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BrBRCVHe0047-20852015000300247

BrBRCVHe0047-20852015000300247

variedadeBr
Country of publicationBR
colégioLife Sciences
Great areaHealth Sciences
ISSN0047-2085
ano2015
Issue0003
Article number00247

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Adaptação transcultural do Questionário sobre Conhecimento de Doenças Sexualmente Transmissíveis para o português brasileiro INTRODUÇÃO As doenças sexualmente transmissíveis (DST) são um dos problemas de saúde pública mais frequentes no mundo. No Brasil, as estimativas de casos de infecções por transmissão sexual, na população sexualmente ativa para 2014, foram de 937.000 para sífilis, 1.541.800 para gonorreia, 1.967.200 para clamídia, 640.900 para herpes genital e 685.400 para papilomavírus humano (HPV)1.

Medir o conhecimento que uma pessoa detém sobre as DST é essencial para a elaboração de intervenções. A falta desse conhecimento é considerada fundamental para a aquisição de uma DST, segundo as teorias comportamentais, que afiram que o conhecimento do problema de saúde é um determinante modificável para aquisição da doença2-5.

No entanto, a maioria dos instrumentos avalia o comportamento de risco para aquisição de uma DST, e não o conhecimento sobre esse tema. No site Measurement Instrument Database for the Social Sciences (MIDSS)6, que hospeda mais de 500 instrumentos validados, apenas dois instrumentos avaliam o conhecimento a respeito das DST, o General Sexual Knowledge Questionnaire (QSKQ)7 e o Questionário sobre Conhecimento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (STD- KQ)2.

O QSKQ avalia o conhecimento sobre anatomia e fisiologia humana, relação sexual, gravidez, contracepção, sexualidade e DST7. O instrumento não é autoaplicável e as questões são abertas. Dos 110 itens, apenas oito avaliam o conhecimento sobre as DST, sendo quatro sobre o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e sobre a síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids). Na questão sobre como evitar o HIV/Aids, além do uso de preservativo e de agulhas esterilizadas, o instrumento considera como medida preventiva a realização de sexo sem penetração. Segundo o Ministério da Saúde, em algumas situações (cortes abertos na boca, úlceras, machucados, garganta inflamada e doenças nas gengivas), o sexo oral pode contribuir para a aquisição da infecção, por ser uma porta de entrada para o vírus8.

Diferente do primeiro instrumento, o STD-KQ foi desenvolvido especificamente para avaliar o conhecimento sobre as DST2. O questionário é formado por 28 itens sobre seis DST (gonorreia, clamídia, herpes genital, HPV, HIV/Aids e hepatite B). Os itens são afirmativos e as respostas são categorizadas em "verdadeiro", "falso" e "não sei", facilitando o preenchimento. Outra vantagem é que é autoaplicado, permitindo seu uso em um grande grupo de pessoas ao mesmo tempo e evitando a possibilidade de inibições ou constrangimentos. O instrumento apresenta grande aceitação no país de origem (Estados Unidos)9,10 e em outros países, sendo utilizado em estudos no Canadá11, Portugal12, Haiti13 e Nigéria14. O questionário também foi adaptado para outros idiomas como o francês15 e o português de Portugal16.

Além desses dois instrumentos, a Organização Mundial da Saúde desenvolveu o Illustrative Questionnaire for Interview-Surveys with Young People17, projetado para jovens púberes que ainda não começaram uma relação estável e apresenta apenas três itens de múltiplas escolhas sobre conhecimento de DST. Além disso, não foram encontrados estudos avaliando suas propriedades psicométricas.

Após analisar os três questionários disponíveis, o STD-KQ surgiu como a melhor alternativa para a finalidade proposta, por ser exclusivamente desenvolvido para medir o conhecimento sobre as DST, por avaliar um maior número de DST e por ser autoaplicado. Além disso, esse é o único questionário a analisar a transmissão vertical de algumas DST, as medidas de proteção e prevenção, como a vacinação, o papanicolau e o exame anti-HIV, além de avaliar mitos ou más informações sobre a transmissão.

Diversos estudos realizados no Brasil avaliaram o conhecimento sobre DST18-22.

No entanto, a comparação dos resultados fica prejudicada por causa das diferenças metodológicas. Entre essas diferenças está a falta de consenso sobre a forma de avaliar o desfecho. Alguns estudos avaliam o conhecimento por meio de um único valor de percentagem20 e outros avaliam o conhecimento individualmente para cada item do instrumento ou para tópicos específicos (prevenção, tratamento, transmissão)18,19,21. O desfecho ainda pode ser apresentado de forma qualitativa (ótimo, bom, insuficiente)22 e as perguntas podem ser abertas22 ou fechadas20. Nesse contexto, e para facilitar futuras investigações nessa área, este estudo teve como objetivo adaptar o STD-KQ para o português do Brasil, permitindo, assim, comparar os resultados de estudos realizados no Brasil e no exterior.

MÉTODOS Foi utilizado delineamento transversal. A coleta de dados ocorreu de julho de 2014 a março de 2015, com a prévia autorização do autor correspondente do questionário original. Após buscas nas bases científicas Lilacs e PubMed, no Portal Periódicos da Capes, na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações e o contato com o autor da versão original, não foram encontrados no Brasil artigos que tenham realizado a adaptação desse instrumento. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Rio Grande (CEPAS-FURG).

