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BrBRCVHe0034-71672013000200015

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National varietyBr
Year2013
SourceScielo

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Teses e dissertações de enfermeiros sobre educação em enfermagem e saúde: um estudo bibliométrico

INTRODUÇÃO Para pensar a saúde em sua magnitude, torna-se essencial compreender que o desenvolvimento científico em Educação na Enfermagem e na Saúde é um de seus eixos fundamentais, o qual impulsiona e qualifica as práticas assistenciais em busca da melhoria do processo do viver-humano. A produção do conhecimento, nesse âmbito, possibilita à coletividade romper com concepções hegemônicas do processo saúde-doença, atualizar práticas, reformular políticas públicas e sociais, conhecer e compreender a dinâmica de necessidades locais em saúde e reestruturar ou orientar o processo de decisão do setor de gestão em saúde(1).

A Educação na Enfermagem e na Saúde é compreendida no presente estudo como um processo educativo formal ou informal, dinâmico e dialógico que busca revitalização e qualificação pessoal e profissional, bem como melhoria da qualidade de vida e saúde dos sujeitos envolvidos. Abrange diversos temas como: a educação na atenção básica à população, a educação permanente dos profissionais de saúde, as tecnologias educacionais em saúde, o processo de ensino-aprendizagem, a avaliação crítica e participativa nos cursos profissionalizantes, superiores e de pós-graduação e, ainda, a análise e avaliação de currículos nos processos formais de ensino das disciplinas da saúde(2).

Nesse sentido, a análise da produção científica em Educação na Enfermagem e na Saúde, desenvolvida por enfermeiros, a partir de suas teses e dissertações, desperta a reflexão sobre a prática da Enfermagem e a construção de conhecimento nesse setor, estruturada nos distintos Programas de Pós-Graduação em que enfermeiros realizam sua formação. Assim, justifica-se a importância do estudo bibliométrico de produtos científicos dessa natureza; pois, através dele, é possível compreender os direcionamentos do setor de Educação na Enfermagem e na Saúde, suas fortalezas e fragilidades, suas interfaces e possibilidades de avanços.

O estudo teve como objetivo descrever o panorama da produção científica em Educação na Enfermagem e na Saúde a partir dos resumos de teses e dissertações publicadas por enfermeiros no Brasil.

METODOLOGIA Estudo bibliométrico, descritivo, de abordagem quantitativa, de base documental, cuja unidade de análise constituiu-se por resumos de teses e dissertações publicadas por enfermeiros no Brasil relacionados à temática "Educação na Enfermagem e na Saúde".

A bibliometria vem sendo utilizada por diversas áreas do conhecimento como metodologia para obtenção de indicadores de avaliação da produção científica, tendo como objetos empíricos, em sua maioria, bases de dados referenciais de dissertações e teses visto que as mesmas fornecem estruturas e representações para a análise de panorama(3).

Para o trabalho, realizou-se uma busca no site do Centro de Estudos e Pesquisa em Enfermagem (CEPEn) da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn). O CEPEn destina-se a divulgar, a organizar, a preservar documentos históricos e a incentivar a pesquisa em Enfermagem, agregando em seus domínios o maior banco de teses e dissertações da Enfermagem brasileira(4).

Os dados foram coletados nos Catálogos de Teses e Dissertações do CEPEn/ABEn dos anos de 2001 a 2009, disponíveis online no site: http:// www.abennacional.org.br, link "CEPEn" - "Informações sobre pesquisa e pesquisadores em Enfermagem - Catálogo". Cumpre destacar que o ano do catálogo refere-se ao ano em que os estudos foram recebidos, organizados e sistematizados pelo CEPEn, ou seja, não reflete necessariamente o ano de publicação do estudo. Dessa forma, foram encontrados estudos de diversos anos de publicação (desde 1985), porém catalogados e organizados no período especificado anteriormente.

A coleta de dados ocorreu no período de junho a dezembro de 2009 e sofreu uma atualização em fevereiro de 2011. Iniciou-se a partir da leitura de todos os resumos das teses e dissertações, seguida pela transferência dos estudos selecionados para o gerenciador bibliográfico EndNote®, por meio do qual organizou-se a construção do banco de dados do estudo. Foram incluídas no banco de dados as teses e dissertações cujo objeto de pesquisa era "Educação na Enfermagem e na Saúde" em suas múltiplas facetas.

