Armazenagem em atmosfera modificada passiva de carambola azeda (Averrhoa
carambola L.) cv. 'Golden Star'
COLHEITA E PÓS-COLHEITA
Armazenagem em atmosfera modificada passiva de carambola azeda (Averrhoa
carambola L.) cv. 'Golden Star'1
Storage in passive modified atmosphere of 'Golden Star' starfruit (Averrhoa
carambola L.)
Leandro Camargo NevesI; Renar João BenderII; Cesar Valmor RombaldiIII; Rogério
Lopes VieitesIV
IUFRGS-Doutorando em Fitotecnia, C.P.776, CEP 91501-970, Porto Alegre-RS.
rapelbtu@hotmail.com
IIUFRGS-Prof. Dr. Depto de Horticultura, C.P.776, CEP 91501-970, Porto Alegre-
RS. rjbe@ufrgs._br
IIIUFPel-Prof. Dr. Depto de Ciência e Tecnologia Agroindustrial, C.P. 354, CEP
96010900, Pelotas-RS. cvrf@ufpel.tche.br
IVUNESP/FCA Prof. Dr. Depto de Gestão e Tecnologia Agroindustrial, Cx. Postal
247, CEP 18603-970 Botucatu-SP. vieites@fca.unesp.br
INTRODUÇÃO
No Brasil, a carambola, fruto pertencente à família Oxalidaceae, está
distribuída de norte a sul, embora somente na última década a cultura tenha
tomado expressão comercial (Araújo, 2000). São Paulo, por sua vez, com uma
comercialização de mais de 2.000 t/ano, constitui-se no Estado de maior
importância econômica para o fruto. Alguns países asiáticos, como Taiwan e
Malásia, e também países sul-americanos, como o Brasil e a Colômbia, estão
entre os principais exportadores a mercados potenciais como Europa e EUA
(Donadio et al., 2001).
A cultivar 'Golden Star', selecionada na Flórida, apresenta fruto ovóide a
elipsóide, 100 a 200g de massa, coloração inicialmente verde, passando a
amarelo-dourada brilhante quando madura. A polpa é sucosa e ácida, e tem
resistência elevada a danos mecânicos e danos de frio (Donadio et al., 2001).
A armazenagem em atmosfera modificada (AM) é uma tecnologia versátil que é
aplicada para uma grande quantidade de frutos e hortaliças (Kader, 1992).
Segundo Neves et al. (2002) e Mosca et al. (1999), o uso de embalagens de
polietileno de baixa densidade (PEBD), associado ao AR, preserva a integridade
dos frutos, possibilitando melhor manutenção dos atributos sensoriais.
A utilização da AM, assim como de qualquer outro tratamento pós-colheita,
destina-se principalmente a frutos com alto valor comercial (Mosca et al.,
1999) que propiciem retorno econômico ao valor investido no tratamento
realizado. A AM pode ser uma perspectiva de ampliação de mercado,
principalmente o mercado externo. Outro fator positivo da AM é permitir o
manuseio direto deste fruto sem resultar em problemas na sua qualidade final
(Sarantóupolos & Soler, 1989).
A modificação da atmosfera, através do uso de filmes plásticos, pode retardar o
processo de maturação dos frutos através da alteração da concentração inicial
dos gases presentes na embalagem. A concentração de gases resultante nas
embalagens depende de alguns fatores, como: taxa de permeabilidade a gases da
embalagem, hermeticidade da soldagem, relação área e volume da embalagem, e
presença de absorvedores (Sarantóupolos & Soler, 1989).
Segundo Kader et al. (1989), a seleção de um filme plástico, que resultará em
uma AM favorável, deve ser baseada na taxa respiratória e nas concentrações
ótimas de O2 e CO2 para o fruto. Para a maioria dos frutos, exceto aqueles que
toleram altos níveis de CO2, um filme adequado deve ser mais permeável ao CO2
que ao O2. Segundo Kader (1992), é necessário preservar uma concentração mínima
de O2dentro das embalagens para que a respiração aeróbia continue ocorrendo
normalmente; entretanto, reduções bruscas na concentração de O2 podem levar a
uma condição de anaerobiose.
