Escola Primária entre 1926 e
1995 Que participação dos professores na Organização da Escola e do Processo
Educativo?», centra-se no estudo da participação dos Professores na
Administração da Escola Primária /1° Ciclo do Ensino Básico.
Partindo dos estudos de Licínio LIMA (1992; 1998 e 2003) sobre a organização e
a participação na Escola Secundária Portuguesa, inventariando a construção de
modos de produção de normas e de regras e de formas de participação na Escola,
e propondo o confronto entre «participação decretada» e «participação
praticada», propusemo-nos, essencialmente três objectivos:
analisar o contributo da teoria dos sistemas políticos (Capítulos II a V) e
da teoria organizacional (Capítulo VI) para uma teoria da participação/não-
participação nas organizações e, particularmente, nas organizações educativas;
analisar as formas do Estado e da Administração Educacional Primária, no
horizonte do nosso estudo (1926-1995) à luz dos contributos da teoria sobre os
sistemas políticos, hipotetizando a realização de diferenças substantivas nos
dois períodos a considerar: 1926-1974, correspondendo ao Estado autoritário e
administrativo e 1974-1995, correspondendo ao Estado democrata pluralista e
liberal-social (Capítulos VII a IX);
confrontar a «participação decretada» com a «participação praticada», a
partir de entrevistas a dois grupos de 10 professores: um que exerceu entre
1955 e 1985 e outro que exerceu entre 1968 e 1995 (Capítulo X).
No Capítulo I, o autor contextualiza a problemática da participação enquanto
estratégia de desenvolvimento pessoal e social inerente ao processo educativo e
à democratização da sociedade, pondo em evidência as ameaças do neoliberalismo
e dos movimentos gestionários para a eficiência e para a produtividade, os
quais cooptam e manipulam a participação como uma tecnologia social de gestão.
Dada a extensão temporal do estudo, o autor utiliza três abordagens teóricas: a
estrutural-funcional, compatível com os sistemas racionais-
burocráticomecânicos; a abordagem da acção estratégica, compatível com aqueles
sistemas e com as burocracias profissionais; e a abordagem política, compatível
com as burocracias profissionais e com os sistemas debilmente articulados.
Como principais conclusões do estudo emergem: 1) que a acção estratégica dos
«actores» se sobrepôs aos constrangimentos impostos à Escola, no 1° período; 2)
que a liberdade relativa dos «actores», no domínio pedagógico, foi preservada
nesse período; 3) que a Escola Primária Portuguesa, no segundo período, tende
para a burocracia profissional e para a «adhocracia», no interior da Escola, e
para o sistema debilmente articulado, entre escolas; 4) que estas
características possibilitaram uma efectiva participação na gestão curricular/
pedagógica, apenas limitada pela escassez de recursos financeiros e materiais.
Júlia Isabel Coelho Alves de Castro (2005). A Interculturalidade e o Pensamento
Histórico dos Jovens.Dissertação de Doutoramento emEducação apresentada à
Universidade do Minho (Área de conhecimento:Metodologia do Ensino da História e
das Ciências Sociais)
Resumo
As problemáticas que se encontram no cerne da reflexão sobre a Pedagogia
Intercultural têm vindo a ser definidas e redefinidas no contexto de um quadro
conceptual, no qual se inscrevem diferentes áreas do saber, ligadas às Ciências
Sociais e Humanas. Neste sentido, com recorrência encontramos o Conhecimento
Histórico com uma das linhas de reflexão dessas problemáticas, verificando-se,
por outro lado, que a Interculturalidade é uma das questões colocadas com
alguma frequência no contexto do Ensino da História.
Nesta sequência, é evidente a necessidade e a emergência de uma investigação e
reflexão que impliquem o cruzamento do quadro conceptual, à volta do qual se
situa hoje a discussão sobre estas mesmas problemáticas, com um conjunto de
ideias estruturantes da natureza do conhecimento
histórico, ou seja as ideias de segunda-ordem, das quais destacamos a
Significância e a Empatia Históricas.
