Avaliação de uma cadeira de banho utilizada em ambiente hospitalar: uma
abordagem ergonômica
PESQUISA
Avaliação de uma cadeira de banho utilizada em ambiente hospitalar: uma
abordagem ergonômica
Assessment of a hospital bath chair: an ergonomic approach
Evaluación de un hinodoro utilizado en el ambiente hospitalario: un abordaje
ergonómico
Maria Estevam ComélioI; Neusa Maria Costa AlexandreII
IAluna do 4º. ano do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Ciências
Médicas da UNICAMP. mariliamac@hotmail.com
IIProfessora Associada do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Ciências
Médicas da UNICAMP
1. INTRODUÇÃO
O trabalho de enfermagem é caracterizado pela assistência prestada ao indivíduo
sadio ou doente, comunidade, atuando na prevenção de doenças, na promoção e
recuperação da saúde. Recentemente, têm se observado uma preocupação dos
profissionais de enfermagem com a própria saúde, buscando melhores condições de
vida e trabalho. Inúmeros estudos têm demonstrado que a equipe de enfermagem
apresenta uma elevada ocorrência de lesões músculo-esqueléticas, principalmente
as algias vertebrais(1-7). Essas lesões são causadas por diversos fatores
inter-relacionados, como o tipo de atividades ocupacionais associadas às
condições ergonômicas inadequadas(8,9).
Segundo Alexandre(10), "ergonomia é o estudo científico da relação entre o
homem e seu ambiente de trabalho", considerando os instrumentos utilizados
pelos trabalhadores como parte integrante do ambiente de trabalho. A ergonomia
tem como objetivo principal a satisfação das necessidades humanas no ambiente
de trabalho.
Guedes e Mauro(9) citam como riscos ergonômicos de enfermagem a movimentação e
o transporte de pacientes, posturas prolongadas e inadequadas, flexão freqüente
da coluna associada ao uso de equipa-mentos e mobiliário inadequados para os
usuários, entre outros. Relatam, ainda, que os distúrbios osteomusculares,
dentre eles as lesões vertebrais, "constituem um dos riscos que mais incidem
sobre os trabalhadores de enfermagem, na área hospitalar, reduzindo ou
impedindo suas atividades ocupacionais".
Algumas condições ergonômicas inadequadas encontradas em hospitais são a falta
de equipamentos auxiliares para a manipulação dos pacientes, a não manutenção
dos equipamentos existentes e a utilização de mobiliários improvisados, levando
os profissionais a assumirem posturas inadequadas para a realização de suas
atividades(8).
Estudos também indicam que a maioria dos acidentes de trabalho na enfermagem
que compromete a coluna ocorre durante o levantamento e a transferência de
pacientes(6,11-13).
Para Silva e Alexandre(14), a adoção de práticas seguras e ergonô-micas de
trabalho e o uso de materiais e equipamentos, auxiliam nas habilidades em
movimentação de pacientes. Pesquisas têm mostrado que equipamentos especiais e
adequados usados no transporte e movimentação dos pacientes podem diminuir o
esforço físico dos trabalhadores de enfermagem, reduzindo, conseqüentemente, o
risco de lesões e algias na coluna vertebral(3,7,15-17), além de satisfazerem
as necessidades de conforto e segurança dos pacientes. Um desses equipamentos é
a cadeira de banho.
No hospital de estudo, a cadeira de banho é utilizada rotineiramente nas
atividades de higiene corporal de pacientes, para facilitar o trabalho e
prevenir lesões nos trabalhadores de enfermagem. No entanto, durante as
atividades práticas realizadas no hospital, observou-se inúmeras dificuldades e
queixas relacionadas ao seu uso. Neste contexto, o presente estudo teve como
objetivo a avaliação ergonômica de uma cadeira de banho, utilizada pelos
trabalhadores de enfermagem de um hospital universitário em atividades de
higiene dos pacientes. Foi também avaliada a percepção do esforço dispendido,
em relação ao sistema osteomuscular, pelos técnicos e auxiliares de enfermagem
e a sensação de conforto e segurança pelos pacientes, após a utilização da
cadeira de banho.
