A utilização dos materiais didáticos nas aulas de Matemática: Um estudo no 1º
Ciclo
Introdução
Atualmente, é genericamente aceite que ser matematicamente competente
corresponde à conjunção de conhecimentos, atitudes e capacidades e
competências. Neste sentido, o novo programa de Matemática do Ensino Básico
estabelece como finalidade a promoção "da aquisição de informação, conhecimento
e experiência em Matemática e o desenvolvimento da capacidade da sua integração
e mobilização em contextos diversificados" (Departamento do Ensino Básico
[DEB], 2007). Como tal, a competência matemática só se desenvolve se o aluno
for sujeito a uma experiência matemática rica e diversificada, em que lhe seja
possível refletir através da realização de tarefas tais como resolução de
problemas, atividades de investigação, realização de projetos e jogos (DEB,
2001). Pretende-se, assim, ensinar os alunos a serem capazes de resolver
situações problemáticas e refletirem de modo a aplicarem as ideias matemáticas
num vasto conjunto de situações.
Uma das formas de promover diferentes experiências de aprendizagem matemática
enriquecedoras é através do uso de materiais didáticos, os quais assumem um
papel ainda mais determinante por força da característica abstrata da
matemática. Apesar da utilização do material não determinar por si só a
aprendizagem, é importante proporcionar diversas oportunidades de contato com
materiais para despertar interesse e envolver o aluno em situações de
aprendizagem matemática, já que os materiais podem constituir um suporte físico
através do qual as crianças vão explorar, experimentar, manipular e desenvolver
a observação (Gomide, 1970). Pedagogos como Castelnuovo, Dienes, Montessori e
Gattegno já defendiam o uso de materiais didáticos no ensino da Matemática e,
desde então, a utilização de materiais tem vindo não só a ser sustentada por
psicólogos e educadores, como também fortemente veiculada nos currículos e
programas de Matemática em diferentes países (National Council of Teachers of
Mathematics [NCTM], 2000; DEB, 2001, 2007).
Assim sendo, recolher a opiniões dos professores no que toca ao uso do material
didático nas aulas surge como um problema de investigação pertinente, tanto
mais que a observação quotidiana parece indiciar, em algumas escolas, a
existência de problemas de diversas naturezas relativamente ao uso dos
materiais didáticos, sendo um dos mais vulgares o facto de as escolas nem
sempre terem os materiais desejados e na quantidade desejada. Outro consiste no
aparente desconhecimento, por parte de alguns professores, dos materiais
disponíveis, facto que os impele à sua não utilização. Outro ainda diz respeito
ao modo de utilização desses mesmos materiais. Assim, importa procurar
respostas para estas questões, indagando os professores. Neste sentido, o
estudo aqui apresentado teve como principal objetivo conhecer quais os
materiais didáticos usados mais frequentemente no ensino da Matemática, num
Agrupamento de Escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico dos arredores de Lisboa,
bem como entender qual a visão pedagógica subjacente à sua utilização, tendo
sido definidas as seguintes questões orientadoras da pesquisa:
O que pensam os professores da utilização dos materiais didáticos na aula de
Matemática?
Qual o material mais utilizado pelos professores no ensino da Matemática?
Quais os motivos que levam os professores a utilizarem o material didático?
Em que tipo de atividades usam os materiais didáticos?
Apresenta-se, de seguida, a fundamentação teórica sobre o conceito de material
didático', a descrição da metodologia utilizada no estudo e, finalmente, a
organização, apresentação, discussão e análise dos resultados obtidos.
Material curricular, material didático ou manipulável ' O conceito
Ao longo da revisão da literatura, termos como materiais didáticos' e
materiais manipuláveis' surgem com sentidos sobrepostos, apesar de não terem
exatamente o mesmo significado. Com efeito, as várias definições encontradas
para o conceito não divergem muito umas das outras, ocorrendo com alguma
sobreposição de significados.
Para Zabala (1998), todos os meios que auxiliam os professores a responder aos
problemas concretos que surgem em qualquer momento da planificação, execução ou
avaliação das aprendizagens são materiais curriculares. Isto é, são "meios que
ajudam a responder aos problemas concretos que as diferentes fases do processo
de planeamento, execução e avaliação lhes apresentam" (p. 168). Por isso, a sua
função ou intenção centra-se em finalidades como "orientar, guiar,
exemplificar, ilustrar, propor, divulgar" (p. 168). Segundo este autor, a noção
de material curricular' é bastante ampla porque inclui todos os materiais
usados pelo professor, tais como:
( ) propostas para elaboração de projetos educativos e curriculares da escola;
propostas relativas ao ensino em determinadas áreas, ou em determinados níveis,
ciclos ou etapas; propostas para o ensino destinado a alunos com necessidades
educativas especiais; descrições de experiências de inovação educativa;
materiais para o desenvolvimento de unidades didáticas; avaliações de
experiências e dos próprios materiais curriculares, etc. (Zabala, 1998, p.
