A sabedoria dos simples
EDITORIAL
Não resisto a lembrar uma muito divulgada estória que apela à reflexão sobre a
relação sabedoria versus erudição.
" Morreu um homem que tinha 17 camelos e 3 filhos. Em testamento deixou
escrito que metade dos camelos ficaria para o filho mais velho, um terço para o
segundo e um nono para o terceiro. Como eram dezassete camelos, as contas
pareciam complicar-se. Então os filhos correram em busca de um matemático
erudito. Porém, ele não conseguiu encontrar a solução. Alguém sugeriu que
procurassem uma pessoa com experiência de camelos e não de matemática.
Encontraram um homem bastante idoso, com muito saber de experiência feito.
Quando apresentaram a situação problema ao experiente cuidador de camelos, ele
riu-se e disse ser muito simples a solução. Têm aqui um dos meus camelos, ficam
agora com 18 camelos. Façamos então a divisão, de acordo com a vontade do vosso
pai: Nove ' metade ', para o filho mais velho; a terça parte ' seis camelos '
para o segundo filho; dois camelos ' a nona parte ', para o terceiro filho.
Todos ficaram contentes. Sobrou então um camelo que o cuidador de camelos
retomou ("Palavras de fogo" Bhagwan Shree Rajneesh)
A parábola faz ressaltar o valor do pensamento útil e ação prática na tomada de
decisão. Por mais complexas que sejam as evidências pesquisadas, é sempre
possível transformá-las e apresentá-las num discurso claro e preciso. O
pensamento abstrato pode tornar-se prático e próximo da experiência dos
leitores.
Este editorial é dedicado a todos aqueles que se empenham a comunicar a ciência
com a sabedoria dos simples, particularmente quando usam o tempo mínimo para
dizer o essencial, ou escrevem com sabedoria numa casca de nóz.