2. METODOLOGIA
2.1 Descrição da cadeira de banho
A cadeira de banho avaliada apresenta estrutura de alumínio. Não possui apoio
de braço removível, sendo este fixo e sem altura ajustável. Como encosto,
possui apenas uma barra coberta por uma faixa de lona, que também é utilizada
para empurrar a cadeira. O assento é vazado, de material plástico. As rodas são
pequenas, de borracha, com travas. Possui como apoio para os pés apenas uma
barra estreita.
2.2 Campo de Pesquisa
A pesquisa foi realizada nas unidades de internação do quinto e sexto andares
de um hospital universitário. As unidades que fizeram parte dos andares
pesquisados foram Cardiologia, Pneumologia, Vascular, Hematologia,
Gastroclínica, Gastrocirurgia, Ortopedia, Traumatologia, Urologia, Nefrologia,
Neuroclínica, Neurocirurgia, Moléstias Infecciosas e Enfermaria Geral de
Adultos. Esses blocos foram selecionados por utilizarem a mesma cadeira de
banho nas atividades de higiene e por apresentarem uma grande demanda de banho
de aspersão com o auxílio da cadeira selecionada.
2.3 Descrição dos sujeitos
O presente estudo teve a participação de dois tipos de sujeitos: trabalhadores
de enfermagem e pacientes que utilizavam a cadeira de banho avaliada. Os
trabalhadores de enfermagem foram compostos por técnicos e auxiliares de
enfermagem das respectivas unidades selecionadas que utilizaram a cadeira de
banho como auxílio na higiene corporal dos pacientes. Para a seleção da
amostra, foram considerados os seguintes critérios de inclusão: estar
trabalhando no período de coleta dos dados, utilizar a cadeira de banho como
auxílio na higiene corporal dos pacientes e aceitar fazer parte da pesquisa.
Foram considerados critérios de exclusão: profissionais que estavam em licença
saúde ou outro tipo de afastamento administrativo.
Participaram também do estudo pacientes cujo critério de inclusão na pesquisa
foi a utilização da cadeira de banho no período de coleta dos dados e o
consentimento em participar da pesquisa. Foram excluídos da pesquisa os
pacientes que não utilizaram a cadeira de banho no período de coleta de dados e
pacientes com déficit cognitivo.
2.4 Instrumento de coleta de dados
Para a realização deste projeto a coleta de dados foi realizada através de
instrumentos desenvolvidos tendo como suporte teórico bibliografia sobre o tema
(5,14,18). Foram utilizados dois instrumentos distintos, sendo que um
instrumento foi destinado aos trabalhadores e o outro aos pacientes. Os dois
instrumentos foram submetidos à apreciação de quatro especialistas com
experiência na área para avaliação da validade do conteúdo, sendo uma
enfermeira Assessora de Recursos Materiais/Superintendência do hospital em
estudo; uma enfermeira Professora Associada do Departamento de Enfermagem da
universidade; um engenheiro de Infra-estrutura da instituição e uma enfermeira
da unidade de Cardiologia do hospital. Após a análise, foram elaboradas
sugestões quanto à adequação e clareza dos instrumentos. Foi também realizado
um piloto com trabalhadores e pacientes não envolvidos com a pesquisa com a
finalidade de verificar a adequação dos instrumentos à prática, familiarizar a
pesquisadora que coletou os dados com o instrumento, identificar o tempo gasto
e as possíveis dificuldades que poderiam estar presentes durante o processo.
2.4.1 Ficha dos trabalhadores
O instrumento conteve perguntas abertas e fechadas divididas em três partes
(Apêndice A).
a) Identificação e dados gerais: Contemplou questões demográficas e
ocupacionais dos trabalhadores das unidades selecionadas;
b) Avaliação ergonômica da cadeira de banho: Para a avaliação, foi desenvolvido
um instrumento específico para este estudo, tendo como suporte teórico
investigações sobre o tema(3,17,19,20). Foram também entrevistados
informalmente usuários do equipamento e consultados catálogos de materiais
hospitalares. Com esses dados foi possível construir uma listagem inicial
especificando localização de possíveis problemas nas diferentes partes e
acessórios do equipamento avaliado. Essa lista consta os seguintes itens:
encosto, assento, apoio para braços e pés, largura e altura da cadeira, rodas,
rodízios e peso;
c) Escala para esforço percebido: A avaliação dos níveis dos esforços que os
trabalhadores da área da saúde sentem durante a execução de atividades laborais
têm se mostrado um método efetivo para identificar e priorizar tensões
osteomusculares(1,2,5,21-23). Borg(24) desenvolveu e validou as escalas mais
utilizadas para determinar esforços percebidos durante o trabalho físico que
são respeitadas internacionalmente. No presente estudo utilizou-se uma escala
derivada da Escala CR 10 de Borg que tem sido usada especificamente em
pesquisas ergonômicas para a avaliação de transferências de pacientes(5,23,25).