Quando uma embalagem de filme plástico é corretamente projetada, a composição
gasosa no interior interfere na atividade metabólica do produto embalado. Nesta
condição, há redução da velocidade do metabolismo, obtendo-se, por conseguinte,
um retardo na maturação (Mosca et al., 1999).
A partir destas considerações, foi objetivo no presente trabalho estudar o
efeito da AM passiva, através da embalagem de polietileno de baixa densidade
(PEBD), na pós-colheita da carambola azeda, cv. 'Golden Star', quanto à
manutenção da qualidade sensorial e ao prolongamento da vida útil dos frutos,
durante o AR.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no laboratório de Frutas e Hortaliças do
Departamento de Gestão e Tecnologia Agroindustrial, da UNESP ' Câmpus de
Botucatu. Os frutos foram colhidos fisiologicamente maturos, no sítio
Shimazaki, localizado no município de Aguaí-SP. As carambolas apresentavam-se
com coloração da epiderme verde, firmeza de polpa média de 328 g.f '1, sólidos
solúveis totais em média de 6,3 ºBrix e acidez total titulável em média de 14,7
Cmol.L-1. Após a seleção, limpeza e padronização, os frutos foram colocados por
12 horas em câmara frigorífica a 5 ºC e 95 +/- 3% de UR, visando ao rápido
resfriamento. As carambolas foram acondicionadas em embalagens de PEBD
(d=0,925g.cm-3), de diferentes espessuras, e colocados em câmara frigorífica
com 12 +/- 0,5ºC e 95 +/- 3% de UR. Os tratamentos foram os seguintes: T1 '
controle (sem embalagem); T2 ' PEBD de 6mm (Taxa permeabilidade ao O2/
CO2=17.108/73.663 cm-3.m-2.dia-1); T3 ' PEBD de 10 mm (Taxa permeabilidade ao
O2/CO2=14.231/63.850 cm-3.m-2.dia-1); T4 ' PEBD de 15 mm (Taxa permeabilidade
ao O2/CO2=10.152/46.418 cm-3.m-2.dia-1). Cada embalagem tinha dimensões 0,25 x
0,20m, contendo cinco frutos por embalagem. As carambolas foram armazenadas por
45 dias e mais 5 dias a 22 +/- 3ºC e 72 +/- 5% de UR. As análises foram
realizadas 24 horas após a colheita e a cada nove dias, sempre 12 horas após a
retirada de cada amostra da câmara e abertura das embalagens, segundo:
A coloração da casca: baseada em uma escala subjetiva de valores, segundo
critérios dos autores, levando em consideração o desenvolvimento da coloração
nos frutos, variando de 1 a 5, onde 1= amarela; 2= 70% da epiderme amarela; 3=
50% verde, 50% amarelada; 4= 70% da epiderme verde, e 5= verde;
A perda de massa fresca: avaliada através da pesagem dos frutos (20
repetições embaladas individualmente, com dimensões de 0,10 x 0,08m),
considerando o peso inicial de cada amostra, com resultados expressos em
porcentagem;
A firmeza de polpa (FP): avaliada através do texturômetro modelo "STEVENS '
LFRA texture analyser", com a distância de penetração de 20 mm e velocidade de
2,0 mm/seg., utilizando o ponteiro TA 9/1000. A leitura foi feita em lados
opostos da seção equatorial dos frutos, considerando o valor médio das duas
leituras para determinar-se a firmeza em g.f-1.;
Os sólidos solúveis totais (SST): avaliados através da leitura refratométrica
direta, com o refratômetro tipo Abbe, marca ATAGO ' N1. Resultados expressos em
ºBrix;
A acidez total titulável (ATT): avaliada através de titulometria de
neutralização (NaOH=0,01N), com ponto de viragem no pH=8,2, e resultados
expressos em Cmol.L-1;
A ocorrência de degenerescência da polpa e mancha nos frutos: avaliadas
através da porcentagem de frutos (20 repetições embaladas individualmente, com
dimensões de 0,10 x 0,08m), por tratamento, com a presença dos sintomas em mais
de 25 % da polpa/epiderme.