Descrição do Instrumento A versão original da escala STD-KQ Sexually Transmitted Disease Knowledge Questionnaire em inglês é escrita em inglês, autoaplicada e constituída por 27 itens. O objetivo é avaliar o conhecimento sobre as DST e foi elaborada com base nas cinco DST mais prevalentes nos Estados Unidos. Os estudantes universitários foram a população em que a escala foi validada. As respostas são categorizadas em "verdadeiro", "falso" e "não sei". Calcula-se o resultado final pelo somatório das respostas corretas, sendo o mínimo 0 e o máximo 282.

A respeito das propriedades psicométricas do questionário original, a consistência interna foi de 0,86, o teste-reteste apresentou correlação linear de r = 0,82, e o coeficiente de Pearson para a validade convergente com o HIV- KQ-1823 foi de 0,64 (p < 0,01). A sensibilidade a mudanças entre o resultado do pré-teste e o do pós-teste entre o grupo controle e o grupo intervenção foi significativa. Esse instrumento avalia quatro (80%) das cinco DST mais prevalentes no Brasil. A DST sífilis não é abordada nesse instrumento, visto não ser epidemiologicamente relevante nos Estados Unidos. Contudo, durante o processo de adaptação transcultural, essa DST poderá ser acrescentada, a fim de contemplar a situação epidemiológica brasileira.

Adaptação transcultural Foi utilizada a metodologia descrita por Reichenheim24, que aborda a equivalência conceitual e de itens, a equivalência semântica e a equivalência operacional.

A equivalência conceitual foi avaliada por meio de uma revisão bibliográfica dos artigos a respeito dos grupos participantes e da cultura do STD-KQ. Os autores desse estudo analisaram o instrumento e discutiram sobre a sua adaptação.

A equivalência semântica foi integrada por duas traduções independentes do inglês para o português (T1 e T2) e duas retraduções também independentes para o inglês (R1 e R2). As traduções foram efetuadas por dois bacharéis em Ciências Biológicas certificados como Independent user vantange pelo Test of English as a Foreign Language(TOEFL) e que executam pesquisas a respeito das DST mais de cinco anos. As retraduções foram realizadas por dois brasileiros licenciados em letras português/inglês, certificados como proficientes pelo TOEFL e pelo Cambridge Certificate of Advanced English. Um dos pesquisadores do estudo, certificado como proficiente pelo TOEFL, efetuou a comparação entre as retraduções e o instrumento original. Após a confirmação da equivalência semântica, foi formulada uma versão de consenso de T1 e T2 pelos tradutores. O número de traduções e retraduções são os sugeridos por Reichenheim24.

Para avaliar a equivalência operacional, os autores do presente estudo avaliaram o formato das questões, as orientações de preenchimento do instrumento e o modo de aplicação.

A apreciação da equivalência pelos especialistas foi realizada por meio da validade aparente e da validade de conteúdo. Participaram dessas etapas seis juízes, cinco deles médicos (quatro infectologistas e um ginecologista e obstetra) e uma enfermeira do consultório de aconselhamento sobre HIV/Aids e outras DST. O critério para a escolha de seis juízes foi definido pelos autores do estudo, levando em consideração que os artigos consultados que utilizam essa metodologia escolhem entre três25 e sete26 juízes. Os juízes, além de atuar na assistência, também ministram aulas sobre as DST na universidade na qual este estudo foi realizado.

Durante a validade aparente, cada item do questionário foi classificado pelos juízes como adequado ou inadequado para avaliar o conhecimento da população brasileira sobre as DST. A concordância entre os juízes foi mensurada pelo método de porcentagem de concordância27. O ponto de corte estabelecido foi de 70%. Itens com valores menores que o ponto de corte foram alterados segundo as recomendações dos juízes.

A validade de conteúdo foi mensurada pelos mesmos seis juízes que avaliaram a validade aparente. Utilizando uma escala do tipo Likert, os juízes atribuíram notas de 1 (não adequado) a 5 (totalmente adequado) para cada item do questionário em relação a três critérios: clareza de linguagem, pertinência prática e relevância teórica. Os juízes, utilizando a mesma escala, ainda analisaram todo o questionário em relação a amplitude e equilíbrio. Em relação a amplitude, os juízes analisaram se o questionário avaliava todos os aspectos do conhecimento sobre as DST que uma pessoa necessita ter. Caso os juízes acreditassem que eram necessários mais itens, eles deveriam elaborar sugestões de novos itens. A respeito do equilíbrio, os juízes avaliaram o grau de dificuldade do questionário. O questionário deve ter número reduzido de itens fáceis ou difíceis, apresentando grau de conhecimento mediano. A concordância entre os juízes foi calculada pelo Coeficiente de Validade de Conteúdo (CVC) para cada item do instrumento (CVCc) e para o instrumento como um todo (CVCt), considerando o número de juízes e a média das respostas deles28. O ponto de corte adotado foi de CVC 0,8028. Itens com valores menores que o ponto de corte foram retirados. Quando um item apresentou valor menor que o ponto de corte apenas para a clareza de linguagem, assim como na validação aparente, o item foi alterado segundo as recomendações dos juízes. Essas alterações foram realizadas por um dos autores do estudo. Após as modificações, os juízes não reavaliaram o instrumento. Um especialista independente (médico ginecologista e obstetra), que não tinha participado do estudo até esse momento, verificou se as alterações foram realizadas de acordo com as recomendações dos juízes. Houve cegamento em relação à identidade dos juízes tanto para o autor que realizou as modificações quanto para o especialista independente. Ao término dessas etapas, foi elaborada a segunda versão do questionário.