Essa escala apresenta um escore de 0 a 10, sendo 0 significando nenhum esforço
e 10 esforço máximo. Os sujeitos classificaram o esforço sentido segundo o
indicador numérico logo após a utilização do equipamento avaliado.
2.4.2 Ficha dos pacientes
Para a coleta dos dados dos pacientes, aplicou-se um instrumento, também, com
três partes (Apêndice B).
a) Identificação pessoal e dados gerais: Composto por questões de identificação
pessoal e dados gerais do paciente;
b) Escala para avaliar a sensação de conforto: Para verificar a percepção dos
pacientes em relação ao conforto proporcionado pela cadeira de banho durante
sua utilização, foi usada uma escala que tem escores que variam de 0 a 7 (0 =
muito confortável e 7= extremamente desconfortável). Essa escala tem sido usada
e avaliada em estudos ergonômicos que avaliam procedimentos relacionados à
manipulação de pacientes (1,5). Foi adicionada uma questão aberta para que o
usuário pudesse justificar sua escolha com o objetivo de fornecer subsídios
para possíveis reformulações do equipamento.
c) Escala para avaliar a sensação de segurança: A avaliação da sensação de
segurança também foi analisada por meio de uma escala com valores numéricos
variando de 0 a 7, sendo que 0 significa muito seguro e 7 extremamente
inseguro. Estudos utilizando uma abordagem ergonômica também têm usado essa
escala(1,5). Foi também colocado um espaço para que o cliente pudesse
justificar sua resposta.
2.5 Coleta de dados
A coleta de dados foi realizada por uma das pesquisadoras durante um período de
trinta dias, nos turnos da manhã e tarde. Optou-se pela observação estruturada
e entrevista no local de trabalho. Cada participante foi entrevistado uma única
vez. Entrevistou-se os trabalhadores e pacientes logo após a utilização da
cadeira.
2.6 Análise dos dados
Os dados obtidos por meio das questões abertas foram analisados manualmente de
forma descritiva. Os resultados obtidos através da avaliação ergonômica foram
separados por categorias de acordo com os problemas referidos, transferidos
para uma planilha, e analisados tendo como suporte o Serviço de Estatística da
Comissão de Pesquisa da Instituição. A análise das escalas de esforço
percebido, sensação de segurança e conforto foi realizada através do cálculo
das médias de cada escala.
2.7 Aspectos éticos da pesquisa
O projeto obteve parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa da
instituição, sob parecer nº 232/2003. Os sujeitos que aceitaram participar da
pesquisa assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido.
3. RESULTADOS
3.1 Caracterização dos sujeitos
3.1.1 Trabalhadores
Entrevistou-se um total de 21 trabalhadores de enfermagem, sendo 12
trabalhadores do sexo feminino e nove do sexo masculino. Em relação a categoria
profissional, 17 eram técnicos de enfermagem e quatro eram auxiliares. A média
de idade dos trabalhadores entrevistados foi de 32 anos de idade. Em relação ao
tempo de trabalho na unidade, a média foi de aproximadamente quatro anos e dez
meses.
3.1.2 Pacientes
Participaram da entrevista 21 pacientes, sendo sete do sexo feminino e quatorze
do sexo masculino. A média de idade dos pacientes entrevis-tados foi de 55
anos. Com relação ao número de vezes que utilizou a cadeira, a média foi de
13,7.
3.2 Avaliação realizada pelos trabalhadores
3.2.1 Avaliação ergonômica da cadeira de banho
Por ser aberta, esta questão proporcionou aos entrevistados a oportunidade de
relatar suas opiniões sobre os problemas considerados na avaliação da cadeira.
