Estimativas e projeções populacionais para pequenos domínios: uma avaliação da
precisão para municípios do Rio de Janeiro em 2000 e 2007
Introdução
Suprir as necessidades básicas de uma população requer, entre outras ações, a
formulação de planos e programas sociais que, para serem implementados de
maneira adequada, precisam, no mínimo, se basear em uma previsão do tamanho e
da composição etária desta população. Por este motivo, a projeção populacional
tem se tornado uma técnica demográfica cada vez mais imprescindível para
planejar o desenvolvimento econômico, social, político e ambiental de uma nação
(NAÇÕES UNIDAS, 1978).
As projeções populacionais, para o setor público, auxiliam no conhecimento e
quantificação de demandas futuras de diversas naturezas, tais como estradas,
escolas, hospitais, áreas de lazer, etc., e, para o setor privado, servem para
estimar o tamanho potencial de seu "mercado" futuro (PRESTON et al., 2001).
Os programas e as ações, tanto do setor público quanto do privado, subsidiadas
por projeções populacionais envolvem custos. A adequada aplicação destes
recursos depende da qualidade das projeções utilizadas, que devem estar mais
próximas da realidade para que não haja desperdício de investimentos. Uma
projeção, se muito distante do real, pode causar gastos desnecessários ou
deixar de atender a uma parcela necessitada da população. No caso de
investimentos do setor público, principalmente, a alocação correta de recursos
pode significar o atendimento de grupos populacionais que ficariam fora do
alcance das ações públicas. No entanto, obter projeções totalmente corretas é
muito difícil, se não impossível em pequenos domínios. Por este motivo, a
avaliação de projeções populacionais se torna uma ferramenta importante para
identificar os erros de cada método e selecionar aquele que minimiza estes
erros, sempre considerando os contextos específicos da população projetada, os
dados disponíveis, assim como o período necessário para a projeção.
O Método das Componentes, que incorpora tendências futuras do comportamento da
fecundidade, mortalidade e migração, fornece projeções populacionais segundo
sexo e grupos de idade (NAÇÕES UNIDAS, 1978). No entanto, sua aplicação não
constitui uma tarefa fácil, pois, para estabelecer hipóteses a respeito do
futuro das três componentes demográficas, são necessárias informações
estatísticas de qualidade e, quanto menor o tamanho da população, mais difícil
a obtenção de dados confiáveis, devido, principalmente, à variabilidade ao
acaso a que estão sujeitos os pequenos domínios. Assim, o Método das
Componentes não pode ser aplicado em qualquer tipo de população. Por esta
razão, alguns métodos têm sido sugeridos como alternativa para projeções
populacionais em domínios menores.1
Algumas iniciativas importantes para gerar projeções com maior nível de
detalhamento geográfico e demográfico - pelo Método das Componentes (em nível
estadual) e métodos alternativos para obter estimativas municipais - vêm sendo
desenvolvidas há muitos anos por instituições estaduais como a Fundação Sistema
Estadual de Análises de Dados (Seade - São Paulo), a Fundação de Estatística e
Economia (FEE - Rio Grande do Sul), o Instituto Paranaense de Desenvolvimento
Econômico e Social (Ipardes - Paraná) e a Superintendência de Estudos
Econômicos e Sociais da Bahia (1999). No entanto, esta atividade ainda não foi
adotada em estados com potencial para tanto, ou seja, com boa cobertura de
estatísticas vitais e disponibilidade de pessoal técnico, como, por exemplo, o
Rio de Janeiro.
Assim, o objetivo deste trabalho é avaliar algumas metodologias de projeções
populacionais para pequenos domínios, que são regularmente utilizadas no
Brasil, tomando como objeto de estudo os municípios do Estado do Rio de
Janeiro. As técnicas aqui estudadas são os métodos AiBi, relação de coortes de
Duchesne e correlação de razões, usadas para comparação com os resultados do
Censo 2000 e a Contagem de 2007.
Mais recentemente, outras técnicas de projeção e estimação demográfica têm sido
propostas na literatura acadêmica - nacional e internacional -, tais como
aquela apresentada por Jannuzzi (2007), que utiliza dados de registros
administrativos em um sistema de equações diferenciais combinados com opiniões
de especialistas sobre as tendências demográficas, e várias outras discutidas
em Rao (2003). Como bem observa Rao (2003), a demanda por estatísticas para
pequenos domínios tem levado à proposição de novos modelos de estimação, em
substituição às técnicas mais tradicionais como as aqui tratadas. Tais modelos,
com diferentes níveis de sofisticação e pressupostos, valem-se de registros
administrativos relacionados à dinâmica populacional - correntemente compilados
- e, de forma crescente, de dados primários amostrais, levantados para domínios
mais amplos, de forma periódica.