168).
De modo a clarificar a função e as características dos materiais curriculares,
Zabala (1998) faz uma tipologia tendo por base quatro parâmetros: 1) o âmbito
de intervenção; 2) a intencionalidade; 3) os conteúdos; e 4) o tipo de suporte.
O primeiro parâmetro ' o âmbito de intervenção ' relaciona-se com os diferentes
campos de intervenção dos professores e engloba materiais referentes a aspetos
gerais, como por exemplo: relacionados com o sistema educativo; que digam
respeito a decisões no setor da escola (projetos educativos); ligados à própria
aula (direcionados para a turma); e também relacionados com o ensino-
aprendizagem ao nível individual.
O segundo parâmetro ' a intencionalidade ' engloba os materiais consoante a sua
função e propósito. Neste grupo situam-se os materiais cujas finalidades podem
ser guiar, exemplificar, ilustrar, divulgar. Ou seja, materiais que, através de
referenciais teóricos, orientam o professor na tomada de decisões. Por exemplo:
livros ou artigos; materiais que oferecem orientações, servindo normalmente de
suporte a outros materiais, como é o caso dos guias didáticos e dos programas
audiovisuais; materiais que proporcionam alternativas de acordo com os
diferentes contextos educativos, tais como as propostas didáticas.
O terceiro parâmetro ' os conteúdos ' agrupa os materiais consoante os
conteúdos que pretendem desenvolver. Destacam-se os materiais ligados a
conteúdos procedimentais, como por exemplo os blocos, fichas ou programas de
computador para o domínio dos algoritmos das operações matemáticas, da
ortografia, do desenho; materiais vinculados a conteúdos conceituais, como os
livros didáticos; materiais que se destinam a conteúdos atitudinais, como por
exemplo as propostas para professores, livros para o aluno, programas
multimédia para a educação.
Por último, o quarto parâmetro reúne os materiais tendo em conta o tipo de
suporte utilizado pelos mesmos. Neste grupo destacam-se o quadro, materiais que
usem o papel como suporte (livros, revistas, cadernos de exercícios e fichas) e
materiais que usam outros tipos de suporte: projeção estática (slides e
transparências) e projeção em movimento (vídeo, informática, multimídia).
Um pouco similar à definição de material curricular apresentada por Zabala,
surge o que Graells (2000) considera recursos educativos. Este autor afirma que
quase tudo o que pode facilitar a aprendizagem, se for utilizado num contexto
de formação específica, pode ser considerado um recurso educativo. Ou seja,
recursos educativos são todos os materiais que são usados de modo a facilitar
os processos de ensino e de aprendizagem. Para além de definir recursos
educativos, este autor destaca e distingue desse conjunto os materiais
didáticos, considerando-os materiais criados especificamente para facilitar a
aprendizagem. Para Graells (2000), um material didático pode ser um recurso
educativo, mas o contrário já não acontece.
Uma vez que os materiais didáticos são construídos com uma intencionalidade,
Graells (2000) organiza as funções que os materiais didáticos podem desempenhar
no ensino, salientando as seguintes: fornecer informação; constituir guiões das
aprendizagens dos alunos; proporcionar o treino e o exercício de capacidades;
cativar o interesse e motivar o aluno; avaliar as capacidades e conhecimentos;
proporcionar simulações, com o objetivo da experimentação, observação e
interação; criar ambientes (contextos de expressão e criação). Como os
materiais didáticos podem ser vários, este autor classifica-os em três tipos:
materiais convencionais, materiais audiovisuais e novas tecnologias ' como é
possível verificar na Figura_11.
Chamorro (2003) apresenta uma definição que vai ao encontro do que Zabala
(1998) considera material curricular' e do que Graells (2000) nomeia de
recursos educativos'. Para esta autora, todos os meios que o professor usa
para ensinar são designados por recursos didáticos'. Isto é, todos os recursos
que sejam criados, produzidos e aplicados na ação educativa e que promovam o
desenvolvimento do processo cognitivo são recursos que servem de apoio ao
professor enquanto leciona. Estes podem ser esquemas, instrumentos, mecanismos
que são traduzidos pela atitude que o professor assume perante os alunos no
momento que ensina. Chamorro (2003) salienta que o recurso didático não é em si
um conhecimento, mas o meio que auxilia a construção do conhecimento e a sua
compreensão. Por exemplo, um recurso didático na área da Matemática pode ser a
atribuição de nomes intuitivos aos objetos ou aos conceitos matemáticos, de
modo a aproximá-los das formas de comunicação dos alunos. A diferença entre
recursos didáticos e materiais didáticos também é estabelecida por esta autora.
Os materiais didáticos são todos os materiais que podem ser manipulados e
trabalhados de forma a permitir aos alunos obterem resultados finais
relativamente à atividade que se está a tratar na sala de aula.
