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BrBRCEEx0100-40421998000100007

BrBRCEEx0100-40421998000100007

variedadeBr
ano1998
fonteScielo

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Excitação eletrônica das moléculas de metacrilato de metila e estireno na região do ultravioleta de vácuo onde o representa o estado fundamental e n o estado final excitado, K é o momento transferido, K = ki - kf, e ki e kf são respectivamente o momento inicial e o momento final do elétron espalhado e eon (K) é o elemento de matriz para uma dada transição. Na Primeira Aproximação de Born, a força do oscilador generalizada, fon (K), está diretamente associada à seção de choque diferencial inelástica para a excitação de um átomo ou molécula do estado fundamental o para um estado excitado n através da expressão17: (2) onde Eon é a energia de excitação. A força do oscilador generalizada é independente da energia do elétron incidente para energias nas quais a PAB é válida. Lassettre and Skerbele18 demonstraram que a força do oscilador generalizada tende a força do oscilador óptico (OOS) no limite em que K2 tende a zero. Isso pode ser facilmente verificado, expandindo-se a equação (2) em potências de K15: fon(K) = OOS + Kf(1) + K2f(2) + ... (3) O segundo e os demais termos de ordem superior da expansão acima tornam-se desprezíveis quando K tende a zero, condição que se verifica quando Eon é muito menor que a energia do elétron incidente e o ângulo de espalhamento é pequeno, obtendo-se portanto fon(K) = OOS.

O resultado acima pode ser considerado como equivalente a uma regra de seleção: no limite de transferência de momento igual a zero, as regras de seleção ópticas se aplicam a excitações por impacto de elétrons e os espectros assim obtidos se confundem com os espectros ópticos.

Neste trabalho, estudamos os processos de excitação eletrônica das moléculas de MMA e estireno utilizando-se um espectrômetro de impacto de elétrons, que opera na região do ultravioleta de vácuo e de raios-X, podendo cobrir uma faixa de energia de excitação até 500 eV. Os espectros foram obtidos na região de energia de excitação de 0 a 50 eV (camada de valência) e para uma energia de impacto de 1000 eV. Dentro de nosso conhecimento, este trabalho reporta pela primeira vez espectros das moléculas de MMA e estireno em fase gasosa na região de energia de excitação de até 50 eV.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Os espectros de perda de energia de elétrons foram obtidos utilizando-se um espectrômetro de impacto de elétrons descrito anteriormente19,20, que consiste basicamente de um canhão de elétrons, um sistema de injeção de amostras, um dispositivo de posicionamento angular, um analisador eletrostático do tipo filtro de Wien e um detector do tipo Spiraltron. Este espectrômetro trabalha com a técnica de feixes cruzados19, que consiste em se fazer colidir perpendicularmente um feixe gasoso da substância em estudo e um feixe de elétrons bem colimado e de energia pré-determinada. Após a colisão, os elétrons espalhados são separados em energia pelo analisador de velocidades de elétrons e detectados pelo multiplicador de elétrons. Os pulsos gerados pelo detector passam por um sistema de amplificação, discriminação e contagem e são armazenados na memória de um microcomputador pessoal.

O feixe molecular é formado por efusão do gás através de uma agulha hipodérmica. As amostras foram gentilmente cedidas pelo Instituto de Macromoléculas da UFRJ. Metacrilato de metila comercial fornecido pela Metacryl foi destilado sob pressão reduzida de 40 Torr para remoção do inibidor e conservado em geladeira antes de ser utilizado. Estireno comercial foi fornecido pela Nitriflex e lavado com solução de soda a 5% para remoção do inibidor, seguido de destilação sob pressão reduzida. A câmara de espalhamento está acoplada a um sistema de alto vácuo, obtendo-se uma pressão base da ordem de 10-6 Torr e uma pressão de trabalho uma ordem de grandeza maior. Durante a aquisição de dados variou-se a energia do analisador filtro de Wien, cobrindo- se uma faixa de perda de energia de 0 a 50 eV, enquanto que a energia do canhão de elétrons e a tensão do detector foram mantidas fixas em 1000 eV e 2800 eV, respectivamente. Os espectros cobriram uma faixa angular de 2,0 a 7,0 graus, com uma resolução em energia de 0,8 eV (canhão de elétrons e analisador), determinada através da largura a meia altura do pico elástico no ângulo de espalhamento de 2,0 graus.

RESULTADOS E DISCUSSÃO A figura_1 apresenta os espectros de perda de energia de elétrons das moléculas de MMA e estireno no ângulo de espalhamento de 2,0o e energia de impacto de 1000 eV. Os espectros cobrem a região de energia de excitação de 0 - 50 eV (camada de valência). Esta condição experimental (alta energia de impacto, pequeno ângulo de espalhamento) corresponde a valores muito pequenos do momento tranferido, K2 (cerca de 0,1 u.a.) e consequentemente o espectro assim obtido representa o espectro óptico.