A melhoria da qualidade de registro e de cobertura dos cadastros públicos, as
reformulações que se anunciam para os próximos anos no Sistema de Pesquisas
Domiciliares pelo IBGE e os avanços em termos de geocodificação dos dados do
Censo Demográfico 2010 certamente criam boas perspectivas, a curto e médio
prazos, para aplicação de modelos mais sofisticados para produção de
estimativas populacionais mais precisas no Brasil. Entretanto, os métodos
atualmente em uso para estatísticas oficiais ainda são aqueles mais
tradicionais, os quais serão avaliados neste texto.
O artigo está estruturado em três seções. Inicialmente, são abordados os
critérios de avaliação de projeções populacionais, em seguida, apresentam-se as
três técnicas aqui empregadas e as fontes de dados utilizadas e, por fim,
discutem-se os resultados entre as técnicas e as estimativas oficiais do Censo
e da Contagem, procurando identificar os diversos fatores explicativos para as
diferenças encontradas.
Metodologia
Critérios para avaliação e elaboração de projeções populacionais
Tendo em vista que as projeções para áreas mais desagregadas são afetadas por
problemas de disponibilidade e confiabilidade de dados, pela grande influência
da migração, pelo impacto de eventos especiais e por circunstâncias únicas de
crescimento populacional, seus resultados são questionados quanto à
confiabilidade. Por isso, é importante a avaliação de todo o processo de
elaboração de uma projeção populacional, especialmente para os domínios
menores. Os critérios que podem ser tomados para avaliação são muitos e todos
importantes para considerar um resultado como mais ou menos confiável.
Smith et al. (2001) definiram alguns critérios que julgam ser mais relevantes
para avaliação e seleção de método de projeções populacionais: precisão; nível
de detalhes necessários; validade; plausibilidade; custos de produção;
conveniência; facilidade de aplicação e explicação; utilidade como ferramenta
analítica; e aceitação política. Os dois primeiros critérios foram utilizados
no processo de elaboração e avaliação das projeções populacionais dos
municípios do Rio de Janeiro apresentadas neste trabalho. Os demais são
discutidos em maior detalhe em trabalhos anteriores (BRITO, 2007; BRITO;
CAVENAGHI; JANNUZZI, 2008).
Precisão
O critério de precisão refere-se ao erro encontrado quando os resultados são
comparados com os dados observados. A análise destes erros servirá para apontar
o método de projeção populacional mais adequado - para um determinado local ou
propósito - para melhor atender às necessidades da população. Sabe-se que
sempre existirá erro de precisão, mas busca-se que este seja o menor possível.
O erro de precisão (E) pode ser definido como a diferença entre a população
projetada (P) e a população observada (O), para um mesmo domínio e ano:
Normalmente, os erros de precisão são expressos em termos percentuais. O erro
percentual (EP) é o erro de precisão em relação à população observada, expresso
em porcentagem:
Em breve revisão bibliográfica - nacional e internacional - sobre avaliação de
projeções populacionais para pequenos domínios, verificou-se que o critério de
precisão é o mais utilizado. Há algumas medidas de precisão disponíveis para
este tipo de análise, entre as quais duas são utilizadas com maior frequência e
consideradas tradicionais: a medida de erro médio percentual - EMP; e a medida
de erro médio percentual em módulo - EMPM (JUDSON et al., 2004). A primeira se
traduz na média de todos os erros percentuais e a única diferença em relação à
segunda é que esta fornece o módulo dos erros percentuais. Resumindo, o EMP é
uma medida de tendência média e pode ser usada como base para testar a presença
de tendência média significante, enquanto o EMPM é uma medida de precisão que
indica o quão "perto" as estimativas chegaram do valor observado, em média
(DEVINE; COLEMAN, 2003).
onde: n = número de domínios menores, i = 1..n domínios e t = anos.
Definir uma margem de erro aceitável não é uma tarefa clara e, às vezes, pode
parecer subjetiva. No entanto, diversas características como tamanho da
população, taxa de crescimento populacional, horizonte de projeção, entre
outras, influenciam na definição de um percentual mínimo de erro. Conforme
coloca Howe (2004), para uma pequena população (por exemplo, 2.000 habitantes),
um erro de 5% pode ser aceitável, no entanto, se a população for maior (ex.
200.000), essa margem pode não ser aceitável. O horizonte de projeção também
dificulta a definição de uma margem de erro aceitável, pois, à medida que o
horizonte aumenta, o erro também cresce. Segundo Smith et al. (2001), para um
horizonte de projeção de dez anos, o EMPM aceitável para pequenos domínios,
como municípios, tem ficado entre 8% e 14%.
No Brasil, os métodos de projeção populacional para pequenos domínios
(municípios) considerados de boa precisão têm sido aqueles em que mais da
metade dos municípios apresentam EP entre -10% e 10% (JARDIM, 1995; WALDVOGEL,
1997; WALDVOGEL; CAPASSI, 1998). Deve-se ressaltar que denominar municípios de
pequenos domínios nem sempre corresponde à realidade, pois, no Brasil, o
tamanho dos municípios varia enormemente. Assim, não basta definir a precisão
somente em termos da divisão geográfica ou político-administrativa, mas também
em comparação com o tamanho populacional e horizonte de projeção.