Esta ideia de que os materiais didáticos correspondem a objetos manipuláveis já
tinha sido defendida por Mansutti (1993), para quem o papel do professor não
consiste unicamente na transmissão de conteúdos, necessitando também de estar
munido de objetos ou atividades que o possam auxiliar durante o processo de
ensino-aprendizagem. Assim, Mansutti (1993) considera que quanto mais a criança
explora as coisas do mundo, mais capaz se torna de relacionar factos e ideias,
extraindo as suas próprias conclusões. Com base nesta ideia, Mansutti (1993)
cria uma definição de material didático' ou material instrucional' a partir
do significado das palavras material e instruir em que combina materiais
manipuláveis com os recursos que o professor necessita para trabalhar, criando
aquilo que denomina de "organizadores do trabalho do professor" (p. 117). Isto
é, Mansutti explica que material consiste num "conjunto de objetos que
constituem ou formam uma obra, uma construção" (p. 17) e instruir corresponde a
"transmitir conhecimentos, ensinar, adestrar, habilitar, exercitar, informar"
(p. 17). Juntando a explicação destes dois termos, material didático' é
definido como um recurso utilizado durante a ação do professor em que se
conjuga a aprendizagem e a formação.
Outro autor que se debruça sobre os materiais didáticos é Hole (1977). Este
diferencia materiais didáticos' de materiais estruturados'. Em relação aos
primeiros, o autor define-os como meios de aprendizagem e ensino, enquanto
descreve os segundos como "uma colecção de objectos, configurados de maneira a
corporizarem, de uma forma apropriada, uma ou mais estruturas matemáticas" (p.
150), incluindo neste grupo os jogos e os modelos demonstrativos. Numa
tentativa de interpretar a classificação realizada por Hole, Ribeiro (1995)
sugere que o material estruturado corresponde ao material manipulável e "que
subjacente à sua elaboração, se identifica implícita ou explicitamente pelo
menos um fim educativo" (p. 6). Ou seja, materiais estruturados apresentam
ideias matemáticas definidas, enquanto o restante material utilizado nas aulas,
que não se encaixa nas duas categorias apresentadas por Hole, pode constituir o
material não estruturado. Assim, o material não estruturado é aquele que, ao
ser concebido, não corporizou estruturas matemáticas e que não foi idealizado
para trabalhar um determinado conceito matemático, não apresentando, por isso,
uma determinada função, dependendo o seu uso da criatividade do professor.
Sendo assim, Ribeiro (1995) conclui que material manipulável' é qualquer
objeto concreto que incorpora conceitos matemáticos, apela a diferentes
sentidos, podendo ser tocado, movido, rearranjado e manipulado pelas crianças.
Acrescenta ainda que material didático' é qualquer recurso utilizado na sala
de aula tendo como objetivo promover a aprendizagem.
As perspetivas de Ribeiro (1995), Mansutti (1993), Chamorro (2003) e Graells
(2000) convergem quando consideram que os materiais didáticos são todos os
materiais a que se recorre durante o processo de ensino-aprendizagem. No
entanto, divergem em alguns pontos. Ribeiro (1995) apresenta uma definição mais
ampla porque considera todos os materiais, enquanto Mansutti (1993) e Chamorro
(2003) tornam essa definição mais restrita, abrangendo apenas objetos
manipuláveis. Daqui se pode inferir que a ideia de chegar a um conceito de
material didático' pode ser complexa e por vezes confundir-se com outro
conceito, nomeadamente o de material manipulável'.
Serrazina (1991) e Jacobs (1987) ao definirem materiais manipuláveis' dão a
entender que estes correspondem a materiais didáticos. Para Serrazina (1991),
os materiais manipuláveis são "objectos, instrumentos que podem ajudar os
alunos a descobrir, a entender ou consolidar conceitos fundamentais nas
diversas fases da aprendizagem" (p. 37). Para Jacobs (1987), são objetos usados
pelos alunos que lhes permitem aprender ativamente determinado conceito. No
entanto, o conceito de material manipulável' é apresentado por outros autores
(Fernandes, 1985; Hynes, 1986) que acrescentam a característica de serem
objetos tocáveis. Isto é, materiais que permitem aos alunos aprender através
dos sentidos, mexendo, e que permitem criar experiências onde haja envolvimento
físico dos alunos com os objetos. Outra autora a considerar é Vale (1999), que
caracteriza material manipulável' como sendo todo "o material concreto, de uso
comum ou educacional, que permita, durante uma situação de aprendizagem, apelar
para os vários sentidos dos alunos, devendo ser manipulados, e que se
caracterizam pelo envolvimento activo dos alunos, por exemplo o ábaco,
geoplano, folhas de papel, etc." (p. 112).