Os juízes avaliaram ainda a dimensão teórica de cada item, classificando-os em "Conhecimento Geral sobre DST" ou "Formas de Transmissão e Prevenção". A concordância entre os juízes foi calculada pelo coeficiente Kappa. Para interpretação desse coeficiente, foi utilizado o seguinte critério: < 0 = sem concordância; 0-0,19 = pouca concordância; 0,20-0,39 = concordância fraca; 0,40-0,59 = concordância moderada; 0,60-0,79 = concordância substancial; 0,80- 1,00 = concordância quase perfeita29.

A apreciação da equivalência da segunda versão pela população brasileira foi realizada por meio de aplicações dialogadas em grupos focais30,31. Participaram dessa etapa 15 estudantes universitários e 15 usuários de quatro centros comunitários (associações de bairro). O número de participantes nos grupos focais foi estabelecido pelos autores, assumindo que esse número seria suficiente e adequado para proceder com a avaliação qualitativa do instrumento.

A seleção foi de conveniência, mantendo distribuição homogênea em relação ao sexo, à idade e ao curso para os universitários e ao sexo e à idade para os usuários dos centros comunitários. Um dos pesquisadores do estudo recrutou individualmente os estudantes em diversos ambientes universitários. Os usuários dos centros comunitários foram recrutados individualmente nos centros comunitários. Nesse momento, o pesquisador explicou o estudo para os sujeitos da pesquisa e, caso o participante concordasse verbalmente em participar do estudo, ele era direcionado para uma sala exclusiva dentro da universidade ou dentro dos centros comunitários para proceder às entrevistas. Foram formados dez grupos focais, cada um com três participantes e um dos autores. Para os universitários, cada um dos três integrantes eram de cursos diferentes. Em seguida, os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido e preencheram um questionário com dados demográficos, a fim de obter informações para caracterizar a amostra. Informações sobre as práticas e comportamentos sexuais dos participantes não foram coletadas. O pesquisador do estudo executou primeiramente a leitura do enunciado introdutório do instrumento, discutindo com o grupo formas de torná-lo mais compreensível. Em seguida, cada um dos itens foi discutido em relação a sua clareza e a sua compreensão. Todas as sugestões e críticas foram devidamente anotadas e posteriormente apresentadas para o restante do grupo de pesquisa. Não houve delimitação de tempo para a realização dessa etapa. Com as sugestões originadas nos grupos focais, foi elaborada a versão final do questionário.

RESULTADOS Os artigos encontrados durante a equivalência conceitual e de itens mostraram que o STD-KQ é utilizado para avaliar o conhecimento de diversos grupos. São exemplos estudos realizados com usuários de drogas32, com homens que fazem sexo com homens9, com adolescentes33, em ensaios clínicos34, em estudos baseados em teorias comportamentais35 e com estudantes universitários36.

No âmbito da equivalência semântica, foi constatada uma equidade satisfatória entre as retraduções e o instrumento original. Em sete itens, a versão de consenso não contemplou a T1 nem T2, elaborando-se uma terceira versão para esses itens visando à melhor compreensão. Um exemplo foi na questão 7, em que as expressões "Logo após se infectar com o HIV", presente na T1, e "Após a infecção com HIV", presente na T2, foram substituídas pela expressão "Logo após pegar o HIV". Da mesma forma, na questão 13, em que os dois tradutores traduziram a palavra condom como "preservativo", na versão consenso essa palavra foi substituída por"camisinha", que é um termo mais conhecido e propagado. Outro exemplo foi na questão 26, em que a expressão can protectna T1 e T2 foi traduzida como "pode se proteger", mas na versão de consenso, optou-se por utilizar a expressão "pode evitar", que, apesar de não ter aparecido nas traduções, é uma expressão mais coloquial. Nas questões 9, 10, 21 e 23, também ocorreram adaptações a fim de melhorar a compreensão (Quadro_1).