Nível de detalhamento necessário
De acordo com Smith et al. (2001), outro critério importante para avaliação de
uma projeção - ou técnica - diz respeito ao nível de detalhamento geográfico,
demográfico e temporal requerido por um usuário. Pensando no detalhe
geográfico, observa-se que há maior oferta de projeções em níveis nacional e
estadual, cuja elaboração normalmente faz parte da rotina dos países, tendo em
vista que os limites geográficos para este nível de desagregação são estáveis e
as informações estatísticas de melhor qualidade. Conforme aumenta o nível de
desagregação, fica mais difícil estabelecer um limite geográfico (por exemplo,
criação de novos municípios) e obter dados confiáveis.
No caso do detalhe demográfico, o potencial de variação é ilimitado. As
projeções podem ser realizadas somente para população total ou desagregada por
sexo, idade, cor, raça, etc., bem como para públicos-alvo (estudantes, força de
trabalho, militares, pensionistas, entre outros). A variável idade, por
exemplo, pode ser em idade simples ou em grupos quinquenais. Já o detalhe
temporal se resume no horizonte de projeção e no intervalo entre as datas das
projeções, que podem ser realizadas para 5, 10, 15 ou 20 anos, com intervalos
anuais, quinquenais, decenais. De todas as formas, o nível de detalhamento deve
estar vinculado ao uso que se queira fazer das projeções e, portanto, deve-se
adequar a este.
Todos os critérios definidos por Smith et al. (2001) têm sua importância na
escolha das informações, técnicas e hipóteses que serão consideradas na
construção de projeções ou para avaliação de projeções produzidas
anteriormente. A importância relativa de cada critério irá variar de acordo com
os objetivos do usuário. Acredita-se que todos os critérios devem ser
regularmente avaliados pelas instituições e organizações voltadas para a tarefa
cotidiana de realizar projeções.
Precisão e nível de detalhamento - critérios aqui enfocados - parecem
constituir parâmetros de análise bastante relevantes no contexto nacional.
Diversos programas públicos utilizam critérios per capita para repasses de
verbas, sendo que muitos indicadores de resultados de ações governamentais -
nas áreas da saúde e educação, por exemplo - dependem, no seu cômputo, de
denominadores que são grupos populacionais específicos. Adicionalmente, apesar
de ser tarefa rotineira, a avaliação das projeções torna-se ainda mais
primordial quando nos afastamos da data de realização do último censo
demográfico, que é a fonte mais confiável para estimativas com grande
detalhamento geográfico.
Técnicas de projeção de pequenos domínios
Os métodos selecionados neste trabalho para avaliação dos seus resultados
foram: AiBi; relação de coortes de Duchesne; e correlação de razões. Estes
métodos estão descritos detalhadamente em outras partes, mas considerou-se
importante listar aqui as principais características e dados necessários para
sua aplicação.2 Os dados e as fontes utilizados neste trabalho, para aplicação
de cada um dos métodos descritos a seguir, são detalhados em seção específica,
após a descrição dos métodos e das estratégias adotados para avaliação dos
resultados das projeções efetuadas.
Método AiBi
Originalmente chamado de Apportionment Method (WALDVOGEL, 1997; JARDIM, 2003;
OLIVEIRA et al., 2004), este método foi aplicado pela primeira vez no Brasil
por Madeira e Simões (1972). Atualmente, o AiBi é o método utilizado pelo IBGE
para projetar a população total dos Estados e municípios brasileiros. Seu
suposto básico é que as populações dos domínios menores constituem uma função
linear da população do domínio maior. A desvantagem do método é que, por não
existirem limites para as participações relativas, podem aparecer populações
negativas (SANTOS, 1989). Para evitar esta desvantagem, é possível buscar
alternativas como separar as áreas com taxas de crescimento positivas e
negativas, como proposto por Frias (1987). De todo modo, não é recomendado
utilizá-lo para projeções populacionais com horizontes muito extensos. Na
verdade, o período utilizado para projeção exige informações de período do
mesmo tamanho no passado. Em teoria, o método é recomendado para áreas menores
que estejam em declínio populacional ou apresentem crescimento pequeno e,
também, quando o padrão de crescimento populacional nas pequenas áreas é o
mesmo da área maior.3 Seu cálculo pode ser visto a seguir:
onde:
P = população do domínio menor;
PDM = população do domínio maior.