Posterior à seleção dos resumos e sua sistematização no EndNote®, iniciou-se o preenchimento de um instrumento de estudo bibliométrico elaborado, exclusivamente, para essa pesquisa a partir do Microsoft Word®. O instrumento supracitado permitiu a sistematização dos dados no formato de tabelas e gráficos, sendo possível extrair duas estruturas gerais de informações para análise: a) da totalidade de estudos encontrados nos catálogos de 2001 a 2009, foram coletadas as seguintes informações: número total de resumos, tipo de trabalho (tese/dissertação), ano de publicação; b) dos estudos específicos sobre Educação na Enfermagem e na Saúde, foram extraídas as seguintes informações: identificação, número de resumos, distribuição dos estudos por ano de publicação, tipo dos estudos (tese/ dissertação), área de concentração, instituição formadora, regiões geográficas brasileiras (sul/sudeste/norte/nordeste/centro-oeste) e modalidade de ensino (tradicional ou interinstitucional).

De posse do instrumento devidamente preenchido, foi realizada a análise estatística descritiva, com registros das frequências das informações obtidas.

Os dados foram confrontados e correlacionados, visando compreender o fenômeno e responder ao objetivo do estudo.

Não houve necessidade de aprovação da investigação por um Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos, visto que a pesquisa ter um caráter bibliométrico, logo, não ocorreu envolvimento direto de seres humanos como sujeitos do estudo.

No entanto, é importante destacar que as informações selecionadas para análise passaram pela revisão por pares para atestar a confiabilidade dos resultados, a fim de garantir o rigor científico exigido em pesquisas dessa natureza.

RESULTADOS A partir da leitura e análise dos resumos dos catálogos online do CEPEN (2001 a 2009), encontrou-se o montante de 4101 estudos produzidos por enfermeiros no Brasil entre os anos 1985 a 2009. Desse total, 74% constituíram-se em dissertações (trabalhos de conclusão de curso de mestrado) e 26% em teses (trabalhos de conclusão de curso de doutorado) (Tabela_1).

Tabela 1 - Distribuição total das dissertações e teses de Enfermeiros no Brasil, segundo ano de publicação no catálogo CEPEN/ABEn.

Fonte: Catálogos CEPEN - ABEn dos anos 2001 a 2009.

Dos 4101 estudos encontrados nos Catálogos CEPEn-ABEN, 523 correspondem ao objeto de pesquisa "Educação na Enfermagem e na Saúde", compondo o total de 12,75% da produção nacional de enfermeiros. Desses, 66,92% referem-se às dissertações e 33,08% às teses. O Gráfico_1 apresenta a distribuição em números absolutos da produção de teses e dissertações de Educação na Enfermagem e na Saúde, segundo tipo de estudo (tese/dissertação) e ano de publicação (1985- 2009).

[/img/revistas/reben/v66n2/15g01.jpg] Gráfico 1 - Distribuição da produção de teses e dissertações em Educação na Enfermagem e na Saúde, produzida por Enfermeiros no Brasil, segundo ano de publicação.

Em relação à área de concentração, somam-se 516 estudos na grande área Enfermagem e 7 estudos são de outras áreas, a saber: 2 de mestrado em educação, 2 de doutorado em educação, 1 de mestrado em ciências da saúde, 1 de doutorado em antropologia e 1 de mestrado em saúde coletiva.

No tocante às instituições formadoras 64,44% estão na Região Sudeste, seguido por 24,47% no Sul, 10,33% no Nordeste e 0,76% na Região Centro-Oeste. A Região Norte não teve representatividade. A Tabela_2 indica a distribuição por Instituição de Ensino Superior (IES).

Tabela 2 - Distribuição das teses e dissertações sobre Educação na Enfermagem e na Saúde produzidas por enfermeiros segundo instituição formadora.

[/img/revistas/reben/v66n2/15t02.jpg] Fonte: Catálogos CEPEN - ABEn dos anos 2001 a 2009.