A investigação sobre o percurso do pensamento histórico dos jovens portugueses,
assenta numa linha investigaria sobre cognição situada da História,
eminentemente empírica, de natureza descritiva, essencialmente qualitativa.
Esta corrente de investigação, com uma expressão já significativa no nosso
país, tem preconizado uma estreita ligação a equipas de investigação sediadas
sobretudo no Reino Unido, Estados Unidos e Canadá. O presente estudo centra-se
no percurso do Pensamento Histórico dos Jovens, nomeadamente no que concerne às
ideias de segunda-ordem: Empatia e Significância Históricas, e à forma como
estas estão ligadas à compreensão de um quadro conceptual ligado à
Interculturalidade (de onde emergem conceitos como o de Diferença e
Diversidade, Relação e Universalidade).
Este projecto de investigação envolveu jovens dos 15 aos 18 anos de idade (a
frequentar os 10º, 11º e 12º anos na área curricular de Humanidades) de escolas
secundárias do Norte de Portugal (dos Distritos do Porto e Braga).
Fátima da Conceição Tavares Fernandes Martins Braga da Silva (2005). Ramo
Educacional FLUP ' um projecto reconceptualizado.Dissertação de Doutoramento em
Educação apresentada à Universidade do Minho (Área de conhecimento:
Desenvolvimento Curricular)
Resumo
ATese de Doutoramento que aqui apresentamos desenvolveu-se ao longo de quatro
anos e teve como objecto de estudo o Modelo de Formação Inicial de Professores
de Francês da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, modelo que vigorou
entre 1988 e 2005. Identificou-se como problema de investigação a necessidade
de conhecer o grau de satisfação dos licenciados pelo Ramo Educacional de
Francês da FLUP, tendo presente as metas inscritas na missão da Universidade do
Porto.
Neste contexto, procedeu-se à análise das variáveis curriculares e
organizacionais do modelo, de acordo com a questão estruturante em que o
objecto de estudo foi explicitado: como se cruzam os Modelos de Formação de
Professores com as Políticas Educativas, com as Políticas de Formação Inicial e
com o Desenvolvimento Pessoal e Profissional dos Professores formados pelo Ramo
Educacional de Francês da FLUP?
A partir daqui, foram definidos como objectivos desta investigação:
Avaliar as variáveis curriculares e organizacionais do Modelo de Formação
Inicial da FLUP (Francês) na reestruturação curricular em vigor entre 1988/98 e
2004/05;
Compreender essa estrutura à luz dos Modelos de Formação Inicial de
Professores, das Políticas Educativas dos anos 80 e 90 e das Políticas de
Formação Inicial.
Avaliar as representações dos professores formados pela FLUP (Francês), no
que respeita ao desenvolvimento pessoal e profissional operado na formação,
tendo em conta o cumprimento das metas definidas pela UP para esse
desenvolvimento.
Analisar os pontos de vista dos formadores (docentes universitários e
orientadores de estágio) e dos empregadores (conselhos executivos das escolas
básicas e secundárias) acerca do cumprimento das referidas metas da UP.
Para a consecução destes objectivos, a presente tese foi estruturada em duas
partes. Os quatro primeiros capítulos, que constituem o enquadramento
conceptual, começam por inserir este estudo na área do Desenvolvimento
Curricular primeiro capítulo. O curricularista aparece aí identificado com
uma presença ética no mundo e aqui se reivindica que o discurso curricular faça
parte do quotidiano dos professores.
O segundo capítulo caracteriza o contexto sócio-económico e cultural da
actualidade, através de uma reflexão realizada à luz de contributos da
Sociologia da Educação, da Filosofia da Educação e da Psicologia da
Aprendizagem.
O capítulo três equaciona os conceitos de cultura, de educaçãoe de cidadaniae o
seu papel na recontextualização das subjectividades.
As questões até aqui equacionadas são, no quarto capítulo, repensadas no
contexto da socialização dos professores principiantes em formação inicial.
Mostra-se a necessidade de se construírem percursos singulares de
desenvolvimento dos formandos, de modo a promover a sua afirmação como sujeitos
interpretativos.
