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BrBRCVAg0100-29452004000100051

BrBRCVAg0100-29452004000100051

variedadeBr
Country of publicationBR
colégioLife Sciences
Great areaAgricultural Sciences
ISSN0100-2945
ano2004
Issue0001
Article number00051

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Influência da proteção do enxerto na produção de mudas de abacate COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA PROPAGAÇÃO

Influência da proteção do enxerto na produção de mudas de abacate1

Protection of the graft in the production of avocado nut nursery trees

Ubirajara Ribeiro Mindêllo NetoI; André Nunes Loula TorresII; Elcio HiranoI; Alvadi Antônio Balbinot JúniorII; Irineu Osni BreyIII; Eduardo PetersIII IEng. Agr. M.Sc. Embrapa Transferência de Tecnologia/SNT Canoinhas, Rod. BR.

280, km 219, Caixa Postal 317, CEP 89 460-000, Canoinhas-SC, Fone: (47) 624- 0127; ubirajara.encan@embrapa.br, elciohirano.encan@embrapa.br IIEng. Agr. M.Sc. Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina/Epagri-Estação Experimental de Canoinhas. Rod. BR. 280, km 219, Caixa Postal 216, CEP 89 460-000, Canoinhas-SC, Fone: (47) 624-1079, antorres@epagri.rct-sc.br, balbinot@epagri.rct-sc.br IIITécnico Agrícola, Embrapa Transferência de Tecnologia/SNT Canoinhas, Rod.

BR. 280, km 219, Caixa Postal 317, CEP 89 460-000, Canoinhas-SC, Fone: (47) 624-0127, eduardo.encan@embrapa.br, irineu@netnorte.com.br

O método tradicional de proteção do enxerto utilizado na produção de mudas de abacate é baseado na utilização de sacos de polietileno transparente, os quais são colocados de boca para baixo, envolvendo o enxerto, com a extremidade amarrada ao caule no porta-enxerto, formando uma câmara úmida ao redor do garfo enxertado, protegendo o enxerto contra perda excessiva de água (Simão, 1998).

Segundo Koller (1984), o saco de polietileno, usado para cobrir o enxerto, tem a finalidade de conservar a umidade do ar, evitando a desidratação do garfo, sem impedir as trocas gasosas de O2e CO2, importantes para o pegamento do enxerto. Outros materiais podem ser usados para a proteção do enxerto, como, por exemplo, parafilme. O parafilme constitui-se num plástico especial, bastante flexível, maleável e biodegradável, não necessitando ser retirado (Jacomino et al., 2000).

Em roseiras, Davies Junior et al. (1986) obtiveram bons resultados quando empregaram o parafilme na enxertia. Em adição, Jacomino et al. (2000), trabalhando com abacateiro cv. Fortuna, observaram que o parafilme apresentou melhores resultados de proteção do enxerto, quando comparado com saco de polietileno. Martin & Bergh (1991), utilizando o parafilme como proteção do enxerto na cv.Hass, constataram, depois de 10 semanas da enxertia, comprimento de brotações em torno de 11,6 cm e, sem parafilme, comprimento de 6,1 cm.

O objetivo deste trabalho foi verificar o efeito dos tipos de proteção do enxerto na produção de mudas de abacate, disponibilizando alternativas de tecnologia a viveiristas e produtores.

O trabalho foi desenvolvido em casa de vegetação da EMBRAPA Transferência de Tecnologia/SNT, Canoinhas-SC. As sementes utilizadas na produção dos porta- enxertos de abacate foram coletadas em frutos maduros da cv. Fuerte. Efetuou-se a remoção do endocarpo para facilitar a germinação, e para prevenir a infestação das sementes por agentes patogênicos, utilizou-se o produto comercial "Captan" a 0,25%, aplicado em aspersão. Em seguida, as sementes foram acondicionadas em areia esterilizada, dentro de bandejas plásticas, as quais apresentavam quatro furos na parte inferior, e colocadas em fitotron, a temperatura de 25 ºC ± 2 ºC e umidade relativa do ar em torno de 72%, para acelerar a germinação. No interior do fitotron, as bandejas plásticas que continham as sementes de abacate, foram colocadas em bandejas de alumínio.

Colocou-se água até a metade nas bandejas de alumínio para acelerar a hidratação das sementes.

