O bibliotecário escolar incentivando a leitura através da webquest
1 Introdução
É oportuno lembrar que vivemos na chamada sociedade da informação, na qual a
velocidade do desenvolvimento das tecnologias da informação tem afetado
diversos campos do conhecimento e, em particular, a educação, causando mudanças
contínuas. Dessa forma, os profissionais da educação, inclusive o bibliotecário
escolar, confrontam-se com novas perspectivas de ensino geradas pelo fenômeno
da Internet, que constitui um novo recurso didático-pedagógico a ser utilizado
no processo de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita, principalmente
porque os educandos já não se contentam mais com os tradicionais métodos
pedagógicos utilizados nas práticas escolares.
Neste contexto, cabe ao bibliotecário intervir no processo de ensino-
aprendizagem da leitura e desenvolver atividades que estimulem e motivem a
busca do conhecimento, em especial o gosto pela leitura, e que estimulem também
o corpo docente e o corpo discente a se beneficiarem das possibilidades
oferecidas pela tecnologia disponível. Esse profissional assume, deste modo,
papel importante como co-responsável pela superação de dificuldades
apresentadas por inúmeros leitores que, embora tenham aprendido a decodificar
os códigos lingüísticos, não conseguem interpretar o que lêem, nem estabelecer
relações com o cotidiano, reproduzir o texto com suas próprias palavras, entre
outros problemas, principalmente quando se trata de um texto mais complexo.
Acerca desta questão, Minini (2004, p. 2), referindo-se aos resultados do
Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), enfatiza que "[...] o
brasileiro decifra letras, lê frases, mas não compreende seus significados, o
que se deve principalmente ao baixo índice de leitura".
Perante essa realidade, considerou-se importante a aplicação da metodologia
Webquest na Escola Carlos Pereira Barbosa, como um meio de despertar o gosto
pela leitura nos educandos e de contribuir no processo de aprendizagem dos
professores quanto à utilização de metodologias diferenciadas para o ensino da
leitura e da escrita em sala de aula.
A metodologia Webquesté uma atividade de aprendizagem instigante, pois permite
ao aluno adquirir conhecimento através da pesquisa pela Internet, como também
utilizando outros meios informacionais. De acordo com Dodge (1995, p.4), "as
WebQueststêm a virtude da simplicidade. Podem ser desenvolvidas para alunos da
escola elementar à pós-graduação". É o uso da tecnologia, em especial do
computador, da Internet, para a implantação de novas formas de disseminação da
informação em prol do conhecimento.
Acredita-se que com esse recurso ampliam-se as possibilidades, tanto do
bibliotecário escolar quanto do professor, para incentivar o aluno a ler mais,
principalmente aquele que não gosta das atividades de leitura tradicionais. A
leitura, por meio da Metodologia Webquest,permite ao aluno a realização
orientada de pesquisas, o que impede que ele se perca no universo da grande
rede. Afinal, deve-se ter em mente que a leitura é o eixo de todo o processo
ensino-aprendizagem.
2 A informática na escola
A informática tem se tornado cada vez mais indispensável na vida do indivíduo.
Segundo Marques Neto (2006, p.52), além de "influenciar algumas atividades
elementares do cotidiano do sujeito contemporâneo, a informática também
interfere na forma como ele lida com a informação necessária à sobrevivência".
Já não há mais como esquivar-se desta realidade tecnológica, e a educação não
pode ficar para trás, pois tais mudanças influem também na aprendizagem ou nos
modos de se aprender, já que a informação necessária ao aprendizado passa por
meio dos recursos dessa tecnologia. Ainda de acordo com Marques Neto (2006),
deve-se considerar que o sujeito contemporâneo passa grande parte de sua
existência dentro de uma unidade escolar. Deste modo, a escola precisa se
manifestar, não deixando de fora os seus educandos. Cabe a ela fornecer os
meios necessários à busca de conhecimentos para a construção do saber, que tem
influência direta nas relações sociais e profissionais que os seres humanos
estabelecem com o meio na contemporaneidade.
Sobre a utilização da informática no processo de ensino e aprendizagem, pode-se
afirmar que o computador constitui um dos elementos tecnológicos geradores de
mudanças capazes de promover e difundir novas idéias dentro da educação,
visando à melhoria desta. Conforme explica Valente (200-?, p.1), "[...]
informática na Educação significa a inserção do computador no processo de
aprendizagem dos conteúdos curriculares de todos os níveis e modalidades de
educação[...]". Todavia, este autor considera pouco provável que o professor
seja capaz de inserir adequadamente atividades tradicionais de ensino-
aprendizagem e/ou construir conhecimento através do uso do computador se não
for capacitado para isso.
