Home   |   Structure   |   Research   |   Resources   |   Members   |   Training   |   Activities   |   Contact

EN | PT

BrBRCVHe0034-71672005000100012

BrBRCVHe0034-71672005000100012

variedadeBr
ano2005
fonteScielo

O script do Java parece estar desligado, ou então houve um erro de comunicação. Ligue o script do Java para mais opções de representação.

Avaliação dos serviços de enfermagem: identificação dos critérios de processo dos programas de acreditação hospitalar PESQUISA

Avaliação dos serviços de enfermagem: identificação dos critérios de processo dos programas de acreditação hospitalar

Nursing service assessment: identification of process criteria in hospital accreditation programs

Evaluación de los servicios de enfermería: identificación los criterios de proceso en los programas de acreditación hospitalar

Isabel Cristina Kowal Olm CunhaI; Liliane Bauer FeldmanII IEnfermeira. Doutora em Saúde Pública. Professora Adjunto do Departamento de Enfermagem da UNIFESP. icris@denf.epm.br IIEnfermeira. Mestre em Ciências da Saúde. Diretora da Saúde Brasil RC Profissional. Tesoureira ABEn-SP(Gestão 2004-2007). Integrante do GEPAG - Grupo de Ensino e Pesquisa em Administração dos Serviços de Saúde e Gerenciamento de Enfermagem da UNIFESP. lilibf@terra.com.br

1. INTRODUÇÃO No âmbito da avaliação da qualidade de instituições de saúde três aspectos são identificados à estrutura, o processo e os resultados(1). Os critérios de processos relacionam-se as atividades desenvolvidas entre os profissionais de saúde e os pacientes, tais como aspectos éticos e a assistência realizada.

Assim, conceitua-se processo como um conjunto de atividades de trabalho inter- relacionadas que se caracteriza por requerer certos insumos e tarefas particulares, implicando um valor agregado com vistas a obter certos resultados visando a qualidade na assistência(1,2).

O Ministério da Saúde vem desde meados de 1989 desenvolvendo e implementando a publicação de normas e portarias, e recentemente a criação da Organização Nacional de Acreditação ONA. Esta organização criada em maio de 1999 é o órgão regulador e credenciador do desenvolvimento da melhoria da qualidade da assistência a saúde nacional e contém um Programa de Padrões descritos no manual que certifica, através das empresas credenciadas, as instituições de saúde que atingem os níveis de qualidade propostos ou em conformidade. O manual contém três níveis de padrões e utiliza a descrição de critérios para serem avaliados ou verificados durante a visita dos avaliadores na instituição(3-6).

Na avaliação dos serviços de enfermagem habitualmente os aspectos pontuados pelos programas, partem de dados sobre quantidade de pessoal de enfermagem em relação ao número de leitos, à titulação ou à inserção no Conselho Regional de Enfermagem ou as anotações no relatório do prontuário do paciente, como se estes critérios fossem suficientes para a avaliação da qualidade assistencial.

Ao pesquisar a literatura verificamos escassez de bibliografia sobre avaliação institucional ou acreditação e pouca sobre critérios ou indicadores de avaliações de serviços de saúde.

Este artigo que é parte do estudo que resultou na dissertação de mestrado(7) apresentada em 2002, teve a finalidade de contribuir para a construção dos modelos de avaliação da qualidade institucional e reforçar a importância da participação da enfermagem neste processo. Assim, o objetivo foi identificar os critérios de avaliação de Processo aplicados aos serviços de enfermagem adotados nos modelos de avaliação institucionais dos Programas de Acreditação e classificá-los segundo as áreas de atividades: administrativa, assistencial, ensino/pesquisa.

