Testemunho Fundação Cuidar o Futuro, Cinco Anos Depois
Testemunho Fundação Cuidar o Futuro, Cinco Anos Depois
Fátima Grácio; Paula Borges Santos e Marijke de Koning
Fundação Cuidar o Futuro
Fundação Cuidar O Futuro, cinco anos depois
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Foi já muito perto do fim da sua vida que Maria de Lourdes Pintasilgo concebeu
e criou a Fundação Cuidar O Futuro. Encontrava-se nessa altura num momento de
exponencial reflexão e conhecimento sobre a realidade do mundo e sobre o
mistério da vida. Já havia feito um longo caminho de estudo, de preparação
científica e de experiência no terreno, que a habilitavam a formular propostas
fundamentadas que a seu ver poderiam ajudar a encontrar soluções para zonas de
crise. Já havia percorrido os vários palcos do mundo de onde proclamara a sua
indignação, de onde enunciara princípios novos para um outro exercício do poder
político, económico, social, cultural e ambiental e de onde também enfatizara o
papel importante das mulheres na renovação clara de um novo entendimento da
democracia e da cidadania.
Havia realizado um diagnóstico à escala do mundo com uma equipa internacional
de peritos e peritas, sobre questões ligadas com a população, direitos humanos,
pobreza, ambiente e desenvolvimento, que se encontra plasmado no Relatório
publicado em livro e traduzido para diversas línguas, Cuidar O Futuro, um
Programa radical para viver melhor(1998). Este trabalho foi acolhido com
entusiasmo por governos de vários países, mas praticamente ignorado em
Portugal. Hoje, passados 12 anos sobre a sua publicação, começa a haver vozes
que entre nós reconhecem o interesse, a pertinência, a importância e
actualidade, contidos nesta obra.
Restava-lhe talvez criar uma instituição, onde com um sedentarismo mais
adequado a essa fase da sua vida, pudesse continuar a criar pensamento e
encontrar formas adequadas de acção que ajudassem a trabalhar para uma
sociedade em que a «Qualidade de Vida seja ( ) medida a um tempo por direitos
objectivos e universais e por satisfação de condições subjectivas e
diversificadas». Assim, por sua iniciativa é instituída em 2001 pela Associação
Graal a Fundação Cuidar O Futuro (FCF), que nasce da lógica dos seus
empenhamentos públicos e da dinâmica da sua pertença ao Graal, como gostava de
sublinhar.
Decorridos cinco anos sobre o desaparecimento de Maria de Lourdes Pintasilgo,
temos tentado, com os objectivos consignados nos estatutos, dar corpo e
visibilidade a este projecto. A FCF tem um carácter cultural, social e
cientifico e a sua visão assenta nos valores espirituais que caracterizam a
Fundadora (Associação Graal) e na teoria e experiência da cultura do cuidado. A
sua missão traduz-se essencialmente na promoção de iniciativas de estudo,
reflexão e acção que procuram apontar respostas adequadas aos problemas que a
sociedade de hoje coloca, aprofundando o conceito e a prática de Qualidade de
Vida nas suas dimensões social, cultural económica e ambiental. Nestas
iniciativas temos procurado divulgar o pensamento de Maria de Lourdes
Pintasilgo, sendo que para esta tarefa, a preservação e tratamento do seu
arquivo histórico tem sido fundamental. Os principais domínios de actuação são
programas de intervenção e de investigação, seminários, conferências, debates,
bem como o tratamento e preservação de arquivos históricos e publicações. No
sítio da FCF estão disponíveis, com mais detalhe, as principais iniciativas,
programas e projectos, bem como textos de diferentes autores/as, apresentados
em diversas sessões públicas.
O Centro de Documentação e de Publicações2
No projecto da Fundação Cuidar O Futuro, concebido por Maria de Lourdes
Pintasilgo, foi contemplada, desde o começo, a criação de um Centro de
Documentação e de Publicações (CDP) que reunisse o seu acervo pessoal e o de
Teresa Santa Clara Gomes, bem como o arquivo histórico do movimento Graal.