Quadro 1 Comparação entre os itens originais em inglês e as retraduções do instrumento Questionário sobre Conhecimento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (STD-KQ)  No. Original em Traduzido 1 (T1) Retraduzido 1 Traduzido 2 (T2) Retraduzido 2 Versão Síntese Inglês (R1) (R2) 1 Genital Herpes Herpes Genital é causada pelo mesmo vírus que o HIV Genital Herpes Herpes Genital é causado pelo mesmo vírus do HIV Genital Herpes Herpes Genital é causado pelo mesmo vírus do HIV is caused by is caused by is caused by the same virus the same virus the same virus as HIV that causes of HIV the HIV 2 Frequently Infecção urinária frequente pode causar Clamídia Frequently Infecção urinária frequente pode causar Clamídia Frequent Infecção urinária frequente pode causar Clamídia urinary urinary urinary infection can infection can infection can cause cause cause Chlamydia Chlamydia Chlamydia 3 There is a Existe uma cura para Gonorreia There is a Existe uma cura para Gonorreia There is a Existe uma cura para Gonorreia cure for cure for cure for Gonorrhea Gonorrhea Gonorrhea 4 It is easier É mais fácil pegar o HIV se uma pessoa tiver outra Doença Sexualmente It is easier Torna-se mais fácil contrair HIV se uma pessoa possuir outras Doenças It becomes É mais fácil pegar o HIV se uma pessoa tiver outra Doença Sexualmente to get HIV if Transmissível to get HIV if Sexualmente Transmissíveis easier to get Transmissível (DST) a person has a person has HIV if a another another person has Sexually sexually other Sexually Transmitted transmitted Transmitted Disease disease Diseases 5 Human O Papilomavírus Humano (HPV) é causado pelo mesmo vírus que causa o HIV The Human Papilomavírus Humano (HPV) é causado pelo mesmo vírus do HIV Human O Papilomavírus Humano (HPV) é causado pelo mesmo vírus que causa o HIV Papillomavirus papillomavirus Papillomavirus (HPV) is (HPV) is (HPV) is caused by the caused by the caused by the same virus same virus HIV virus that causes that causes HIV the HIV 6 Having anal Praticar sexo anal aumenta o risco de uma pessoa pegar Hepatite B Having anal Fazer sexo anal aumenta o risco de uma pessoa contrair Hepatite B Having anal Fazer sexo anal aumenta o risco de uma pessoa pegar Hepatite B sex increase a sex increase sex increase person's risk the risks of a the risks of a of getting person getting person Hepatitis B Hepatitis B contracting Hepatitis B 7 Soon after a Logo após se infectar com HIV uma pessoa desenvolve feridas abertas nos Short after Logo após a infecção com HIV, a pessoa desenvolve feridas abertas no seu Soon after Logo após pegar o HIV a pessoa desenvolve feridas abertas nos órgãos infection with órgãos genitais (pênis ou na vagina) infected with genital (pênis ou vagina) infection with genitais (pênis ou na vagina) HIV a person HIV a person HIV, a person develops open develops open develops open sores on his wounds on the sores in your or her genital genital organs genital (penis (penis or (penis or or vagina) vagina) vagina) 8 There is a Existe uma cura para Clamídia There is a Existe cura para a Clamídia There is a Existe uma cura para Clamídia cure for cure for cure for Chlamydia Chlamydia Chlamydia 9 A woman who Uma mulher que tem Herpes Genital pode passar a infecção ao seu bebê A woman who Uma mulher que tenha Herpes Genital pode passar a infecção para o recém- A woman who Uma mulher com Herpes Genital pode passar a infecção para o bebê durante o has Genital durante o parto has Genital nascido durante o parto has Genital parto Herpes can Herpes can Herpes can pass to transmit the pass to infection to infection to infection to her baby her baby her newborn during during during childbirth childbirth childbirth 10 A woman can Uma mulher pode olhar para o seu corpo e dizer se ela tem Gonorreia A woman can Uma mulher pode olhar para seu corpo e afirmar que possui Gonorreia A woman can Uma mulher pode olhar para o seu corpo e dizer se tem Gonorreia look her body look to her look to her and tell if body and say body and say she has if she has that it has Gonorrhea Gonorrhea Gonorrhea 11 The same virus O mesmo vírus causa todas as Doenças Sexualmente Transmissíveis The same virus O mesmo vírus causa todas as Doenças Sexualmente Transmissíveis The same virus O mesmo vírus causa todas as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) causes all of causes all of causes all of the Sexually the Sexually the Sexually Transmitted Transmitted Transmitted Diseases Diseases Diseases 12 Human O Papilomavírus Humano (HPV) pode causar verrugas genitais Human Papilomavírus Humano (HPV) pode causar verrugas genitais Human O Papilomavírus Humano (HPV) pode causar verrugas genitais Papillomavirus Papillomavirus Papillomavirus (HPV) can (HPV) can (HPV) can cause Genital cause Genital cause Genital Warts Warts Warts 13 Using a Usar um preservativo de pele natural (pele de cordeiro) pode proteger uma Using a Usar preservativo de pele natural (pele de cordeiro) pode proteger a pessoa Using a Usar uma camisinha de pele natural (pele de cordeiro) pode proteger uma natural skin pessoa de pegar HIV natural skin de contrair HIV natural skin pessoa de pegar HIV condom condom condom (Lambskin) can (Lambskin) can (Lambskin) can protect a protect a protect a person from person from person from getting HIV getting HIV contracting HIV 14 Human O Papilomavírus Humano (HPV) pode causar câncer nas mulheres The Human Papilomavírus Humano (HPV) pode levar ao câncer em mulheres Human O Papilomavírus Humano (HPV) pode levar ao câncer nas mulheres Papillomavirus Papillomavirus Papillomavirus (HPV) can lead (HPV) can (HPV) can lead to cancer in cause cancer to cancer in women in women women 15 A man must Um homem deve fazer sexo vaginal para pegar verrugas genitais A man needs to Um homem deve fazer sexo vaginal para contrair verrugas genitais A man must Um homem deve fazer sexo vaginal para pegar verrugas genitais have vaginal have vaginal have vaginal sex to get sex to get sex to Genital Warts genital warts contract Genital Warts 16 Sexually As Doenças Sexualmente Transmissíveis podem causar problemas de saúde queSexually Doenças Sexualmente Transmissíveis podem levar a problemas de saúde que, Sexually As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) podem levar a problemas de transmitted geralmente são mais graves nos homens que nas mulheres transmitted geralmente, são mais sérios em homens do que em mulheres transmitted saúde que geralmente são mais graves nos homens que nas mulheres