Método relação de coortes de Duchesne
Um dos procedimentos de adaptação do método das componentes que tem sido
aplicado no Brasil é o método de relação de coortes proposto por Duchesne em
1987 (OLIVEIRA, 1996; IPARDES; IBGE; FNUAP, 2000; JARDIM, 2003). Os passos
seguidos para projetar as populações dos domínios menores são os mesmos do
método das componentes. A particularidade da proposta de Duchesne é a maneira
de projetar as componentes, que, por serem domínios menores, exigem tratamento
diferenciado. Então, a partir da projeção do domínio maior, são calculadas as
taxas de crescimento de suas coortes, aplicando-se essa razão para cada coorte
de idade do domínio menor, ajustada por um fator K, como apresentado a seguir:
* computam-se as taxas de crescimento das coortes (CR) da população do
domínio maior (PDM):
* com base em Censos anteriores, computa-se o Índice de Diferencial de
Crescimento por Coortes (K) da população do pequeno domínio (P) em
relação à população do domínio maior (PDM):
* para cada população do domínio menor (P), aplica-se essa razão sobre a
população da coorte anterior, multiplicada pelo fator K, diferencial para
cada pequeno domínio:
Método correlação de razões
Este método assume que a evolução da população está correlacionada com a
variação de uma ou mais variáveis sintomáticas. A correlação é estimada por
meio de um modelo de regressão, em que a variação se estabelece por meio do
crescimento das variáveis em dois censos consecutivos. O modelo assume a
seguinte forma:
Y = a0 + a1X1 + a2X2 +...+ anXn , as coordenadas são:
Yh = (Ph,t /PT,t )/(Ph,0 /PT,0 )
Xh = (Sh,t /ST,t )/(Sh,0 /ST,0 ), onde:
Ph,t = população do domínio menor h, no ano t;
PT,t = população total do domínio maior, no ano t;
Ph,0 = população do domínio menor h, no ano 0;
PT,0 = população total do domínio maior, no ano 0;
Sh,t = variável sintomática do domínio menor h, no ano t;
ST,t = variável sintomática do domínio maior, no ano t;
Sh,0 = variável sintomática menor h, no ano 0;
ST,0 = variável sintomática do domínio maior, no ano 0.
A seleção das variáveis sintomáticas depende do contexto geográfico e da
qualidade das informações disponíveis. Em geral, dados sobre nascimentos,
óbitos, matrículas escolares e número de eleitores são os mais naturais de se
pensar. No entanto, o uso de variáveis sintomáticas pode variar muito e estará
sempre vinculado à disponibilidade das informações em periodicidade curta e
compatível com os períodos de projeção para todos os domínios. Além disso, seu
uso dependerá também da criatividade do pesquisador em buscar informações,
como, por exemplo, cadastros imobiliários, de empresas e de empregados ou
profissionais de certas especialidades, para aplicações mais específicas.
Neste trabalho, serão utilizadas as duas medidas tradicionais de precisão para
avaliação de projeções populacionais: a medida de erro médio percentual (EMP);
e a medida de erro médio percentual em módulo (EMPM).
Estratégia metodológica
Para proceder à avaliação dos métodos, lançou-se mão do artifício de supor que
os dados do Censo Demográfico de 2000 não existiam e que, portanto, não eram
conhecidos nem o nível nem o padrão real das componentes demográficas na década
anterior a 2000. Somente para o método de correlação de razões foram utilizados
dados da década de 1990, incluindo a Contagem Populacional de 1996. Assim, foi
necessário coletar informações anteriores a 2000 para que as estimativas e
projeções populacionais fossem comparadas com os resultados do Censo
Demográfico de 2000. Esta estratégia metodológica é válida a partir do suposto
de que os dados do Censo Demográfico de 2000 são valores corretos da população
residente nos municípios estudados, ou seja, não existe falha de cobertura no
Censo. Adicionalmente, deve-se mencionar que esta estratégia metodológica
adotada precisa ser tomada com muito cuidado, pois projetar as componentes
demográficas para a década de 1990 e 2000 como se não as conhecêssemos requer
bastante disciplina. Assim, procurou-se realizar estas projeções da forma mais
isenta possível, para não provocar vieses nos resultados de nenhum dos métodos
selecionados.
O primeiro passo para a realização da avaliação foi elaborar a projeção do
total da população do Estado do Rio de Janeiro, estimada pelo método das
componentes.4 De acordo com a projeção realizada, em 2000 (com data de
referência em 1º de julho), a população do Rio de Janeiro seria composta por
14.363.867 habitantes. Comparando-se a população projetada com aquela
recenseada (retro-projetada para 1º de julho), verifica-se que a projeção é
0,09% inferior à população observada, o que significa um resultado bastante
aproximado.