Para uma melhor compreensão sobre o que é ou não é material manipulável, Vale
(2002) expõe exemplos concretos, comparando determinados materiais, como por
exemplo o geoplano e o gráfico. Esta autora compara um geoplano com um gráfico
ou desenho, afirmando serem ambos recursos que possibilitam dar significado à
Matemática. No entanto, coloca a dúvida sobre se serão ambos materiais
manipuláveis. Isto é, para Vale, se tivermos em conta algumas definições, o
material manipulável consiste em algo que está em movimento; contudo, quer os
gráficos, quer os desenhos são estáticos, embora o avanço da tecnologia fosse
permitindo que deixassem de o ser.
Vale (2002) refere ainda que a linguagem LOGO e o software dinâmico para o
ensino da geometria, como o Cabri-Géometre e o Geometer`s Sketchpad, são
exemplos da possibilidade que o computador oferece para visualizarmos e
manipularmos um desenho ou gráfico. Neste sentido, Mason (1995) projeta já a
ideia de que os objetos no ecrã proporcionam uma nova forma de instrumento ou
material manipulável, que atualmente poderá constituir o que se tem vindo a
tentar definir como manipuláveis virtuais' (Moyer, Bolyard, & Spikell,
2002)2 ' nova categoria de materiais que tem emergido com as inovações
tecnológicas (computadores, Internet) que vão ganhando terreno dentro das salas
de aula.
Moyer, Bolyard, e Spikell (2002), através de uma reflexão a partir do que é
definido por Clements e McMillen (1996) como "informaticamente manipulável"3 '
programas que permitem aos utilizadores manipularem num ecrã representações de
objetos concretos, tais como blocos de base 10 ', tentam chegar a uma definição
de manipuláveis virtuais'. No entanto, o "informaticamente manipulável"
inclui, por exemplo, folhas de cálculo e bases de dados que, fisicamente, não
são materiais concretos, uma vez que são figuras estáticas, mas que o
computador transforma em manipuláveis.
Sendo assim, distinguem-se duas representações que têm vindo a constituir os
manipuláveis virtuais: a representação visual estática, que inclui os gráficos,
os desenhos, as folhas de cálculo; e a representação visual dinâmica, que
corresponde aos materiais manipuláveis, objetos concretos. Contudo, para
chegarem a uma verdadeira definição, Moyer, Bolyard, e Spkiell (2002) tentam
clarificar a diferença entre estas duas representações. Com base nas suas
características, estes autores concluem que, apesar de ambas serem manipuláveis
virtuais, a representação visual dinâmica dos materiais manipuláveis constitui
os verdadeiros manipuláveis virtuais. Isto porque não só podem ser manualmente
manipulados (deslizar, rodar, etc.), como também podem ser manipulados através
do computador.
Assim, Vale (2002) estabelece outra comparação entre as calculadoras e
computadores e os materiais manipuláveis. Para isso, recorre à classificação de
materiais manipuláveis efetuada por Schultz (1989). Esta autora considera-os
como modelos que o aluno pode manipular e distingue esses modelos consoante a
sua utilização: manipuláveis ativos, manipuláveis passivos e não manipuláveis.
Os manipuláveis ativos são modelos concretos que possibilitam a sua manipulação
concreta (barras de Cuisenaire). Quando os professores manipulam modelos para
demonstrar um conceito enquanto os alunos observam, está-se perante um
manipulável passivo. E quando os modelos estão presentes mas não são
manipulados (por exemplo, o ábaco desenhado numa ficha de trabalho, o manual de
texto) diz-se não manipulável. Se se analisar quer o computador, quer a
calculadora, à luz dos modelos propostos por Schultz, verifica-se que é
possível encaixá-los nos três modelos, uma vez que ambos podem ser usados das
três formas. Tentando concluir com um pensamento mais resumido, note-se que
Moyer (2001) afirma que os materiais manipuláveis são "objectos desenhados para
representar explícita e concretamente ideias matemáticas que são abstractas"
(p. 176), considerando que o seu aspeto é uma mais-valia ao nível visual e
táctil, permitindo a manipulação pelos educandos.
Para Gellert (2004), material didático pode ser qualquer objeto usado na aula
de Matemática (histórias, perguntas, desenhos), desde que seja aplicado pelo
professor com a intenção de desenvolver atividades matemáticas. Ou, ainda, um
mediador entre a intenção do ensino e os resultados obtidos pelos alunos.
Assim, as diversas explicações de material didático' apresentadas na
literatura revista levam a constatar que este surge como sinónimo de material
curricular', bem como de material manipulável' e de material concreto'. No
entanto, é de notar que todas as designações são distintas, apesar de se
englobarem umas nas outras e, por vezes, se confundirem umas com as outras.
Sendo assim, será adotada a caracterização dos materiais didáticos como sendo
recursos, materiais manipuláveis, calculadoras, manuais escolares, fichas e
guiões de grupo e outros mais, que possibilitam ao professor desenvolver um
ensino centrado no aluno e na sala de aula e que auxiliam a aprendizagem,
desenvolvendo uma atitude positiva dos alunos face à Matemática.