A consciência de que a memória necessita de salvaguarda, num esforço que tinha
muito de pessoal e também de institucional, e de que nesses diversos espólios
existia um património valioso e vastíssimo, de interesse público, que poderia
originar e suportar investigações em áreas científicas muito diversas, cruzava-
se em Maria de Lourdes com a sensibilidade às novas tecnologias, o interesse em
garantir a partilha da informação e a atenção a experiências similares,
sobretudo aos casos de tratamento de arquivos pessoais de outros ex-chefes de
Estado e de Governo de quem era próxima.
Quando em Abril de 2004 o CDP iniciou a sua actividade, era propósito de Maria
de Lourdes dar início à informatização e digitalização integral do seu acervo
documental e proceder gradualmente à sua disponibilização. Tive o enorme
privilégio de me ter convidado a trabalhar consigo desde o início desse
projecto e, como tal, pude testemunhar o entusiasmo que nele colocava, a
discussão pormenorizada de todas as opções, norteadas por critérios de
qualidade, de actualidade e de funcionalidade.
Recordava muitas vezes que, no final dos anos 50 do século XX, quando começara
a trabalhar na Companhia União Fabril (CUF), uma das suas actividades tinha
sido a de criar um centro de documentação do grupo. Atenta à evolução da
tecnologia, comentava como tudo se tinha transformado num tempo relativamente
curto e como as soluções disponíveis para este tipo de equipamentos tinham
evoluído. Capacíssima de perceber o que poderia vingar com maior sucesso no
futuro, foi sua a opção pela digitalização do seu arquivo pessoal. Esta escolha
marcou toda a diferença numa época em que, em Portugal, ainda se olhava com
desconfiança para a digitalização e eram raras as instituições e os projectos
que integravam essa operação no tratamento documental.
O súbito desaparecimento de Maria de Lourdes Pintasilgo, na madrugada de 10 de
Julho de 2004, exigiu da equipa restrita que a acompanhava na aventura de
lançamento da FCF uma adaptação do projecto original. Em todos se reforçou a
necessidade de lhe dar cumprimento, agora com a responsabilidade acrescida de
colocar à disposição da sociedade portuguesa o legado de Maria de Lourdes
Pintasilgo e de contribuir para a sua memória esclarecida.
Era intenção de Maria de Lourdes tornar públicos os escritos que produzira em
mais de 50 anos de vida pública e os núcleos documentais que ilustram a sua
acção como ministra dos Assuntos Sociais do II e III Governos Provisórios, como
primeira-ministra do V Governo Constitucional e como assessora do presidente da
República, general António Ramalho Eanes. Todavia, a sua morte tornou
necessário que a disponibilização do seu arquivo pessoal contribuísse para
explicar quem havia sido a mulher que ocupara um dos mais altos cargos da vida
política do país, o de primeira-ministra, e que alcançara grande protagonismo
nos múltiplos circuitos nacionais e internacionais que atravessou, ao longo de
mais de cinco décadas, através da sua forte presença intelectual e cívica.
Já sob a presidência de Fátima Grácio, com a sua estreita colaboração e a dos
órgãos da Fundação, entre Julho de 2004 e Janeiro de 2006, procedeu-se à
reunião do arquivo histórico de Maria de Lourdes Pintasilgo, disperso pelas
suas residências e por centros do Graal em Portugal, e ao seu levantamento.
Entre Fevereiro de 2006 e Outubro de 2008, com o apoio do Programa Operacional
Sociedade do Conhecimento e de outros mecenas
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, procedeu-se à selecção, organização, classificação, indexação e digitalização
de 15.400 unidades documentais do fundo Maria de Lourdes Pintasilgo.
Parte delas, 12.017, foram publicadas na Internet através do portal do CDP
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, em 23 de Janeiro de 2008. Tratou-se de um momento pioneiro na história da
Internet em Portugal, já que pela primeira vez, uma instituição privada
disponibilizou online parte substantiva de um arquivo pessoal privado de
interesse público. Pôde, assim, iniciar-se a consulta de documentos do acervo
histórico de Maria de Lourdes Pintasilgo, sendo que foram já muitos os que a
ele recorreram, incluindo para trabalhos académicos.
A documentação colocada em linha reflecte a organização atribuída ao fundo
Maria de Lourdes Pintasilgo, que se norteou pelo critério da funcionalidade,
isto é, pela identificação do elo entre os documentos e as actividades que lhe
deram origem, de forma a garantir a representação do contexto e circunstâncias
que justificaram a sua produção e acumulação. Determinou-se ainda que essas
mesmas funções respeitariam a sequência cronológica do seu exercício,
permitindo assim a reconstituição de «um percurso variado e não calculado» na
definição da própria Maria de Lourdes.