A projeção da população do Estado faz parte dos dados básicos essenciais para
aplicação dos métodos selecionados para realizar as projeções dos municípios do
Rio de Janeiro, mas, antes de realizar as projeções para os pequenos domínios,
cabe mencionar outra estratégia metodológica necessária. Os municípios que se
desmembraram de outro, ao longo dos anos, tiveram que ser reagrupados ao seu
município de origem, para que, durante o processo de elaboração das projeções,
as populações estivessem compatibilizadas em nível territorial. Assim, para
fins de comparação, as populações municipais observadas no Censo Demográfico de
2000 também passaram pelo processo de reagrupamento. Ressalta-se, como exemplo,
um caso especial que ocorreu com o município de Macuco, já que este foi
desmembrado de três outros municípios - Cantagalo, Cordeiro e São Sebastião do
Alto. Dessa forma, foi necessário criar uma área mínima comparável (AMC),
agrupando-se as populações dos quatro municípios, observadas no Censo de 2000,
e agrupando-se as populações projetadas dos três municípios que deram origem a
Macuco, os quais foram projetados separadamente, pois, até 1996, Macuco ainda
não havia sido contemplado na Contagem Populacional de 1996. Com isso, o
universo de projeção ficou reduzido a 60 municípios.
Dados
Na aplicação do método AiBi, são necessários os dados de população total dos
municípios do Rio de Janeiro em períodos anteriores. Foram utilizados os dados
de 1980 e 1991, disponíveis nos Censos Demográficos destes anos.
Para o método relação de coortes de Duchesne, os dados básicos utilizados
foram: populações municipais do Rio de Janeiro, por sexo e grupos etários, em
1980 e 1991; e projeção das componentes demográficas do Estado, também
disponíveis nos Censos Demográficos de 1980 e 1991.
No método de correlação de razões, os dados básicos utilizados, segundo
municípios do Rio de Janeiro, foram: nascidos vivos e óbitos ocorridos nos
períodos 1989-1991 e 1994-1996, a partir das Estatísticas do Registro Civil,
IBGE; matrículas do ensino fundamental, nos períodos 1989-1991 e 1994-1996,
utilizando como fontes os dados do Censo Escolar e aqueles disponíveis na
Fundação Cide;5 número de eleitores, nos períodos 1989-1991 e 1994-1996, com
dados do TRE do Estado do Rio de Janeiro; e população total em 1991 e em 1996,
com dados do Censo Demográfico de 1991 e Contagem populacional de 1996.
Avaliação dos resultados
Analisando-se o EMP (Tabela_1), é possível verificar que as três projeções, em
média, tendem a ficar subestimadas em relação à população observada. A projeção
realizada pelo AiBi apresentou maior tendência a ficar subestimada (-1,89%),
seguida daquela elaborada pelo método de correlação de razões (-1,21%),
enquanto a projeção pelo método de relação de coortes mostrou leve tendência
negativa de -0,41%. Considerando-se o nível de EMPM aceitável sugerido por
Smith et al. (2001) - entre 8% e 14%, para projeção de municípios no horizonte
de dez anos -, pode-se afirmar que os três métodos apresentaram, em média, um
bom nível de precisão. Os métodos AiBi e relação de coortes, em um horizonte de
projeção de nove anos, registraram EMPMs de, respectivamente, 6,65% e 6,49%,
enquanto para o de correlação de razões, em um horizonte de quatro anos, o EMPM
foi de 4,49%.
No Gráfico_1, observa-se a distribuição de municípios segundo os intervalos de
erro de projeção para cada um dos três métodos aplicados. A maior proporção de
municípios com os menores erros de projeção correspondeu ao método de
correlação de razões, em que 92% dos municípios apresentaram EP entre -10% e
10%, sendo que em 73% o erro ficou entre -5% e 5%. Com a aplicação do método de
relação de coortes, 83% dos municípios registraram EP entre -10% e 10% (52%
entre -5% e 5%). A distribuição do EP, quando aplicado o AiBi, está bem próxima
do método de relação de coortes - 82% dos municípios com erro entre -10% e 10%
(52% entre -5% e 5%).
O comportamento dos EMPMs, por tamanho populacional (Gráfico_2), mostra que,
quanto maior o porte populacional do município, o EMPM tende a diminuir, o que
pode ser observado na aplicação dos três métodos. Isso se deve, em primeiro
lugar, ao fato de estarem sendo observadas no país, a cada novo levantamento
censitário, taxas de crescimento populacional mais baixas em municípios
maiores, fazendo com que a tendência inercial do passado se torne um elemento
preditor importante. Nesses municípios, o crescimento vegetativo acaba tendo
maior peso na determinação populacional, sendo menos sensíveis as flutuações
conjunturais do movimento migratório, ao contrário das pequenas localidades.
Nos municípios com populações inferiores a 15.000 habitantes, a relação de
coortes é o método que apresenta o maior EMPM. Em geral, o EMPM do método de
correlação de razões se destaca como o menor, em comparação com os outros dois,
já que é o único método que incorpora tendências - indiretas - de crescimento
mais recentes.