A segunda parte da tese integra o enquadramento metodológico da investigação.
Assim, no capítulo cinco define-se a metodologia de trabalho, em termos de
técnicasde recolha e de análise de dados. Inserida no paradigma do pensamento
do professor e numa perspectiva curricular, a presente investigação pretende
proceder ao cruzamento de dados qualitativos resultantes do inquérito por
entrevista a informantes seleccionados e da investigação documental com dados
quantitativos, obtidos através de inquérito por questionário. Este questionário
foi aplicado a uma amostra da população que obteve a sua licenciatura no Ramo
Educacional da FLUP (Francês) nos anos de vigência do modelo em estudo, assim
como aos seus formadores e empregadores. Deste modo, esta investigação
constitui-se, também, como um estudo longitudinal e transversal.
O capítulo seis apresenta as conclusões do estudo: o Ramo Educacional de
Francês da FLUP foi um projecto que nunca conseguiu ter projecto, mas que
continha sementes de sucesso, não fora a asfixia a que, no contexto actual, o
Pensamentoestá votado.
Dissertações de Mestrado
Janeiro a Junho de 2006
ALMEIDA, Helena Silva (2006). Formação continuada de professores: o curso TV na
escola e os desafios de hoje e seus reflexos no ensino e aprendizagem de
Ciências em Fortaleza-Ceará. Dissertação de Mestrado em Educaçãoapresentada à
Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia(Área de
Especialização: Supervisão Pedagógica em Ensino da Física eQuímica).
BARBOSA, António Francisco Dantas (2006). O conhecimento tácito substantivos
históricossobre o encontro entre povos e culturas na época dos descobrimentos:
um estudo com alunos dos 7º e 10º anos de escolaridade.Dissertação de Mestrado
em Educação apresentada à Universidade doMinho, Instituto de Educação e
Psicologia (Área de Especialização:Supervisão Pedagógica em Ensino da
História).
BATISTA, Elisabete Maria Anjos (2006). A (in)disciplina no Liceu de
Bragançadurante o Estado Novo. Dissertação de Mestrado em Educação apresentadaà
Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área
deEspecialização: História da Educação e da Pedagogia).
BERNARDINO, Maria Paula Arantes (2006). As respostas sociais de apoio na
satisfação das necessidades humanas básicas da pessoa idosa: uma perspectiva de
educação e promoção da saúde. Dissertação de Mestrado emEducação apresentada à
Universidade do Minho, Instituto de Educação ePsicologia (Área de
Especialização: Educação para a Saúde).
CARVALHOSA, Tânia Sofia Oliveira Grilo (2006). O trabalho e as culturas
profissionais dos Directores de Turma. Um ensaio de análise
sociológica.Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade
doMinho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização:
Sociologiada Educação e Políticas Educativas).
CHAVES, Fátima Rosário Costa (2006). A significância de personagens históricas
na perspectiva de alunos portugueses e brasileiros. Dissertação deMestrado em
Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto deEducação e Psicologia
(Área de Especialização: Supervisão Pedagógica emEnsino da História).
COSTA, Joana Auxilia Pereira Fernandes (2006). Competências adquiridas ao longo
da vida - processos, trajectos e efeitos. Dissertação de Mestrado emEducação
apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação ePsicologia (Área de
Especialização: Educação de Adultos).
COSTA, Paulo Alexandre Barros (2006). Promoção de uma alimentação saudável na
escola: um estudo comparativo entre escolas do concelho de Braga pertencentes à
RNEPS e não pertencentes. Dissertação de Mestradoem Educação apresentada à
Universidade do Minho, Instituto de Educação ePsicologia (Área de
Especialização: Educação para a Saúde).
CUNHA, António Duarte Conde Almeida (2006). A selecção de conteúdos - um estudo
sobre as representações dos professores de língua portuguesa do 2º ciclo do
ensino básico.Dissertação de Mestrado em Educaçãoapresentada à Universidade do
Minho, Instituto de Educação e Psicologia(Área de Especialização:
Desenvolvimento Curricular).
