As migrações nas cidades médias de Minas Gerais e seus impactos no crescimento
e na composição por sexo e idade da população no período 1980-2010
Introdução
Ao mesmo tempo em que as cidades médias adquirem crescente importância na rede
urbana nacional, em parte devido aos processos de descentralização e
reestruturação produtiva iniciados a partir da década de 1970, estudos recentes
sugerem a emergência de uma nova configuração dos padrões migratórios
brasileiros (IPEA,_2002; MATOS;_BAENINGER,_2004; BAENINGER,_2011; BRAGA,_2011;
RIGOTTI,_2011; RIGOTTI;_CUNHA,_2012; BRITO,_2006). Além de evidências de um
arrefecimento do ritmo de crescimento das metrópoles, existem indícios de
diminuição dos fluxos de longas distâncias, aumento relativo das migrações
intrarregionais e de curta distância, redução dos fluxos em direção às
fronteiras agrícolas, maior seletividade nos fluxos de migrantes (em relação a
escolaridade, renda, idade, etc.) e maior circularidade dos movimentos
populacionais, com aumento da migração de retorno e vários estágios migratórios
(IPEA,_2002).
A redução abrupta do crescimento natural, em função da diminuição sustentada da
fecundidade, colocou a migração como componente essencial da redistribuição
espacial da população brasileira (RIGOTTI,_2008). Assim, as modificações na
configuração da rede urbana nacional nas últimas décadas relacionam-se
diretamente com as migrações, que, por sua seletividade, vão causar impactos
demográficos tanto nas áreas de atração quanto nas áreas de perdas migratórias,
com implicações para o planejamento e a formulação de políticas públicas. A
migração, assim como as outras componentes demográficas (fecundidade e
mortalidade), tem o poder de alterar o tamanho, a distribuição espacial e a
composição por idade e sexo das populações.
O objetivo principal deste artigo é investigar as migrações nas cidades médias
de Minas Gerais e os seus efeitos no crescimento e na composição por sexo e
idade da população, ao longo do período 1980-2010. Na próxima década, a fase da
transição demográfica denominada "bônus" ou "dividendo" demográfico deve se
encerrar no Brasil, o que torna análises desse tipo cada vez mais importantes
para a compreensão da natureza das dificuldades que serão vivenciadas pelo
país.
A escolha das cidades médias de Minas Gerais como unidades espaciais de análise
justifica-se por vários fatores. Assim como as migrações, elas assumem
importante papel no processo de redistribuição interna da população brasileira,
contribuindo para o amortecimento do crescimento das metrópoles e tornando mais
densas as redes urbanas (MATOS;_BAENINGER,_2004, p. 21). Segundo Amorim_Filho_e
Serra_(2001), a essa categoria de cidades caberia uma multiplicidade de
funções, como a multiplicação de postos avançados de expansão do sistema
socioeconômico nacional, na medida em que servem como centros de serviços e
equipamentos regionais.
A seção seguinte mostra de maneira sucinta o contexto de algumas transformações
estruturais que terão rebatimento na configuração das cidades médias. Após
reconhecer a complexidade da noção de cidades médias, foram selecionadas
aquelas que serão analisadas no artigo. Na sequência, apresentam-se as fontes
de dados utilizadas e os procedimentos metodológicos. Por fim, os resultados
são expostos, analisados e discutidos.
O contexto geográfico das cidades médias em Minas Gerais na virada do milênio
A distribuição espacial da população brasileira e, por conseguinte, das cidades
médias só pode ser compreendida a partir do processo de desconcentração
capitaneado pelas grandes regiões metropolitanas do país, com destaque para a
metrópole paulista. Os primórdios desta desconcentração foram identificados,
por vários autores, ainda nos anos 1970, após o início da diminuição da
fecundidade e consequente desaceleração do ritmo do crescimento populacional.
As fases da transição demográfica são inter-relacionadas com a continuidade do
processo de urbanização e reestruturação produtiva.
De fato, a industrialização induzida pelo processo de substituição de
importações dos anos 1950, especialmente em São Paulo e Rio de Janeiro,
fomentou os grandes fluxos migratórios procedentes de áreas rurais, pequenos
municípios e regiões estagnadas, em porções do Nordeste, Minas Gerais e Paraná,
principalmente. O resultado foi um intenso crescimento das sedes de grandes
regiões metropolitanas, que em décadas seguintes passaram a sofrer com as
deseconomias de aglomeração, expressas nos altos preços dos aluguéis, falta de
terrenos e loteamentos acessíveis para a população de baixa renda, poluição,
congestionamentos e violência. Estes fatores levaram aos loteamentos populares
no entorno das regiões metropolitanas, tendo nos movimentos pendulares o elo
funcional com as capitais (CUNHA,_1994; MATOS,_1984; RIGOTTI,_1994).
O adensamento destes imensos aglomerados urbanos aumentou o raio das atividades
produtivas, embora as interpretações espaciais deste fenômeno tenham nuances
diferenciadas de acordo com o enfoque analítico e o período. Por exemplo, para
Azzoni_(1986), haveria um "campo aglomerativo" com extensão de 150 km a partir
do município de São Paulo. Posteriormente, Diniz_(1993) identificou um polígono
de desenvolvimento mais extenso, de Belo Horizonte até o sul do país, passando
por localidades como Uberlândia e Londrina.
Os efeitos da crise econômica dos anos 1980 impactaram sobremaneira as
atividades industriais das grandes regiões metropolitanas, mas áreas
agropecuárias mantiveram o ritmo de crescimento acima da média, graças às
exportações de produtos agrícolas e agroindustriais, que se expandiram para o
Centro-Oeste. Subsequentemente, os serviços, principalmente os mais comuns,
seguiram esta expansão (CANO,_2011).
Estes aspectos, embora bastante sumarizados, corroboram a hipótese da
fragmentação da economia nacional, conforme formulada por Pacheco_(1998), e
certamente tiveram rebatimentos na distribuição espacial da população. Neste
amplo contexto, os movimentos migratórios passaram a ser mais complexos e
dispersos do que aqueles das áreas rurais estagnadas para os grandes centros
urbanos do Sudeste, que haviam sido analisados por Singer_(1976).
O tipo de inserção do Brasil no processo de internacionalização da economia via
commodities e produtos agroindustriais tem reflexos na configuração
territorial, na medida em que a fragmentação analisada por Pacheco_(1998)
expressa-se também na emergência de novas localidades funcionais para a
produção em grande escala. Nesse contexto, adquirem relevância os centros
urbanos de porte intermediário, que tiveram aumento populacional expressivo nos
anos 1990.