Apesar de se verificar que o erro médio percentual em módulo diminui à medida
que aumenta a população, a análise dos erros mínimos e máximos, também segundo
o tamanho populacional (Gráfico_3), mostra que os maiores erros não estão nos
menores municípios. Nos três métodos, os erros máximos aparecem no terceiro
grupo de municípios (150.000 a 1.500.000 habitantes). Assim, deve-se atentar
para o fato de que, em média, conforme se eleva o contingente populacional,
decresce o erro de projeção, mas isso não quer dizer que os municípios maiores
estejam isentos de grandes erros. Entre os três métodos, o menor e o maior
EMPMs (praticamente zero e quase 25%) foram encontrados na aplicação da relação
de coortes. Logo, apesar de, em média, o método apresentar boa precisão, o
planejamento de uma política pública para a população de um município cuja
projeção difere em 25% da população observada mostra-se bastante problemático.
Na Tabela_2 há um resumo de algumas estatísticas descritivas referentes aos
erros de projeção em módulo, segundo os três métodos. Observa-se que os métodos
AiBi e relação de coortes de Duchesne apresentam comportamento parecido em
termos de erro de projeção, mas este último com desempenho um pouco melhor. Na
análise das estatísticas do EPM, o método de correlação de razões se destaca,
apresentando, no geral, melhores resultados, o que pode ser justificado pelo
fato de seu modelo estatístico incorporar informações novas e mais recentes em
suas estimativas, apesar do sub-resgistro da contagem de 1996 (JARDIM, 2003).
Já os métodos AiBi e relação de coortes baseiam-se mais na tendência de
crescimento da população, no entanto, o segundo tem como diferencial o fato de
incorporar informação mais específica no cômputo das projeções: o comportamento
das estruturas etárias (e não apenas a da população total, como no AiBi).
Analisando-se os Gráficos_4 e 5, verifica-se que as taxas médias anuais de
crescimento geométrico da projeção de 2000 (AiBi e rel. de coortes,
respectivamente) versus Censo 1991, em comparação com o Censo 1991 versus 1980,
são altamente correlacionadas. Em contrapartida, fazendo-se a mesma comparação
com base no método de correlação de razões, tem-se uma correlação em torno de
25% (Gráfico_6). Isto ocorre porque o método, além da tendência de crescimento
populacional, incorpora a tendência de outras variáveis demográficas.
É importante comentarmos que estudos voltados para avaliar a precisão de
projeções populacionais (HOWE, 2004; SMITH et al., 2001; JARDIM, 1995) também
correlacionam o erro de projeção ao grau de crescimento/decréscimo de uma
população. Segundo Howe (2004, p. 14, tradução nossa), "Populações com
crescimento moderado são estimadas com maior precisão do que populações que
estão crescendo ou decrescendo rapidamente". De fato, nos Gráficos_7 e 8
referentes aos métodos AiBi e relação de coortes, respectivamente, verifica-se
uma concentração de erros de projeção absolutos inferiores a 10% no intervalo
de taxa média anual de crescimento geométrico entre -1% e 2%.
No método de correlação de razões, apesar de não ser tão correlacionado com a
tendência de crescimento, menores erros em módulo também tenderam a se
concentrar nos intervalos de crescimento/decréscimo mais moderados (Gráfico_9).
Cabe ressaltar que, conforme ocorreu na relação do erro de projeção com o
tamanho populacional, para taxas de crescimento moderadas também aparecem
grandes erros. Segundo Jardim (1995), em 1978, alguns autores fizeram uma
estratificação de municípios em níveis de taxas de crescimento na busca por
melhores resultados de projeções populacionais para pequenos domínios. No
entanto, na opinião da autora, seria mais adequada uma estratificação por
tamanho de município. Jardim (1995, p. 47) argumenta que "a troca de classe de
estratificação de um município de uma década para outra é menos provável de
ocorrer do que a mudança do seu ritmo de crescimento".
A estratificação em níveis de taxas de crescimento ou por tamanho populacional
pode ser uma ferramenta a mais para melhorar as estimativas e projeções
populacionais para pequenos domínios. Mas, como visto na análise dos resultados
do Rio de Janeiro, tanto em municípios com maiores populações quanto naqueles
com taxas de crescimento moderadas identificaram-se grandes erros. Deve-se
pensar no sentido de que esses casos podem ser tratados, pois todos os
municípios, sem exceção, necessitam de projeções adequadas para seus
planejamentos.
A análise dos EMPMs segundo as Regiões de Governo estabelecidas pela Fundação
Cide (2007) revela que a das Baixadas Litorâneas destacou-se com os maiores
erros médios em módulo (Gráfico_10). Quando aplicado o método de correlação de
razões, os erros médios nesta região são bem menos expressivos, provavelmente
pela incorporação de informações adicionais. Os maiores erros (acima de 10%, em
módulo) estão concentrados nesta região quando aplicados os métodos AiBi e
relação de coortes. A análise dos erros de projeção mostrou que, nos municípios
da Região das Baixadas Litorâneas, as projeções com os maiores erros ficaram
subestimadas, sinal de que não foi captada a entrada de população nessas áreas.