Estipulou-se que o percurso de Maria de Lourdes Pintasilgo a ilustrar iria da
sua infância ao ano de 1986. Este ano é o do seu último grande envolvimento na
vida política nacional, como candidata às eleições presidenciais de 1985-1986.
A partir dessa data, a actuação de Maria de Lourdes desenrolou-se sobretudo em
circuitos internacionais, surgindo como conselheira ou perita em questões do
desenvolvimento e da qualidade de vida, ou simplesmente como ex-governante.
Apenas para algumas fotografias e para os seus escritos se entendeu prolongar
essa baliza até 2004.
Entre Novembro de 2008 e Janeiro de 2010, procedeu-se à descrição integral do
arquivo histórico de Maria de Lourdes Pintasilgo, constituído, na totalidade,
por cerca de 54.600 unidades documentais. A sua síntese deverá formar o
inventário preliminar, que permitirá estabelecer um Regulamento de comunicação,
acesso e utilização da documentação deste arquivo e conduzir, nos próximos
anos, à sua descrição definitiva.
Ainda desde Janeiro de 2010, o CDP ocupa-se da recuperação, tratamento e
organização de parte do arquivo histórico da Comissão da Condição Feminina,
designadamente da documentação relativa à sua instalação (1974) e
institucionalização (1977), à presidência de Maria de Lourdes Pintasilgo, ao
Ano Internacional da Mulher (1975), às iniciativas que decorreram da
implementação do Plano de Acção Mundial para a Década da Mulher das Nações
Unidas (1976-1985), e que envolveram cinco áreas de trabalho: Discriminações
contra a Mulher no Direito de Família; Participação das Mulheres na Vida
Cívica, Política e Sindical; Mulheres Trabalhadoras e as Imagens Tradicionais
do Papel da Mulher; Desigualdades Salariais entre Homens e Mulheres; Estatuto
da Mulher e Planeamento Familiar.
A documentação, objecto de preservação digital, será disponibilizada na
Internet, através dos portais da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de
Género (CIG) e do CDP da FCF. No momento em que várias instâncias
governamentais e organizações da sociedade civil desenvolvem novas políticas de
educação para a cidadania e para a promoção e defesa da igualdade de género,
pretende-se contribuir para o conhecimento histórico da actividade realizada
nesse âmbito, a qual tem sido desenvolvida sistematicamente em Portugal desde
1970. A disponibilização de fontes primárias que, num plano geral, enriqueçam e
dinamizem a investigação científica sobre as mulheres em Portugal, é outro
objectivo visado.
Num plano mais particular, pretende-se contribuir para o conhecimento da
história da CIG, organismo que teve na sua génese a CCF, e para o conhecimento
da acção política e social da Engenheira Maria de Lourdes Pintasilgo, que
enquanto ministra dos Assuntos Sociais criou a CCF, na dependência daquele
ministério, vindo a ser a sua primeira presidente. Saliente-se que, o
desenvolvimento desta acção permitirá também completar a documentação existente
no arquivo histórico Maria de Lourdes Pintasilgo relativa ao período do
exercício da sua presidência da CCF.
No plano da actividade editorial, o CDP prepara actualmente uma antologia de
escritos de Maria de Lourdes Pintasilgo. Trata-se de editar uma colectânea de
textos, produzidos na última década da sua vida, entre 1990 e 2004, que
ilustram significativamente o seu pensamento e acção.
Como coordenadora do CDP, reconheço fases distintas na existência do CDP,
apesar dos seus poucos anos de vida: a do seu lançamento, ainda com Maria de
Lourdes, e a da reformulação de um projecto depois do seu desaparecimento. O
caminho tem sido feito, entre dúvidas e debates, pela mobilização de recursos
variados, privilegiando soluções técnicas que contenham novidade e uma equipa
técnica jovem, num espaço que se entende como formativo. Realizar este
projecto, que é dar vida ao CDP, tem sido para mim uma forma de homenagear
Maria de Lourdes Pintasilgo e o entusiasmo, o cuidado e o espírito de serviço
com que desempenhou sempre as funções a que foi chamada.
