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BrBRCVAg0100-29452001000200023

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variedadeBr
ano2001
fonteScielo

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FITOTOXICIDADE DE FUNGICIDAS, ACARICIDAS E INSETICIDAS, SOBRE O MAMOEIRO (Carica papaya L.) CULTIVAR SUNRISE SOLO IMPROVED LINE 72/12 EM CONDIÇÕES DE CAMPO FITOTOXICIDADE DE FUNGICIDAS, ACARICIDAS E INSETICIDAS, SOBRE O MAMOEIRO (Carica papaya L.) CULTIVAR SUNRISE SOLO IMPROVED LINE 72/12 EM CONDIÇÕES DE CAMPO 1

INTRODUÇÃO O mamoeiro Carica papaya L. pertence à família Caricaceae, sendo o gênero Carica o mais conhecido.

Com a ocorrência do mosaico-do-mamoeiro houve a migração da cultura, de São Paulo, principalmente para a Bahia, Espírito Santo e Pará, onde se cultivam, na grande maioria, os mamoeiros de sementes importadas, e/ou seus avanços genéticos, notadamente, a cultivar Sunrise Solo Line 72/12 (Martelleto et al., 1997).

Diversas pragas e doenças fúngicas também ocorrem na região do Norte do Espírito Santo (atualmente a mais importante no Brasil), necessitando de controle, quer nas diversas fases de desenvolvimento das plantas, quer em frutos pós-colheita (Marin et al., 1995). Para este controle, são necessárias pulverizações periódicas, o que acarreta problemas de fitotoxicidade, agravados pela sensibilidade do mamoeiro à aplicação de defensivos.

Marin et al. (1995), dentre vários produtos, recomendaram, para o controle do ácaro-branco do mamoeiro, o uso do abamectin + óleo mineral (Vertimec 18 CE ¾ 50 ml + Naturoil 250 ml), abamectin + clofentezine (Vertimec 18 CE ¾ 25 ml + Acaristop 500 SC ¾ 20 ml); para o ácaro-rajado e ácaro-vermelho, Vertimec 18 CE a 50 ml, óxido de fenbutatina (Torque 500 SC ¾ 80 a 100 ml e Partner SC ¾ 80 a 100 ml ) e dicofol + tetradifon (Carbax ou Acardifon ¾ 200 ml), todas recomendações em 100 l de água.

Medina (1980) indicou, para o controle da varíola ou pinta-preta, o uso de fungicidas cúpricos, como Cupravit Azul e Cupravit Verde, nas dosagens de 0,30%. Para o controle da antracnose, o mancozeb (Dithane M 45 a 0,24%). Para o controle do oídio ou míldio, enxofre 80 PM de 0,60 a 0,70% , quinomethionate (Morestan 25 PM a 0,05%) e triazophós (Afugan 30 CE a 0,08%). Para o controle da podridão-do-pedúnculo, utilizar propineb (Antracol 70 PM a 0,25%).

Marin et al. (1995) recomendaram o uso de diversos agrotóxicos, para o controle de doenças do mamoeiro, dentre estes, podem ser citados para o controle da antracnose, mancozeb (Dithane M 45 ¾ 150 a 200 g), chlorothalonil (Daconil Br ¾ 200g), thiabendazole (Tecto 600 ¾ 150 g), oídio, chlorothalonil (Daconil BR ¾ 200 g ); podridão-do-pedúnculo do fruto e mancha de ascoquita, chlorothalonil (Daconil BR ¾ 200 g), mancozeb (Dithane M-45 ¾ 150 a 200g), thiabendazole (Tecto 600 ¾ 100 g), todas as doses diluídas em solução contendo 100 litros de água.

Foram conduzidos dois experimentos por Marin (1988), usando-se mudas envasadas, em casa de vegetação, na FCAV ¾ UNESP, em Jaboticabal -SP, para estudar os efeitos fitotóxicos de inseticidas, acaricidas e fungicidas, no mamoeiro 'Sunrise Solo Improved Line 72/12'; algumas de suas conclusões foram: o triazophós (Hostathion 40 CE), causou a redução do diâmetro do caule e do número de folhas das plantas, além de apresentar extrema fitotoxicidade às folhas das plantas jovens; tetradifon + dicofol (Carbax 16 CE), mancozeb (Dithane M 45), oxicloreto de cobre (Recop 84 PM) e chlorotalonil (Daconil 75 PM) não causaram queimaduras às folhas, ou estas foram leves, aparentemente não afetando o seu desenvolvimento.

Em relação aos níveis de fitotoxicidez, Marin et al. (1995) afirmaram que o Hostathion 40 CE ou Hostathion 400 BR, utilizados a 100 ml, causam severo desfolhamento em plantas de mamoeiro; o Carbax (240ml), Dithane M 45 (200g), Recop (50% PM ¾ 250 g), Vertimec 18 CE (50 ml), Torque 500 SC (100 ml), praticamente não são tóxicos, e as folhas permanecem normais, com pouca ou quase nenhuma mancha.

Vieira et al. (1998) avaliaram a fitotoxicidade de diversos produtos, sobre mamoeiros da cv. Sunrise Solo Improved Line 72/12, em condições de campo, após a "sexagem" , em São Mateus ¾ ES. Os produtos foram aplicados isoladamente, ou em mistura; concluíram que abamectin (Vertimec 18 CE) + oxicloreto de cobre (Reconil) ou thiabendazole (Tecto 450) ocasionaram leves injúrias foliares, 15 dias após as pulverizações; e que mancozeb (Dithane PM), Reconil, Tecto 450, dicofol +tetradifon (Carbax), óxido de fenbutatina (Torque 500 SC), Dithane PM + Vertimec 18 CE, Dhitane PM + Torque 500 SC Reconil + Carbax, Reconil + Torque 500 SC, Tecto 450 + Carbax, e Tecto 450 + Torque 500 SC, não interfiriram no desenvolvimento e na produção, nem causaram injúrias, ou queimaduras nas folhas.

MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi instalado em propriedade particular, no município de São Mateus-ES, localizado a 19º.25' de latitude sul e 40º03' de longitude oeste, em solo do tipo Latossolo Vermelho Distrófico (LVD) 11, de clima típico Awi.

A formação das mudas e todo o sistema de produção utilizado foram o proposto por Marin et al. (1995).

A cultura foi irrigada por aspersão convencional e de acordo com as necessidades da mesma.

Embora não houvesse condições de aferir no local os dados necessários, na prática, observou-se que as condições, durante o desenvolvimento dos trabalhos, foram semelhantes às condições de São Mateus, que apresentava, nos meses estudados, precipitações mais elevadas e temperaturas mais altas do que nos períodos "mais frescos" do ano.

O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com 25 tratamentos, 04 repetições e 3 plantas úteis por parcela experimental.

As avaliações foram efetuadas um dia antes das pulverizações, 15 dias e 30 dias após.

Os dados relativos aos efeitos fitotóxicos foram analisados estatisticamente, aplicando-se o teste F, e as médias comparadas através do teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

Avaliaram-se os parâmetros: de crescimento da planta - altura da planta, diâmetro do caule (a 10 cm do solo) e número de folhas relacionadas à produção ¾ número de flores e frutos.

Os sintomas visuais de fitotoxicidade (injúrias e/ou queimaduras nas folhas) foram verificados por 02 observadores, através da seguinte escala visual de notas, utilizada por Marin (1988): Nota 0 ¾ plantas com folhas normais, sem sintomas de queimaduras; Nota 1 ¾ plantas com folhas levemente injuriadas e/ou com pequenas áreas queimadas; Nota 2 ¾ plantas com folhas medianamente injuriadas, amareladas e com bordas e ápices queimados; Nota 3 ¾ plantas com folhas intensamente injuriadas, apresentando severo desfolhamento.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao fazer as avaliações da intensidade de queimadura nas plantas estudadas, constatou-se que somente os tratamentos, onde constava a aplicação do Hostathion (Tabela_1), ocasionaram queimaduras e injúrias nas folhas dos mamoeiros.

Todos os outros produtos, aplicados isoladamente ou associados, não causaram nenhum dano às folhas dos mamoeiros.

No trabalho desenvolvido por Marin (1988), o triazophós (Hostathion 40 CE) também causou fitotoxicidade às folhas das plantas jovens. Afirmou que o Carbax 16 CE, Dithane M 45, oxicloreto de cobre (Recop 84 PM) e Daconil 75 PM podem causar injúrias às folhas destas plantas, o que não se verificou no presente trabalho, porque, provavelmente, é maior a resistência à fitotoxicidade de plantas mais adultas (no campo, após sexagem) e em pleno desenvolvimento, favorecidas pôr condições propícias ao crescimento dos mamoeiros.

Em condições climáticas mais amenas, Vieira et al. (1998) constataram, no mesmo local do presente trabalho, que o Vertimec 18 CE, associado ao Recomil ou ao Tecto 450, pode ocasionar leves injúrias às folhas dos mamoeiros; estes efeitos não foram encontrados na presente pesquisa. Os demais tratamentos testados por esses autores, também naquele experimento, não causaram nenhuma injúria ou queimadura foliar.

Pode-se constatar, pelos resultados apresentados na Tabela_2, que somente a associação entre o Hostathion 400 BR e o Tecto 450 afetou negativamente o crescimento das plantas, em relação à altura das mesmas. Os efeitos dos produtos, sobre o diâmetro dos caules, também evidenciam o efeito fitotóxico do Hostathion 400 BR, principalmente associado às misturas com os fungicidas testados: Daconil BR, Dithane PM, Reconil e Tecto 450. Efeitos semelhantes foram obtidos por Marin (1988), em relação ao Hostathion 400 BR. Ao comparar-se os efeitos dos outros produtos, aplicados isoladamente ou em associação, estes não afetaram o desenvolvimento em altura e diâmetro das plantas, coincidindo com os resultados do trabalho desenvolvido por Vieira et al. (1998).

Os resultados advindos das contagens do número de flores e frutos (Tabela_3) nos conduzem, também, à constatação do efeito altamente fitotóxico do Hostathion 400 BR, aplicado isoladamente ou associado aos fungicidas testados..

Vieira et al. (1998) também não constataram redução do número de flores e frutos em relação aos efeitos do Dithane PM, Reconil, Tecto 450 (fungicidas), Carbax, Torque 500 SC e Vertimec 18 CE (acaricidas, inseticida-acaricida), aplicados isoladamente ou quando da associação entre fungicidas, com acaricidas, e inseticida-acaricida.

CONCLUSÕES Com base nos resultados obtidos, nas condições em que foi realizado o presente trabalho, pode-se concluir que: 1. O Hostathion 400 BR apresentou fitotoxicidade em mamoeiros adultos, principalmente quando associado aos outros produtos, ou seja, Daconil BR, Dithane PM, Reconil e Tecto 450.

2. Os outros produtos, aplicados isoladamente ou associados, não afetaram os parâmetros de crescimento e produção das plantas, também não ocasionaram queimaduras ou injúrias foliares.

3. Deve-se considerar, sempre, ao fazer-se avaliações de fitotoxicidade de produtos fitossanitários em mamoeiros, o estágio de desenvolvimento das plantas, o balanço hídrico-climático e as normais de temperatura e umidade relativa do ar, do local da experimentação, por ocasião da pesquisa.


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