Também se deve observar que o fato de a escola equipar-se com computadores não
garante que este recurso seja capaz de contribuir de forma significativa para o
processo de construção do conhecimento. A informática, quando introduzida nas
unidades escolares, precisa se agregar ao espaço e à realidade dos alunos, não
apenas como uma ferramenta, mas como um recurso para as atividades
curriculares. Nesta perspectiva, Corrêa (2006, p.47) alerta que "as tecnologias
que favorecem o acesso à informação e aos canais de comunicação não são, por si
mesmas, educativas [...]". Antes, porém, complementa a referida autora, é
preciso que os professores considerem a informática na educação como sendo
apenas um apoio pedagógico e não uma metodologia de ensino; que eles percebam
que o correto emprego da informática só irá facilitar o seu papel de educador
capaz de propiciar a construção do conhecimento.
Isto significa que os profissionais da educação precisam redirecionar sua
formação pedagógica, não apenas aprendendo a utilizar novas ferramentas, mas
também, e sobretudo, mudando suas atitudes e posturas diante do mundo, do
conhecimento e do processo de ensino: estando aberto às mudanças, readaptando o
seu saber à nova realidade, enfrentado desafios, atendendo à diversidade que o
novo cenário educacional exige deles.
Destacando a importância da formação docente nesta área, Valente aponta que "
[...] o processo de formação deve oferecer condições para o professor construir
conhecimento sobre as técnicas computacionais e entender por que e como
integrar o computador na sua prática pedagógica". Também para Seabra (1994,
p.2) o "papel dos educadores deve ser repensado e novas estratégias na formação
desses profissionais devem ser previstas [...] a escola está imobilizada na
antiquada formação de 'erudição' [...]". Este mesmo autor lembra que a escola
precisa também cumprir seu papel de educar o aluno para esse novo cenário.
Assim sendo, a qualificação do professor e a compreensão do porquê e de como
integrar o computador na sua prática pedagógica, bem como o repensar sobre suas
atitudes como docente, são fundamentais para sua prática, pois permitem o
acompanhamento do ritmo da evolução tecnológica e a compreensão de que o
computador pode ser uma ferramenta determinante na busca de mudanças no
processo educativo.
Por outro lado, Seabra (1994) lamenta o modo como o computador tem sido
utilizado nas escolas: na maioria das vezes para o ensino da informática.
Acrescenta que apenas uma minoria direciona o uso do computador para a prática
da educação.
2.1 Algumas alternativas no incentivo da leitura
É fato conhecido que, em tempos remotos, era empregado o uso de desenhos
rupestres para a comunicação. Fragoso e Duarte (2004) afirmam que o homem
sempre teve a preocupação de preservar seu conhecimento e que, ao longo do
tempo, diversos suportes foram utilizados com a finalidade de armazenar as
idéias, desde a pedra, o pergaminho, o papel, até o computador. Mencionam ainda
que, devido a essas mudanças de suportes da escrita, facilitou-se cada vez mais
a forma da leitura, ampliando-se, assim, o acesso ao conhecimento.
Neste mesmo sentido, Zilberman (1988, p.14) comenta que...
[...] com a invenção da imprensa no século XV, a leitura tornou-se
uma atividade extremamente importante para o homem civilizado, com
múltiplas finalidades, influenciando o desenvolvimento da sociedade
contemporânea e tornando-se uma das grandes responsáveis pelas
mudanças ocorridas na evolução da humanidade.
Assim sendo, necessário se faz adotar a prática da leitura desde bem cedo,
criar estratégias que contribuam para que o jovem possa perceber que a leitura
é capaz de modificar o meio e que, portanto, saber ler é uma condição
indispensável para a participação ativa na sociedade.
Acerca deste tópico, Silva (1995, p. 49) salienta que ler "é possuir elemento
de combate à alienação e ignorância [...] o ato de ler se constitui num
instrumento de luta contra a dominação". O processo da leitura, como se pode
ver, é notoriamente vital ao indivíduo e, também, de extrema importância para o
desenvolvimento escolar. Entretanto, esta não é uma prática fácil de se
exercitar; a educação intelectual exige prática contínua, de preferência ainda
no colo maternal. Hillesheim e Fachin (2003) alertam que a prática da leitura
deve ser instigada ainda em idade pueril, em um primeiro momento no ambiente
familiar e posteriormente nos primeiros anos da vida escolar. A criança que
tiver adquirido o gosto pelo livro desde a infância desenvolverá o gosto pela
leitura, tornado-se, quando adulto, um leitor assíduo, com mais criatividade,
autoconfiança, senso crítico e facilidade de captar a dinâmica do mundo que a
cerca.