Na Tabela_3, nota-se que o erro na Região das Baixadas Litorâneas está
relacionado, certamente, ao forte crescimento da população dessa área nos anos
1990, em relação à década anterior.
Conforme analisado, diversos fatores influenciam a produção das projeções
populacionais para pequenos domínios: o tamanho do universo de projeção; a
intensidade das taxas de crescimento; e a homogeneidade das regiões. Estas
análises podem ajudar a pensar em alternativas para melhorar a precisão das
projeções populacionais para estes domínios menores, com base nos métodos
disponíveis, a partir de adaptações que considerem as heterogeneidades
presentes nos locais de estudo.
Finalmente, além da comparação com os resultados do Censo Demográfico de 2000,
tendo em vista que em 1º de abril de 2007 foi realizada contagem da população
para os municípios brasileiros com até 170.000 habitantes e mais 21 municípios
selecionados acima dessa faixa de população (IBGE, 2007a), pode-se comparar os
resultados para os municípios onde ocorreu a contagem populacional. Com esta
seleção, dos 92 municípios do Estado do Rio de Janeiro, 15 ficaram de fora
desta comparação. Com a mesma metodologia aplicada para os dados de 2000, foi
realizada uma comparação de projeções populacionais para 2007 com a contagem,
sendo possível calcular os erros de projeção para 47 municípios.
Os resultados comparados com a contagem são menos satisfatórios do que os
anteriores (Tabela_4). No entanto, é preciso considerar que o horizonte de
projeção nos métodos AiBi e relação de coortes para esta comparação é de 16
anos e no de correlação de razões é de 11 anos. Por isso, não é surpresa que
novamente este último método apresente estimativas com o menor EMPM (abaixo de
13%, enquanto os demais registraram acima de 15%). Cabe ressaltar, ainda, que
não foi retirado o erro de projeção do domínio maior, que certamente reduziria
o EMPM.
Na aplicação dos métodos de correlação de razões e AiBi, respectivamente, 49% e
43% dos municípios apresentaram erro percentual entre -10% e 10%. Já para as
projeções do método de relação de coortes, esta proporção não chegou a 40%.
Porém, novamente, deve-se lembrar que o tamanho do universo de projeção ficou
reduzido, pois somente foram selecionados municípios com menos de 170.000
habitantes.
A tendência no comportamento geral das projeções mudou totalmente de direção e
se mostrou bem mais intensa. Nos três casos, as projeções tendem a superestimar
a população recenseada na Contagem Populacional de 2007. A tendência mais forte
aparece na aplicação do método de relação de coortes, com EMP de 11,7%. Mesmo
levando-se em consideração que o período de projeção não é adequado para dois
dos métodos avaliados, esta forte tendência de superestimação das projeções
pode estar indicando que, na verdade, a Contagem Populacional de 2007
subestimou a população nos municípios aqui analisados. Deve-se lembrar que, no
início da estratégia metodológica, assumiu-se que a população censitária de
2000 era correta, para estimar os erros de projeção. No caso da contagem, é
necessário fazer a mesma suposição. No entanto, existem alguns indícios de que
ou a população contada está subestimada, ou há outros erros de projeção para a
população que não foi contada neste processo (municípios com mais de 170 mil
habitantes, o que representa algo em torno de metade da população brasileira).
Afinal, a projeção oficial do IBGE, então vigente, apontava para um total ao
redor de 186 milhões de pessoas; já as estimativas - obtidas pela contagem e a
projeção da parte não contada - estaria próxima de 183 milhões de pessoas.
Considerações finais
Tomando-se como base os critérios sugeridos em estudos referentes à avaliação
de projeções populacionais para pequenos domínios, em média, os três métodos
apresentaram um bom desempenho na projeção das populações totais dos municípios
do Rio de Janeiro e, também em média, as projeções tenderam a ficar
subestimadas, quando comparadas com a população do Censo Demográfico de 2000.
Entretanto, dado o período selecionado para comparação dos resultados, o método
que apresentou melhor desempenho, entre os três, foi o de correlação de razões.
Conforme comentado na seção anterior, uma justificativa para seu melhor
desempenho seria o fato de incorporar informações novas - não se baseando
somente na tendência de crescimento - e mais recentes - apesar de supostamente
não ser indicado o uso da contagem populacional, em função do sub-registro
(JARDIM, 2003). O modelo estatístico de regressão ajustado apresentou
resultados razoáveis considerando-se somente a correlação das estimativas
populacionais com as variáveis sintomáticas utilizadas. Seria interessante o
desenvolvimento de um modelo estatisticamente mais consistente, com base na
análise de outras ferramentas estatísticas que devem ser utilizadas no processo
de elaboração de um modelo de regressão. A inclusão de novas variáveis que
possam estar correlacionadas com o crescimento populacional - inclusive o uso
de varáveis econômicas - pode melhorar o desempenho do modelo.