Realizou-se, ao final do experimento, um teste de preferência, através do qual
se faz uma avaliação global dos frutos, levando em consideração os atributos
físico-químicos e sensoriais, englobados em um só fator de escolha, contando
com quinze julgadores treinados, através de escala hedônica de 5 pontos
(Moraes, 1988) ' gostei muitíssimo (nota 5); gostei muito (nota 4); gostei
(nota 3); desgostei muito (nota 2) e desgostei muitíssimo (nota 1).
O delineamento experimental empregado foi o inteiramente casualizado, seguindo
um esquema fatorial 4x7 (4 tipos de embalagem e 7 períodos de armazenamento),
com 4 tratamentos e 20 repetições para as análises não destrutivas ( perda de
massa fresca e distúrbios fisiológicos) e 5 repetições para as análises
destrutivas (coloração, FP, SST, ATT). Os dados foram submetidos à análise de
variância e à comparação de médias pelo teste de Tukey (P=0,05). Todas as
análises das variáveis estudas foram executadas pelo programa StatGraphics.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Detectou-se um decréscimo da FP ao longo do período experimental, constatando
diferença significativa entre os frutos com e sem embalagem, bem como entre as
diferentes espessuras de PEBD utilizadas (Tabela_1). Os frutos-controle e os
frutos acondicionados nas embalagens de 15 mm apresentaram as maiores perdas.
Estes frutos, aos 36 dias de AR, já apresentaram FP bem abaixo dos demais
tratamentos, sendo que, a partir dos 45 dias de AR, não tinham FP mensurável
pelo método de análise utilizado. A simples manutenção da AR por um tempo
prolongado, sem a utilização da embalagem de PEBD, não foi suficiente para
controlar a drástica diminuição da FP dos frutos-controle. Já nos frutos
acondicionados nas embalagens de 15 mm, possivelmente, a utilização de um filme
plástico excessivamente espesso tenha favorecido uma condição de anaerobiose
(Mosca et al., 1999; Neves et al., 2002), ocasionando um descontrole no
metabolismo normal dos frutos ao longo do AR, proporcionando uma rápida perda
de FP. A melhor manutenção dos valores de FP foi observada nos frutos embalados
em filmes de PEBD de 10 mm. Tal fato, segundo Kader et al. (1989) e Kader
(1992), dá-se pela correta associação entre o tipo de fruto e espessura do
filme de PEBD utilizado. A elevação dos níveis de CO2 e a diminuição dos níveis
de O2, através do uso de embalagens plásticas, até concentrações não
prejudiciais, preservam a integridade dos tecidos celulares, possibilitando,
entre outros fatores, a redução da taxa e da velocidade das perdas de FP dos
frutos.
Durante o período de avaliação, constatou-se a interferência da embalagem de
PEBD nas porcentagens das perdas de massa fresca dos frutos (Tabela_1). As
maiores perdas, verificadas nos frutos-controle, chegaram a aproximadamente 86%
aos 36 dias de AR, descaracterizando totalmente a qualidade destes frutos. A
partir dos 45 dias de AR, pela completa falta de FP e surgimento de podridões
na polpa e epiderme, determinou-se a perda máxima (100%) de massa fresca nos
frutos-controle. Comportamento semelhante foi observado em caquis cv. Giombo,
(Antoniolli et al., 2001); em mangas 'Tommy Atkins' (Souza et al., 2002); em
atemoyas cv. PR3 (Yamashita et al., 2002), onde frutos armazenados em AR, sem a
utilização de embalagens de PEBD, apresentaram maiores perdas de massa fresca
em comparação aos frutos embalados. Os frutos acondicionados nas embalagens de
6; 10 e 15 mm, por sua vez, não apresentaram diferença estatística entre si. No
entanto, a partir dos 45 dias de AR, a exemplo dos frutos-controle, os frutos
acondicionados nas embalagens de 15 mm, provavelmente devido ao elevado estado
fermentativo, já não apresentavam um padrão de qualidade adequado. Já, os
frutos das embalagens de 10 mm apresentaram excelente controle das perdas de
massa fresca, além da manutenção dos atributos sensoriais ao longo de todo o
período experimental. A redução nas perdas de massa fresca observada nos frutos
em AM, possivelmente, seja decorrente do aumento da umidade relativa do ar no
interior das embalagens, saturando a atmosfera ao redor dos frutos, levando à
diminuição do défice de pressão de vapor d'água e, conseqüentemente, reduzindo
a transpiração dos frutos.