Mas para além do volume populacional, a noção de cidade média reflete melhor a
complexidade da rede urbana, decorrente das transformações do final do século
passado no país. Entretanto, sua conceituação é imprecisa. Monod_(1974)
argumenta que seria em vão buscar uma definição científica para as cidades
médias, tendo em vista sua complexidade e variabilidade de um país para outro,
ou de uma região para outra.
Para Lajugie_(1974,_p._11), o máximo que se pode tentar determinar é uma faixa
no interior na qual se situa certo número de cidades, que poderiam ser
consideradas médias. Assim, a cidade média "se define, antes de tudo, por suas
funções, pelo lugar que ela ocupa na rede urbana, entre a metrópole, com
vocação regional, e os pequenos centros urbanos, com influência puramente
local" (LAJUGIE,_1974, p. 12).
Essa mesma preocupação com uma melhor caracterização da cidade média levou à
proposta pioneira de Amorim_Filho_(1976,_p._7-8) em Minas Gerais, partindo de
uma conceituação mais abrangente, da qual se destaca, entre vários outros
aspectos, sua capacidade de receber e fixar os migrantes de cidades menores ou
da zona rural, por meio do oferecimento de oportunidades de trabalho,
funcionando, assim, como pontos de interrupção do movimento migratório na
direção das grandes cidades, já saturadas.
Devido à complexidade de uma definição rigorosa de cidade média, e sem a
pretensão de esgotar este tema - que fugiria ao escopo deste artigo -, o
caráter funcional e de posição relativa na rede urbana é levado em conta para a
escolha de cidades desta categoria no Estado de Minas Gerais. Assim como
Andrade_e_Serra_(1998) encontraram claras semelhanças entre as capitais
regionais do trabalho Região de influência das cidades (Regic) do IBGE, em sua
versão de 1978, e as cidades médias, também aqui se adota como referência a
hierarquização proposta no estudo Regic, em sua edição mais recente de 2007
(IBGE,_2008). Este estudo tratou uma extensa gama de variáveis e fluxos de
difícil compilação em seu conjunto, sendo muito oportuno como auxílio para a
seleção das cidades que serão analisadas adiante. Nele, a rede urbana
brasileira foi abordada de duas formas distintas: como um sistema de cidades
articuladas em rede; e como um sistema de localidades centrais que comandam
suas hinterlândias (IBGE,_2008, p. 18).
Para este artigo, possuem particular interesse a natureza reticular, a
centralidade e a posição relativa definidora das cidades médias na rede urbana
de Minas Gerais, aspectos considerados no Regic. Assim, excluindo-se todos os
níveis de metrópoles, os níveis e subníveis das capitais regionais são aqueles
que mais se aderem aos aspectos conceituais discutidos anteriormente.
Esse nível da hierarquia, cuja área de influência é de âmbito regional, possui
três subdivisões: capital regional A, que não inclui nenhuma cidade do Estado
de Minas Gerais;1 capital regional B, mais presente no Centro-Sul do país,
englobando três cidades mineiras (Juiz de Fora, Montes Claros e Uberlândia); e
capital regional C, mais comum nas demais regiões do país, incluindo nove
cidades mineiras, sendo que três foram consideradas em conjunto - Divinópolis,
Governador Valadares, Teófilo Otoni, Varginha, Pouso Alegre, Uberaba e a Área
de Concentração da População (ACP) Ipatinga-Coronel Fabriciano-Timóteo (IBGE,
2008). Este grupo de municípios também é conhecido como Aglomerado Urbano do
Vale do Aço (COSTA;_COSTA,_2000) e, em função de suas relações de
interdependência funcional e complementaridade, foram tratados em conjunto. A
partir daqui, esta ACP será identificada apenas pelo nome de seu maior
município, ou seja, como "ACP de Ipatinga".
Fontes de dados e procedimentos metodológicos
Para obter o número de imigrantes e emigrantes dos municípios,2 assim como sua
composição por idade e sexo, foram utilizados os microdados da amostra dos
Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010, disponibilizados no site do IBGE
(www.ibge.gov.br). Para obter a população e a composição por sexo e idade dos
municípios, ou seja, para lidar com os dados do universo de cada censo, foi
utilizado o Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra), um banco de dados
agregados, também disponível na página do IBGE (www.sidra.ibge.gov.br).
A definição de migrante (ou seja, de imigrantes e emigrantes, dependendo da
referência espacial) varia de acordo com o tipo de quesito utilizado. Neste
trabalho, foi empregado unicamente o quesito de "data fixa", que define como
migrante todo indivíduo que residia em um município diferente do que foi
recenseado cinco anos antes da data de referência do censo (contabilizando-se
apenas os sobreviventes e os que não reemigraram). Assim, o total de imigrantes
e emigrantes nos quinquênios imediatamente anteriores às datas de referência de
cada censo foi obtido por meio do cruzamento dos quesitos "data fixa" e "local
de residência atual", tomando como referência as unidades espaciais de análise
apropriadas. Para os propósitos deste trabalho, os dados foram levantados com
maior grau de detalhamento, com a desagregação dos migrantes por sexo e idade.
Com o saldo migratório e o volume de imigrantes e emigrantes, foram calculadas
as taxas de migração líquidas (TML). Essa medida refere-se ao quociente entre o
saldo migratório e a população observada no final do período.3 A TML positiva
indica a proporção da população que foi incrementada devido aos fluxos
migratórios e a negativa mostra o quanto a população foi decrementada devido à
migração. Em resumo, essa taxa expressa a contribuição das migrações no total
populacional.
Pela própria natureza do quesito "data fixa", apenas são captados os migrantes
com cinco ou mais anos de idade. Para resolver tal limitação e suprir a
inexistência dessa informação, utilizou-se a metodologia adotada por Lee_et_al.
(1957) e recomendada por Carvalho_e_Garcia_(2002), que consiste em multiplicar
a relação crianças de 0 a 4 anos de idade/mulheres em idade reprodutiva pelo
saldo migratório da população feminina em idade reprodutiva (considerada aqui
como o período entre 15 e 49 anos). Com o objetivo de obter o número de
crianças imigrantes e emigrantes menores de cinco anos de forma desagregada,
multiplicou-se a relação crianças de 0 a 4 anos de idade/mulheres em idade
reprodutiva pelas mulheres imigrantes e emigrantes em idade reprodutiva
separadamente, de forma a estimar os grupos de 0 a 4 anos de idade
correspondentes, pressupondo-se que não há um diferencial na fecundidade de
migrantes e não migrantes e entre os imigrantes e emigrantes das cidades
médias.
