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BrBRCVAg0100-29452003000300026

BrBRCVAg0100-29452003000300026

variedadeBr
Country of publicationBR
colégioLife Sciences
Great areaAgricultural Sciences
ISSN0100-2945
ano2003
Issue0003
Article number00026

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Produtividade de genótipos de maracujazeiro azedo sob doses de potássio, no Distrito Federal FITOTECNIA

Produtividade de genótipos de maracujazeiro azedo sob doses de potássio, no Distrito Federal1

Productivity of genotypes of passion-fruit related to levels of potassium fertilization in the region of Brasília-Brazil

Aurélio Tinoco de OliveiraI; José Ricardo PeixotoII; Nilton Tadeu Vilela JunqueiraIII; Luiz Eduardo Pacifici RangelIV; Juliana Meireles FortalezaV IEng. Agr. Msc., QNA 09 Cs.19, Taguatinga/DF, 72110-090, Email: aureliotinoco@bol.com.br IIProf. Dr. da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária/UnB, Cx. Postal: 04508, 70910-900, E-mail:peixoto@unb.br IIIPesquisador da Embrapa-Cerrados CPAC, BR-020 Km 18, Planaltina/DF, 73301- 970, E-mail:junqueir@cpac.embrapa.br IVEng. Agr. Msc., Cx. Postal:04508, 70910-900 VEng. Agr. Msc., SQN 304, Bloco F, apto. 209, Brasília/DF, 70736-060

INTRODUÇÃO O gênero Passiflora é originário da América do Sul e tem no Centro-Norte do Brasil o maior centro de distribuição geográfica. No Brasil a espécie mais importante é P. edulis f. flavicarpa, maracujá amarelo ou azedo. Em pequena escala é cultivado o maracujá doce, P. alata Dryand (Manica, 1981). Junqueira et al. (1999) citam, dentre outros fatores, como responsáveis pela baixa produtividade alcançadas na cultura do maracujazeiro no Brasil, o cultivo de genótipos inadequados e a ausência de um plano adequado de adubação. A planta do maracujazeiro apresenta crescimento rápido e contínuo, extraindo assim grande quantidade de nutrientes do solo. O nitrogênio é o nutriente mais absorvido, 205 kg de N ha-1ano-1, seguido pelo potássio, 184 kg de K ha-1ano-1 (Haag et al. 1973). A deficiência de potássio no maracujazeiro ocasiona clorose seguida de necrose a partir das folhas mais velhas, secamento das gavinhas, redução na ramificação, redução no diâmetro dos ramos, queda acentuada de flores e alteração do teor de sólidos solúveis dos frutos (Ruggiero et al., 1996; Quaggio & Piza Júnior, 1998; Junqueira et al., 1999). O presente trabalho teve como objetivo verificar o desempenho agronômico de nove genótipos de maracujazeiro azedo, cultivados sob três doses de adubação potássica, no Distrito Federal.

MATERIAL E MÉTODOS O experimento realizou-se na Fazenda Água Limpa (FAL/UnB), situada no Distrito Federal a uma latitude de 16o Sul, longitude de 48o Oeste numa altitude de 1.100m. A área total utilizada foi de 0,8 hectare. A precipitação no período compreendido entre abril de 2000 a maio de 2001, data da última colheita do experimento, foi de 1.818,3mm. A média da temperatura mínima mensal para o mesmo período foi de 19,32oC, alcançando a temperatura mínima absoluta de 16,6oC nos meses de junho e julho de 2000.

Utilizou-se o delineamento em blocos casualizados, em esquema fatorial 9 x 3, sendo nove genótipos e três doses de adubação potássica, totalizando 27 tratamentos, quatro repetições e nove plantas úteis/parcela. Utilizou-se os seguintes genótipos: híbrido EC-2-0, Marília Seleção Cerrado (MSC), F1 (Roxo Fiji x Marília), Porto Rico, Vermelhão, F1 (Marília x Roxo Australiano), Redondão, IAC 273 e Itaquiraí. As plantas dos noves genótipos foram semeadas no dia 23/09/1999. As mudas foram transplantadas noventa dias após a semeadura.