diseases can diseases can diseases can lead to health cause health lead to health problems that problems that problems that are usually are normally are usually more serious more dangerous more serious for men than for men than for men than women women women 17 A woman can Uma mulher pode dizer que tem Clamídia se um mau cheiro vier da sua vagina A woman can Uma mulher pode afirmar que possui Clamídia se ela tiver mau odor em sua A woman can Uma mulher pode dizer que tem Clamídia se um mau cheiro vier da sua vagina tell that she say she has vagina say that she has Chlamydia Chlamydia if has Chlamydia if she has a she has a bad if she has a bad smelling smell coming bad odor from odor from her from her her vagina vagina vagina 18 If a person Se uma pessoa tiver um teste positivo para HIV, esse teste pode dizer o If someone Se uma pessoa possuir teste positivo para HIV, o teste poderá dizer como a If a person Se uma pessoa tiver um teste positivo para HIV, esse teste pode dizer o tests positive quão doente uma pessoa irá ficar tests positive doença será na pessoa has tested quão doente uma pessoa irá ficar for HIV the for HIV, this positive for teste can tell test can say HIV, the test how sick a how sick a can tell how person will person will the disease become become will be in the person 19 There is a Existe uma vacina disponível para prevenir uma pessoa de pegar Gonorreia There is a Existe uma vacina disponível para prevenir uma pessoa de contrair GonorreiaThere is a Existe uma vacina disponível para prevenir uma pessoa de pegar Gonorreia vaccine vaccine vaccine available to available to available to prevent a prevent a prevent a person from person from person from getting getting contracting Gonorrhea Gonorrhea Gonorrhea 20 A woman can Uma mulher pode dizer pela forma como o seu corpo se sente se ela tem uma A woman can Uma mulher pode afirmar que pela forma como ela sente seu corpo, ela possui A woman can Uma mulher pode dizer pela forma como sente o seu corpo se tem uma Doença tell by the Doença Sexualmente Transmissível say by the way uma Doença Sexualmente Transmissível tell by the Sexualmente Transmissível (DST) way her body her body feels way her body feels if she if she has a feels if she has a Sexually Sexually has a Sexually Transmitted Transmitted Transmitted Disease Disease Disease 21 A person who Uma pessoa que tem Herpes Genital deve ter feriadas abertas para transmitir A person who Uma pessoa que possui Herpes Genital precisa ter feridas abertas para que A person who Uma pessoa com Herpes Genital deve ter feridas abertas para passar a has Genital a infecção para o seu parceiro ou parceira sexual has Genital seja transmitida a infecção para seu parceiro sexual has Genital infecção para o seu parceiro ou parceira sexual Herpes must Herpes must Herpes must to have open have open have open sores to give wounds to wounds to be the infection transmit the transmitted to his/her infection to the infection sexual partner his/her sexual to their partner sexual partner 22 There is a Existe uma vacina que previne uma pessoa de pegar Clamídia There is a Existe uma vacina que previne uma pessoa de contrair Clamídia There is a Existe uma vacina que previne uma pessoa de pegar Clamídia vaccine that vaccine that vaccine that prevents a prevents a prevents a person from person from person from getting getting contracting Chlamydia Chlamydia Chlamydia 23 A man can tell Um homem pode dizer pela forma como o seu corpo se sente se tem Hepatite B A man can say Um homem pode afirmar que pela forma como ele sente seu corpo, ele possui A man can say Um homem pode dizer pela forma como sente o seu corpo se tem Hepatite B by the way his by the way his Hepatite B by the way his body feels if body feels if body feels if he has he has he has Hepatitis B Hepatitis B Hepatitis B 24 If a person Se uma pessoa teve Gonorreia no passado ele ou ela é imune (protegido) e If a person Se uma pessoa teve Gonorreia no passado, ela é imune (protegido) de If a person Se uma pessoa teve Gonorreia no passado, ela é imune (protegido) e não pode had Gonorrhea não pode pegar de novo had Gonorrhea contrair novamente had Gonorrhea pegar de novo in the past he in the past he in the past he or she is or she is or she is immune immune immune (protected) (protected) (protected) from getting and cannot get from it again it again contracting it again 25 Human O Papilomavírus Humano (HPV) pode causar o HIV The Human Papilomavírus Humano (HPV) pode causar HIV Human O Papilomavírus Humano (HPV) pode causar o HIV Papillomavirus Papillomavirus Papillomavirus (HPV) can (HPV) can (HPV) can cause HIV cause HIV cause HIV 26 A man can Um homem pode se proteger de pegar Verrugas Genitais lavando seu órgão A man can Um homem pode se proteger de contrair Verrugas Genitais lavando seus A man can Um homem pode evitar de pegar Verrugas Genitais lavando seus genitais após protect genital após o sexo protect genitais após o sexo protect o sexo himself from himself from himself from getting getting contracting Genital Warts Genital Warts Genital Warts by washing his by washing his by washing his genitals after genitals after genitals after sex sex sex 27 There is a Existe uma vacina que pode proteger uma pessoa de pegar Hepatite B There is a Existe uma vacina que protege uma pessoa de contrair Hepatite B There is a Existe uma vacina que pode proteger uma pessoa de pegar Hepatite B vaccine that vaccine that vaccine that can protect a can protect a protect a person from person from person from getting getting contracting Hepatitis B Hepatitis B Hepatitis B Os autores deste estudo decidiram, durante a equivalência operacional, manter a forma de administração do questionário original. A versão adaptada para o Brasil pode ser aplicada individualmente para pacientes em ambulatórios e para estudantes de forma coletiva no ambiente escolar. As alternativas das respostas (verdadeiro, falso e não sei) também não foram alteradas. O enunciado do questionário foi traduzido e complementado com as seguintes frases: "Este questionário é sigiloso, você não será identificado. Por isso, contamos com a sua sinceridade. As suas respostas nos ajudarão a compreender melhor os problemas das doenças sexualmente transmissíveis. Todas as questões são importantes, portanto, evite deixá-las em branco. Para cada questão, por favor faça um círculo em verdadeiro (v), falso (f) ou não sei (ns). Caso você não saiba a resposta, não se preocupe e, por favor, assinale a opção não sei'".

