Projecto de investigação: «Deixem-me viver como sou e com todos os meus amigos
À procura de Indicadores de Educação Inclusiva nas práticas dos Professores de
Apoio Educativo»
Projecto de investigação
«Deixem-me viver como sou e com todos os meus amigos À procura de Indicadores
de Educação Inclusiva nas práticas dos Professores de Apoio Educativo»
Foi concluído em Dezembro de 2006, o relatório de investigação subordinada ao
título «Deixem-me viver como sou e com todos os meus amigos À procura de
Indicadores de Educação Inclusiva nas práticas dos Professores de Apoio
Educativo», da responsabilidade da investigadora da UI&D «Observatório das
Políticas de Educação e dos Contextos Educativos», Isabel Sanches.
Segue, em linhas muito gerais, uma visão global e sintética do que foi o
processo e o produto desta investigação que decorreu, em termos de recolha
empírica, no ano lectivo 2002/2003.
A partir dos anos sessenta do século passado, inúmeras foram as mudanças
introduzidas, no âmbito da educação das minorias, até aí mais ou menos
ignoradas pelos sistemas educativos. No final dos anos sessenta, a partir dos
países do norte da Europa, iniciou-se, em Portugal, o movimento da integração
escolar que levou à escola pública as crianças e jovens em situação de
deficiência sensorial, as quais encontraram resposta na modalidade Educação
Especial. Os alunos em situação de deficiência faziam parte da classe regular e
eram orientados pelo professor de educação especial, o qual para eles
construía, sempre que possível, um programa específico e com eles o desenvolvia
e/ou supervisionava.
Nos anos noventa surge o movimento da inclusão escolar/educação inclusiva que
pretende dar resposta educativa, no grupo e através do grupo de pares, a todos
os alunos que tenham dificuldades, no seu percurso escolar/de aprendizagem,
tendo a heterogeneidade como uma mais-valia e a diferenciação pedagógica
inclusiva e a cooperação como estratégias desencadeadoras do sucesso de todos,
através do sucesso de cada um.
Sendo o paradigma da Educação Especial substancialmente diferente do paradigma
da Educação Inclusiva, tendo sido Portugal um dos pioneiros da integração
escolar e, tendo em conta que o discurso de políticos e experts da Educação vai
no sentido da inclusão escolar, poderíamos pensar que os indicadores de
Educação Inclusiva estivessem bem presentes nas práticas educativas dos
Professores de Apoio Educativo.
A investigação que acaba de ser realizada, tendo como base o discurso dos
professores de apoio educativo (1.º ciclo do Ensino Básico) da Região Educativa
de Lisboa, sobre as suas práticas (reais e desejadas), conclui que, no dizer
destes professores, a inclusão se faz pela acção dos contextos e com a
intervenção dos próprios alunos, que as práticas educativas, como tendência
maioritária, apostam no apoio directo e individual ao aluno considerado com
necessidades educativas especiais e que os modelos de actuação, relativamente
ao desejável, configuram o que são as práticas realizadas. Espera-se que o
dizer expresso pelo grupo minoritário e que vai em sentido contrário, apoio ao
aluno em conjunto com a classe (parceria pedagógica), seja capaz de se
transformar em acção, de fazer a diferença e de mobilizar contextos e
intervenientes, como é expresso no trabalho de colaboração, no sentido de
promover uma escola mais inclusiva e sempre mais equitativa.
O relatório desta investigação pode ser encontrado no Secretariado Nacional
para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência, entidade que
financiou o projecto.
Isabel Sanches
Revista Lusófona de Educação
Centro de Estudos e Intervenção em Educação e Formação (CeiEF)
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