A separação entre indivíduos do sexo masculino e feminino dos imigrantes e
emigrantes menores de cinco anos foi feita utilizando-se a razão de sexo, que
corresponde ao total de homens sobre o de mulheres em determinada população
(esse quociente normalmente é multiplicado por 100). O valor utilizado foi 105,
correspondendo à razão de sexo ao nascer de Minas Gerais em 2000, segundo o
Sistema de Informação sobre os Nascidos Vivos (Sinasc).
Os impactos das migrações no diferencial por sexo das cidades médias também
serão avaliados a partir da razão de sexo. Após calcular as razões de sexo das
populações das cidades médias em 1991, 2000 e 2010 e de posse dos saldos
migratórios desagregados por sexo, foi possível mensurar o impacto das
migrações no diferencial por sexo das cidades médias de Minas Gerais nos
quinquênios imediatamente anteriores aos censos. Para isso, observou-se a
diferença entre a razão de sexo das cidades médias em 1991, 2000 e 2010 com os
valores dessas mesmas populações desconsiderando as migrações ocorridas nos
quinquênios anteriores aos censos, ou seja, agregando os emigrantes e
subtraindo os imigrantes de cada sexo, em cada população.
Para verificar o impacto das migrações na estrutura etária das cidades médias,
foi utilizada a idade mediana da população total (considerando os censos de
1980, 1991, 2000 e 2010) e dos imigrantes e emigrantes das cidades médias dos
quinquênios 1986-1991, 1995-2000 e 2005-2010 para avaliar quanto a estrutura
etária foi rejuvenescida ou envelhecida em função das migrações nas últimas
décadas. O cálculo da idade mediana da população total foi feito com base na
população observada no final do período, incluindo os imigrantes e excluindo os
emigrantes. Esse indicador sintetiza uma população como sendo mais jovem ou
mais idosa e sua variação no tempo permite ver a velocidade das mudanças que se
operam na distribuição etária (WONG,_2004). Trata-se de um indicador mais
apropriado que a idade média, por representar melhor o centro de distribuições
nas quais os extremos têm valores expressivos, como é o caso de uma população
por idade. Para o presente artigo, este indicador também tem vantagens sobre o
índice de envelhecimento, o qual estaria sujeito a flutuações e erros amostrais
muito expressivos, por incorporar no numerador um grupo etário de participação
relativamente pequena nas migrações.
Considerando o perfil etário das populações, dos imigrantes, dos emigrantes, os
saldos migratórios e as taxas de migração líquidas, foi possível avaliar o
impacto das migrações na estrutura etária em cada uma das cidades médias aqui
estudadas.4
Resultados
Os efeitos das migrações no crescimento populacional das cidades médias de
Minas Gerais
A Tabela_1 mostra a população e as taxas médias anuais de crescimento
geométrico das cidades médias mineiras entre 1980 e 2010. A queda generalizada
da taxa média anual de crescimento geométrico observada no Brasil, em Minas
Gerais e nas cidades médias mineiras, nesse período, foi condizente com o
declínio das taxas de fecundidade brasileiras, iniciado em meados da década de
1960. Entretanto, o conjunto das cidades médias, além de apresentar retração
menos acentuada das taxas de crescimento, registrou valores superiores aos de
Minas Gerais e do Brasil em todos os períodos intercensitários. O crescimento
diferencial das cidades médias sugere um papel relevante das migrações como
indutor do incremento populacional nessas localidades.
TABELA 1 População e taxa média de crescimento geométrico anual Cidades médias
de Minas Gerais, Estado de Minas Gerais e Brasil - 1980-2010
População Taxa média anual de
Localidades crescimento (%)
1980 1991 2000 2010 1980- 1991- 2000-2010
1991 2000
Divinópolis 117.333 151.462 183.962 213.016 2,32 2,16 1,47
Governador 196.117 230.524 247.131 263.689 1,47 0,77 0,65
Valadares
ACP 276.620 325.806 381.425 424.405 1,49 1,75 1,07
Ipatinga
Juiz de 307.534 385.996 456.796 516.247 2,07 1,87 1,22
Fora
Montes 177.302 250.062 306.947 361.915 3,13 2,28 1,65
Claros
Pouso 57.362 81.836 106.776 130.615 3,23 2,96 2,02
Alegre
Teófilo 128.826 140.833 139.398 145.084 0,81 -0,11 0,40
Otoni
Uberaba 199.208 211.824 257.116 304.077 0,56 2,15 1,68
Uberlândia 240.967 367.061 501.214 604.013 3,83 3,46 1,87
Varginha 64.904 88.022 108.998 123.081 2,77 2,37 1,22
Cidades 1.766.173 2.233.426 2.674.724 3.067.714 2,13 2,00 1,37
médias
Minas 13.380.105 15.743.152 17.891.494 19.597.330 1,48 1,42 0,91
Gerais
Brasil 119.011.052 146.825.475 169.799.170 190.755.799 1,91 1,62 1,16
Fonte: IBGE. Censos Demográficos de 1980, 1991, 2000 e 2010.Nota: Em 1997, o
município de Novo Oriente de Minas emancipou-se de Teófilo Otoni e o município
de Delta emancipou-se de Uberaba. Para utilizar a mesma base populacional, para
fins comparativos, foram agregadas as populações dos municípios emancipados
àquelas dos municípios de origem em 2000 e 2010 e utilizados esses valores no
cálculo das taxas médias anuais de crescimento geométrico.
A Tabela_2 apresenta os saldos migratórios e as taxas de migração líquidas das
cidades médias mineiras nos quinquênios 1986-1991, 1995-2000 e 2005-2010. Nos
três períodos considerados, o conjunto das cidades médias apresentou saldos
migratórios positivos. Tendo em vista que o denominador da TML foi a população
observada no final do período, conclui-se que, se não tivessem ocorrido
migrações nos quinquênios analisados, a população do conjunto das cidades
médias seria 2,47% menor em 1991, 2,12% menor em 2000 e 1,03% menor em 2010.
Apesar dos valores positivos, observa-se que o saldo migratório do conjunto das
cidades médias caiu quase pela metade no último quinquênio, reduzindo o impacto
proporcional das migrações na população desses municípios.
TABELA 2 Saldo migratório e taxa de migração líquida Cidades médias de Minas
Gerais - 1986-2010
Municípios Saldo migratório Taxa de migração líquida (%)
1986-1991 1995-2000 2005-2010 1986-1991 1995-2000 2005-2010
Divinópolis 5.405 4.710 2.397 3,57 2,56 1,13
Governador -2.828 -7.776 -7.663 -1,23 -3,15 -2,91
Valadares
Juiz de Fora 9.296 14.434 5.362 2,41 3,16 1,04
Montes Claros 7.633 5.223 1.607 3,05 1,70 0,44
Pouso Alegre 7342 5.548 6.184 8,97 5,20 4,73
Teófilo Otoni -8.418 -10.372 -3.721 -6,47 -7,44 -2,56
Uberaba 5.224 7.410 9.684 2,50 2,88 3,18
Uberlândia 28.734 31.507 20.573 7,83 6,29 3,41
Varginha 3.244 2.823 745 3,69 2,59 0,61
ACP Ipatinga -779 3.606 -3.245 -0,24 0,95 -0,76
Cidades médias 54.853 57.113 31.923 2,47 2,12 1,03
Fonte IBGE. Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010.