A semeadura foi realizada em setembro, com a base da semente para baixo, enterrada à profundidade de 2 cm. Após 16 dias, as sementes germinadas no fitotron foram colocadas em sacos de polietileno de cor preta, com dimensões de 29 x 24 cm contendo a mistura de 1/3 de substrato comercial "plantmax", 1/3 de material da camada superficial (10cm) de um CAMBISSOLO HÁPLICO tb Distrófico típico (Embrapa, 1999) e 1/3 de argila. Os sacos foram mantidos em casa de vegetação com temperatura e umidade relativa do ar de 27º e 70%, respectivamente.

A enxertia da cultivar Herculano foi realizada em dezembro, quando as mudas apresentavam casca de coloração roxa, diâmetro do caule de 1 cm e altura de 35 cm, utilizando o método de enxertia por garfagem no topo em fenda cheia. Foram utilizados garfos de ramos ponteiros semi-herbáceos, com 15 cm de comprimento e com ausência de medula branca, que é um tecido esponjoso branco que dificulta a soldadura dos tecidos do enxerto com os do porta-enxerto. Foi feito um corte horizontal no porta-enxerto a uma altura de 10 cm do nível do substrato e, posteriormente, com um canivete de enxertia, efetuou-se um corte longitudinal, abrindo-se uma fenda em forma de cunha, onde foi introduzido o garfo e depois amarrado no ponto de enxertia com parafilme. A enxertia foi realizada somente por um enxertador, para que não ocorresse variação nos resultados.

Para a proteção do enxerto, foram utilizados sacos de polietileno e parafilme.

O saco de polietileno, com dimensões de 4 x 23 cm, foi colocado, cobrindo o enxerto, e amarrado com fitilho ao porta-enxerto abaixo do ponto de enxertia, formando um ambiente com alta umidade ar, contribuindo para o pegamento do enxerto. O saco de polietileno foi retirado após o início da brotação. O parafilme foi aplicado, em espiral, do ponto de enxertia até a parte apical do enxerto, envolvendo todo o garfo.

As determinações foram realizadas cinco meses após a enxertia, sendo avaliadas as seguintes características: pegamento do enxerto; dado em percentagem, comprimento de brotações, por planta, deteminado com régua, e diâmetro de brotações, determinado com paquímetro.

Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado, com dois tratamentos (T1:proteção do enxerto com saco de polietileno, e T2: proteção do enxerto com parafilme), com seis repetições. Cada unidade experimental foi composta por cinco plantas. Os dados coletados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. Os dados de pegamento do enxerto foram transformados em arc-sen .

Não ocorreram diferenças significativas no pegamento do enxerto (Tabela_1); entretanto, observa-se que, quando utilizamos o parafilme na proteção dos garfos de abacate, ocorreu um aumento no percentual de pegamento, comparado à proteção com o saco de polietileno. Neste sentido, os resultados obtidos neste experimento estão de acordo com as observações feitas por Davies Junior et al.

(1986), considerando o parafilme um bom material de proteção do enxerto na propagação de mudas de abacate e também evidencia uma concordância com os obtidos por Jacomino et al. (2000) que, utilizando diferentes proteções do enxerto em mudas de abacateiro, verificaram pegamentos do enxerto na ordem de 80,26% quando utilizado o parafilme para proteção do garfo, enquanto, utilizando saco de polietileno, o pegamento caiu para 36,19%.

O comprimento e o diâmetro das brotações alcançaram os melhores resultados quando foi usado o parafilme como proteção do enxerto em comparação ao saco de polietileno (Tabela_1). Jacomino et al. (2000) também verificaram que o uso de parafilme proporciona maior diâmetro de brotações; entretanto, o comprimento de brotações diminuiu quando utilizado o parafilme como proteção do enxerto.

Contudo, no presente trabalho, os resultados estão de acordo Martin & Bergh (1991) que, em experimento realizado na Califórnia com a cv.Hass, verificaram que o uso de parafilme aumentou o comprimento de brotações.

Concluímos que o parafilme foi o melhor método de proteção do enxerto comparado com o saco de polietileno na propagação de mudas de abacate. A utilização de parafilme para a proteção do enxerto pode ser vantajosa para o viveirista e o produtor, pois proporcionou maior quantidade de pegamento da enxertia comparado com o método usual.


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