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National varietyEu
Year2007
SourceScielo

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Os jardins digitais e o sedentarismo EDITORIAL Os jardins digitais e o sedentarismo

Com a revolução industrial verificou-se uma restrição do movimento físico conduzindo, por vezes, a uma anulação quase completa da actividade física. Esta redução na actividade física acarreta, tanto entre jovens como entre indivíduos menos jovens, uma diminuição da qualidade de vida e da aptidão física. A actividade física constitui uma importante medida profilática contra patologias da civilização moderna, como por exemplo o stress. Esta necessidade de exercício do homem actual não é uma moda, mas antes uma iminência exigida pela indesejável adaptação do organismo humano ao modus vivendi actual.

A evolução do Homo Sedentaris tem sido feita a um ritmo alucinante, bem mais rápido do que as espécies que lhe deram origem. Vejamos um exemplo tão caricato quanto triste. Um dos municípios mais importantes de Portugal anunciou recentemente a brilhante ideia de apetrechar os seus parques da cidade com Internet sem fios. Para melhor esclarecer, estamos a falar mesmo de parques verdes, de jardins, com árvores e passarinhos chilreando... Reparem nos novos horizontes que uma medida tão simples pode trazer Imaginemos os papás e mamãs daquela cidade saindo de casa com as suas crianças num lindo dia de sol e, cada membro da família com o seu portátil na maleta, se instalarem confortavelmente à sombra de uma árvore e navegarem pelo mundo. Nada de bolas de futebol, cordas de saltar e outros brinquedos não. que educar as criancinhas de acordo com os tempos modernos e substituir esses objectos pelo computador! E será que à sombra das árvores não poderão os portáteis padecer de mazelas quando pingar um dejecto de passarinho sobre o teclado ou o ecrã? Bem, o melhor seria talvez eliminar toda a espécie de aves desses espaços. E mesmo sem pássaros será que a seiva das árvores não poderá igualmente danificar o instrumento de fruição dos munícipes? E que tal, agora, retirar também as árvores? Como ambas as medidas seriam pouco ecológicas e alvos fáceis dos ecologistas, talvez solucionar de uma forma mais simples. Porque não construir uns cubículos nos jardins para os cibernautas? Esta solução até poderia protegê-los da radiação ultravioleta e poupar assim alguns cancros de pele! Este mero exercício de futurismo, mas não necessariamente de ficção, ilustra a ideia de que o sedentarismo nas sociedades modernas galga por vezes as margens do razoável.

O Editor Victor Machado Reis


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