Como será mostrado a seguir, analisando-se separadamente as cidades médias
mineiras, observa-se uma grande heterogeneidade no que diz respeito ao
crescimento populacional e às migrações. Como os saldos migratórios são
fortemente condicionados pelo volume populacional, também foi feita uma
avaliação do impacto proporcional das migrações a partir das taxas de migração
líquidas.
Por sua própria localização, o Estado de Minas Gerais apresenta grande
diversidade de atividades produtivas, que se articulam com a Região
Metropolitana de Belo Horizonte, a exemplo dos municípios da ACP que compõem o
Vale do Aço. Entretanto, algumas regiões possuem maiores interações com outros
estados, em grande parte devido à proximidade geográfica.
Em estudo criterioso sobre os aglomerados urbano-regionais do Brasil, Moura_
(2012) ressalta que o sul de Minas e o Triângulo Mineiro estão mais fortemente
relacionados com o grande aglomerado urbano-regional de São Paulo, enquanto
outras áreas são influenciadas pela aglomeração do Rio de Janeiro, caso de Juiz
de Fora.
Deve-se acrescentar que, mesmo recebendo influência de um mesmo estado, no caso
São Paulo, as regiões do sul de Minas e do Triângulo Mineiro apresentam
relações distintas: enquanto a primeira recebe diretamente o impacto da
desconcentração populacional irradiada pela Região Metropolitana de São Paulo,
a segunda estreita os intercâmbios com o oeste daquele estado, mais afeito às
atividades do agronegócio e serviços especializados (RIGOTTI,_2008). Por isso,
é de se esperar que estes contatos, reforçados pela proximidade, guardem alguma
relação com a dinâmica migratória das cidades médias, uma vez que estas são os
principais polos de suas respectivas regiões.
Os dados indicam que as migrações tiveram papel crucial no crescimento de
Uberlândia. Esta cidade, a mais populosa entre as estudadas, apresentou saldos
migratórios muito superiores aos das outras cidades médias nos três quinquênios
analisados: 7,83% da população em 1991, 6,29% em 2000 e 3,41% em 2010 foram
consequência dos fluxos migratórios do município nos quinquênios 1986-1991,
1995-2000 e 2005-2010, respectivamente.
Na mesma região, o município de Uberaba mostrou um padrão de crescimento
irregular, com a menor taxa média anual de crescimento entre 1980 e 1991 e
taxas bem superiores à do conjunto de cidades médias nos dois outros
quinquênios analisados. Dada a proximidade com Uberlândia, os movimentos de
Uberaba expressam a relação entre essas cidades e o dinamismo do Triângulo
Mineiro e da produção agropecuária, um dos maiores motores da economia
nacional.
Em relação às taxas de migração líquidas, apenas Pouso Alegre, no sul de Minas,
com um volume populacional muito inferior ao de Uberlândia, teve valores
superiores no primeiro e terceiro quinquênios analisados. As migrações
cumpriram papel fundamental neste sentido, a julgar por suas altas taxas de
migração líquidas. Se não tivessem ocorrido migrações nos quinquênios
analisados, a população de Pouso Alegre teria sido quase 9% menor em 1991,
5,20% menor em 2000 (TML inferior apenas à de Uberlândia no quinquênio 1995-
2000) e 4,73% inferior em 2010. Os dados indicam que o crescimento populacional
de Pouso Alegre foi o que mais sofreu influência das migrações entre as cidades
médias abordadas neste estudo.
O rápido crescimento fez com que a população de Pouso Alegre ultrapassasse a de
Varginha no Censo Demográfico de 2010, o município menos populoso entre os
estudados, neste ano. Como a maioria das cidades médias, Varginha registrou
taxas médias anuais de crescimento altas e decrescentes ao longo do período
1980-2010. Seus saldos migratórios mostraram-se pouco expressivos nos
quinquênios analisados, os menores entre os municípios com ganhos líquidos.
Entretanto, por se tratar de um município de porte relativamente pequeno, suas
taxas de migração líquidas foram bastante significativas. Se não fossem as
migrações dos quinquênios em pauta, a população de Varginha seria 3,69% menor
em 1991, 2,59% menor em 2000 e 0,61% menor em 2010.
Ainda no rol de cidades médias cuja posição na rede urbana reforça os laços com
outros estados, Juiz de Fora também teve significativo incremento populacional
desde 1980, atrás apenas de Uberlândia (em termos absolutos), mostrando um
forte poder de atração e retenção populacional. No quinquênio 1995-2000, o
município apresentou crescimento relativamente elevado tanto de seu saldo
migratório quanto de sua TML, que atingiu 3,16% no período. Como no sul de
Minas, onde a influência das metrópoles vizinhas do Estado de São Paulo é
marcante, Juiz de Fora acompanha as conjunturas que marcaram o Estado do Rio de
Janeiro e sua metrópole, por sua vez influenciados pela indústria petrolífera.
As demais cidades médias estão influenciadas pela aglomeração urbana-regional
de Belo Horizonte, embora cada uma com as características próprias de sua
localização na rede urbana. Montes Claros, por exemplo, é o único centro
regional que polariza grande extensão do norte de Minas. Este município
experimentou elevado crescimento populacional entre 1980 e 2010, apesar de
taxas médias anuais de crescimento declinantes. De fato, elas retratam a
redução dos saldos migratórios e das taxas de migração líquidas. Se não fossem
as migrações do período 2005-2010, sua população em 2010 seria apenas 0,44%
menor. Esse valor contrasta bastante com o primeiro quinquênio, quando as
migrações foram responsáveis por 3,05% da população enumerada em 1991, valor
bastante significativo.
Apesar da importância regional, os municípios de Teófilo Otoni e Governador
Valadares estão inseridos em regiões que passaram por longos períodos de
estagnação econômica. O primeiro foi o que menos cresceu (abaixo inclusive dos
níveis estaduais e nacionais) e o único a apresentar uma taxa média anual de
crescimento negativa (entre 1991 e 2000). Estes valores refletem o forte
impacto das perdas migratórias em Teófilo Otoni: se não tivessem ocorrido
migrações nos quinquênios avaliados, sua população teria sido 6,47% maior em
1991, 7,44% maior em 2000 e 2,56% maior em 2010.
