Homogeneização da Cartografia Geológica do Cenozóico da Área Metropolitana de
Lisboa (AML)
INTRODUÇÃO
O protocolo de colaboração assinado entre a Junta Metropolitana de Lisboa,
Instituto Geológico e Mineiro e a Fundação da Faculdade de Ciências e
Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa teve como objectivo a revisão e
actualização da cartografia geológica de base e a produção de cartografia
temática correspondente à Área Metropolitana de Lisboa (AML).
A AML ocupa uma área de 2.962,6 km2e estende-se por 18 concelhos. Desenvolve-se
por regiões ocupadas pela Bacia Lusitânica, de evolução mesozóica, e pela Bacia
do Baixo Tejo que tem vindo a evoluir durante o Cenozóico. Na área, afloram o
maciço ígneo de Sintra, a que estão associados numerosos filões de rochas
básicas e ácidas, e rochas vulcânicas do Cretácico Superior. É abrangida pelas
folhas da carta geológica na escala 1/50 000, 30-C Torres Vedras, 30-
D Alenquer, 31-C Coruche, 34-A Sintra, 34-B Loures, 35-A Sto. Estêvão, 34-
C Cascais, 34-D Lisboa, 35-C Sto. Isidro de Pegões, 38-B Setúbal e 39-A Águas
de Moura (Fig. 1).
Fig. 1 – Mapa geológico da região da AML com os limites dos concelhos e esquema
das correspondentes folhas da Carta Geológica, na escala 1/50 000 (adaptado da
Carta Geológica de Portugal à escala 1:500 000, 1992).
A Bacia do Baixo Tejo corresponde a extensa unidade estrutural, de direcção
aproximada de NE-SW, que se estende desde o litoral ocidental da Península de
Setúbal até à área de Placência, em Espanha. Ocupa todo o Ribatejo, grande
parte do Alto-Alentejo e a região sul da Beira Baixa, prolongando-se para
Espanha. A bacia diferenciou-se no Eocénico, e tem evoluído até a actualidade.
A sua instalação tem sido interpretada como resultante de tracção secundária
relativamente à compressão pirenaica (CARVALHO et al., 1983-85; CUNHA, 1996,
1999). A bacia pode ser subdividida em diferentes sectores, em função das
relações do enchimento e respectivos ambientes, designadamente:
– sector distal, a sudoeste, ocupando as regiões de Lisboa e da Península de
Setúbal, mais próximo do Atlântico e onde ocorrem fácies marinhas com algumas
intercalações continentais e salobras;
– sector intermédio, ocupando o Ribatejo e parte do Alto Alentejo, com fácies
continentais e alguns episódios de ambientes salobros quando dos níveis
marinhos elevados;
– sector proximal, a nordeste, que ultrapassa a fronteira com Espanha, apenas
com fácies continentais.
A AML ocupa o sector distal e parte do intermédio. Isto é, distribui-se pela
área mais próxima da abertura ao oceano da depressão que veio a evoluir na
dependência do actual rio Tejo e dos seus precursores.
A cartografia geológica da Bacia do Baixo Tejo iniciou-se com Choffat que
começou os levantamentos conducentes à edição do conjunto das 4 cartas na
escala 1/50 000 de Sintra, Cascais, Lisboa e Loures entre 1935 e 1950. Em 1940
foi publicada a Carta Geológica de Lisboa na escala 1:20 000, também de sua
autoria, depois da sua morte (1919). Anteriormente à publicação destas cartas,
apenas existiam para esta região mapas na escala 1:500 000 da autoria de
RIBEIRO e NERY DELGADO (1876, 1878) e de NERY DELGADO e CHOFFAT (1899).
A partir dos finais da década de 1950, G. ZBYSZEWSKI e O. DA VEIGA FERREIRA
procederam aos levantamentos da maioria das folhas ainda hoje em utilização
(Tabela 1). Algumas destas foram alvo de reedição recente, feita com o
contributo de G. MANUPPELLA (Tabela 1). Foi ainda publicada a Carta Geológica
do Concelho de Lisboa, na escala 1/10 000 (ALMEIDA, 1986).