2. MÉTODO O estudo foi exploratório, descritivo e com abordagem estatística quantitativa.

Os dados foram obtidos a partir de 8 modelos de avaliação institucional, adotados por 7 empresas credenciadas pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). Apenas uma das empresas participantes deste estudo utiliza dois modelos de avaliação distintos. A população pesquisada foi o conteúdo do manual de cada empresa credenciada. Os dados foram coletados pela pesquisadora no período de outubro de 1999 a março de 2002 através de questionário construído para este fim. Foram obedecidos os aspectos éticos e de consentimento da empresa para uso dos dados. Após a identificação e o consentimento da empresa para utilização dos dados, os modelos recebidos foram categorizadas em três grupos: Grupo A: Modelos das empresas que utilizam exclusivamente o Manual de Avaliação proposto pela ONA; Grupo B: Modelos das empresas que modificaram o Manual proposto pela ONA, acrescentando critérios próprios para a avaliação e o Grupo C: Modelos das empresas que utilizam manuais diferentes da ONA com critérios próprios para avaliação.

Os modelos foram codificados numericamente de 1 a 8, conforme a ordem de chegada. Após a leitura do material, foram extraídos os critérios de processo utilizados para o julgamento da atividade de enfermagem. Os dados foram apresentados segundo os grupos (A, B e C) e conforme os modelos de avaliação (1 a 8). Os critérios foram subdivididos em: assistencial, administrativo ou gerencial e ensino/pesquisa e agrupados segundo o entendimento da pesquisadora e da orientadora. Os dados analisados foram apresentados em tabelas e quadros.

3. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram identificados 79 critérios de processo para avaliação dos serviços de enfermagem nos 8 manuais estudados. A apresentação dos critérios de avaliação do SE agrupados e categorizados estão na Tabela_1.

O Processo Administrativo apresenta um critério pertencente ao grupo B e C e dois critérios pertencentes ao grupo A e C; do total de 32 (40,50%) critérios.

O Processo Ensino/Pesquisa apresenta um critério pertencente ao grupo A e C de um total de 15 critérios identificados.O grupo B apresenta 14 (17,72%) do total de 79 critérios identificados de avaliação dos serviços de enfermagem. A atribuição ensino / pesquisa descreve 15 critérios e destes apenas 1 está no grupo A e 1 no grupo B.

Nos manuais de avaliação o padrão é a definição de expectativas, estruturas ou evidencias de desempenho que deve estar em perfeita harmonia na instituição de maneira que garanta a qualidade no atendimento, ou seja, cada padrão explicita sua importância e o que se estabelece como base para realização das atividades.São organizados por graus crescentes e correlacionados de maneira que se busque níveis de qualidade superior.

Os critérios são itens pontuais ou fontes de informações onde o avaliador possa coletar ou verificar os dados, tais como: documentos do hospital, prontuários dos pacientes, registros em relatórios, entrevistas com as chefias, funcionários, clientes e familiares, controle de desempenho, programa de orientações de enfermagem aos pacientes, implantação da sistematização e outros.

Os padrões normativos derivam de fontes que fixam, de forma legitima, as normas de conhecimento e a prática assistencial predominante, ou seja, por livros, publicações, grupos de estudos ou pesquisadores. Portanto a qualidade da assistência e os valores utilizados para avalia-la estão incorporados nos critérios e padrões estabelecidos para efetuar o processo avaliativo(8).

Considera-se critérios de processo todas as atividades desenvolvidas entre os profissionais de saúde e os pacientes, pois é sobre essas relações que se obtém o resultado da assistência e de onde se retira a base para a valoração da qualidade. Entre outros fatores no processo aparecem aspectos éticos e da relação médico/profissional/equipe de saúde/paciente. De certa forma, tudo o que diz respeito ao tratamento diretamente e no momento em que ele está ocorrendo pode ser considerado como processo(1,5). Assim, estão apresentados em quadros os critérios assistenciais, administrativos, ensino e pesquisa identificados.

O Quadro_1 apresenta 32 critérios de avaliação identificados em relação ao processo assistencial. O Grupo C tem predomínio com 23 critérios, sobre os demais. A descrição dos critérios do Grupo C enfatizam mais procedimentos voltados para os pacientes, tais como registros no prontuário, orientação a gestantes, monitoria do desempenho de profissionais e da qualidade, normas sobre CCIH. Nos Grupos A e B estes aparecem com menos especialidade e reduzida quantidade de critérios.

No quadro a seguir estão identificados os critérios de processos administrativos.