Apesar das fortes perdas migratórias nos três quinquênios, tanto em termos
absolutos quanto relativos, Governador Valadares teve crescimento populacional
positivo nas três últimas décadas, ou seja, as emigrações não foram suficientes
para anular completamente o crescimento natural de sua população.
Dada a proximidade física, a cidade de Divinópolis e a Área de Concentração
Populacional de Ipatinga-Coronel Fabriciano-Timóteo também possuem laços
importantes com a metrópole mineira, mas com características singulares.
Divinópolis tem se destacado como um polo regional muito dinâmico, refletido em
crescimento populacional expressivo desde 1980, com taxas médias anuais
superiores às do conjunto das cidades médias mineiras. Embora tenha sido
registrada uma sequência decrescente de saldos migratórios nos três quinquênios
analisados, as migrações foram responsáveis por um incremento populacional
expressivo, com taxas de migração líquidas de 3,57%, 2,56% e 1,13%,
respectivamente, para os três períodos quinquenais considerados.
A Área de Concentração Populacional de Ipatinga-Coronel Fabriciano-Timóteo, que
possuía a segunda maior população entre as cidades médias em 1980, cresceu
menos do que o conjunto das cidades médias nos três períodos intercensitários
considerados neste estudo. As migrações dos três quinquênios tiveram impacto
pequeno sobre os estoques populacionais, cujas taxas de migração nunca
ultrapassaram 1,0%.
Segundo Moura_(2012), essa região articula-se com centros funcionalmente
complementares, tendo Belo Horizonte como polo de inovação, pesquisa e
tecnologia, serviços produtivos, serviços pessoais modernos e atividades
culturais. Como mostraram Rigotti_e_Barbieri_(2014), as atividades exportadoras
de minérios impactam expressivamente suas regiões de abrangência, mas uma vez
consolidados os empreendimentos minerários, a própria natureza da exploração de
recursos naturais não renováveis tende a reverter o crescimento, uma vez que as
atividades de alto conteúdo agregado se localizam em Belo Horizonte.
O comportamento das migrações nas cidades médias mineiras provavelmente está
relacionado com as mudanças na estrutura etária do país, decorrentes da
transição demográfica, que serão avaliadas a seguir.
O impacto das migrações na razão de sexo das cidades médias de Minas Gerais
Os dados mostrados na Tabela_3 apontam uma forte tendência à queda na razão de
sexo, ou seja, aumento proporcional do número de mulheres no país, no estado e
nas cidades médias em estudo. Apesar de esta ser uma tendência geral, os
valores da razão de sexo das cidades médias nos quatro anos censitários
encontram-se em patamares significativamente inferiores aos do estado e do
país. Uma possível causa deste fato refere-se às migrações, pois, se em um
local há correntes emigratórias predominantemente masculinas e/ou correntes
imigratórias predominantemente femininas, a razão de sexo tende a diminuir.
TABELA 3 Razão de sexo Cidades médias de Minas Gerais, Estado de Minas Gerais e
Brasil - 1980-2010
Localidades Razão de sexo
1980 1991 2000 2010
Divinópolis 96,82 96,40 95,74 95,09
Governador Valadares 94,07 91,70 91,78 90,46
Juiz de Fora 93,21 91,46 90,82 89,64
Montes Claros 94,43 94,14 93,67 92,85
Pouso Alegre 98,81 97,36 97,51 97,61
Teófilo Otoni 92,75 92,55 92,46 91,73
Uberaba 96,34 93,72 94,11 95,34
Uberlândia 98,40 96,67 96,16 95,41
Varginha 99,28 97,11 97,34 94,98
ACP Ipatinga 102,08 95,80 95,38 93,82
Cidades médias 96,44 94,31 94,12 93,35
Minas Gerais 99,38 98,28 97,87 96,85
Brasil 98,79 97,50 96,91 95,95
Fonte: IBGE. Censos Demográficos de 1980, 1991, 2000 e 2010.
Essa redução generalizada da razão de sexo provavelmente se deu em função de um
aumento diferencial na expectativa de vida das mulheres no Brasil, em Minas
Gerais e nas cidades médias, pois a análise por faixas etárias sugere que a
ampliação da diferença entre o número de homens e mulheres ocorreu
principalmente nas idades mais avançadas.
Em relação à composição por sexo dos migrantes, a Tabela_4 mostra uma
predominância de mulheres, tanto entre os imigrantes quanto entre os
emigrantes. As oscilações nos valores não apontam tendências tão claras como no
caso da razão de sexo do total da população. Para os imigrantes, observa-se uma
tendência à sua diminuição ao longo do tempo, mas com uma grande variabilidade
de valores e algumas exceções marcantes. Já para os emigrantes, considerando-se
as cidades médias em conjunto, a razão de sexo permaneceu praticamente
inalterada do primeiro ao último quinquênio e as variações nos valores parecem
ocorrer irregularmente ao longo do tempo. Pode-se pressupor que essas
oscilações estejam vinculadas mais ao perfil dos migrantes de cada localidade
do que a mudanças de padrões demográficos e migratórios gerais no Brasil e em
Minas Gerais.
TABELA 4 Razão de sexo dos migrantes Cidades médias de Minas Gerais - 1986-
2010
Municípios Imigrantes Emigrantes
1986-1991 1995-2000 2005-2010 1986-1991 1995-2000 2005-2010
Divinópolis 95,04 94,11 89,44 96,89 98,90 97,20
Governador 90,72 88,93 88,38 88,85 91,94 95,76
Valadares
Juiz de Fora 88,21 89,13 89,53 93,30 94,81 91,69
Montes Claros 91,08 86,59 84,68 98,57 86,36 92,07
Pouso Alegre 100,39 99,37 95,30 103,63 106,56 98,18
Teófilo Otoni 90,10 80,75 79,89 95,29 89,09 89,37
Uberaba 111,39 102,05 92,67 100,18 98,23 98,91
Uberlândia 101,14 93,16 92,39 98,69 106,64 103,75
Varginha 97,69 104,13 88,69 94,77 105,96 104,30
ACP Ipatinga 97,56 93,76 92,47 98,10 95,52 96,33
Cidades médias 96,33 93,20 89,34 96,83 97,40 96,76
Fonte: IBGE. Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010.
Comparando-se a razão de sexo dos imigrantes e emigrantes em cada município,
observa-se, na Tabela_4, que os últimos tendem a possuir uma razão de sexo
superior à dos primeiros (com algumas exceções, concentradas principalmente no
primeiro quinquênio). Para as cidades médias em conjunto, é possível perceber
inclusive uma tendência de aumento desse diferencial ao longo do tempo.