Programas de Investigação e Intervenção
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Desde 2004 foram realizadas diversas iniciativas no âmbito dos Programas de
Investigação e Intervenção da Fundação Cuidar O Futuro. Na página inicial do
sítio da FCF
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é possível encontrar informação sobre os três Programas em curso:
Literacia-Mulheres-Liderança | Desenvolvimento e Qualidade de Vida |
Saúde
Neste curto texto queremos apenas dar informação sobre quatro novas iniciativas
para 2010, que flúem de outras acções realizadas em anos anteriores,
nomeadamente no âmbito de dois dos Programas de Investigação e Intervenção, o
Programa Literacia-Mulheres-Liderança e o Programa Desenvolvimento e Qualidade
de Vida:
1. Ciclo de Debates Cuidar a Democracia, Cuidar O Futuro
2. O projectoLiteracia para a Igualdade de Género e Qualidade de
Vida: Lideranças Partilhadas;
3. O projecto Ética, Espaço Público e Género: Uma exploração da
dimensão filosófica do pensamento de Maria de Lourdes Pintasilgo;
4. O workshop A Dimensão Filosófica do Pensamento de Maria de Lourdes
Pintasilgo.
1. Ciclo de Debates: Cuidar a Democracia, Cuidar O Futuro
O Ciclo de Debates: Cuidar a Democracia, Cuidar O Futuro é a primeira edição de
um ciclo de debates anual, que a FCF se propõe a realizar sobre um tema da
actualidade. Cada edição deverá permitir a evocação do legado intelectual de
Maria de Lourdes Pintasilgo, retomando problemáticas sobre as quais trabalhou e
reflectiu, e constituir também um momento para afirmar e fortalecer a memória
colectiva sobre a singularidade da sua trajectória.
Pretende-se que cada edição conte com a participação de especialistas nacionais
e internacionais (no caso destes últimos sempre que seja possível) e seja
aberta a públicos diversificados. O ciclo de debates deverá realizar-se
anualmente no mês de Janeiro, como forma de celebrar a data de nascimento de
Maria de Lourdes Pintasilgo, dia 18 de Janeiro.
O ciclo de debates de 2010 tem por tema central a Democracia, entendida em
sentido amplo. Com a designação Cuidar a Democracia, Cuidar o Futuropretende-se
remeter para uma proposta de agir com responsabilidade ética e de humanização
do poder. Inspirado num projecto de Maria de Lourdes Pintasilgo para um
simpósio que, todavia, não chegou a concretizar, este ciclo de debates ocupa-se
de seis temas, tratados em seis sessões autónomas:
DEMOCRACIA, DIREITOS CÍVICOS E SOCIAIS RESPONSABILIDADE: FUNDAMENTO
ÉTICO DA DEMOCRACIA QUALIDADE DE VIDA E DESENVOLVIMENTO SOCIAL
ESQUEMAS DE PRODUÇÃO E PADRÕES DE CONSUMO VULNERABILIDADE E
SOLICITUDE UM NOVO CONTRATO SOCIAL
As seis sessões, animadas por especialistas nacionais e instituições da
sociedade civil organizada, deverão introduzir o contraditório, estimulando a
reflexão e a discussão a partir de diferentes posicionamentos sobre a temática
abordada. Espera-se que cada coordenador/a da sessão proponha interlocutores/as
interessados/as no tema, de forma a constituir-se uma rede de trabalho que
perdure da iniciativa.
Este ciclo de debates realiza-se em Lisboa, em parceria com a Fundação Calouste
Gulbenkian e com o Centro Nacional de Cultura. A primeira sessão teve lugar na
Gulbenkian no dia 18 de Janeiro e as outras cinco no Centro Nacional de
Cultura, tendo a sessão final sido no dia 25 de Fevereiro.
2. O projecto Literacia para a Igualdade de Género e qualidade de vida:
Lideranças Partilhadas
Em 2004, nas primeiras formulações do Programa Literacia-Mulheres-Liderança, e
ainda com a Maria de Lourdes, sublinhávamos a importância de se realizar
estudos sobre a interacção entre as condições de vida e a qualidade de vida de
mulheres e homens e de proporcionar contextos de reflexão e aprendizagem em
grupos de mulheres. Os objectivos do Programa foram evoluindo. Mais
recentemente foi introduzido a formulação «lideranças partilhadas».