A embalagem de PEBD e, principalmente, a permeabilidade do filme plástico
utilizado influíram significativamente no desenvolvimento da coloração das
carambolas cv. 'Golden Star' (Tabela_1). Em uma pré-análise, aos 27 dias de AR,
todos os frutos embalados , à exceção dos frutos das embalagens de 15 mm,
apresentavam uma evolução da coloração mais lenta do que os frutos-controle.
Neste ponto, os frutos-controle já apresentavam uma coloração amarelada em toda
a superfície, demonstrando, prematuramente, um avançado estádio de
amadurecimento. Este comportamento, segundo alguns autores (Souza et al., 2002;
Neves et al., 2002; Yamashita et al., 2001; Mosca et al., 1999), pode ser
explicado pelo fato de que a embalagem, quando corretamente projetada, diminui
a velocidade do metabolismo do fruto, atrasando o amadurecimento. Nos frutos
acondicionados nas embalagens de 15 mm, possivelmente devido à maior espessura
do filme de PEBD utilizado, tenha-se elevado a concentração de CO2 e diminuído
a concentração de O2 presente na atmosfera gasosa das embalagens, não ocorrendo
assim a degradação da clorofila e manifestação dos carotenóides, que, segundo
Donadio et al. (2001), são os pigmentos responsáveis pela coloração amarelo-
dourada da cv. 'Golden Star'. Estes dados são concordantes com Kader (1992),
onde é mencionado o efeito da AM no controle da degradação da clorofila nos
frutos. No entanto, os frutos acondicionados nas embalagens de 10 mm
apresentavam, após a simulação de comercialização, uma coloração
predominantemente amarelada e, aparentemente, em estádio menos avançado de
amadurecimento que os demais tratamentos. Assim, pressupõe-se um aumento no
período seguro de comercialização, com adequada manutenção da qualidade destes
frutos.
Os distúrbios fisiológicos (Tabela_1) foram caracterizados neste experimento
pelo surgimento de manchas escuras na superfície e polpa dos frutos (Donadio et
al., 2001), bem como podridões decorrentes do acelerado processo de
amadurecimento, estando condicionado a fatores distintos nos frutos-controle e
nos frutos das embalagens de 15 mm. Nos frutos-controle, provavelmente, as
perdas excessivas de FP e de massa fresca, ocasionadas pelo intenso processo de
amadurecimento, tenham contribuído, decisivamente, para o comprometimento da
sanidade destes frutos no período entre os 18 e os 27 dias de AR. Quanto aos
frutos acondicionados nas embalagens de 15 mm, a baixa permeabilidade do filme
de PEBD utilizado desencadeou o avanço de um processo fermentativo,
comprometendo a qualidade sensorial destes frutos aos 27 dias de AR. Os frutos
embalados em filme de PEBD de 10 mm foram os que obtiveram melhores resultados,
apresentando-se, ao final do experimento, sem nenhuma manifestação de danos
físicos e/ou podridões, possibilitando assim maior flexibilidade quanto ao seu
tempo de conservação pós-colheita. O mesmo foi citado por Sarantóupolos &
Soler (1989), nos quais são descritos os efeitos positivos da embalagem, quanto
à criação de uma barreira de proteção que separa os frutos do contato direto
com o meio, preservando assim a integridade física dos mesmos e prolongando a
vida útil pós-colheita.
Nas análises de SST e ATT, os frutos-controle e os frutos acondicionados nas
embalagens de 15 mm não foram avaliados a partir dos 36 dias, devido à completa
degradação e, conseqüentemente, falta de condições para análise.
