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BrBRCEEx0100-40421998000400019

BrBRCEEx0100-40421998000400019

variedadeBr
Country of publicationBR
colégioEx-Tech-Multi Sciences
Great areaExact-Earth Sciences
ISSN0100-4042
ano1998
Issue0004
Article number00019

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Determinação de traços de Co e Co2 "em linha" por cromatografia em fase gasosa No caso específico do processo de produção de Polietileno de Ultra Alto Peso Molecular (PEUAPM) a partir da polimerização do etileno em fase gasosa, tendo o n-hexano como solvente e usando um sistema catalítico do tipo Ziegler-Natta1, este requer o uso do monômero etileno e de hidrogênio com rigoroso controle de impurezas em nível de concentração de partes por bilhão2, pois, em geral, os catalisadores heterogêneos do tipo Ziegler-Natta são muito sensíveis ao ataque da maioria das substâncias orgânicas e inorgânicas3. A presença de contaminantes, tais como CO, CO2, C2H2, H2O, H2S, NOx, álcoois, oxigênio, ésteres orgânicos, cetonas e éteres, aminas, alcenos, etc nestas matérias- primas gasosas, mesmo em níveis de traços, influenciam no processo de polimerização, ora "matando a reação" instantaneamente, ora originando um polímero com caracterísitcas indesejaveis, por mecanismos diversos de desativação do catalisador1,3. O monitoramento destes contaminantes tem sido uma preocupação constante nos processos das companhias produtoras de poliolefinas com vistas à obtenção de materiais poliméricos cujas propriedades atendam às solicitações do mercado.

A maioria dos métodos analíticos cromatográficos disponíveis para determinação de CO e CO2, apresentam o mais baixo limite de detecção em cerca de 0,05%4. Os poucos métodos capazes de detectar em níveis de concentração mais baixos requerem recursos adicionais como: sistemas com múltiplas colunas, detectores e válvulas, técnicas de pré-concentração da amostra e/ou utilização de detectores especiais4-8. Deste modo, o presente trabalho apresenta o desenvolvimento de uma metodologia analítica, simples e eficiente, para determinação de baixas concentrações de CO e CO2 nas linhas de hidrogênio e etileno, ambos utilizados como matérias-primas no processo de produção do Polietileno de Ultra Alto Peso Molecular(PEUAPM).

PARTE EXPERIMENTAL Hidrogênio e nitrogênio comercial, ar sintético e misturas padrão em hidrogênio de i) monóxido de carbono (5,0 ppmV) e ii) dióxido de carbono (12 ppmV), monóxido de carbono (10 ppmV) e metano (3%) foram adquiridas da White Martins; mistura padrão de dióxido de carbono (5,1 ppmV) em hidrogênio foi adquirida da AGA. O cromatógrafo a gás utilizado foi o HP 5890 A, equipado com detector de ionização em chama (HP), metanador (CG) Ni/C22 (400oC), integrador (CG 300) e coluna de aço inox (5m x 1/8") contendo Porapak Q, sendo as vazões dos gases hidrogênio e nitrogênio (arraste e metanador) 30 mL/min, e de ar (chama) 400 mL/min.

As amostras (matérias-primas) analisadas foram: efluente da linha de etileno do limite de bateria e efluente da linha de hidrogênio do limite de bateria, ambos provenientes da Companhia Petroquímica do Nordeste - COPENE (Complexo Petroquímico de Camaçarí, Bahia); efluente da linha de etileno da T-153 e efluente da linha de hidrogênio da T-313, ambos procedentes das torres de purificação da POLIALDEN PETROQUÍMICA (Complexo Petroquímico de Camaçarí, Bahia), e ar ambiente coletado no interior do laboratório.

RESULTADOS E DISCUSSÃO A metodologia proposta envolve a separação de CO e CO2, em coluna contendo Porapak Q, conversão a metano e quantificação em detector por ionização em chama. Inicialmente foi estabelecida uma configuração dos gases do sistema cromatográfico (chama e arraste) que permitisse uma boa relação sinal ruído, bem como um sistema de injeção de amostra que eliminasse a contaminação pelo dióxido de carbono atmosférico.