Costa (2006, p. 72) sugere exercícios de trabalho com as crianças para o
crescimento intelectual. Nesta visão, ouvir e contar histórias é a melhor
maneira de "contribuir para o desenvolvimento de habilidades e competências,
tais como: atenção, concentração, observação, memória, análise e síntese".
Acerca desta atividade, ressalta-se com Kuhlthau (2002, p.50) que "[...] as
crianças devem escutar histórias, a fim de desenvolver o interesse pelos livros
e conscientizar-se da variedade de livros disponíveis. Quando estão aprendendo
a ler, a escuta de histórias funciona como uma influência modeladora para a
leitura".
Assim sendo, entende-se que a hora do conto, além de ser uma das principais
atividades da biblioteca escolar para promover a motivação e despertar a
curiosidade e o interesse das crianças pela leitura, também pode ser um valioso
recurso pedagógico-cultural, uma vez que elas vivenciam o encantamento dos
sentimentos contraídos através da leitura, o que as ajuda a criar uma afinidade
maior com o livro, propiciando momentos agradáveis de contato com o mundo
mágico da literatura oral.
Todavia, é preciso também que se fique atento para outros meios de propagação
da leitura, originados pelas novas tecnologias, que, da mesma forma, devem ser
trabalhados pela educação. Lévy (1999 apud BELMIRO, 2006, p.20) aponta para
essa questão quando menciona que "o excluído é o que se encontra desconectado,
não participa da densidade relacional e cognitiva das comunidades virtuais e da
inteligência coletiva". Por isso, as instituições de ensino não podem mais
omitir-se diante deste novo modo de ler ocasionado pela informática, em
especial do uso da Internet como um meio inovador de se estimular a leitura.
Também Moran (1997, p. 2) lembra que a Internet "[...] está explodindo na
educação. Universidades e escolas correm para tornar-se visíveis, para não
ficar para trás. Uns colocam páginas padronizadas, previsíveis, em que mostram
a sua filosofia, as atividades administrativas e pedagógicas".
Diante das constatações dos autores supracitados, comprova-se a importância da
criação de técnicas inovadoras que apresentem a aprendizagem de modo
diferenciado, ou seja, a utilização de diferentes métodos. Já não há mais como
negar as mudanças no cenário da leitura e as responsabilidades da escola
geradas pelas novas tecnologias.
3 Biblioteca escolar
A biblioteca da escola tem a função de educar. É um centro ativo de
aprendizagem imprescindível no processo educacional e no desenvolvimento de
aptidões de leitura e escrita, no uso da informação, no ensino e aprendizagem.
De acordo com a IFLA/UNESCO (2000, p.4), a "[...] biblioteca escolar desenvolve
nos estudantes competências para a aprendizagem ao longo da vida e estimula a
imaginação, permitindo-lhes tornarem-se cidadãos responsáveis". Por isso é de
fundamental importância o cumprimento correto da sua missão e de seus
objetivos.
A missão da biblioteca escolar, também segundo a IFLA/UNESCO (2000), está
direcionada a todos os membros da comunidade escolar. Nesse sentido, oferece
serviços de apoio à aprendizagem (como livros e outros recursos que viabilizem
a informação), e idéias fundamentais para o desenvolvimento bem sucedido dessa
comunidade, propiciando a seus integrantes que se tornem pensadores críticos e
permanentes usuários da informação (em todos os formatos e meios), e auxiliando
os educandos no processo de aprendizado, no desenvolvimento da reflexão e no
enriquecimento de seu vocabulário. Cumprir seus objetivos e suas funções,
desenvolver políticas e serviços, selecionar e adquirir recursos, prover acesso
físico e intelectual e adequadas fontes de informação, fornecer ferramentas e
equipamentos educativos e se envolver no treinamento de pessoal fazem parte da
sua missão.
Para Costa e Hillesheim (2004), é no ambiente da biblioteca escolar que
crianças e jovens complementam sua aprendizagem e desenvolvem criatividade,
imaginação e senso crítico, reconhecendo a complexidade do mundo que os rodeia
e adquirindo novos conhecimentos. Antunes (1993, p. 69) considera que "[...] as
atividades culturais e recreativas devem ser previstas. Além de aumentarem a
bagagem de informação dos alunos, elas servem para atrair à biblioteca os
usuários potenciais, que, ao serem estimulados, espera-se que passem a
freqüentá-la com regularidade".
