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EuPTHUHu0870-82312006000300001

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National varietyEu
Year2006
SourceScielo

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Nota de Abertura Nota de Abertura São várias as razões que contribuem para a satisfação com que agora se publica este número temático sobrePsicoterapia Existencial. Desde logo porque coincide com a conclusão do primeiro ano do único Curso de Mestrado sobre Psicoterapia Existencial que existe no País, realizado no ISPA - Instituto Superior de Psicologia Aplicada em colaboração com oRegent's College - School of Psychotherapy and Counselling do Reino Unido. Esta coincidência temporal aplica-se igualmente a outro evento significativo, a criação da Sociedade Portuguesa de Psicoterapia Existencial, que vem preencher uma lacuna no panorama científico das sociedades que em Portugal se dedicam à formação de psicoterapeutas. Finalmente, este número temático é, em si mesmo, um reflexo do trabalho que se tem vindo a desenvolver nesta área: reúne um conjunto de artigos que expressam a internacionalizaçãoda abordagem fenomenológica e existencial em psicoterapia. É com particular agrado que contamos com a colaboração de autores cuja relevância científica é consensual no quadro das abordagens fenomenológico-existenciais, nomeadamente, Ernesto Spinelli (Regent's College), Amedeo Giorgi (Saybrook University), Emmy van Deurzen (University of Sheffield) e Simon Duplock (Regent's College), juntamente com os contributos de autores portugueses e brasileiros.

Este conjunto de trabalhos traduz igualmente uma preocupação que tem orientado o projecto de desenvolver a Psicoterapia Existencial em Portugal: a estreita relação entre teoria, prática clínica e investigação. Intencionalmente, a Sociedade Portuguesa de Psicoterapia Existencial, ao asseguraro desenvolvimento do saber-fazer dos psicoterapeutas, irá manter uma colaboração estreita com a Escola de Mestrados e Estudos Pós-Graduados, em particular com o Mestrado de Relação de Ajuda-Perspectivas da Psicoterapia Existencial e com a Unidade de Investigação em Filosofia e Ciências Sociais do ISPA. Contribui-se assim, para o esforço que internacionalmente se tem vindo a incrementar para combater o enorme hiato que tem separado investigadores e terapeutas. Nenhuma área do saber se pode desenvolver se não mantiver uma interrogação permanente sobre os seus pressupostos epistemológicos.

Acresce ainda o facto de, em Portugal, a formação de psicoterapeutas existenciais orientar-se pelas regras internacionais, designadamente daEAP - European Association for Psychotherapy e da International Society for Existential Psychotherapy and Counselling da qual a Sociedade Portuguesa é membro fundador.

Os temas dos artigos agora publicados são variados e testemunham a amplitude e diversidade dos interesses dos autores. Contudo, dizem respeito essencialmente às seguintes áreas: - Reflexão sobre pressupostos filosóficos da psicoterapia existencial - Caracterização da psicoterapia existencial como modalidade específica de intervençãoterapêutica - Aspectos do encontro terapêutico - Supervisão em psicoterapia existencial - Aplicações em psicologia da saúde e em psicopatologia - Questões ligadas à investigação fenomenológica e à investigação sobre a própria psicoterapiaexistencial.

Salientam-se alguns aspectos relevantes. Os artigos introduzem inicialmente uma fundamentação da condição e da acção do Homem como construtor da sua própria identidade, especificam o que é hoje a psicoterapia existencial, como se caracteriza enquanto modelo de intervenção e o que a distingue de outros modelos. Particularmente importante referir que a aplicação da abordagem fenomenológica-existencial é hoje praticada num elevado número de países, em contexto privado como em contexto institucional, com resultados positivos. Para este aspecto muito tem contribuído o trabalho de psicólogos e psicoterapeutas que seguem este quadro teórico e que estão inseridos em serviços de saúde de diversos países, tal como foi fundamental, um renascer do interesse, a nível internacional, pela investigação empírica em psicoterapia. Os resultados têm comprovado a utilidade e a aplicabilidade da psicoterapia existencial.

Finalmente, sobretudo em contexto académico, a fenomenologia tem sido amplamente utilizada como método de investigação em diversas áreas do saber.

São sobejamente conhecidos os trabalhos que têm sido desenvolvidos no continente americano mas também na Europa-destaque-se neste caso o enorme contributo dos países nórdicos nos últimos anos - o mesmo acontecendo na Austrália.

Entre nós, este esforço é sequência natural dos trabalhos desenvolvidos desde os finais dos anos 80 pelo Grupo de Estudos de Psicologia e Psicopatologia Fenomenológicas e Existenciais do ISPA, que organizou vários seminários de formação e reuniões científicas nacionais.

PAULA PONCE DE LEÃO / JOSÉ A. CARVALHO TEIXEIRA / DANIEL SOUSA


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