Em relação à validade aparente, quatro itens apesentaram valor menor que 70%.

Os CVCt foram superiores ao ponto de corte para os critérios clareza de linguagem (CVCt = 0,89), pertinência prática (CVCt = 0,91), relevância teórica (CVCt = 0,92), amplitude (CVCt = 0,86) e equilíbrio (CVCt = 0,86). Apenas o item 13 apresentou baixa evidência de validade, com CVCc < 0,80 para pertinência prática, e, por isso, foi retirado do instrumento (Quadro_2).

Quadro 2 Validade aparente e cálculo do Coeficiente de Validade de Conteúdo  CVCc Item VA ============== CL PP RT 1. Herpes Genital é causada pelo mesmo vírus do HIV 100% 0,96 0,83 0,96 2. Infecção Urinária frequente pode causar Clamídia 60% 0,80 0,96 0,90 3. Existe uma cura para Gonorreia 100% 0,93 0,83 0,96 4. É mais fácil pegar o HIV se uma pessoa tiver outra Doença Sexualmente 60% 0,86 0,96 0,96 Transmissível (DST) 5. O Papilomavírus Humano (HPV) é causado pelo mesmo vírus que causa o HIV 100% 0,96 0,90 0,86 6. Fazer sexo anal aumenta o risco de uma pessoa pegar Hepatite B 60% 0,90 0,90 0,90 7. Logo após pegar o HIV a pessoa desenvolve feridas abertas nos órgãos 80% 0,93 0,93 0,93 genitais (pênis ou na vagina) 8. Existe uma cura para Clamídia 100% 0,93 0,96 0,96 9. Uma mulher com Herpes Genital pode passar a infecção para o bebê durante 80% 0,93 0,96 0,96 parto 10. Uma mulher pode olhar para o seu corpo e dizer se tem Gonorreia 100% 0,93 0,86 0,86 11. O mesmo vírus causa todas as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) 100% 0,93 0,96 0,93 12. O Papilomavírus Humano (HPV) pode causar verrugas genitais 100% 0,93 0,96 0,96 13. Usar uma camisinha de pele natural (pele de cordeiro) pode proteger uma 50% 0,86 0,73 0,86 pessoa de pegar HIV 14. O Papilomavírus Humano (HPV) pode levar ao câncer nas mulheres 80% 0,90 0,93 0,96 15. Um homem deve fazer sexo vaginal para pegar verrugas genitais 80% 0,76 0,96 0,96 16. As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) podem levar a problemas de 80% 0,73 0,86 0,86 saúde que geralmente são mais graves nos homens que nas mulheres 17. Uma mulher pode dizer que tem Clamídia se um mau cheiro vier da sua vagina100% 0,86 0,93 0,90 18. Se uma pessoa tiver um teste positivo para HIV, esse teste pode dizer o 80% 0,93 0,86 0,93 quão doente uma pessoa irá ficar 19. Existe uma vacina disponível para prevenir uma pessoa de pegar Gonorreia 100% 0,93 0,90 0,90 20. Uma mulher pode dizer pela forma como sente o seu corpo se tem uma Doença 100% 0,90 0,96 0,96 Sexualmente Transmissível (DST) 21. Uma pessoa com Herpes Genital deve ter feridas abertas para passar a 100% 0,90 0,93 0,93 infecção para o seu parceiro ou parceira sexual 22. Existe uma vacina que previne uma pessoa de pegar Clamídia 100% 0,90 0,86 0,86 23. Um homem pode dizer pela forma como sente o seu corpo se tem Hepatite B 80% 0,86 0,86 0,90 24. Se uma pessoa teve Gonorreia no passado, ela é imune (protegido) e não 80% 0,86 0,93 0,93 pode pegar de novo 25. O Papilomavírus Humano (HPV) pode causar o HIV 80% 0,86 0,86 0,93 26. Um homem pode evitar de pegar Verrugas Genitais lavando seus genitais após100% 0,93 0,93 0,93 o sexo 27. Existe uma vacina que pode proteger uma pessoa de pegar Hepatite B 100% 0,93 0,96 0,96 Coeficiente de Validade de Conteúdo Total (CVCt) 0,89 0,91 0,92 VA: validade aparente; CVCc: Coeficiente de Validade de Conteúdo do item; CL: clareza de linguagem; PP: pertinência prática; RT: relevância teórica; CVCt: Coeficiente de Validade de Conteúdo total do questionário.

Durante a validação, os juízes constataram a ausência de questões referentes à sífilis no questionário. Assim, dois itens foram elaborados pelo especialista independente e submetidos aos mesmos juízes para análise da validação. O primeiro item adicionado (S1) foi "Mesmo que o seu parceiro/parceira não tenha nenhuma lesão no pênis, no ânus ou na vagina, ele/ela pode passar sífilis para você", que apresentou validade aparente = 60% e CVCc = 0,73, para o critério de clareza de linguagem, CVCc = 0,93 para pertinência prática e CVCc = 0,93 para relevância teórica. O segundo item (S2) foi "A sífilis pode ficar escondida no corpo por anos", que apresentou validade aparente = 80% e CVCc = 0,83 para clareza de linguagem, CVCc = 0,93 para pertinência prática e CVCc = 0,93 para relevância teórica.