O experimento foi instalado num solo Latossolo Vermelho-Amarelo, fase argilosa, profundo, com boa drenagem e de baixa fertilidade natural, apresentando os seguintes teores de nutrientes: Al (0,05 cmolc dm-3); Ca+Mg (1,9 cmolc dm-3); P (4,5 mg dm-3); K (46 mg dm-3); pH (água) 5,4 e saturação por Al 4%. Para o Al foi utilizado o extrator KCl e a titulação com NaOH; para o Ca + Mg foi utilizado o extrator KCl e a titulação com EDTA; para o P e K foi utilizado o extrator Mehlich I (duplo ácido) (Osaki, 1991). Foi realizada uma calagem com calcário dolomítico (2,5 t/ha) em todo o terreno, elevando a saturação por bases inicial de V = 30% para V = 60% (Souza et al. 1999). Foi aplicado 1 kg de superfosfato simples (Raij et al. 1996) por cova mais carbofuran (386 g do p.a./ha). O espaçamento utilizado foi de 2,75 x 2,50m, totalizando 1.454 plantas ha-1 (incluindo a bordadura).

As adubações de cobertura foram realizadas mensalmente, no período compreendido entre janeiro a maio/2000 e setembro/2000 a maio/2001, nas doses de 0, 640 e 1.280 kg de K2O ha-1 (cloreto de potássio) e de 428 kg de N ha-1 (sulfato de amônio). Realizou-se ainda uma única cobertura com 43,6 kg de P2O5 ha-1 (superfosfato simples) em dezembro de 2000.

O plantio foi conduzido, utilizando-se o sistema de sustentação de espaldeira vertical, sem podas de renovação. Foram realizadas pulverizações com fungicidas sistêmico e preventivo, e com inseticida, no intervalo de 20 dias, a partir do plantio até o início da colheita, para controle de pragas e doenças, utilizando-se os seguintes produtos: óxido cuproso; mancozeb; tebuconazole; benomyl; enxofre; deltamethrin e carbofuran (plantio), nas dosagens recomendadas para a cultura. Não se realizou a polinização artificial.

As colheitas foram realizadas uma vez por semana, recolhendo somente aqueles frutos que se encontravam no chão. Os frutos colhidos foram levados para um armazém onde foram contados e classificados pelo tamanho em relação à medida de seu diâmetro equatorial (DE), com o uso de um paquímetro, e depois pesados. As variáveis analisadas foram: produtividade em kg ha-1, número de frutos por planta e peso médio dos frutos, de primeira (DE<65mm), frutos 1A (65<DE<75mm), frutos 2A (75<DE<85mm), frutos 3A (DE>85mm) e frutos totais (Meletti, 1999). A primeira colheita foi realizada no dia 14/12/2000, sendo a última no dia 02/05/ 2001, totalizando vinte colheitas. Para análise de produção em kg ha-1, número de frutos e peso médio dos frutos totais utilizou-se os dados das 20 colheitas.

Para avaliação de produção em kg ha-1, do número de frutos e do peso médio dos frutos de primeira, 1A, 2A, 3A, utilizou-se as onze últimas colheitas.

Considerou-se como frutos totais a soma das quatro classificações.

As análises de variância para cada parâmetro, bem como a comparação entre os genótipos pelo teste de Tukey a 5% de significância, foram executadas com a utilização do "software SANEST", de autoria de Zonta & Machado (1995).

Foram realizadas análises de regressão e correlação entre todas as variáveis avaliadas, baseando-se na significância de seus coeficientes. A classificação de intensidade da correlação para p £ 0,01 considerou muito forte (r ± 0,91 a ± 1,00), forte (r ± 0,71 a ± 0,90), média (r ± 0,51 a ± 0,70) e fraca (r ± 0,31 a ± 0,50), de acordo com Gonçalves & Gonçalves (1985), citados por Guerra & Livera (1999).

RESULTADOS E DISCUSSÃO Houve diferenças significativas entre os genótipos e na interação genótipo x doses de potássio, para o número de frutos de primeira (Tabela_1).

Os genótipos EC-2-0 e Porto Rico apresentaram maior número de frutos de primeira por planta, diferindo apenas do Itaquiraí, no tratamento sem potássio.

No tratamento com 640 kg de K2O ha-1 os genótipos Vermelhão e Redondão diferiram entre si (Tabela_1). Para o número de frutos 1A, 2A , 3A e frutos totais, com exceção do genótipo Itaquiraí, que apresentou o menor número de frutos, os genótipos não apresentaram diferenças significativas entre si (Tabela_2).