DIAS, Helena Paula Cerqueira Silva (2006). Trabalho colaborativo do grupo
disciplinar de matemática: uma estratégia de desenvolvimento profissional com
professores do 2º ciclo do ensino básico.Dissertação de Mestrado emEducação
apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação ePsicologia (Área de
Especialização: Supervisão Pedagógica em Ensino daMatemática).
DIAS, Paula Cristina Silva (2006). As explicações dos alunos sobre uma situação
histórica: um estudo com alunos do 3º ciclo do ensino básico.Dissertação de
Mestrado em Educação apresentada à Universidade doMinho, Instituto de Educação
e Psicologia (Área de Especialização:Supervisão Pedagógica em Ensino da
História).
FERREIRA, Arminda Esmeralda Araújo (2006). Ideias de significância histórica e
pedagógica em contexto de interacção: um estudo com professores
estagiários.Dissertação de Mestrado em Educação apresentadaà Universidade do
Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área deEspecialização: Supervisão
Pedagógica em Ensino da História).
FERREIRA, Elsa Maria Barrigão (2006). Ensino e aprendizagem de geometria em
ambientes geométricos dinâmicos: o tema de Geometria do plano no 9º ano de
escolaridade.Dissertação de Mestrado em Educação apresentada àUniversidade do
Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área deEspecialização: Supervisão
Pedagógica em Ensino da Matemática).
FONSECA, Andréia Serra Azul (2006). Os recursos mediatizados no processo de
ensino-aprendizagem: estudo sobre a utilização pelos professores nas escolas do
ensino médio da rede pública na região de Fortaleza Ceará
Brasil.Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade doMinho,
Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização:Tecnologia
Educativa).
FONSECA, Cristina Maria Vilaça Gomes Pereira (2006). Aprendizagem e
conhecimento: a importância da Biologia na Pedagogia Piagetiana.Dissertação de
Mestrado em Educação apresentada à Universidade doMinho, Instituto de Educação
e Psicologia (Área de Especialização: Históriada Educação e da Pedagogia).
FONSECA, Maria Manuela Pereira (2006). Juventude(s) e sexuallidade humana.
Conhecimentos e opiniões de estudantes do Ensino Superior
Politécnico.Dissertação de Mestrado em Educação apresentada àUniversidade do
Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área deEspecialização: Educação para
a Saúde).
FREITAS, Luís Miguel Pereira (2006). Mudança Conceptual no tema "Terra no
Espaço" com base na interdisciplinaridade em Ciências Física e Naturais no
3º Ciclo.Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidadedo
Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização:Supervisão
Pedagógica em Ensino da Física e Química).
FREITAS, Sandra Maria Rodrigues (2006). As representações imagéticomentais dos
alunos sobre as ruínas arqueológicas da "Bracara Augusta".Dissertação
de Mestrado em Educação apresentada à Universidade doMinho, Instituto de
Educação e Psicologia (Área de Especialização:Supervisão Pedagógica em Ensino
de História).
GONÇALVES, Maria Conceição Ferreira (2006). As ideias tácitas históricas sobre
o 25 de Abril. Um estudo realizado com alunos do Minho e do
Alentejo.Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade
doMinho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização:Supervisão
Pedagógica em Ensino da História).
GUIMARÃES, Daniela Eduarda Silva (2006). A Webquest no ensino da matemática:
aprendizagem e reacções dos alunos do 8º ano de escolaridade.Dissertação de
Mestrado em Educação apresentada à Universidade doMinho, Instituto de Educação
e Psicologia (Área de Especialização:Tecnologia Educativa).
MACHADO, Elvira Maria Mendes (2006). Mudança em história: concepção de alunos
do 7º ano de escolaridade.Dissertação de Mestrado em Educaçãoapresentada à
Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia(Área de
Especialização: Supervisão Pedagógica em Ensino da História).
MANSOS, Maria Pilar Neves Nunes Santos Santa (2006). Representações da
alfabetização. O plano de educação popular e a campanha Nacional de Educação de
Adultos.Dissertação de Mestrado em Educação apresentada àUniversidade do Minho,
Instituto de Educação e Psicologia (Área deEspecialização: História da Educação
e da Pedagogia).