Utilização dos materiais didáticos: Os professores e os materiais didáticos
O professor desempenha um papel de extrema importância no que diz respeito à
utilização dos materiais didáticos na sala de aula, na medida em que será ele o
responsável pela determinação do momento e da razão do uso de um determinado
material. Serrazina (1990), destacando que qualquer material deve ser usado de
forma cuidadosa, afirma que o mais importante não é o material em si, mas a
experiência significativa que esse deve proporcionar ao aluno, uma vez que a
utilização dos materiais, por si só, não é sinónimo ou garantia de uma
aprendizagem significativa, destacando assim o papel importante do professor na
planificação relativa aos materiais didáticos na aula.
Os poucos estudos realizados sobre o uso dos materiais didáticos pelo professor
mostram que os professores reconhecem a importância da utilização dos materiais
didáticos (Associação de Professores de Matemática [APM], 1998; Moyer, 2001).
No estudo Matemática 2001 (APM, 1998), os professores foram inquiridos sobre a
frequência com que utilizam os materiais na sua prática letiva, constatando-se
que a frequência de utilização de materiais no 3º e 2º Ciclos é baixa, já que
cerca de 90% dos professores afirmam que "raramente ou nunca" utilizam
materiais manipuláveis. No 1º Ciclo, o estudo aponta para uma frequência mais
elevada na utilização de materiais manipuláveis; todavia, de um modo geral,
ainda reduzida. Relativamente à importância da utilização de materiais na
aprendizagem, o estudo refere que os professores são unânimes e reconhecem que
a aprendizagem é reforçada quando os alunos se envolvem fortemente com
materiais. Apura ainda o estudo que muitas das escolas não se encontram
convenientemente equipadas, e que uma percentagem elevada dos materiais
utilizados pelos alunos pertence ao professor (APM, 1998).
De acordo com Gellert (2004), a aprendizagem da Matemática poderia ser mais
vantajosa se os professores usassem materiais didáticos mais inovadores.
Todavia, tal implicará uma alteração da sua prática letiva diária, sendo, de
acordo com o mesmo autor, a tensão entre a inovação dos materiais e a forma
como é usada que mantém alguns professores céticos quanto à sua utilização.
Neste sentido, Shutz, citado em Gellert (2004), afirma que os professores
tentam que o material didático se adapte às suas rotinas letivas e, neste
sentido, tendem a ignorar os novos materiais de modo a não contrariarem os seus
estilos e manterem a sua zona de conforto.
Para Moyer (2001), os professores têm um papel determinante na criação de
ambientes matemáticos. Esta autora afirma que os professores, ao aprenderem
estratégias apropriadas ao uso de materiais manipuláveis, modificam as suas
crenças relativamente ao modo como os alunos aprendem Matemática. Numa
investigação conduzida pela mesma autora, foi desenvolvido um estudo, durante
um ano letivo, envolvendo dez professores, onde se tentou perceber o como e o
porquê da aplicação dos materiais manipuláveis nas suas aulas de Matemática. A
análise das entrevistas realizadas aos professores e as observações realizadas
durante as aulas revelaram que o uso dos materiais manipuláveis estava mais
próximo de uma distração e que os professores não eram capazes de apresentar
conceitos matemáticos através destes. Para além disso, os professores
reforçaram a ideia de que os materiais eram divertidos mas não eram necessários
para a aprendizagem da Matemática.
Em Portugal, Fernandes (1985), Costa (1985), Serrazina (1993), Rodrigues
(1993), Ribeiro (1995) e Ponte (1998) também fizeram referência tanto à
importância dos materiais didáticos, nomeadamente manipuláveis, como à relação
estabelecida entre os professores e os materiais. Desses estudos destaca-se
Fernandes (1985), que realizou um estudo sobre as necessidades de formação dos
professores do 1º Ciclo de Viana do Castelo. Uma das conclusões obtidas pelo
investigador foi que, de uma forma geral, os professores conhecem mal e usam
pouco os materiais manipuláveis nas suas aulas. Isso foi constatado porque, no
seu estudo, a maioria dos professores inquiridos afirmou utilizar as barras de
Cuisenaire, enquanto menos de metade declarou utilizar os blocos lógicos.
Relativamente aos restantes materiais, como o geoplano e o material
multibásico, são raramente usados por falta de conhecimento.
Serrazina (1993), num estudo sobre as conceções dos professores do 1º Ciclo
sobre a Matemática e as práticas de sala de aula, detetou que a maioria
concorda com a utilização dos materiais, nomeadamente manipulativos e
calculadoras. No entanto, a percentagem de utilização das calculadoras é menor
do que a dos outros materiais.
Já Ribeiro (1995), no seu estudo A Matemática, o seu ensino e os materiais
didáticos, sobre as conceções de professores do 1º Ciclo, desenvolveu um
programa de formação de modo a promover a utilização de materiais didáticos
pelos professores. Os dois professores intervenientes revelaram, nas suas
práticas letivas, uma utilização praticamente nula dos materiais, porque viam-
nos como pouco importantes. Para eles, os materiais consistiam basicamente num
meio de motivação, não estimulavam o desenvolvimento de conceitos matemáticos.