A Tabela_5 mostra a diferença percentual na razão de sexo provocada pelas
migrações nos quinquênios que antecedem os censos, evidenciando que os impactos
foram pequenos e agiram principalmente no sentido de aumentar a proporção de
mulheres na população (com exceção de Uberaba e Varginha, nos quinquênios 1995-
2000 e 2005-2010, e Uberlândia e Governador Valadares, no último quinquênio).
Isso condiz com os dados da Tabela_4, já que a proporção de mulheres entre os
imigrantes é superior à de homens e a maioria das cidades médias apresentou
saldos migratórios positivos.
TABELA 5 Diferença na razão de sexo provocada pelas migrações nos quinquênios
que antecedem os censos Cidades médias de Minas Gerais - 1991-2010
Em porcentagem
Municípios 1991 2000 2010
Divinópolis -0,67 -0,33 -0,09
Governador Valadares -0,98 -0,26 0,16
Juiz de Fora -0,19 -0,39 -0,29
Montes Claros -1,07 -0,13 -0,51
Pouso Alegre -0,45 -0,41 -0,03
Teófilo Otoni -0,55 -0,25 -0,42
Uberaba -0,51 0,49 1,04
Uberlândia -1,21 -1,18 0,37
Varginha -1,57 0,08 0,20
ACP Ipatinga -0,42 -0,16 -0,08
Cidades médias -0,66 -0,30 0,08
Fonte: IBGE - Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010.
Segundo Wong_(2004), a razão de sexo para o total da população costuma ser
bastante regular e previsível, mesmo na presença de fatores exógenos, enquanto
este indicador por idade tem uma oscilação relativamente maior. A autora
ressalta também que o nível de agregação espacial é relevante, já que a razão
de sexo pode ter um comportamento menos previsível em populações menores (WONG,
2004). Uma análise dos valores da razão de sexo por faixas etárias certamente
mostraria um impacto muito maior em determinados grupos, principalmente os mais
jovens, entre os quais tendem a se concentrar os migrantes, como será
demonstrado a seguir.
Perfil etário dos migrantes e impacto das migrações na estrutura etária das
populações
A Tabela_6 mostra a idade mediana da população das cidades médias mineiras, do
Estado de Minas Gerais e do Brasil, nos anos censitários considerados, enquanto
a Tabela_7 traz a idade mediana dos imigrantes e emigrantes das cidades médias
de Minas Gerais, nos mesmos períodos. Embora haja uma clara tendência de
aumento da idade mediana tanto dos imigrantes quanto dos emigrantes,5 esta não
se deu na mesma proporção que o envelhecimento das populações em estudo. Em
outras palavras, a despeito do envelhecimento generalizado e muito rápido da
população do Brasil, de Minas Gerais e das cidades médias de 1980 a 2010, os
migrantes continuam concentrando-se nas faixas etárias mais jovens, apontando
uma clara seletividade etária nas migrações.
TABELA 6 Idade mediana da população
Cidades médias de Minas Gerais, Estado de Minas Gerais e Brasil -1980-2010
Localidades Idade mediana
1980 1991 2000 2010
Divinópolis 20,78 24,73 27,83 32,25
Governador Valadares 19,20 22,43 25,55 30,16
Juiz de Fora 23,65 27,13 29,70 33,34
Montes Claros 18,50 20,87 23,86 28,52
Pouso Alegre 21,75 25,10 27,76 31,40
Teófilo Otoni 18,46 21,55 25,39 30,18
Uberaba 22,52 26,17 28,88 32,36
Uberlândia 21,46 24,50 27,01 30,98
Varginha 21,58 24,55 27,17 31,52
ACP Ipatinga 19,64 22,63 25,66 30,50
Cidades médias 20,75 23,97 26,88 31,12
Minas Gerais 19,98 23,21 26,10 30,78
Brasil 20,19 22,73 25,19 29,45
Fonte: IBGE. Censos Demográficos de 1980, 1991, 2000 e 2010.
TABELA 7 Idade mediana dos imigrantes e emigrantes Cidades médias de Minas
Gerais - 1986-2010
Municípios Imigrantes Emigrantes
1986-1991 1995-2000 2005-2010 1986-1991 1995-2000 2005-2010
Divinópolis 22,32 26,19 25,06 22,87 25,86 27,50
Governador 19,54 23,23 25,79 20,88 23,93 26,44
Valadares
Juiz de Fora 22,92 25,34 27,18 24,74 26,83 28,72
Montes Claros 17,85 22,11 24,06 20,02 22,74 25,70
Pouso Alegre 22,57 25,62 26,25 24,09 26,71 28,13
Teófilo Otoni 19,41 22,49 24,64 19,61 22,78 25,08
Uberaba 21,89 25,50 25,37 23,39 26,59 28,51
Uberlândia 21,37 23,39 24,97 23,08 26,12 28,41
Varginha 21,28 25,59 27,52 24,86 24,67 27,44
ACP Ipatinga 21,40 24,05 25,94 21,61 24,38 27,54
Cidades médias 20,96 24,05 25,38 21,83 24,76 27,48
Fonte: IBGE. Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010.Nota: O número de
migrantes de 0-4 anos, incluídos no cálculo da idade mediana, foi estimado.
Os dados da Tabela_8, que mostra a porcentagem dos imigrantes e emigrantes das
cidades médias de até 29 anos completos de idade, corroboram a afirmação
anterior. Entretanto, apesar dos altos percentuais, pode-se observar que,
paralelamente ao envelhecimento da população, também ocorreu uma mudança no
perfil etário dos migrantes. Com exceção dos imigrantes de Uberaba, Divinópolis
e Pouso Alegre do segundo ao terceiro quinquênio, todos os outros municípios
apresentaram diminuição da proporção de migrantes com até 29 anos.
TABELA 8 Migrantes com até 29 anos de idade Cidades médias de Minas Gerais -
1986-2010
Em porcentagem
Municípios Imigrantes Emigrantes
1986-1991 1995-2000 2005-2010 1986-1991 1995-2000 2005-2010
Divinópolis 69,09 59,03 62,25 71,86 60,35 58,63
Governador 74,29 64,18 60,55 72,38 65,69 58,52
Valadares
Juiz de Fora 66,08 59,20 56,15 67,73 58,89 55,33
Montes Claros 76,09 67,05 66,90 78,14 71,23 65,54
Pouso Alegre 66,25 59,47 60,43 68,40 59,29 55,90
Teófilo Otoni 75,03 65,87 65,17 77,74 70,08 63,86
Uberaba 66,59 58,04 62,46 68,17 60,04 55,35
Uberlândia 70,63 64,99 62,78 69,66 59,37 54,66
Varginha 71,49 60,47 56,88 65,54 62,20 56,97
ACP Ipatinga 64,73 55,27 52,04 61,14 52,86 49,75
Cidades médias 71,23 62,77 61,76 71,77 63,33 58,09
Fonte: IBGE. Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010.Nota: Os migrantes de 0-
4 anos foram estimados.
