Editorial
Editorial
Maria José Fernandes
Tékhne ' Revista de Estudos Politécnicos, publicação de carácter científico do
Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, criada em 2004 com o objectivo de
difundir trabalhos científicos da comunidade académica nas diferentes áreas do
conhecimento e do saber, conta já com a publicação de sete números que, de
acordo com o definido nos seus estatutos, abarcam áreas e domínios científicos
considerados na sua diversidade.
O presente número constitui, por decisão da Direcção da Revista Tékhne, uma
edição temática nas áreas da Contabilidade, Auditoria e Fiscalidade, tendo sido
com muita honra e sentido de responsabilidade que aceitamos o convite para, na
qualidade de Presidente do Conselho Editorial, dirigir esta edição.
Congratulamo-nos com a escolha de uma temática que afirma e divulga o trabalho
desenvolvido nesta área, quer através da investigação que tem vindo a ser
realizada pelos docentes, quer dos licenciados e pós-graduados que anualmente a
ESG forma nestas áreas.
Foi nossa intenção reunir, na mesma edição, três referências que, de alguma
forma, se relacionam com a comunidade contabilística nacional, convidando três
autores de renome nacional e internacional, nomeadamente o Professor Hernâni
Carqueja, da Faculdade de Economia do Porto, a Professora Isabel Blanco Dópico
da Universidade de Santiago de Compostela e o Professor Rowan Jones da
Universidade de Birmingham que, com o seu contributo, enriqueceram e
dignificaram esta edição, e a quem expressamos um muito especial e sincero
agradecimento.
O Conselho Editorial dirige, igualmente, um agradecimento a todos os
refereesque têm vindo a colaborar com a Tékhne, em particular àqueles que
aceitaram o convite de colaborar nesta edição temática, bem como a todos os
autores que escolheram esta revista para a divulgação dos seus trabalhos.
Os artigos publicados, num total de sete, abrangem diversos temas no âmbito da
Contabilidade, nomeadamente nas áreas da Contabilidade Pública, Contabilidade
Financeira, Contabilidade de Gestão e Contabilidade Ambiental.
O artigo de Susana Jorge apresenta, numa perspectiva comparativa internacional
com o Reino Unido, uma teoria indutiva para a contabilidade autárquica em
Portugal, apontando, entre outras, razões históricas, a estrutura política do
governo local e o seu processo orçamental, o sistema de financiamento
predominante em cada país, como possíveis razões para as diferenças
constatadas.
José Manuel Pereira, Miguel Á. Crespo Domínguez e José L. Sáez Ocejo efectuam
uma comparação dos métodos previsão do fracasso empresarial que têm sido mais
utilizados, desde os trabalhos pioneiros de Beaver e Altman, nomeadamente a
análise discriminante, logit, probit, redes neuronais, indução de regras e
árvores de decisão, algoritmos genéticos e conjuntos aproximados, analisando as
suas principais vantagens e inconvenientes bem como a sua aplicabilidade para
os potenciais utilizadores.
Kátia Matos Lemos e Lúcia Lima Rodrigues procedem a uma análise das
demonstrações financeiras de todas as empresas cotadas na Euronext Lisbon
durante os exercícios económicos de 2001 e de 2004, verificando o tipo de
informação divulgada pelas empresas portuguesas em relação às operações levadas
a cabo nos mercados de derivados.
Cláudia Araújo Mendes e Lúcia Lima Rodrigues analisam alguns dos factores que
podem determinar a adopção de práticas de earnings management, em particular as
características intrínsecas ao normativo contabilístico e as características do
ambiente empresarial, salientando ainda a crescente divulgação de práticas de
manipulação de contas e, por conseguinte, o surgimento de um grande interesse
por esta temática no meio académico e na sociedade em geral.
João Carlos Romacho e Vânia Gaspar Cidrais aplicam a metodologia do estudo de
acontecimentos, através do uso da medida Security Returns Variability, para
testar a hipótese de eficiência do mercado de capitais português na forma semi-
forte, seleccionando-se como informação relevante o anúncio dos resultados
contabilísticos.
Sónia Maria da Silva Monteiro e Beatriz Aibar Guzmán fazem uma análise
comparativa da regulamentação contabilística ambiental entre Portugal e
Espanha, dois países de meio envolvente próximo, concluindo que, apesar de não
se observarem diferenças significativas entre os normativos vigentes, regista-
se algum atraso de Portugal ao nível da investigação em Contabilidade
Ambiental, realçando igualmente o esforço de organismos de normalização
contabilística, de âmbito nacional e internacional, em abordar as questões
ambientais.
Por último, o artigo de Filomena Antunes discute a possibilidade do capital
humano e/ou dos investimentos em capital humano satisfazerem a definição de
activo e, por isso, serem reconhecidos no balanço, tal como tem sido proposto
pela contabilidade do capital humano, focando as implicações que o seu
tratamento contabilístico representa na relevância da informação
contabilística.
Reuniram-se, assim, um conjunto de trabalhos caracterizados em variantes dentro
de uma área comum, a Contabilidade, no que constituiu, estamos certos, um
relevante contributo e um verdadeiro incentivo para uma reflexão permanente num
domínio de crescente actualidade e em constante inovação.
Instituto Politécnico do Cávado e do Ave
Av. Dr. Sidónio Pais, 222
4750-333 Barcelos
Portugal
geral@ipca.pt