TABELA_1
Lista das cartas geológicas correspondentes à Área Metropolitana de Lisboa, ano
de publicação e autores.
AZEVÊDO (1983) caracterizou as unidades pliocénicas e quaternárias da Península
de Setúbal, tendo elaborado a respectiva cartografia geológica na escala 1:50
000. BARBOSA (1995) redefiniu as principais unidades do sector intermédio da
Bacia do Baixo Tejo (Ribatejo e Alto Alentejo) e elaborou um mapa à escala 1/
200 000.
A informação obtida foi sintetizada na Carta Geológica de Portugal Continental
na escala 1/500 000, editada pelos Serviços Geológicos de Portugal em 1992.
O longo intervalo de tempo (cerca de 35 anos), e a produção não sequencial das
diferentes folhas, às vezes afastadas geograficamente, conduziu à multiplicação
de unidades estratigráficas com designações diferentes e a limites de unidades
deslocados de folha para folha e de local para local. O seu significado e
integração só a pouco e pouco foram sendo feitos. Para isso, contribuíram
estudos de estratigrafia e de paleontologia que permitiram datar com rigor
numerosas unidades, estabelecer correlações entre elas, e compreender a sua
integração no contexto da evolução temporal e espacial do enchimento da bacia.
Assim, foi possível reduzir significativamente o número de designações e ter
uma visão integrada da sua distribuição espacial. As unidades são compreendidas
como correspondendo a respostas sedimentares aos eventos tectónicos,
climáticos, e respectivos processos físicos e químicos que têm controlado a
evolução da bacia. As oscilações do nível do mar e a orogénese são, de longe,
os mais significativos.
Neste contexto, e levando em conta a zonografia antes referida para a Bacia do
Baixo Tejo, com um sector mais distal com forte influência marinha, com fósseis
mais abundantes, e os sectores intermédio e proximal, com maior influência
continental, é possível caracterizar e seguir a distribuição espacial de
unidades com significado genético, correspondentes a etapas melhor ou pior
balizadas por linhas de tempo definidas através de datações controladas por
jazidas fossilíferas. Os limites entre elas correspondem a superfícies de
descontinuidade de valor regional, mais ou menos fáceis de seguir no terreno.
Se na região de Lisboa - Península de Setúbal a influência marinha conduziu,
muitas vezes, a deposição de unidades litologicamente contrastantes, no
interior da bacia, os ambientes fluviais acumularam rochas mais semelhantes,
ainda que com algumas variações laterais de fácies, às vezes alteradas pela
presença de ferro, manganês e carbonato de cálcio, com desenvolvimento de
couraças ferruginosas e/ou crostas carbonatadas. Este facto conduz a que a
resolução obtida no sector distal seja muito superior à dos sectores intermédio
e proximal, onde as unidades tendem a ser mais uniformes, muito menos
fossilíferas e os contrastes litológicos menos significativos.
EVOLUÇÃO DA BACIA DO BAIXO TEJO NOS SECTORES DISTAL E INTERMÉDIO
A Bacia do Baixo Tejo funcionou em regime endorreico no Paleogénico.
Acumularam-se, essencialmente, depósitos de leques aluviais alimentados a
partir dos relevos marginais (Maciço Hespérico e Bacia Lusitânica). Estes
materiais afloram nas margens da bacia, constituindo banda quase contínua,
rodeando-a por completo. Estes sedimentos têm tomado nomes diferentes consoante
a posição espacial na bacia. Na margem direita constituem a Formação de
Benfica, na zona de Lisboa - Península de Setúbal, a Formação de Monsanto, no
sector intermédio, e a Formação de Cabeço do Infante, na área proximal. Na
margem esquerda da bacia ocorre a Formação de Vale de Guizo.
Estas formações são constituídas, predominantemente, por depósitos grosseiros,
conglomeráticos, a que se associam alguns corpos arcósicos mais finos, crostas
calcárias, às vezes bastante desenvolvidas e, mesmo, alguns calcários lacustres
e/ou palustres (PAIS e DIAS, 2006).