Os juízes recomendaram a modificação de seis itens (2, 4, 6, 15, 16 e S1). Os autores modificaram dois desses itens (itens 2 e 4). O item 2 foi modificado para "Infecções Urinárias Frequentes são causadas pela Clamídia", e as duas versões desse item (a modificada e a não modificada) foram discutidas nos grupos focais. No item 4, foi acrescentada a palavra "também" resultando no item "É mais fácil pegar o HIV se uma pessoa também tiver outra Doença Sexualmente Transmissível (DST)". Nos outros quatro itens, como a discordância ocorreu em cada um deles apenas por um dos seis juízes, optou-se por não modificar esses itens, mantendo a opinião dos outros cinco juízes. O especialista independente considerou apropriadas todas as alterações realizadas, concordando com os itens não modificados.

Quanto à dimensão teórica, o coeficiente Kappa foi de 0,61, com p-valor geral < 0,001 e intervalo de confiança de 95%, variando de 0,53 a 0,69. Esse valor representa concordância substancial entre os juízes29.

Em relação aos grupos focais dos universitários, a média de idade foi de 20,6 anos (DP = 2,3 anos), variando entre 18 e 24 anos. Todos eram solteiros, 8 (53,3%) eram do sexo feminino e 12 (80%) se autodeclararam brancos. Em relação ao curso, 5 (33,3%) eram do curso de Direito, 4 (26,7%) eram do curso de Letras-Inglês, 2 (13,3%) eram do curso de Pedagogia, 2 (13,3%) eram do curso de Engenharia de Alimentos, 1 (6,7%) era do curso de Enfermagem e 1 (6,7%) era do curso de Química-Licenciatura. A idade média dos usuários dos centros comunitários foi de 36,2 anos (DP = 13,8 anos), variando entre 18 e 64 anos.

Oito participantes (53,3%) eram do sexo feminino, 7 (46,6%) se autodeclararam pardos e 9 (60,0%) eram casados ou conviviam com um companheiro. Em relação à escolaridade, a maioria possuía o ensino fundamental incompleto ou o ensino superior incompleto (26,6% cada).

O tempo médio de duração dos grupos focais foi de 11,6 minutos (DP = 2,15 minutos) para os estudantes universitários e 17,6 minutos (DP = 2,05 minutos) para os usuários dos centros comunitários. No que concerne ao enunciado do questionário, todos os participantes declararam que era compreensível. Em relação ao item 2, 80% dos estudantes e 60% dos usuários afirmaram que a frase "Infecções Urinárias Frequentes são causadas pela Clamídia" era a mais apropriada, corroborando a sugestão dos juízes especialistas e do especialista independente. Os dois itens sobre a sífilis acrescentados no questionário foram considerados apropriados por todos os estudantes e por 80,0% dos usuários dos centros comunitários. O item 13, que apresentou baixa validação de conteúdo, foi discutido com os participantes, os quais concordaram com os juízes especialistas que a frase não era apropriada para a nossa cultura.

Após a retirada e o acréscimo de itens, os CVCt para cada critério foram recalculados, mantendo o mesmo valor para clareza de linguagem (CVCt = 0,89) e aumentando em 0,1 para pertinência prática (CVCt = 0,92) e para relevância teórica (CVCt = 0,93). Com as recomendações dos grupos focais e o acréscimo de itens, foi elaborada a versão final do questionário (Quadro_3).

Quadro 3 Versão final da adaptação para o português do Brasil do Questionário sobre Conhecimento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (STD-KQ)  Item Verdadeiro Falso Não Resposta Sei 1. Herpes Genital é causado pelo mesmo vírus do HIV V F NS FALSO 2. Infecções Urinárias Frequentes são causadas pela Clamídia V F NS VERDADEIRO 3. Existe cura para Gonorreia V F NS VERDADEIRO 4. É mais fácil pegar o HIV se uma pessoa também tiver outra Doença V F NS VERDADEIRO Sexualmente Transmissível (DST) 5. O Papilomavírus Humano (HPV) é causado pelo mesmo vírus que causa o HIV V F NS FALSO 6. Fazer sexo anal aumenta o risco de uma pessoa pegar Hepatite B V F NS VERDADEIRO 7. Logo após pegar o HIV a pessoa desenvolve feridas abertas nos órgãos V F NS FALSO genitais (pênis ou na vagina) 8. Existe cura para Clamídia V F NS VERDADEIRO 9. Uma mulher com Herpes Genital pode passar a infecção para o bebê durante o V F NS VERDADEIRO parto 10. Uma mulher pode olhar para o seu corpo e dizer se tem Gonorreia V F NS FALSO 11. Um mesmo vírus causa todas as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) V F NS FALSO 12. O Papilomavírus Humano (HPV) pode causar verrugas genitais V F NS VERDADEIRO 13. O Papilomavírus Humano (HPV) pode levar ao câncer nas mulheres V F NS VERDADEIRO 14. Um homem pega verrugas genitais fazendo sexo vaginal V F NS FALSO 15. As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) podem levar a problemas de V F NS FALSO saúde, que geralmente são mais graves nos homens que nas mulheres 16. Uma mulher pode dizer que tem Clamídia se um mau cheiro vier da sua vagina V F NS FALSO 17. Se uma pessoa tiver um teste positivo para HIV, esse teste pode dizer o V F NS FALSO quão doente uma pessoa irá ficar 18. Existe uma vacina disponível para prevenir uma pessoa de pegar Gonorreia V F NS FALSO 19. Uma mulher pode dizer, pela forma como sente o seu corpo, se tem uma V F NS FALSO Doença Sexualmente Transmissível (DST) 20. Uma pessoa com Herpes Genital deve ter feriadas abertas para passar a V F NS FALSO infecção para o seu parceiro ou a sua parceira sexual 21. Existe uma vacina que previne uma pessoa de pegar Clamídia V F NS FALSO 22. Um homem pode dizer, pela forma como sente o seu corpo, se tem Hepatite B V F NS FALSO 23. Se uma pessoa teve Gonorreia no passado, ela é imune (protegida) e não V F NS FALSO pode pegar de novo 24. O Papilomavírus Humano (HPV) pode causar o HIV V F NS FALSO 25. Um homem pode evitar de pegar Verrugas Genitais lavando seus genitais após V F NS FALSO o sexo 26. Existe uma vacina que pode proteger uma pessoa de pegar Hepatite B V F NS VERDADEIRO 27. Mesmo que o seu parceiro/parceira não tenha nenhuma lesão no pênis, ou no V F NS VERDADEIRO ânus ou na vagina, ele/ela pode passar sífilis para você 28. A sífilis pode ficar escondida no corpo por anos V F NS VERDADEIRO DISCUSSÃO O presente estudo objetivou adaptar o STD-QK para a cultura brasileira. O fato de as DST serem um problema de saúde pública brasileira1 ressalta a necessidade do investimento de novas pesquisas pela comunidade científica. Até a realização do presente estudo, não existiam publicações sobre instrumentos validados para essa finalidade.