Por sua vez, Ponte (1998), ao analisar a investigação em Educação Matemática
realizada em Portugal, nos anos compreendidos entre os anos 80 e 90, concluiu
que os materiais didáticos são pouco utilizados, exceto o quadro, o giz e o
manual escolar. Relativamente às novas tecnologias, apesar de serem fortemente
recomendadas nos programas, ainda surgem pouco integradas nas práticas
pedagógicas. Este autor justificou este facto baseando-se na tradição de ensino
que valoriza a exposição pelo professor e a resolução de exercícios.
Metodologia
A investigação realizou-se num Agrupamento de Escolas, caracterizado como
horizontal, situado nos arredores de Lisboa, e incidiu nos professores do 1º
Ciclo que trabalham nas duas escolas do Agrupamento. Dado que o objetivo da
investigação consistia em saber como os professores do Agrupamento de Escolas
utilizam os materiais didáticos nas aulas de Matemática do 1º Ciclo, optou-se
por um estudo de natureza quantitativa, onde a população-alvo coincidiu com a
população inquirida, isto é, o universo-alvo e o universo inquirido são iguais
(Hill & Hill, 2005).
Para a construção do questionário poder fornecer melhores respostas, procurou-
se seguir os procedimentos sugeridos por Hill e Hill (2005), que consideram
fundamental efetuar dois estudos preliminares: entrevista exploratória e pré-
teste do questionário. Assim, o processo de recolha de dados realizou-se em
duas fases.
Numa primeira fase (exploratória), procedeu-se ao levantamento dos materiais
didáticos de Matemática existentes no Agrupamento de Escolas, a fim de saber
quais os materiais existentes, e aplicaram-se entrevistas exploratórias a dois
professores, tendo em vista recolher opiniões sobre a utilização dos materiais
didáticos nas aulas de Matemática e obter pistas ou ideias elucidativas para a
estruturação do questionário. Após a redação da primeira versão do questionário
(pré-questionário), procedeu-se ao seu pré-teste junto de cinco professores.
Este teve como finalidade verificar a adequação das perguntas, das escalas de
resposta (Hill & Hill, 2005), evitar erros de vocabulário e de formulação e
evidenciar incompreensões e equívocos (Ghiglione & Matalon, 2001).
Na segunda fase, elaborou-se o questionário e aplicou-se ao universo-alvo do
estudo, constituído por 53 indivíduos, ou seja, a totalidade dos professores do
1º Ciclo do Agrupamento. A devolução dos questionários foi um processo moroso.
Após várias sensibilizações junto dos professores, obtiveram-se 49 respostas, o
que se considerou um resultado muito satisfatório, relativamente aos 53
questionários entregues.
Assim, tendo como objetivos saber quais são os materiais didáticos utilizados
pelos professores nas aulas de Matemática do 1º Ciclo, qual a frequência com
que são usados, bem como quais os motivos da sua utilização, o questionário (em
anexo) estrutura-se do seguinte modo:
Variável dependente: definida como sendo a utilização dos materiais
didáticos nas aulas de Matemática pelos professores do 1º Ciclo. Esta variável
relaciona-se com a procura da opinião dos professores do 1º Ciclo face a:
Definição de material didático; Visão da Matemática; Material didático de
Matemática utilizado nas aulas de Matemática (que materiais usa, com que
frequência, que tipo de atividades desenvolve, quais as razões para usar menos
determinado material didático, quais os critérios usados para selecioná-lo);
Papel do material didático nas aulas de Matemática (qual a importância
atribuída ao uso do material nas aulas); Material existente na escola (se o
professor tem conhecimento e intervém na sua aquisição); Manual escolar (a
relação entre este material didático e as aulas, que atitude o professor tem
face ao conteúdo do manual e que critérios considera importantes na sua
escolha).
Variáveis independentes: definidas como as características pessoais e
profissionais dos professores que fazem parte da população em estudo,
designadamente: Idade; Tempo de serviço, isto é, a experiência profissional do
professor; Situação profissional; Atividade exercida na escola, isto é, funções
desempenhadas pelo professor na escola; Formação inicial, considerando os
seguintes níveis: bacharelato, licenciatura ou outras; Ações de formação
frequentadas na área de didática da Matemática. A escolha destas variáveis
independentes justifica-se pelo interesse que poderão estabelecer em relação
com a variável dependente.
Análise dos dados
Caracterização da população
Dos 49 professores inquiridos, 32.65% têm menos de 30 anos. Com igual
percentagem se encontra o grupo entre os 41 e os 50 anos. 20.41% têm entre 31 e
40 anos e 14.29% têm mais de 50 anos.
Relativamente ao tempo de serviço, os dados expressos no Gráfico_1 mostram que
os docentes estão distribuídos pelos vários escalões da carreira. No entanto,
existem dois grupos que são predominantes: o grupo de professores com mais de
21 anos de serviço (33.33%) e o grupo de professores que têm até 5 anos de
serviço (31.25%).