O Atlântico invadiu a bacia no início do Miocénico. A partir de então, a
sedimentação na região de Lisboa e da Península de Setúbal ocorreu na interface
oceano - continente, com oscilações da linha de costa dependentes das variações
do nível do mar e dos efeitos da tectónica.
Aparentemente, a primeira entrada do mar deu-se de Sul, tendo definido um golfo
estreito e pouco penetrativo. Na sua dependência gerou-se uma barreira de
corais com orientação N-S, desde, pelo menos, a região de Belverde (Seixal) até
Lisboa. No Burdigaliano, o mar terá galgado a barreira ocidental entre Lisboa e
o Espichel. A Arrábida constituiu uma ilha desde a sua elevação no Burdigaliano
superior (≈ de 17 Ma) (ANTUNES et al., 1995). A penetração do mar na bacia
definiu golfos mais ou menos extensos consoante o nível do mar, a taxa de
subsidência e os acarreios sedimentares.
Os depósitos cenozóicos da Península de Setúbal estão representados por
sedimentos paleogénicos ainda mal conhecidos e, sobretudo, por depósitos
neogénicos. Foram estudados, de modo sumário, pelo Barão W. L. VON ESCHWEGE
(1831) e por SHARPE (1834; 1841) a quem se deve a primeira síntese
estratigráfica acerca do Cenozóico, referindo, pela primeira vez, unidades
litostratigráficas como as “Almada beds”. Ulteriormente, são de realçar os
trabalhos de COTTER (in DOLLFUS, COTTER & GOMES, 1903-1904, COTTER, 1956)
que definiu 15 divisões para o Miocénico da região de Lisboa, de CHOFFAT (1906;
1908; 1950) e de ZBYSZEWSKI (ZBYSZEWSKI et al. 1965; ZBYSZEWSKI, 1967). Este,
ao tentar estabelecer correlações dos depósitos miocénicos da Península de
Setúbal com os de Lisboa reconheceu haver dificuldades (p.87): “En se basant
sur l’échelle stratigraphique établie par Berkeley Cotter on a tenté à diverses
reprises de retrouver dans l’Arrábida les horizons miocènes connus à Lisbonne
(…)Les levés géologiques récents ont montré qu’il était possible d’établir un
parallélisme entre les principaux termes des deux séries, mais q’une séparation
des horizons, telle qu’elle a été faite à Lisbonne ne peut être ici
qu’artificielle”. Verificou que as divisões definidas por COTTER, I, IVb, Va e
Vb do Miocénico de Lisboa são muito menos espessas na margem esquerda do Tejo e
não ocorrem na Serra da Arrábida. As variações de fácies e de faunas são menos
acentuadas (ZBYSZWESKI et al., 1965; ZBYSZWESKI, 1967). É muito menor o
contributo de sedimentos de origem continental, faltando, a bem dizer, as
assentadas não marinhas.
A partir de 1958, foram conseguidos novos resultados referentes à estratigrafia
e paleontologia do Cenozóico de Portugal, nomeadamente da Bacia do Baixo Tejo,
através principalmente dos trabalhos de M. T. ANTUNES e colaboradores nacionais
(J. PAIS, A. NASCIMENTO, P. LEGOINHA e L. SOUSA) e internacionais (nomeadamente
G. GINSBURG, P. MEIN e S. SEN) e também de AZEVÊDO (1983), CUNHA (1996),
PIMENTEL (1997) e BARBOSA (1995). Desses trabalhos resultaram diversas
sínteses.
ANTUNES et al. (2000) estabeleceram um quadro estratigráfico para o Miocénico
da região de Lisboa - Península de Setúbal em contexto de estratigrafia
sequencial, onde reconheceram um conjunto de 10 sequências deposicionais de 3.ª
ordem, separadas por superfícies de descontinuidades de valor regional,
devidamente controladas por datações de elevada resolução.