Dentre os 523 estudos realizados no período, 501 foram produzidos em Cursos de Pós-Graduação tradicionais e presenciais, enquanto os demais se enquadram em modalidades interinstitucionais. Assim, evidenciaram-se 14 estudos pertencentes à modalidade de Mestrado Interinstitucional (MINTER), 1 pertencente à modalidade de Doutorado Interinstitucional (DINTER) e 7 estudos do Convênio REPENSUL - Rede de Promoção ao Desenvolvimento da Enfermagem.

DISCUSSÃO No Brasil, nota-se que os cursos de mestrado em Enfermagem estão em maior número e oferta mais antiga em relação aos cursos de doutorado, isso se deve porque os cursos de mestrado iniciaram na década de 1970, enquanto que os de doutorado foram instituídos a partir do final da década de 1980 e início de 1990(5). No período de coleta dos dados, existiam no Brasil, 36 Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu na área de Enfermagem, sendo que 18 encontravam-se na Região Sudeste, 8 na Região Sul, 8 na Região Nordeste e 2 na Região Centro- Oeste(6). A Região Norte ainda não possuía Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu na área da Enfermagem, o que explica a inexistência de teses ou dissertações relacionadas à temática Educação na Enfermagem e na Saúde derivadas de instituições dessa região, como explicitado na Tabela_2.

Os Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu da Região Sudeste contavam com 15 mestrados acadêmicos, 2 mestrados profissionais e 10 cursos de doutorado(6).

Logo, o fato da região ter o maior número de cursos Stricto Sensu em Enfermagem do país, permite justificar a presença de maior concentração (64,15%) de dissertações e teses produzidas por enfermeiros. Ainda, pode-se observar uma concentração maior de cursos de mestrado, o que explica o número superior de dissertações apresentadas na Figura 2 dos resultados.

A área de concentração dos Programas de Pós-Graduação desses trabalhos é hegemonicamente da Enfermagem. No entanto, isso não indica necessariamente que a produção real seja insignificante em outras áreas, visto que, do ponto de vista metodológico, o CEPEn cadastra a produção intelectual de enfermeiros, independente da área de concentração no qual esse concluiu a sua formação em nível de pós-graduação. Contudo, o envio dos estudos ao CEPEn, com suas respectivas autorizações por parte do autor, é sistemática em Programa de Pós- Graduação na área de Enfermagem, mas ainda pouco praticada por programas de pós-graduação de outras áreas do conhecimento, as quais também formam enfermeiros; o que pode justificar essa predominância. Isso nos remete à necessidade de fortalecer o CEPEn, buscando sensibilizar os enfermeiros que realizam sua formação em programas de pós-graduação de outras áreas do conhecimento, para que enviem sua produção a esse importante banco de dados; retrata-se aqui, a limitação do estudo.

As instituições com maior produção de estudos em Educação na Enfermagem e na Saúde são a Universidade de São Paulo (USP), por meio da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), através do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e a Universidade Federal do Rio de Janeiro, por meio da Escola de Enfermagem Anna Nery. Essas instituições encontram-se entre as mais antigas do Brasil na área de Enfermagem, pois seus programas de pós-graduação têm mais de trinta anos de existência, cuja trajetória histórica é reconhecida amplamente e sustenta alta qualificação junto a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Além disso, essas instituições possuem Grupos de Pesquisas na área de Educação em Enfermagem e Saúde, que promovem o incremento de pesquisas, justificando o alto índice de produções na temática(7).

A produtividade de Educação na Enfermagem e na Saúde (Figura 1) retrata seu auge a partir do ano 2000, época que se fortalecia no Brasil discussões acerca da temática formação e ensino no âmbito da saúde. Esse período gerou debates sobre os elementos de fundamentação essenciais às áreas de conhecimento, campo do saber ou profissão, visando à continuidade do processo de formação e à competência do desenvolvimento intelectual e profissional, autônomo e permanente, de modo que a formação transcenda as questões técnicas e acadêmicas, de modo a servir como estratégia para a transformação social(8).