MENDES, Susana Filipa Rodrigues (2006). As práticas escolares como construtoras
de uma identidade curricular genderizada.Dissertação deMestrado em Educação
apresentada à Universidade do Minho, Instituto deEducação e Psicologia (Área de
Especialização: Desenvolvimento Curricular).
MOREIRA, Maria Carmo Martins (2006). Avaliação institucional escolar: um estudo
exploratório de uma experiência.Dissertação de Mestrado emEducação apresentada
à Universidade do Minho, Instituto de Educação ePsicologia (Área de
Especialização: Sociologia da Educação e PolíticasEducativas).
PARENTE, Hernâni Serafim Alves (2006). Uma perspectiva de desenvolvimento
profissional de professores de matemática: um projecto de investigação-acção de
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Mestrado em Educação apresentada àUniversidade do Minho, Instituto de Educação
e Psicologia (Área deEspecialização: Supervisão Pedagógica em Ensino da
Matemática).
PINTO, Maria Fátima Mota Teixeira (2006). A Escola entre o Estado e os Actores:
(des)articulações e sentidos na construção de um agrupamento de
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Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização:Organizações
Educativas e Administração Educacional).
PIRES, Maria Cândida (2006). A utilização de analogias no ensino das Ciências
da Natureza: um estudo sobre o tema "O Sangue e o Sistema
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emEducação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação
ePsicologia (Área de Especialização: Supervisão Pedagógica em Ensino
dasCiências da Natureza).
QUEIRÓS, Francisco Manuel Tomé (2006). Escolas do 1º ciclo do ensino básico de
Lousada e o ensino experimental das ciências.Dissertação deMestrado em Educação
apresentada à Universidade do Minho, Instituto deEducação e Psicologia (Área de
Especialização: Supervisão Pedagógica emEnsino das Ciências da Natureza).
RIBEIRO, Maria Conceição Semedo (2006). Democracia e participação no Governo da
Escola Básica Pública Portuguesa: um estudo de caso num Agrupamento de
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Instituto de Educação e Psicologia(Área de Especialização: Organizações
Educativas e AdministraçãoEducacional).
RIBEIRO, Sónia Alexandra Lopes (2006). O ensino da estatística no 7º ano de
escolaridade: caracterização e dificuldades sentidas pelos
professores.Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade
doMinho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização:Supervisão
Pedagógica em Ensino da Matemática).
SILVA, Filomena Maria Moreira (2006). Mandar e obedecer a representação da
acção disciplinadora da escola no Estado Novo.Dissertação de Mestrado em
Educação apresentada à Universidade doMinho, Instituto de Educação e Psicologia
(Área de Especialização: Históriada Educação e da Pedagogia).
SILVA, Maria José Araújo (2006). Olhar o consumo de álcool dos jovens num
contexto de educação para a saúde. Dissertação de Mestrado em
Educaçãoapresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia
(Área de Especialização: Educação para a Saúde).
SOARES, Cláudia Maria Cunha (2006). O contributo da imagem na construção do
imaginário. Análise da influência da visualização de imagens na representação
gráfica e verbal do conceito de monstro.Dissertação deMestrado em Educação
apresentada à Universidade do Minho, Instituto deEducação e Psicologia (Área de
Especialização: Tecnologia Educativa).
VALE, Maria Jorge Mendes Morão (2006). Arte, currículo e avaliação: a avaliação
dos alunos do 2º ciclo do ensino básico na disciplina de educação visual e
tecnológica.Dissertação de Mestrado em Educação apresentada àUniversidade do
Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área deEspecialização:
Desenvolvimento Curricular).
VIEIRA, Ana Paula Barroso (2006). O mandato europeu para a educação e a sua
recontextualização nacional.Dissertação de Mestrado em Educaçãoapresentada à
Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia(Área de
Especialização: Desenvolvimento Curricular).
Centro de Investigação em Educação
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