Estes resultados servem de quadro de referência para o estabelecimento de
correlações com os depósitos miocénicos do interior da bacia.
Enquanto o sector distal funcionava na vizinhança da linha de costa, mais para
o interior os precursores do Tejo iam transportando e acumulando sedimentos
arenosos, às vezes com barras de seixos e calhaus, principalmente mais para
montante; em locais mais abrigados e calmos, ou nos momentos de estio,
formavam-se charcos e depositavam-se corpos mais argilosos. De modo geral,
ocorre um corpo com alternância de leitos de arenitos arcósicos e de argilas na
base, tornando-se mais arenítico para o topo, com barras de seixos e calhaus,
com algumas lentículas argilosas. Esta situação manteve-se durante grande parte
do Miocénico, e corresponde à Formação de Alcoentre. Depois, no Miocénico
superior, houve efeito de barreira no sector distal. No interior formaram-se
pântanos e alguns lagos que permitiram a acumulação de argilas (Argilas de
Tomar) que se estendem pelo Ribatejo e pelo Alentejo. Na actual margem esquerda
do Tejo, esta unidade assenta sobre os depósitos de Alcoentre, sendo muitas
vezes difícil de individualizar.
Na margem direita, a alimentação de águas carbonatadas a partir das unidades
essencialmente jurássicas da Bacia Lusitânica, em combinação com o clima quente
e relativamente seco, conduziu à formação de calcários lacustres e palustres
(Calcários de Almoster) e de crostas calcárias, muito frequentes na região de
Santarém e Almoster; a separação entre os Calcários de Almoster e as Argilas de
Tomar é frequentemente difícil de reconhecer. Na margem esquerda também se
formaram localmente calcários lacustres, palustres e crostas carbonatadas no
Miocénico Superior, a partir da circulação de águas carbonatas provenientes de
rochas metassedimentares e intrusivas do Paleozóico.
No Miocénico superior (Tortoniano médio) o mar retirou-se da Península de
Setúbal. A linha de costa afastou-se mais para ocidente do que actualmente.
No Pliocénico, o pré-Tejo transportou areias arcósicas que se estendem desde o
sector proximal e penetram mesmo na Bacia de Alvalade, galgando o horst de
Belverde - Senhor das Chagas, não longe de Alcácer do Sal. Na Península de
Setúbal, longe da área fonte, as areias são finas, bem calibradas e
praticamente desprovidas de leitos de calhaus. Contudo, na base ocorrem canais
cascalhentos que erosionam os depósitos marinhos miocénicos, correspondendo ao
início da sedimentação fluvial. Na região do Laranjeiro, estes níveis incluem
clastos de basaltos provenientes da região de Lisboa, denunciando a existência
de drenagem local de N e NW para o interior da Península de Setúbal. O conjunto
corresponde às Areias de Santa Marta, que no interior (sector intermédio da
bacia) constituem as Areias de Ulme, mais grosseiras e menos evoluídas.
No Pliocénico superior, o levantamento de relevos no sector proximal conduziu
ao aumento de energia do rio, e ao transporte e acumulação de mantos de
cascalheiras (Conglomerados de Almeirim) que se estendem até ao litoral actual,
onde constituem os Conglomerados de Belverde. Nesta altura grande parte da
Bacia do Baixo Tejo ficou preenchida por sedimentos. Quase só na Península de
Setúbal continuaram a existir condições para se acumularem depósitos de leques
aluviais (Formação de Marco Furado), em grande parte alimentados a partir da
Serra da Arrábida e de relevos mais a sudeste. Houve processos de
desenvolvimento de crostas ferruginosas que também já tinham ocorrido no
passado. Contudo, é difícil datar este episódio climático porque está marcado
em todas as rochas do Cenozóico da Bacia, às vezes definindo mesmo os limites
estratigráficos, como, por exemplo, o limite entre o Miocénico e o Pliocénico
na bacia de Alvalade. Na parte norte da Península, a subsidência continua até
os nossos dias. O Mar da Palha é disso testemunho.