A maioria dos professores (83.67%) pertence a uma categoria profissional, sendo
que, destes, 61.22% pertencem ao quadro de nomeação definitiva das escolas em
estudo. Relativamente ao tipo de função exercida pelos inquiridos, verifica-se
que 91.84% exercem apenas função docente e 8.16% desempenham outra função para
além da docência, nomeadamente de gestão e outras funções não especificadas.
Em relação à formação inicial, constata-se que a maioria dos professores
(59.18%) fez uma licenciatura e 34.69% um bacharelato. A atualização pedagógica
dos professores na área da Matemática também foi um aspeto a considerar na
caracterização. Para isso, perguntou-se aos professores se tinham frequentado
ações de formação no âmbito dos materiais didáticos. Dos docentes inquiridos,
61.22% admitem não ter frequentado e 38.78% afirmam ter frequentado.
Averiguou-se junto dos professores que não tinham frequentado ações de formação
na área da Matemática (isto é, 61.22%) quais os motivos que dificultaram a sua
participação. A maioria dos professores apresenta a incompatibilidade de
horário (47.6%) como um dos principais motivos impeditivos da sua participação
em ações de formação na área dos materiais didáticos de Matemática. Os outros
motivos são a frequência de formação noutra área de conhecimento (60.90%) e o
interesse por outras áreas (52.6%).
Os que declararam ter frequentado ações de formação na área da Matemática (ou
seja, 38.78% dos professores inquiridos) avaliaram como sendo muito importantes
pelos seguintes motivos: a formação científico-pedagógica (100%), o interesse
pelo tema (90%) e a formação pessoal (90%), sendo que a progressão na carreira
surge igualmente como um fator importante. No Quadro_1 apresenta-se uma
síntese, de modo a evidenciar o mais importante da caracterização da população
envolvida no estudo.
Materiais didáticos ' Definição
A esmagadora maioria (95.9%) concorda com a ideia de que o material didático
corresponde a um conjunto de objetos ou coisas que o aluno é capaz de sentir,
manipular e movimentar. No entanto, também é de realçar que os professores
manifestaram concordância significativa ao associarem o material didático a
objetos usados para representar ideias matemáticas (81.6%), recursos que
possibilitam um ensino centrado no aluno (85%) e que permitem desenvolver uma
atitude positiva face à Matemática (89.8%).
Papel do material didático nas aulas de Matemática
No que se refere à posição dos professores face aos materiais didáticos,
tentou-se saber qual a função que os professores atribuem aos materiais
didáticos nas aulas. Olhando, numa visão de conjunto, para as respostas dadas
pelos inquiridos, encontra-se, por ordem decrescente, a ideia de que os
materiais melhoram a compreensão dos conteúdos (61.2%) e são úteis para
aumentar a motivação durante a realização das tarefas (55.1%). Depois, em igual
percentagem, os professores indicam que os materiais didáticos permitem
concretizar conceitos abstratos (53.1%), bem como ajudar a compreender e
consolidar os conhecimentos matemáticos (53.1%), para além de proporcionarem um
ensino por descoberta (53.1%). Em seguida, os professores atribuem aos
materiais didáticos a função de possibilitarem ao aluno ser construtor do seu
próprio conhecimento (51%). Dos professores inquiridos, 49% indicam que os
materiais são importantes no desenvolvimento das competências matemáticas e na
promoção de várias experiências de aprendizagem. Por último, os docentes
ponderam que os materiais servem para tornar as aulas mais atrativas (44.9%).
Uso do material didático de Matemática pelo professor nas aulas
Nesta dimensão importou conhecer que materiais os professores usam e com que
frequência, bem como os motivos que os levam a utilizar um determinado material
mais do que outro e, ainda, em que tipo de atividades usam materiais e com que
frequência.
Na listagem dos materiais didáticos apresentada aos professores inquiridos, foi
possível distinguir dois grandes grupos de materiais: os mais usados e os menos
usados ' resumo nos Gráficos_2 e 3. Relativamente aos materiais mais usados,
constatou-se que os professores "muitas vezes" ou "sempre" usam os manuais
escolares (73.5%) e, em igual percentagem, as réguas; o próprio corpo reúne
71.4% das respostas e o ábaco 51%. Sobre o segundo grupo de material
distinguido, verificou-se que mais de metade dos professores declarou "nunca"
ou "raramente" usar nas suas aulas de Matemática os seguintes materiais:
calculadora (69.4%), polydrons (66.7%), pentaminó (70.2%), cubinhos (66%),
transparências (43.5%).
Ainda sobre os materiais usados, perguntou-se aos professores quais os motivos
que conduzem à baixa utilização do material didático. As respostas dadas
encontram-se no Quadro_2.