A verificação do vocábulo para o contexto em que ele será inserido é uma etapa importante durante a adaptação transcultural37. O uso de grupos focais origina sugestões pertinentes que facilitam o entendimento do instrumento37. Essa técnica permite o refinamento dos itens31, garantindo a compreensão do instrumento por populações com características demográficas diferentes. A versão proposta apresentou equivalência semântica com o instrumento original, além de níveis aceitáveis de validade aparente e de conteúdo.

A retirada e o acréscimo de itens pelo comitê de especialistas podem ser realizados durante a adaptação transcultural38. Isso ocorreu na adaptação do instrumento HIV Knowledge Questionnaire para a Malásia39 e para a Nigéria40, onde teve o acréscimo e a retirada de itens, respectivamente. As perguntas acrescentadas no questionário da Malásia são únicas e envolvem religião e política, refletindo a realidade desse país. O fato de a versão brasileira do STD-KQ apresentar uma questão a mais do que a original não prejudicará substancialmente a comparabilidade dessa versão com o instrumento original e com os instrumentos validados para outras culturas, visto que o resultado é apresentado na forma de frequências absolutas (escore) e de frequências relativas (porcentagem)9,12,33. O item sobre o preservativo de pele de cordeiro foi retirado do estudo, por estar fora do contexto cultural brasileiro. Todos os juízes, o especialista independente e todos os autores concordaram que sua retirada não afetará a avaliação do conhecimento. Isso foi corroborado pelos participantes dos grupos focais. Em relação à literatura, os artigos brasileiros que mencionam os preservativos desse material são de mais de 15 anos atrás41,42 e apenas apresentam dados sobre esse material para demonstrar a evolução da produção dos preservativos. É importante salientar que os instrumentos, além de serem culturalmente adequados para determinada população, precisam ser adequados para a vida no dia a dia43. A sífilis é a terceira DST mais prevalente no Brasil1 e essa prevalência está aumentando nos últimos anos44. Dessa forma, para que os dados resultantes desse instrumento sirvam de subsídios para futuras intervenções e políticas públicas, é crucial que sejam incluídos itens sobre a sífilis.

A presente pesquisa apresentou limitações. Ainda que os retradutores sejam profissionais qualificados e proficientes na língua inglesa, o uso de falantes nativos da língua inglesa e reconhecidamente (titulados) e conhecedores do português brasileiro seria mais adequado. Outro aspecto é que o tamanho dos grupos focais foi definido pelos pesquisadores. Como essa etapa da validação envolve uma abordagem qualitativa, essa escolha é justificável30. Outra limitação do estudo é que ele foi realizado em apenas uma cidade do estado do Rio Grande do Sul. No entanto, a fim de garantir que o instrumento seja adequado para todos os brasileiros, evitou-se utilizar expressões regionais, preservando-se apenas palavras compreensíveis para a população em geral. Outro ponto a considerar é que a comparação das frequências absolutas com a versão original e com as adaptações para outros países poderá sofrer limitações.

CONCLUSÃO O processo inicial da adaptação transcultural desse questionário apresentou resultados satisfatórios. Algumas adversidades observadas a respeito da compreensão dos itens foram adequadamente retificadas. A concordância substancial entre os juízes em relação à dimensão teórica é uma ferramenta que auxiliará na previsão e compreensão da análise fatorial, sendo a real dimensão teórica de cada item confirmada por meio dessa técnica. Dessa forma, esse questionário parece adequado para a realização de futuras investigações sobre a validade de constructo e a fidedignidade, as quais posteriormente permitirão obter evidências sobre a aplicabilidade desse questionário para avaliação do conhecimento.

AGRADECIMENTOS Agradecemos aos tradutores, aos retradutores, aos juízes especialistas e ao especialista independente, que possibilitaram o desenvolvimento deste estudo.

Este estudo foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG).


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