Mais para o interior iniciaram-se os processos de incisão fluvial, conduzindo à
formação de sucessivos terraços morfológicos que acompanham o trajecto do Tejo
e dos seus afluentes. No Ribatejo, o rio corre num canal largo e pouco
profundo, com extensa planície aluvial, frequentemente invadida pelas águas
quando das cheias sazonais.
Em síntese, no sector distal a resolução estratigráfica conseguida é muito
elevada para as unidades do Neogénico. Neste intervalo, são individualizadas 15
unidades litostratigráficas na região de Lisboa, 12 na de Almada e 8 na
restante Península de Setúbal. Para o sector intermédio, que abrange grande
parte do Ribatejo e do Alto Alentejo, apenas foi possível cartografar, para o
mesmo intervalo de tempo, o máximo de 5 unidades. Nalgumas regiões foi, mesmo
assim, necessário fundir unidades, por a semelhança lítica dificultar a sua
individualização.
CARTOGRAFIA
As cartas geológicas do Projecto AML foram elaboradas, de modo geral, com base
nas minutas de campo, à escala 1/25 000, correspondentes a levantamentos
geológicos existentes no arquivo do LNEG/LGM (ex-IGM). Excepcionalmente,
utilizou-se informação geológica a outras escalas, por falta de minutas
geológicas à escala 1/25 000, designadamente informação proveniente de cartas
geológicas à escala 1/50 000 e 1/200 000.
A adaptação à nova base topográfica da cartografia geológica efectuada sobre
bases topográficas antigas, às vezes a diferentes escalas, trouxe problemas e
dificuldades (Fig. 2). A incongruência entre informação geológica e topografia
deve-se a:
– diferentes sistemas de projecção;
– informação geológica a escalas diferentes;
– topografia antiga desactualizada.
Fig._2 – Exemplos de excertos de folhas contíguas da Carta Geológica na escala
1:50 000, anteriores ao projecto AML (A) e resultantes deste (B). Como se
constata, algumas unidades geológicas mudavam de designação na passagem de uma
folha para a outra e os limites geológicos (ponteado), por vezes, não tinham
continuidade.
Assim, parte da informação geológica que se adaptou à nova base topográfica
teve de ser validada com trabalhos de campo, nos quais houve problemas
acrescidos, principalmente na região de Lisboa, devido ao crescimento
urbanístico.
Com vista a tentar definir critérios que permitissem separar as unidades
litostratigráficas descritas, efectuaram-se trabalhos de campo em toda a área
da bacia. Este reconhecimento permitiu conhecer melhor a sua dinâmica a nível
regional, desde o Miocénico até a actualidade. Permitiu elaborar modelos e
formular hipóteses que, ulteriormente, poderão ser melhorados, com estudos de
maior detalhe e a maior escala. Como já foi referido, a separação entre algumas
das unidades litostratigráficas foi difícil de efectuar por terem litologias
semelhantes e os critérios de reconhecimento nem sempre serem muito fiáveis.
As grandes unidades consideradas no âmbito deste trabalho, para a Bacia
Terciária do Baixo Tejo, e a sua relação com as unidades anteriormente
utilizadas estão sintetizadas na tabela 2.
TABELA_2
Quadro síntese com as designações de unidades utilizadas na cartografia da AML
e respectivos símbolos, e as unidades usadas anteriormente.
CONCLUSÃO
Em síntese, podemos concluir que um dos grandes benefícios do projecto de
fornecimento de cartografia para a AML foi a homogeneização, no contexto do
Cenozóico, das unidades que constituem o enchimento da Bacia do Baixo Tejo,
permitindo a elaboração de mapas de conjunto, de que a carta na escala 1/100
000 é um exemplo.
Este estudo também permitiu melhorar o conhecimento dos limites entre as
grandes unidades do Cenozóico da Bacia do Baixo Tejo, e a elaboração de modelos
e formulação de hipóteses do preenchimento da bacia que posteriormente poderão
ser testados, melhorados e validados, o que já se tem verificado durante a
preparação da Folha 5 da carta Geológica de Portugal na escala 1/200 000.