Entretanto, para inserção de novas variáveis, necessita-se de um esforço das
agências estatísticas em disponibilizar informações mais detalhadas em escala
geográfica, mantendo-as periodicamente atualizadas, com séries mais longas e de
fácil acesso. De acordo com Jannuzzi e Gracioso (2002), as agências estaduais
vêm passando por uma grande mudança em termos de disseminação de informação
estatística, em função das demandas da sociedade, das necessidades de
informação para o planejamento público e das facilidades que as novas
tecnologias de informação estão criando. Isto certamente contribuirá para
melhores resultados da aplicação de métodos que utilizam variáveis
sintomáticas.
A questão dos erros de projeção é de extrema importância, uma vez que as
projeções populacionais vêm sendo utilizadas como subsídio de planejamentos e
investimentos. No Brasil, o critério para boa precisão dos resultados do método
de projeção populacional para domínios menores é quando grande parte dos erros
encontra-se em um intervalo entre -10% e 10%. Em alguns casos, o método
aplicado gerou erro superior a 20%, que seria inaceitável para qualquer tipo de
planejamento. O ideal seria que os erros de projeção não fossem superiores a
5%, em módulo. Deve-se buscar uma alternativa para que estes erros mais
discrepantes sejam reduzidos. Jardim (1995) sugeriu uma estratificação por
tamanho populacional ou de acordo com a taxa de crescimento, como colocado por
outros autores. Adicionalmente, sugerimos que talvez fosse adequado
estratificar os domínios menores segundo sua homogeneidade, baseando-se em
similaridades econômicas e sociais. Sabendo-se que a migração é a componente
que mais afeta estes domínios, ao se agruparem municípios com atratividades
migratórias similares, é bem provável que se capte essa parcela da população
que está sendo sub ou superestimada demasiadamente. Por exemplo, verificou-se
que as populações de alguns municípios pertencentes à Região das Baixadas
Litorâneas tenderam a ficar subestimadas. Diante dessas observações, fica a
sugestão de uma estratificação dos municípios do Rio de Janeiro, segundo as
Regiões de Governo, para então compor o total populacional do Estado. A
distribuição da população de um domínio maior, como Estado, para domínios
menores, como municípios, que notavelmente são heterogêneos, pode estar gerando
esses diferenciais mais expressivos.
Em relação à comparação com a contagem populacional de 2007, observou-se que as
projeções populacionais ficaram com forte tendência de superestimação, a partir
dos três métodos aplicados, indicando uma possível subestimação da contagem.
Também as estimativas realizadas pelo IBGE, para o Tribunal de Contas da União
(TCU), apresentaram tendência de superestimação, com EMPM de 5,4%, considerando
os 77 municípios do Rio de Janeiro que tiveram contagem em 2007.6
É importante lembrar que, conforme explicitado na apresentação dos resultados,
a contagem populacional de 2007 só foi realizada para os municípios brasileiros
com até 170.000 habitantes e mais 21 municípios selecionados acima dessa faixa
de população (IBGE, 2007b). Para os 128 municípios restantes e o Distrito
Federal, as populações foram estimadas. Dessa forma, a utilização da Contagem
Populacional de 2007 não se torna adequada para realização de projeções
populacionais, tendo em vista que podem ser identificados dois tipos de erro: o
da contagem e o das estimativas. Para projeções com base em informações mais
atualizadas, que não as do Censo de 2000, seria mais recomendado aguardar a
divulgação das informações do Censo Demográfico de 2010.
Todavia, no modelo atual de censo decenal, ressalta-se a importância de
realização de contagem populacional no meio da década, assim como colocado por
outros autores. Jardim (2003) destaca que a contagem populacional é uma
ferramenta muito importante para os Estados conhecerem a atual situação dos
municípios criados na década, dado que as leis de criação não informam
corretamente os dados populacionais dos novos municípios, com a discriminação
da cota retirada dos antigos. No Rio Grande do Sul, por exemplo, historicamente
existe uma grande quantidade de novos municípios criados a cada década.
Por fim, esse trabalho mostrou a importância de utilização das diferentes
metodologias para projeção populacional. Ao permitir a incorporação de
tendências indiretas mais recentes de crescimento populacional - por meio das
variáveis sintomáticas -, o método de correlação de razões se revelou, no caso
do Estado do Rio de Janeiro, como mais preciso do que o AiBi e o de relação de
coortes. Em situações em que os registros administrativos não gozam de boa
cobertura e qualidade, a situação pode ser diferente. Por essa razão, para
desenvolver o campo de estudos de projeções populacionais para pequenos
domínios no Brasil, são necessários, ainda, vários outros estudos comparativos
como o aqui apresentado.