O impacto das migrações na composição etária populacional depende do volume, da
proporção e do perfil etário dos imigrantes e emigrantes de cada município.
Como as cidades médias abordadas neste estudo apresentam perfis bastante
heterogêneos, a seguir será feita uma análise mais detalhada dos efeitos das
migrações na composição etária de cada uma delas.
Primeiramente, observou-se que, nas cidades médias próximas e conectadas com as
grandes metrópoles dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, o perfil etário
da população é mais envelhecido se comparado com os polos de regiões
economicamente deprimidas.
A idade mediana dos imigrantes e emigrantes de Uberlândia seguiu a mesma
tendência de aumento observada na população do município ao longo do período
1980-2010. Como a idade mediana dos imigrantes era significativamente inferior
à da população no final dos períodos, pode-se concluir que as migrações foram
responsáveis por uma diminuição do ritmo de envelhecimento populacional do
município, considerando-se os expressivos fluxos de imigrantes que ele recebeu.
Localizada na mesma região do Triângulo Mineiro e vizinha de Uberlândia,
Uberaba apresentou a segunda população mais envelhecida e o segundo menor
aumento relativo na idade mediana das cidades médias de 1980 a 2010.
Contrariando a tendência geral de aumento, a idade mediana dos imigrantes de
Uberaba sofreu redução entre os quinquênios 1995-2000 e 2005-2010, provocando
um aumento da diferença em relação aos emigrantes (como na maior parte das
outras cidades médias, a idade dos emigrantes foi superior à dos imigrantes nos
três quinquênios). A idade mediana tanto dos imigrantes como dos emigrantes de
Uberaba foi inferior à da população do município nos anos censitários
correspondentes ao último ano dos três quinquênios. Como Uberaba apresentou
volumosos saldos migratórios positivos e altas taxas de migração líquidas,
conclui-se que as migrações também foram responsáveis pelo envelhecimento
populacional relativamente lento deste município.
Os laços fortes entre Pouso Alegre e Varginha com as metrópoles paulistas
sugerem perfis etários semelhantes de migrantes. No primeiro caso, a idade
mediana da população foi ligeiramente superior àquela observada para o conjunto
das cidades médias de 1980 a 2010. Os valores relativos aos migrantes
apresentaram tendência de crescimento ao longo do tempo, com valores acima da
maior parte dos outros municípios. Embora a idade mediana dos imigrantes dos
quinquênios considerados seja mais baixa do que a da população nos anos
censitários, não há discrepância tão acentuada como em outros municípios.
Assim, os dados sugerem que o impacto das migrações na desaceleração do
envelhecimento da população de Pouso Alegre se deu mais pelo volume de
imigrantes, que tendem a ser mais jovens em comparação à população não
migrante, do que pela discrepância entre seus perfis etários.
Da mesma forma, a população de Varginha também apresentou aumento expressivo de
sua idade mediana entre 1980 e 2010. Essa tendência foi acompanhada pelos
imigrantes, que alcançaram o maior valor entre todos os municípios estudados no
quinquênio 2005-2010. Porém, apesar de a idade mediana dos imigrantes de
Varginha ser superior à do conjunto das cidades médias, eles possuem um perfil
jovem, com valores bastante inferiores aos da população nos anos censitários
correspondentes. Isso mostra que as migrações tiveram impacto na estrutura
etária do município, no sentido de diminuir o ritmo de envelhecimento da
população.
Juiz de Fora foi a cidade que apresentou o perfil etário mais envelhecido entre
todas as cidades médias e em todos os anos censitários, desde 1980. A idade
mediana de sua população elevou-se em quase dez anos, aumentando 41%. Este
indicador para os imigrantes e emigrantes também se mostrou elevado em relação
a quase todas as outras cidades médias e sofreu aumento ao longo do período
analisado (a idade mediana dos emigrantes foi sempre superior à dos
imigrantes). Se não fossem as migrações, o envelhecimento populacional de Juiz
de Fora teria sido mais acelerado, apesar de essa influência não ter sido tão
forte como em outras cidades médias, devido ao perfil etário dos migrantes e à
menor contribuição relativa no crescimento populacional deste município.
As demais cidades médias apresentam laços muito expressivos com a metrópole
mineira, mas com características distintas, como já salientadas. A idade
mediana da população de Divinópolis aumentou 55,21% de 1980 a 2010, passando de
20,78 anos em 1980 para 32,25 anos em 2010. Este envelhecimento teria sido
ainda mais acelerado caso não tivessem ocorrido migrações, pois a idade mediana
dos migrantes foi bem inferior à da população não migrante nos anos
censitários. Como o município apresentou apenas saldos positivos, infere-se que
o contingente de imigrantes que entraram em Divinópolis nas últimas décadas
diminuiu consideravelmente o ritmo de envelhecimento de sua população.
A população da Área de Concentração Populacional de Ipatinga-Coronel
Fabriciano-Timóteo apresentou o terceiro maior aumento na idade mediana entre
as cidades médias mineiras. Isso condiz com seus saldos migratórios e taxas de
migração líquidas, pois, já que não houve um contingente de imigrantes jovens
suficientemente grande para refrear significativamente o envelhecimento
populacional, é natural que essa área apresente aumento na idade mediana
superior aos municípios com altos saldos migratórios e taxas de migração
líquidas maiores e positivas.6
As cidades médias de regiões menos dinâmicas, como Montes Claros, Teófilo Otoni
e Governador Valadares, apresentaram comportamento diferenciado, de acordo com
sua influência no entorno e área de abrangência.
Como praticamente único destino de imigrantes procedentes de localidades
vizinhas caracterizadas pela pobreza, Montes Claros registrou a estrutura
etária mais jovem nos anos censitários (com exceção de 1980, quando estava
praticamente no mesmo patamar que Teófilo Otoni). Mesmo com o aumento de 54,20%
em sua idade mediana entre 1980 e 2010, essa cidade foi a única a apresentar um
valor abaixo de 30 anos em 2010.
Os dados indicam uma influência significativa das migrações nesse sentido, pois
os imigrantes de Montes Claros tinham o perfil etário mais jovem entre todos os
municípios e em todos os quinquênios. De 1986 a 1991, quando houve o maior
influxo de imigrantes no município, em termos absolutos e relativos, a idade
mediana deles era de apenas 17,85 anos. Este valor foi bem inferior ao do
conjunto das cidades médias, cuja idade mediana foi de quase 21 anos. Os
emigrantes de Montes Claros, embora também possuam um dos perfis etários mais
jovens, mostraram idade mediana superior à dos imigrantes em todos os
quinquênios.