Especialmente, a partir da aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), que pressupôs não apenas noções técnicas, mas também a ênfase no currículo como um artefato social e cultural que considera determinações históricas, sociais e linguísticas em sua compreensão, visando à atuação profissional com responsabilidade social, compromisso com a cidadania e à promoção da saúde integral do ser humano. As novas conformações para a formação em Enfermagem, não se limitaram às questões técnicas, condizentes a conteúdos, procedimentos didáticos e técnicas pedagógicas, pois, pautaram-se na adoção de referenciais teórico-metodológicos que preconizam a aprendizagem significativa, transformadora e adequada às atuais demandas sociais e profissionais(8).

O total da produção em Educação na Enfermagem e na Saúde, encontrada nas teses e dissertações de enfermeiros, evidencia um panorama significativo (Figura 1), tendo em vista que a representatividade constatada nessa pesquisa é alta (12,75%). Não , ainda, como afirmar que a produção vem diminuindo com o passar dos anos, devido ao fato de muitos estudos serem enviados ao CEPEn tardiamente em relação ao seu ano de publicação. É possível, no entanto, afirmar que, na medida em que os anos passam, aumenta o equilíbrio da produção entre teses e dissertações, o que sugere que os autores seguem do mestrado ao doutorado na mesma linha de pesquisa ou temática e, ainda, reflete a ampliação dos cursos de doutorado no país na última década.

Pesquisa similar cuja análise englobou teses e dissertações publicadas entre 1992 a 2004, evidenciou a seguinte distribuição de temática: perfis epidemiológicos/reprodução social (32,2%); trabalho e saúde (14,5%); educação em saúde (11,5%); Aids: informação e vulnerabilidade (9,4%); gerência, modelos e organização da atenção (7,3%); saberes, competências, éticas e ideologias (6,3%); saúde da mulher (5,2%); saúde da criança, escolar e adolescente (4,2%); necessidade em saúde (3,1%); infecções e isolamentos (3,1%); outros (3,1%).

Corrobora, portanto, com os achados do atual estudo que indica um panorama significativo na produção em Educação na Enfermagem e na Saúde quando comparada a outros setores de conhecimento em Enfermagem(9).

Adentrando na questão da produção do conhecimento em Educação na Enfermagem e na Saúde, cumpre destacar que esse processo, no Brasil, sempre esteve relacionado aos cursos de Pós-Graduação, os quais possibilitam a consolidação de sua base científica, a formação de profissionais capacitados para suprir as demandas sociais. Pois, uma das dimensões do processo de cuidar é a capacidade de educar e pesquisar, que envolve a educação permanente no trabalho, a formação de novos profissionais e a produção de conhecimentos que subsidiam o processo de cuidar, mediante o domínio do conhecimento na área que exercem suas práticas(10).

Considera-se, hodiernamente, que uma relação de interdependência entre a produção científica e a Pós-Graduação, os quais permeiam o processo de desenvolvimento e afirmação da Enfermagem como ciência com área de conhecimento específica, pois os profissionais de Enfermagem dominam os conhecimentos que fundamentam as suas atividades e controlam a produção e reprodução dos conhecimentos necessários ao seu trabalho, por meio do ensino e da pesquisa (10). A Pós-Graduação, fortalecida pelos Grupos de Pesquisa, incentiva e direciona as produções, demonstrando que esses grupos são imprescindíveis para a construção de novas abordagens teórico-metodológicas. Eles colaboram diretamente na formação e qualificação de pesquisadores que investem na produção, na divulgação dos conhecimentos e na obtenção de recursos provenientes de agências de fomento à pesquisa(1).

A Pós-Graduação retrata uma fração consolidada da educação brasileira. Nas últimas décadas, tem contribuído decisivamente para a formação de indivíduos qualificados e para a consolidação do ensino no país(7). Em 1974, a área de Enfermagem contava com apenas dois cursos de mestrado e, no final do ano de 2010, totalizava 48 programas, com 72 cursos (de mestrado e doutorado), denotando uma importante expansão em nível nacional(11).

Os cursos de Pós-Graduação em Enfermagem cresceram significativamente, estimulando, dessa forma, a pesquisa; bem como a produção científica nacional em Educação na Enfermagem e na Saúde, principalmente, por meio de Grupos de Pesquisa. A consolidação de grupos de pesquisa tem sido evidenciada como condição indispensável para o fortalecimento da formação/capacitação de profissionais, que reflete na produção de conhecimentos científicos, tecnológicos e inovadores e em maior número de profissionais qualificados(11).