Otimização da detecção de CO e CO2 A utilização de uma linha de H2, a vazão de 30 mL/min, no metanador além do gás de arraste a 30 mL/min - configuração original do cromatógrafo- carreava um volume excessivo de hidrogênio para o detector, produzindo uma atmosfera redutora, a qual resultava em alto ruído (Figura_1A). A redução da vazão das duas linhas de H2 para 15 mL/min cada, diminuiu consideravelmente o ruído, porém os formatos dos picos cromatográficos permaneciam inadequados (Figura 1B). diminuiu consideravelmente o ruído, porém os formatos dos picos cromatográficos permaneciam inadequados (Figura_1B). Entretanto, a utilização de uma única linha para arraste e metanação, à vazão de 30 mL/min mostrou resultados favoráveis como pode ser observado na figura_1C.

Com a utilização de uma alça de amostragem (loop) de 0,25 mL de capacidade, associada a um injetor manual foi encontrado um coeficiente de variação (CV) de 3,63%, em área de pico, para injeções sucessivas (n=7) do padrão de CO2 (5,1 ppmV). Este valor de CV foi considerado alto e a resposta em área muito baixa, levando em conta a necessidade de determinar concentrações em níveis mais baixos (< 1ppmV). Foi confeccionada então uma nova alça de amostragem, com 2 mL de capacidade e instalado um acionador automático para a válvula de injeção. A resposta em área para o mesmo padrão foi aumentada de 6,5 vezes e o coeficiente de variação foi reduzido para 1,48 %, considerando-se 10 injeções sucessivas. A análise do padrão de CO (5,0 ppmV), nas mesmas condições apresentou um valor de CV da ordem de 1,09% (n= 9). Por outro lado, o pico correspondente ao monóxido de carbono saía numa região onde o efeito da queda da linha de base, causado pelo acionamento manual da válvula de injeção, provocava um distúrbio, além daquele provocado pela presença de N2 e O2. A instalação de uma válvula de injeção automática eliminou este problema.

Estudo da Contaminação pelo Ar Atmosférico A utilização da tubulação de látex - configuração original - para interligar a válvula de injeção com o ponto de amostragem na linha de acetileno, provocava uma grande contaminação de CO2 e distúrbios na linha de base, principalmente na região de saída do pico de CO devido à presença de O2 e N2 (Figura_2A).A substituição por uma tubulação de teflon diminuiu significativamente esta contaminação (Figura_2B). Entretanto, esta foi eliminada através do uso de tubulação de aço inox (Figura_2C).

Aplicação da Metodologia Os limites de detecção, utilizando a nova configuração do sistema cromatográfico, atingidos para CO e CO2 foram, respectivamente, 2,6 ppbV e 4,85 ppbV. Na figura_3 encontram-se os cromatogramas referentes a determinação de CO2 em um padrão contendo 5,1 ppmV deste gás, utilizando-se o sistema convencional da POLIALDEN PETROQUÍMICA (Figura_3_A) e o descrito neste trabalho Figura_3_B). Considerando-se que os volumes injetados foram diferentes: 5,0 cm3 (convencional) e 2,0 cm3 (este trabalho), a relação entre as áreas de pico é de 12,7, o que corresponde a uma sensibilidade de cerca de 32 vezes maior quando utilizamos o sistema cromatográfico com as modificações implementadas. Na figura_4 encontra-se um cromatograma típico obtido na determinação de CO e CO2, sob forma de CH4, em etileno.

Nas figuras_5 e 6 encontram-se, respectivamente, as concentrações de CO2 e CO determinadas no período de 6 meses na linha de etileno utilizada na POLIALDEN PETROQUÍMICA. Pode-se observar que mais da metade das concentrações de CO2 está abaixo de 1,0 ppmV, deste modo, não seriam quantificáveis utilizando-se a configuração original do cromatógrafo. Com respeito ao CO a situação seria mais grave, pois cerca de 91% das concentrações medidas está abaixo de 1,0 ppmV.

CONCLUSÃO A metodologia analítica desenvolvida permite, de forma rápida e precisa, a determinação e monitoramento de CO e CO2 em nível de traço (ppbV) em linhas de etileno e hidrogênio.


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