Os genótipos Marília Seleção Cerrado, Porto Rico, Vermelhão, híbrido EC-2-0, F1 (Roxo Fiji x Marília) e F1 (Marília x Roxo Australiano) foram os que apresentaram maior produção de frutos de primeira. Para a produção de frutos 1A, 2A, 3A e frutos totais, os genótipos não apresentaram diferenças estatísticas entre si, com exceção do Itaquiraí, que apresentou a menor produção nos quatros parâmetros avaliados (Tabela_3).

Para a variável peso médio dos frutos, o F1 (Marília x Roxo Australiano) foi o que apresentou o maior peso médio para frutos de primeira e frutos totais, não diferindo, porém, dos genótipos MSC, híbrido EC-2-0, Porto Rico e Redondão para peso médio de frutos totais e, além destes, do genótipo Vermelhão para peso médio de frutos de primeira. Na avaliação do peso médio de frutos 1A, 2A e 3A, os genótipos não apresentaram diferenças estatísticas entre si. (Tabela_4).

Considerando-se os cinco meses de colheita, os resultados obtidos estão acima da média nacional e foram proporcionalmente iguais e superiores a vários resultados citados na literatura. As diferenças ocorridas são devidas, principalmente, aos diferentes materiais genéticos e às diferentes condições climáticas e edáficas. Para o peso médio de frutos, muito embora, a adubação potássica não tenha influenciado os resultados, os genótipos apresentaram diferenças significantes entre si, variando até 15,42 g do maior [F1 (Marília x Roxo Australiano - 103,42 g)] ao menor (Itaquiraí 88 g). Faria et al. (1987), ao avaliarem a resposta do maracujazeiro amarelo à adubação com N, P e K, obtiveram a produção média de 20,8 t ha-1, 9,2 t ha-1e 14,6 t ha-1e os pesos médios de frutos de 100,1 g, 72,0 g e 100,6 g, para os segundo, terceiro e quarto ano de produção, respectivamente. Borges et al. (1998), em cinco meses de produção do maracujá amarelo, verificaram que as doses de N, P e K não influenciaram a produtividade, que teve uma média de 7,4 t ha-1. Oliveira et al. (1998) obtiveram com presença e ausência de adubação, em condições de sequeiro, pesos médios de frutos variando de 72 a 88 g. Sanzonowicz et al.

(2000) não verificaram diferenças estatísticas significativas ao utilizarem cinco doses diferentes de adubação potássica na produção total de frutos do maracujazeiro amarelo. As equações de regressão para a produção de frutos de primeira por hectare, produção total de frutos ha-1, peso médio de frutos de primeira e peso médio de frutos 1A de frutos em função das doses de potássio aplicadas possuem representação do tipo linear (Figuras_1, 2, 3 e 4). Conforme as equações com aumento de 640 kg de K2O ha-1, esperava-se aumento médio de 632,25 kg frutos de primeira ha-1, 1.007 kg do total de frutos ha-1, 2,35 g de peso médio/fruto de primeira e 4,20 g de peso médio/fruto 1A. As correlações que mostraram-se positivamente fortes foram: Produção de frutos de primeira (kg ha-1) com produção total de frutos (kg ha-1), número de frutos de primeira e número de frutos totais; produção de frutos 1A com produção de frutos 2A, produção de frutos 3A, produção total de frutos, número de frutos 1A e número de frutos 2A; produção de frutos 2A com produção de frutos 3A, número de frutos 2A e número de frutos 3A; produção de frutos 3A com número de frutos 2A e número de frutos 3A; produção total de frutos com número de frutos de primeira e número total de frutos; número de frutos de primeira com número de frutos totais; número de frutos 2A com número de frutos 3A e peso médio de frutos de primeira com peso médio total dos frutos.

CONCLUSÕES 1) Os genótipos híbrido EC-2-0 e Marília Seleção Cerrado (MSC) foram os que apresentaram as maiores produtividades, superando 20 t/ha.

2) A adubação potássica influenciou a produção total de frutos e de primeira ha-1, a produção de frutos totais ha-1, o peso médio de frutos de primeira e o peso médio de frutos 1A.


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