Evidencia-se, portanto, na produção científica em Educação na Enfermagem e na Saúde uma maior concentração nas Regiões Sudeste e Sul, realidade que não é nova no setor da pesquisa científica brasileira. Mesmo com estímulos da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde, ainda revelam-se iniquidades regionais, que tanto no setor de pesquisa em saúde, como na distribuição de seus produtos, concentração de financiamento em centros de excelência em detrimento de áreas carentes neste tocante, a exemplo da Região Norte, Nordeste e Centro-Oeste(12-13).

Os desafios atuais para o desenvolvimento da pesquisa científica em Enfermagem estão relacionados, entre outros fatores, à expansão de Programas de Pós- Graduação em Enfermagem, principalmente, em regiões que não dispõem desse nível de ensino, especialmente para o fortalecimento do corpo docente das Instituições de Ensino Superior, incentivos a pesquisas e qualidade da produção intelectual(4,11). Trata-se da necessidade de um processo de democratização do saber e da gestão do processo de inovação que promova uma possível descentralização por parte das regiões brasileiras à produção nas Universidades Federais, com vistas ao equilíbrio regional na formação para o setor de pesquisa em saúde.

Dessa forma, são percebidas iniciativas a fim de superar alguns desses desafios, como a implantação e implementação de cursos de mestrado e doutorado na modalidade interinstitucional; oportunamente, retratada nos resultados do presente estudo. A citada REPENSUL, que incorpora Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade Federal do Paraná, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal do Rio Grande, Universidade Federal de Pelotas e Universidade Federal de Santa Maria, permitiu a troca de saberes na Região Sul.

os projetos MINTER (Mestrado Interinstitucional) e DINTER (Doutorado Interinstitucional), visam formar grupos de acadêmicos por meio de Programas de Pós-Graduações consolidados e reconhecidos pelo Ministério da Educação e CAPES, a fim de proporcionar, de forma solidária o incremento e intercâmbio de ideias, o desenvolvimento de regiões que não possuem esse nível de ensino e o incremento da produção intelectual(14).

Cumpre destacar que essas modalidades de ensino proporcionam, na maioria das vezes, formar em um único período uma turma de mestres ou doutores, os quais são professores em uma determinada instituição de ensino de regiões equidistantes da proponente do curso, como é o caso, no norte do Brasil. Essa formação possibilita às instituições que incentivaram os seus professores a fazerem mestrado ou doutorado, criar cursos de especialização Lato Sensu, caso formarem um corpo docente de mestres, ou programas Stricto Sensu, caso tenham um corpo docente de doutores, o que promove mudanças na qualidade da assistência prestada pela Enfermagem nessas regiões.

CONCLUSÕES A produção intelectual na temática de Educação na Enfermagem e na Saúde revelou-se expressiva no cenário nacional, ainda que guarde a mesma relação de concentração que a oferta dos cursos de pós-graduação Stricto Sensu. A importância de grupos de pesquisa, os quais mantêm linhas nessa temática, também, fica evidenciada, sendo responsáveis por uma produção sistemática de conhecimento, contribuindo sobremaneira para as reflexões na área do ensino, tanto em nível de pós-graduação como de graduação.

Acredita-se que o fortalecimento e o incremento da produção científica na temática da educação contribui para a melhoria dos processos formativos profissionais, tanto iniciais, quanto permanentes, elevando a qualidade dessa formação e a consequente melhoria da atenção em saúde. Isso porque, compreender a saúde como expressão de qualidade de vida, inclui pensar em uma nova perspectiva, que é a luta pela garantia de melhores condições de vida e saúde para a sociedade, a qual pode ser mobilizada e construída pelo trabalho educativo. Nessa perspectiva, a Educação e Saúde são categorias indissociáveis, sendo que nesse âmbito, a produção intelectual sobre Educação na Enfermagem e na Saúde é identificada como reflexo do trabalho que a Enfermagem vem desempenhando, objetivando o movimento emancipatório do ser humano com referenciais de cidadania e democracia.


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