Desta forma, verifica-se que os motivos apontados pela maioria dos professores
consistem na dificuldade que sentem em explorá-los nas suas aulas (63%), o que,
por sua vez, pode estar associado ao facto de sentirem falta de formação no
âmbito dos materiais didáticos (55,3%). Para 6 além disso, conclui-se que a sua
não utilização também resulta do facto de não existirem em quantidades
suficientes (50%) ou serem mesmo inexistentes na escola (45,7%).
Quanto ao tipo de atividades em que os professores recorrem a materiais, é
possível distinguir dois grupos: as atividades mais frequentes e as menos
frequentes. Em relação ao primeiro grupo, os professores afirmam usar os
materiais didáticos "muitas vezes" quer na resolução de problemas, quer na
prática compreensiva de procedimentos. No que se refere ao segundo grupo,
declaram usá-los com menos frequência no desenvolvimento de jogos, atividades
de investigação e projetos.
Conclusão
A investigação realizada permitiu aprofundar, na escola onde o estudo foi
desenvolvido, aspetos relacionados com a utilização dos materiais didáticos nas
aulas de Matemática do 1º Ciclo. Os resultados contribuíram para a consecução
dos objetivos colocados no início, nomeadamente conhecer que materiais usam os
professores e com que frequência, bem como os motivos que os levam a usar
determinado material com mais ou menos frequência. Deste modo, concluiu-se que,
na sua maioria, os professores do Agrupamento de Escolas onde decorreu o estudo
não frequentaram as ações de formação na área de Matemática visto que optaram
por outras ações e manifestaram interesse por outras áreas. Dos docentes que
frequentaram (38,7%), destaca-se uma maioria cuja atualização pedagógica
incidiu nos anos letivos de 2005/2006 e 2006/2007, inserida no âmbito do
Programa de Formação Contínua em Matemática para Professores do 1º Ciclo.
Com a realização do estudo concluiu-se, fundamentalmente, que os materiais
didáticos são, de facto, importantes para os professores do 1º Ciclo inquiridos
e que constituem um precioso auxílio para a aprendizagem da Matemática.
Na maioria, os professores inquiridos apresentam uma ideia de material didático
como sendo qualquer material que auxilia o aluno na aprendizagem, ao agir como
elemento motivador, desempenhando um importantíssimo papel nas aulas de
Matemática por melhorar a compreensão dos conteúdos de forma motivante,
permitindo ainda ao aluno construir o seu próprio conhecimento. Tal como no
estudo de Bruner (1962), os professores inquiridos encaram os materiais como
sendo essenciais ao desenvolvimento dos conceitos matemáticos, auxiliando os
alunos a compreenderem as situações abstratas.
Os professores recorrem com maior frequência aos seguintes materiais: material
disponível na aula (lápis, papéis, caixas, mesas ), o próprio corpo, réguas,
manual escolar. Na aula de Matemática, os professores usam os materiais
didáticos quando desenvolvem as seguintes atividades: resolução de problemas e
prática compreensiva de procedimentos. Ao integrarem os materiais didáticos na
planificação das suas aulas, os professores têm em conta os seguintes
critérios: conteúdos a trabalhar; características dos alunos/turma; existência
dos materiais em quantidade suficiente; saber explorar o material.
Dos dados recolhidos destaca-se que a maioria dos professores sabia da
existência do material disponível nas suas escolas, considerando, contudo, a
sua quantidade insuficiente. Apesar de se estar ciente de que o inventário
realizado anteriormente nas escolas contribuiu, em parte, para este resultado,
e tendo em conta os dados de outras questões do inquérito, verifica-se que o
material existente é pouco usado. Já os lápis, as mesas, o corpo dos alunos, as
réguas e o manual escolar, compondo um conjunto de recursos permanentes ou de
fácil acesso na sala de aula, tornam-se nos materiais eleitos e mais usados
pelos professores durante as suas aulas. Este resultado está em consonância com
o Relatório Matemática 2001 (APM, 1998), onde já se tinha verificado que o
manual escolar surge como o material mais usado pelos professores do 1º Ciclo.
O estudo realizado permitiu ainda concluir sobre outros aspetos mais
substantivos que são, de seguida, sintetizados. Em primeiro lugar, identificar
a ideia que os professores possuem de material didático, a qual está associada
à manipulação individual e que, para além de auxiliar o aluno na aprendizagem,
age como elemento motivador. Em segundo lugar, apresentar a ideia maioritária
do posicionamento dos professores face à Matemática como sendo um conhecimento
em construção, que contribui para a formação geral do aluno, atribuindo uma
grande importância aos materiais didáticos, visto melhorarem a compreensão dos
conteúdos de forma lúdica e possibilitarem ao aluno a construção do seu
conhecimento. Finalmente, gostaríamos de destacar que, muito embora a maioria
dos professores do 1º Ciclo tenha manifestado a ideia de que os materiais
didáticos são importantes e constituem um precioso auxílio para a aprendizagem
da Matemática, apenas a determinados materiais é realmente concedida
importância.