Assim, o Programa tem os seguintes objectivos gerais:
(i) Aprofundar e refundamentar o trabalho de liderança numa
perspectiva de uma ética do cuidado;
(ii) Criar novos laços sociais e trabalhar «em rede» para melhorar a
qualidade de vida através de lideranças partilhadas, tanto em
contextos de trabalho profissional, como em contextos de vida pessoal
e cívica;
(iii) Fomentar parcerias.
No ProgramaDesenvolvimento e Qualidade de Vida a FCF procura trabalhar numa
óptica de desenvolvimento/qualidade de vida face a uma conjuntura com fortes
índices de descompensação social e de grandes dificuldades em numerosos
segmentos da nossa sociedade.
Juntando os enfoques dos dois Programas optámos, já em 2008, por elaborar um
projecto que visa mobilizar a sociedade civil no empowerment de comunidades
desfavorecidas através de lideranças partilhadas, introduzindo a perspectiva da
igualdade de género na abordagem ao desenvolvimento e à qualidade de vida das
populações. Assim, durante 2009, preparámos o projecto com uma equipa de
mulheres que integram a Rede de Mulheres e(m) Liderança no Porto, que se inicia
em Março de 2010 e terá uma duração de dois anos. O projecto é financiado pelo
QREN, POPH, Eixo Prioritário Igualdade de Género, 7.3 ' Apoio Técnico e
Financeiro às ONGs e realiza-se na zona Norte a partir do Porto.
Através da construção de percursos diversificados de literacia com técnicos de
intervenção socioeducativa, líderes locais, profissionais em lugares de tomada
de decisão e cidadãos/as em geral, pretende-se desenvolver um olhar crítico na
reformulação de lideranças a partir das representações de participação e de
responsabilidade partilhadas entre homens e mulheres nos espaços público e
privado. Cada Percurso de Literacia envolverá a participação num Workshop com
metodologia de Aprendizagem pela Conversação e um trabalho autónomo de
intervenção no meio, acompanhado pela equipa do projecto.
Este projecto configura uma forte dimensão de trabalho em rede e o fomento de
parcerias (objectivo 3 do Programa Literacia-Mulheres-Liderança). Entre as
entidades parceiras nacionais destacam-se as seguintes: Associação para o
Planeamento da Família (APF); Centro de Investigação e Intervenção Educativas
da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto
(CIIE-FPCEUP); Cooperativa Semente de Futuro; Escola Superior de Educação do
Politécnico do Porto (ESEPP); Fundação FILOS; Instituto Paulo Freire de
Portugal (IPFP); Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal (REAPN). Com o decorrer do
projecto pretende-se alargar as parcerias
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, para maximizar o efeito multiplicador do projecto. As entidades parceiras
transnacionais são a empresa de formação e consultoria Extravaleren (Utrecht,
Holanda) e o gabinete Mosaica (Bayacas, Granada, Espanha).
3. Projecto Ética, Espaço Público e Género: Uma exploração da dimensão
filosófica do pensamento de Maria de Lourdes Pintasilgo
Este projecto, em que a FCF entra como entidade parceira, é da iniciativa do
Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa em parceria com o Departamento de
Filosofia da Universidade de Évora. São igualmente entidades parceiras a
Fundação Ensino e Cultura Fernando Pessoa da Universidade Fernando Pessoa, no
Porto, e a Universidade de Salamanca.
O objectivo principal é o desenvolvimento de um trabalho iniciado em Janeiro de
2009, centrado nos conceitos de cuidar, espaço público e cidadania.
Esse trabalho inicial foi apresentado no Ciclo Internacional de Conferências A
Dimensão do Cuidar na Re-significação do Espaço Público. Com Maria de Lourdes
Pintasilgo em fundo, realizado em Lisboa e em Évora, em Junho e Julho de 2009.
4.Workshop A dimensão filosófica do pensamento de Maria de Lourdes Pintasilgo
A primeira edição deste workshop da iniciativa da FCF, realiza-se em Évora, em
parceria com o Departamento de Filosofia da Universidade de Évora e dirige-se a
investigadores/as, estudantes e docentes.
A dinâmica pedagógica deste workshop tem como objectivo «abrandar» para colocar
«questões lentas», permitindo incluir na produção de conhecimento a construção
de sentido(s) e a procura de sabedoria.