Os problemas ergonômicos relatados foram separados por categorias e colocados
no Quadro_1.
Com relação ao peso, somente uma pessoa considerou a cadeira pesada.
3.2.2 Escala de avaliação do esforço percebido
A análise da avaliação do esforço percebido foi realizada por meio do cálculo
de indicadores numéricos assinalados pelos trabalhadores de enfermagem,
obtendo-se, dessa forma, a média. A escala possuía um escore de 0 a 10, sendo 0
nenhum esforço e 10 máximo esforço. A média final foi 8,33.
3.3 Avaliação realizada pelos pacientes
3.3.1 Escala de avaliação da sensação de conforto
Para a análise da sensação de conforto foi calculada a média dos números
indicados. A escala tinha escores de 0 a 7, sendo 0 muito confortável e 7
extremamente desconfortável. A média foi 2,5.
3.3.2 Escala de avaliação da sensação de segurança
A análise da sensação de segurança também foi feita pelo cálculo da média. A
escala possuía escore de 0 a 7 (0 = muito seguro e 7 = extremamente inseguro).
A média foi 2,9.
4. DISCUSSÃO
4.1 Trabalhadores
O objetivo deste estudo foi realizar uma avaliação ergonômica de uma cadeira de
banho por meio de um levantamento de problemas em seus acessórios e da
aplicação de uma escala para avaliar o esforço percebido pelo trabalhador ao
manipular a cadeira. Para tanto, entrevistou-se um total de 21 trabalhadores de
enfermagem, que demonstraram grande tempo de experiência no local avaliado
(quatro anos e dez meses).
A avaliação ergonômica evidenciou problemas em todos os acessórios avaliados.
Com relação à superfície de encosto, o material foi considerado inadequado, não
proporcionando segurança e apoio, pelo fato de não cobrir toda a região dorsal
do paciente. Devido ser frágil e constituído de uma pequena faixa de lona, pode
lesar a pele, causar quedas e desconforto para os pacientes. De acordo com a
National Back Pain Association(26), o encosto deve ser forrado. Na região
posterior do equipamento deve haver um acessório de apoio para as mãos e para a
manipulação da cadeira pela equipe de enfermagem, facilitando a movimentação do
equipamento. Ressalta-se que a cadeira avaliada não tem um local próprio para
ser manejada, utilizando-se assim a própria superfície de encosto.
A avaliação do assento identificou, em primeiro lugar, a fragilidade do
material plástico. Relatou-se também problemas com o tipo de material, sendo
duro e não acolchoado, provocando lesão em pele de pacientes. Por apresentar um
único tamanho e ser fixo, pode ser inadequado para pacientes de diferentes
biotipos, por exemplo, obesos. A National Back Pain Association(26) também
recomenda que o assento seja em forma de ferradura para possibilitar ao
paciente sua própria higienizacão, ou em forma oval ou redondo com um orifício
no meio para ajustar ao vaso sanitário. O assento perfurado ergonomicamente
facilita a higiene íntima(17). Deve ser amplo e profundo o suficiente para
adequar-se a pacientes adultos sentados. Assentos largos e resistentes podem
ser necessários para pacientes obesos.
O descanso para os braços e o apoio para os pés foram considerados inseguros e
desconfortáveis, por serem estreitos e constituídos de uma única estrutura
tubular sem acolchoado. Além disso, não são removíveis ou móveis, o que
dificulta a transferência do paciente. Recomenda-se que o descanso para os
braços seja removível ou possua uma dobradiça para facilitar a transferência
lateral do paciente(26).
Com relação à largura da cadeira, foi relatado ser estreita e não regulável,
restringindo o seu uso a pacientes com biotipo padrão. A altura da cadeira foi
considerada baixa além de não ser regulável.
A avaliação das rodas e rodízios evidenciou problemas relativos à dificuldade
de movimentação e à inadequação e insegurança dos mesmos. Por serem
constituídos de material frágil, muitas vezes não suportam o peso do paciente,
provocando acidentes e necessitando, por parte do trabalhador, um maior esforço
para a movimentação do paciente. Outro aspecto levantado foi a falta de travas
nas rodas. Na realidade, o modelo da cadeira de banho avaliada possui travas.