O município de Teófilo Otoni localiza-se em uma rede urbana mais densa, na
região mais pobre do estado. A cidade apresentou alta porcentagem de imigrantes
e emigrantes de até 29 anos completos de idade, atrás apenas de Montes Claros.
Apesar do aumento de 63,49% na idade mediana da população de 1980 a 2010, o
maior entre as cidades médias mineiras, Teófilo Otoni continua sendo um dos
municípios com uma das estruturas etárias mais jovens entre os abordados neste
estudo. Como em geral os municípios com predominância de emigrantes sobre os
imigrantes tendem a apresentar balanço líquido mais envelhecido, infere-se que
a maior participação de jovens deve-se, predominantemente, à fecundidade mais
elevada.
A idade mediana da população de Governador Valadares foi a que teve o segundo
maior aumento entre as cidades médias, atrás apenas de Teófilo Otoni: aumentou
57,09% entre 1980 e 2010, passando de 19,20 para 30,16 anos. Perdas migratórias
tendem a provocar envelhecimento da população, se a idade mediana dos
emigrantes for menor do que a da população. Como a idade mediana dos emigrantes
(que prevaleceram sobre os imigrantes em todos os quinquênios) é inferior à da
população nos anos censitários, pode-se concluir que as migrações foram
parcialmente responsáveis por esse envelhecimento tão acelerado, embora a
entrada de imigrantes, menos numerosos do que os emigrantes, com um perfil
etário menos envelhecido, tenha arrefecido, em parte, esse processo.
Conclusão
Observou-se uma grande heterogeneidade dos efeitos das migrações no crescimento
populacional das cidades médias de Minas Gerais. Apesar de a maioria ter
apresentado saldos migratórios positivos relativamente altos, Teófilo Otoni e
Governador Valadares registraram valores negativos nos três quinquênios
analisados, contrariando a generalização tão comum das cidades médias como
áreas de absorção de população. Entre 1980 e 2010, enquanto as populações de
Uberlândia e Pouso Alegre (que tiveram fortes saldos migratórios positivos)
mais do que dobraram, a população de Teófilo Otoni permaneceu praticamente
estagnada e a de Governador Valadares cresceu a um ritmo inferior ao do Estado.
Com exceção da ACP de Ipatinga, que também apresentou saldos negativos em 1986-
1991 e 2005-2010, todos os outros municípios alcançaram valores positivos nos
três períodos considerados.
Não obstante as importantes mudanças ocorridas na composição por sexo das
populações e dos migrantes das cidades médias, observou-se que o impacto das
migrações na razão de sexo dessas localidades foi pequeno, apesar da
predominância de mulheres tanto entre os imigrantes quanto entre os emigrantes.
O mesmo não pode ser dito em relação aos impactos na composição etária, que
foram substanciais.
Constatou-se que cidades com altos saldos migratórios e taxas de migração
líquidas, como Juiz de Fora, Uberaba, Uberlândia e Pouso Alegre, foram as que
apresentaram o menor ritmo de envelhecimento. O contrário também é verdadeiro,
pois Teófilo Otoni, Governador Valadares e ACP de Ipatinga foram exatamente
aquelas que apresentaram o envelhecimento mais acelerado nas três últimas
décadas, o que leva a concluir que perdas migratórias tendem a acelerar o
envelhecimento populacional.
Ao mostrar a evolução das migrações e da população das cidades médias de Minas
Gerais nas três últimas décadas, este artigo indicou mudanças substanciais nos
volumes e no impacto proporcional dos fluxos migratórios, além de alterações
significativas no perfil etário e na composição por sexo dos imigrantes,
emigrantes e das populações das cidades médias mineiras. Estes são aspectos
relevantes para o planejamento urbano e políticas públicas, pois as demandas
sobre serviços e programas sociais e assistenciais dependerão do efeito das
migrações sobre o crescimento demográfico e das características individuais dos
migrantes.
1Esta primeira categoria dificilmente poderia ser interpretada como
representativa das cidades médias. Sua mediana de população, 955 mil
habitantes, duas vezes maior que a categoria subsequente (capital regional B),
é extremamente alta e, além disso, essa categoria inclui capitais estaduais que
não foram classificadas no nível de metrópoles.
2Os dados apresentados como referentes às cidades médias neste trabalho, na
verdade, referem-se a municípios cujas sedes foram classificadas como cidades
médias. Trata-se de uma limitação metodológica intransponível, pois o menor
nível de agregação espacial dos dados de migração dos Censos Demográficos são
os municípios.
3Também é comum usar no denominador a população esperada, fechada,
principalmente em projeções populacionais, o que gera uma interpretação
distinta do primeiro caso. Quando o denominador da TLM é a população esperada
(fechada), ela indica a proporção da população resultante do crescimento
natural que foi acrescida (quando positiva) ou reduzida (quando negativa) ao
fim do período devido às migrações.
4Para mensurar com exatidão esses impactos, seria necessário obter o saldo
migratório do decênio, informação de que não dispomos. No cálculo da idade
mediana dos migrantes foram consideradas as crianças de 0 a 4 anos completos de
idade, estimadas por meio da metodologia adotada por Lee_et_al._(1957) e
recomendada por Carvalho_e_Garcia_(2002), como descrito anteriormente nesta
seção.
5Observa-se uma tendência sistemática de que os emigrantes sejam mais velhos do
que os imigrantes nas cidades médias mineiras, sendo as duas únicas exceções
Divinópolis e Varginha, no quinquênio 1995-2000.
6A ACP de Ipatinga apresentou a menor proporção de imigrantes e emigrantes de
até 29 anos completos de idade nosquinquênios analisados.
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Received: June 02, 2014; Revised: March 23, 2015; Accepted: July 30, 2015
Rodrigo Coelho de Carvalho, Rua São João do Paraíso, 208, Bairro Sion, 30315-
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Lagoas-MG, Brasil
Rodrigo Coelho de Carvalho é geógrafo / demógrafo, doutorando em Demografia no
Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional – Cedeplar, Faculdade de
Ciências Econômicas – Face, da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG.
José Irineu Rangel Rigotti é doutor em Demografia pela Universidade Federal de
Minas Gerais, professor adjunto II no Centro de Desenvolvimento e Planejamento
Regional – Cedeplar, Faculdade de Ciências Econômicas – Face, da Universidade
Federal de Minas Gerais – UFMG.