Em relação ao Processo Administrativo foram identificados 32 critérios (40,50%) do total de 79. O Grupo A descreve tarefas e ações mais detalhadas como registros no prontuário completos, legíveis e assinados, grupos de trabalho para a melhoria dos processos, bem como a participação do enfermeiro na elaboração do programa de cirurgias, prevendo os recursos necessários. Os critérios do Grupo B chamam a atenção, para que o avaliador; durante a visita, "verifique" determinados procedimentos e ações.

A qualidade depende do desempenho das pessoas e das estruturas, sistema ou processos e dos recursos disponíveis para respaldar esse desempenho (9). Assim discutir qualidade enquanto produto do trabalho das pessoas significa compreender as pessoas e suas percepções a respeito dos fenômenos organizacionais, buscando valoriza-las e envolve-las no processo de mudança para a melhoria da qualidade dos serviços(8).

Em relação ao Processo Ensino e Pesquisa foram identificados 15 critérios. O grupo C se destaca por apresentar 13, do total de 15 critérios deste quadro. Um dos únicos critérios que cita o serviço de enfermagem esta no grupo B e descreve a tarefa de avaliação voltada a satisfação do cliente. O outro critério que menciona o SE corresponde ao grupo A e C concomitantemente e indica as atividades de educação continuada baseada nas necessidades assistenciais com programação e treinamento neste serviço.

É necessário identificar e implantar métodos eficazes de multiplicação do treinamento de pessoal com o objetivo de melhorar a satisfação do atendimento (8). Existe nas pessoas uma dinâmica com forças necessárias para o seu desenvolvimento, bastando que para isso seja convenientemente estimulada(11).

Para isto alcançar a qualidade junto com o encontro das necessidades dos pacientes é possível se o pessoal estiver conscientizado e tiver adquirido o desenvolvimento requerido(8,11). Isto é o que constitui a busca, aquisição, reflexão e atualização dos conhecimentos individuais e coletivos prático, teórico e acadêmico.

4. CONCLUSÃO Identificamos 79 critérios de avaliação dos serviços de enfermagem categorizados em Processo. Destes, 32 foram selecionados a atribuições assistenciais, 32 administrativas e 15 ensino e pesquisa.

Quadro_2

O grupo A no Processo de atribuições administrativas, descreve ações detalhadas como registro no prontuário completo, legível e assinado; grupos de trabalho para a melhoria dos processos, bem como a participação do enfermeiro na elaboração do programa de cirurgias, prevendo os recursos necessários. Os critérios do grupo B são mais explícitos em sua descrição solicitando ao avaliador durante a visita de avaliação para o Processo de Acreditação, "verifique a existência, verificar a participação, constatar a presença" das ações e tarefas que são realizadas na instituição.

O Serviço de Enfermagem é avaliado com destaque no grupo C nos três aspectos; administrativos, assistenciais e ensino/pesquisa. Destaca-se a pouca quantidade de critérios assistenciais e ensino pesquisa nos grupos A e B, indicando que esta avaliação da qualidade ainda necessita de ajustes; ou seja, reflexão e acréscimo de critérios para que se possa obter uma mensuração mais precisa da prestação do cuidado.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Na etapa de seleção dos critérios de avaliação do serviço de enfermagem, encontramos dificuldade uma vez que a literatura não dispõe de instrumentos desta classificação. Alguns poucos artigos e estudos sobre o trabalho administrativo do enfermeiro, a qualidade da assistência em UTI, às atribuições da enfermagem do trabalho, métodos de avaliação da assistência de enfermagem; nos auxiliaram nesta elucidação(12-15). Baseamo-nos na própria experiência de avaliação da pesquisadora, bem como nas reflexões e aconselhamentos da orientadora, para definir a posição dos critérios nas atribuições, da forma mais adequada.

Este ponto pretende-se oportunamente estar validando com a participação de especialistas na área em um trabalho a ser brevemente realizado.

Sabe-se que os critérios de avaliação em geral têm um movimento próprio, portanto deve ser flexível e capaz de se adequar às necessidades locais e regionais em cada estabelecimento de saúde, conseqüentemente pontuais o suficiente para responder aos padrões pré-estabelecidos. Reflexões, sugestões e críticas faz-se necessário constantemente para atender as propostas avaliatórias.

Quadro_3


transferir texto