No entanto, a falta de manutenção e a fragilidade do material provocam danos e
prejudica o adequado funcionamento das travas. Segundo a National Back Pain
Association(26), a cadeira deve possuir quatro rodas, cada qual com uma trava,
ser de material não derrapante e possibilitar a fácil movimentação do
equipamento. Grande parte dos trabalhadores relatou a falta de manutenção da
cadeira, o que afeta o seu funcionamento e de seus acessórios.
Com relação ao esforço percebido pela equipe de enfermagem, verificou-se uma
média foi de 8,33, o que indica um alto nível de esforço dispendido na
manipulação da cadeira. Um estudo americano que utilizou a mesma escala,
avaliou o esforço percebido durante a transferência de pacientes da cama para a
cadeira de rodas, utilizando um elevador de transferência. Neste estudo, a
média obtida de esforço percebido relatado pelos trabalhadores foi de 2,47(5).
Comparando-se os resultados encontrados nos dois estudos (8,33 e 2,47),
observa-se a grande diferença de valores, demonstrando o quanto a cadeira é
ergonomicamente inadequada.
4.2 Pacientes
Entrevistou-se um total de 21 pacientes com o objetivo de avaliar as sensações
de conforto e segurança sentidas pelo paciente ao utilizar a cadeira de banho
selecionada. As médias obtidas na avaliação do conforto e segurança estiveram
próximas e indicam um nível razoável de conforto e segurança (2,5 e 2,9,
respectivamente). Um estudo americano que utilizou as mesmas escalas durante a
transferência de pacientes da cama para a cadeira de rodas, utilizando um
elevador de transferência, obteve médias de 0,75 para conforto e 1,16 para
segurança(5). Comparando-se os dois estudos, verifica-se uma pequena diferença
de valores. No entanto, durante a pesquisa observou-se informalmente um certo
receio por parte dos pacientes em relatarem o que realmente estavam sentindo.
Isso pode ser explicado talvez pelas características desses pacientes, que
geralmente são de classes sociais menos favorecidas, possuindo baixa
escolaridade, além de referirem estarem utilizando um serviço sem pagar
diretamente por ele.
Outro aspecto analisado foi o tempo de uso da cadeira, onde a maioria dos
pacientes não a utilizava rotineiramente, o que pode não ter evidenciado na
íntegra a real percepção de conforto e segurança por parte dos pacientes.
Portanto, sugere-se a aplicação desse instrumento de avaliação em pacientes que
utilizam esse equipamento de forma rotineira em suas atividades de higiene ou
mesmo àqueles que são dependentes da cadeira.
Dessa forma, considera-se fundamental o papel da enfermeira na avaliação de
equipamentos, bem como na orientação dos clientes quanto à seleção e compra dos
mesmos. Tendo como suporte literatura sobre o tema e os resultados do presente
estudo, foi possível elaborar os seguintes subsídios ergonômicos para nortear
as enfermeiras durante o processo de seleção, compra e avaliação de cadeiras de
banho:
Encosto: deve apoiar toda a região dorsal; ser constituído de material
confortável e seguro; possuir local próprio para manipulação do equipamento.
Assento: possuir orifício anatômico para facilitar higiene; ser constituído
de material acolchoado.
Descanso para os braços: deve ser removível e acolchoado.
Apoio para os pés: deve ser ajustável e móvel para permitir que o paciente
apóie os pés no chão ao levantar.
Altura: deve ser ajustável.
Rodas e rodízios: possuir travas; ser de material resistente, anti-
derrapante, possibilitando a fácil movimentação do equipamento.
Deve ser de material adequado, leve e à prova d'água.
As cadeiras devem ser de diferentes tamanhos e modelos para adequarem-se aos
biotipos dos pacientes.
5. CONCLUSÃO
O presente estudo verificou que uma cadeira de banho utilizada rotineiramente
pelos trabalhadores de enfermagem de um hospital apresenta inúmeros problemas
ergonômicos em todos os seus acessórios. Verificou-se também a falta de
manutenção periódica do equipamento, o que dificulta ainda mais a sua
manipulação. Os trabalhadores de enfermagem também perceberam um alto nível de
esforço (8,33) em relação ao comprometimento do sistema osteomuscular durante a
utilização da cadeira.