O teor de SST sofreu elevação progressiva, em todos os frutos, durante o
período de avaliação (Figura_1). A embalagem de PEBD proporcionou contenção na
velocidade do desenvolvimento dos teores de SST. Este comportamento contraria
alguns autores (Donadio et al., 2001), onde carambolas da cv. 'Goden Star' são
caracterizadas como frutos não climatéricos. Embora, segundo os mesmos autores,
ainda existam contradições a respeito do padrão respiratório destes frutos.
Entretanto, neste experimento, a razão para o incremento nos teores de SST,
supostamente, deve-se à desidratação parcial destes frutos durante o período de
amadurecimento, concentrando, portanto, o conteúdo celular. Os maiores
incrementos foram detectados nos frutos-controle, já aos 36 dias de AR,
comprovando sua alta atividade metabólica em relação aos demais tratamentos. Os
frutos acondicionados nas embalagens de 10 mm apresentaram-se com os menores
teores de SST ao final do experimento, demonstrando diminuição na velocidade do
metabolismo, aparentando estádio menos avançado de amadurecimento. Estes dados
são concordantes com Souza et al. (2002) e Yamashita et al. (2002), onde a
diminuição na atividade metabólica dos frutos embalados se deve à modificação
atmosférica no interior das embalagens, proporcionando contenção nos teores de
SST.
A ATT das carambolas cv. 'Golden Star', nos diferentes tratamentos, apresentou
tendência de diminuição no decorrer do AR e simulação de comercialização
(Figura_2). Segundo Yamashita et al. (2002), a maior parte dos frutos apresenta
decréscimos nos níveis de ATT ao longo do amadurecimento. No entanto, neste
trabalho, percebeu-se que este declínio ocorreu de maneira menos acentuada nos
frutos em AM. Este comportamento indica que houve retenção no metabolismo de
transformação dos ácidos orgânicos pelo uso das embalagens. Os frutos
acondicionados nas embalagens de PEBD de 10 mm foram os que apresentaram os
maiores níveis de ATT ao final do experimento, pressupondo-se um estádio menos
avançado de amadurecimento. Ben-Arie & Zutkhi (1992) descrevem que, em
caquis da cv. Fuyu, embalados em sacos de PEBD, é possível constatar que a
contenção da diminuição dos teores de ATT está diretamente relacionada com a
melhor conservabilidade. No entanto, Antoniolli et al. (2002), trabalhando com
caquis cv. Giombo, Yamashita et al. (2001), trabalhando com mangas cv. 'Tommy
Atkins', e Moura et al. (1997), trabalhando com caquis cv. Taubaté, não
observaram influência da AM na manutenção dos níveis de AT dos frutos. Já
Yamashita et al. (2002), trabalhando com atemoyas cv. PR3, mantiveram
constantes os níveis de AT dos frutos durante o AR e em condições ambiente
através do uso de filmes plástico de PEBD. Deste modo, condiciona-se o efeito
da AM, em relação à ATT, ao tipo de filme utilizado, sua permeabilidade, bem
como ao tipo de fruto embalado e suas características individuais.
Ao final do experimento, os frutos acondicionados nas embalagens de 10 mm
apresentaram os melhores índices de preferência frente aos julgadores (Figura
3). Isto comprova que os melhores resultados obtidos nas análises físico-
químicas convergem para o mesmo tratamento escolhido pelos julgadores na
análise sensorial. Já os frutos acondicionados nas embalagens de 15 mm, pelo
avançado estado de fermentação dos frutos, e os frutos-controle, pelo adiantado
estádio de amadurecimento, induziram os julgadores à rejeição destes frutos.
Deste modo, fica evidenciada a eficácia da embalagem de PEBD, quando
corretamente projetada (Mosca et al., 1999), na manutenção da qualidade dos
frutos, bem como no prolongamento da vida útil (Kader, 1992).
CONCLUSÕES
A utilização da embalagem de polietileno de baixa densidade, com 10 mm de
espessura, em carambolas cv. 'Golden Star', permite um período seguro de 45
dias de AR, com adequada manutenção dos atributos físico-químicos e sensoriais.