Para a molécula de MMA, pode-se observar um pico intenso em 6,7 eV, seguido de uma banda larga em 16,2 eV, que contem ombros em 10,1 e 13,9 eV. Este espectro se assemelha ao espectro obtido por Onari2 para filmes finos de PMMA no que diz respeito a estrutura em 6,7 eV. A concordância com os dados de Ritsko e colaboradores3 se na região de maiores energias. A atribuição das excitações de valência tanto para o PMMA como para o MMA não é trivial, que diferentes orbitais moleculares podem ser excitados nesta região de energia. As bandas observadas no espectro do PMMA3 foram atribuídas às transições n ® p* ou p ® p*.

A comparação entre os espectros obtidos na região de camada de valência e de camada interna pode fornecer valiosas informações sobre a natureza das transições envolvidas. Recentemente, foi medido o espectro de fotoabsorção em fase gasosa da camada 1s do carbono para o MMA utilizando radiação síncrotron21. O espectro apresenta cinco bandas; o primeiro pico foi interpretado como uma transição do orbital 1s do carbono para o primeiro orbital não ocupado p* (C=C) enquanto que o segundo pico, como uma transição ao orbital p* (C=O). Para maiores energias do fóton, é possível observar as ressonâncias s*: s* (C-H), s* (C-O) e s* (C=O), respectivamente. A diferença em energia entre as duas primeiras transições é de 3,7 eV, um valor bastante próximo, dentro do erro experimental, do valor de 3,4 eV, encontrado para a diferença em energia entre as duas primeiras estruturas presentes no espectro de valência do MMA (Fig._1). Este resultado sugere que o pico em 6,7 eV observado na figura_1 pode ser atribuído à transição do HOMO (highest occupied molecular orbital) ao orbital p* (C=C) e o segundo em 10,1 eV à transição ao orbital p* (C=O). Para maiores energias de excitação, espera-se também a ocorrência de transições de elétrons s ou excitações duplas de elétrons p.

No caso da molécula de estireno, pode-se observar no espectro da figura_1 seis picos nas energias de 5,3, 7,7, 10,3, 11,8, 13,7 e 17,1 eV, respectivamente. A região abaixo do primeiro potencial de ionização (IP), igual à 8,47 eV22, foi estudada anteriormente13e as estruturas observadas foram atribuídas a transições singlet. Nesta região de energia, foi possível detectar diferentes estados de Rydberg13. Na ausência de cálculos teóricos precisos, a atribuição das demais bandas não é direta; elas podem ser decorrentes de transições a estados p e s, como no caso do MMA.

Uma informação bastante valiosa pode ser obtida com a medida de espectros em diferentes ângulos de espalhamento14-16. Tais resultados permitem a observação de transições proibidas por dipolo elétrico, que são muito pouco intensas em espectroscopias ópticas. A figura_2 apresenta os espectros de perda de energia de elétrons com variação angular para o MMA nos ângulos de espalhamento de 2,0, 4,0 e 7,0o. Primeiramente, pode-se observar que a intensidade do pico em 6,7 eV decresce à medida que o ângulo de espalhamento aumenta e esta é a tendência geral observada para as estruturas fracas que aparecem superpostas na banda larga em torno de 16 eV. A diminuição em intensidade destas estruturas com o ângulo de espalhamento e dessa forma com o momento transferido indica que estas transições são permitidas por dipolo elétrico. Além disso, o máximo da banda larga centrada em torno de 16 eV no ângulo de 2,0o é deslocado para maiores energias à medida que aumenta o ângulo de espalhamento, aparecendo em aproximadamente 30 eV no ângulo de 7,0o. Para a região de perda de energia e ângulos de espalhamento estudados neste trabalho, os valores de K2 são ainda pequenos (£ 1,0 u.a.) e dessa forma contribuições da cordilheira de Bethe não são esperadas17. Na ausência de cálculos teóricos que cubram esta região de energia, atribuiu-se estas estruturas largas e que aparecem para maiores energias de excitação como transições proibidas por dipolo.

Um comportamento bastante semelhante pode ser observado nos espectros de perda de energia de elétrons para a molécula de estireno, apresentados na figura_3, nos ângulos de espalhamento de 2 à 6o. à 6o, é possível observar drástica diminuição das estruturas presentes no espectro a baixo ângulo. Além disso, pode-se observar um alargamento da banda centrada em torno de 17 eV com o aumento do ângulo de espalhamento, indicando novamente a presença de processos proibidos nesta região de energia.

CONCLUSÃO Espectros de perda de energia de elétrons com variação angular foram obtidos para as moléculas de metacrilato de metila e estireno para uma energia de impacto de 1000 eV, cobrindo uma região de energia de excitação de até 50 eV (camada de valência). Para pequenos ângulos de espalhamento, quando se tem valores muito pequenos de transferência de momento, o espectro de excitação se assemelha ao espectro óptico, que não é disponível na literatura para as moléculas estudadas neste trabalho na faixa de energia considerada. O estudo da variação angular dos espectros mostrou que até 20 eV ocorre uma forte predominância de processos de excitação permitidos por regras de seleção dipolares. Para maiores energias, observa-se novas bandas, que podem estar associadas a processos proibidos opticamente


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