Contudo, para cumprir bem sua missão a biblioteca precisa estar totalmente
integrada à prática desenvolvida na escola. No Manifesto IFLA/UNESCO (2000),
consta que os bibliotecários e professores, ao trabalharem em conjunto,
influenciam o desempenho dos estudantes. Percebe-se, assim, a necessidade de
haver uma cooperação entre esses profissionais, para uma melhor qualidade dos
serviços prestados, em beneficio do próprio educando. Porém, não se deve
esquecer que, para que se atinja essa qualidade, outros elementos se tornam
imprescindíveis, como uma infra-estrutura adequada, um acervo compatível com as
necessidades dos usuários, um espaço apropriado e um pessoal capacitado.
Vê-se em Corrêa et al. (2002, p.102) que "[...] a realidade das bibliotecas
escolares brasileiras (especialmente no que se refere às escolas da rede
pública de ensino) apresenta um quadro diferente daquele que a teoria pretende
demonstrar[...]". Aliás, já na década de 90, Silva (1995), em seu livro Miséria
da biblioteca escolar, retratou muito bem o caos em que se encontra a maioria
das bibliotecas do país. Segundo essa autora (1995, p.11), "[...] a biblioteca
escolar brasileira encontra-se sob o mais profundo silêncio: silenciam as
autoridades, ignoram-na os pesquisadores, calam-se os professores, omitem-se os
bibliotecários".
Com base nas reflexões apresentadas acima, percebe-se que ainda hoje as
bibliotecas escolares brasileiras apresentam inúmeras deficiências em seu
funcionamento, de modo geral. Contudo, evidencia-se também que a biblioteca
escolar não pode mais ficar isolada, ela deve participar, priorizando a
satisfação e a capacitação da comunidade escolar.
Neste contexto, de acordo com Martucci (1999, p.34),
[...] volta-se a falar em biblioteca escolar de uma maneira renovada
frente às novas demandas da educação e estas considerações mundiais
já estão representadas no país pelas políticas públicas na área de
educação. Pode-se exemplificar esta assertiva pelos Parâmetros
Curriculares Nacionais - PCN, que propõem orientações gerais sobre o
básico a ser ensinado e aprendido nas oito séries do ensino
fundamental, especialmente o de Língua Portuguesa, que está apoiado
na existência de uma biblioteca escolar para o desenvolvimento da
leitura.
Hoje em dia o bibliotecário pode atuar em bibliotecas (virtual, digital,
especializada, pública, universitária ou escolar), museus, editoras, centros de
documentação, TV, centros culturais, arquivos, centros de memória, rádio,
empresas privadas e organizações de bases de dados virtuais, cartórios, fóruns,
discotecas, agências de publicidade, entre outros lugares e espaços. Ele também
pode atuar como consultor de serviços de informação em geral, além de atuar na
área docente do ensino superior. Deste modo, pode-se observar que o
profissional bibliotecário, na atualidade, tem como principal objetivo promover
o acesso à informação e auxiliar o usuário na busca e utilização da mesma.
Porém, para que alcance o êxito no desenvolvimento de suas atividades, ele deve
levar em consideração algumas características do usuário final. No caso da
biblioteca escolar, o bibliotecário precisa estar ciente do seu papel de
educador. Hillesheim e Fachin salientam que...
[...] cabe ao bibliotecário e somente a ele a função de priorizar
entre as tarefas do processamento técnico e as de atendimento à
comunidade escolar para buscar a satisfação dos usuários; cabe a ele
demonstrar a importância de seu trabalho como educador, como
incentivador da leitura, representando o real significado da
biblioteca escolar (HILLESHEIM; FACHIN, 2003, p. 38).
O bibliotecário deve promover atividades que desenvolvam os conhecimentos de
seus usuários, procurando incluí-los em atividades culturais. Diferentes
recursos podem ser empregados (hora do conto, dramatizações, teatro de
fantoches, palestras e outros). É preciso fazer da biblioteca um espaço
atrativo para alunos e professores. Ainda de acordo com Hillesheim e Fachin
(2003), compete ao bibliotecário promover também a sua própria inclusão na
comunidade escolar, participando de reuniões pedagógicas, do planejamento anual
e de todas as atividades da sua instituição educacional, interagindo, estando e
se fazendo presente na escola. Também Kuhlthau (2002) ressalta a importância de
se integrar a programação da biblioteca escolar com as atividades desenvolvidas
na sala de aula, e afirma ser necessário o envolvimento de professores com
bibliotecários, no sentido de assegurar o adequado andamento do processo de
ensino-aprendizagem. Com essas observações, percebe-se que o profissional
bibliotecário atuante pode e deve desencadear um processo de valorização
profissional, sendo um agente ativo dentro do processo educacional. Para que
isto ocorra na biblioteca onde trabalha, ele deve desempenhar todas as suas
funções, sendo uma ferramenta catalisadora no processo de aprendizagem, pois do
contrário a presteza bibliotecária passa a ser questionada. Entretanto, é
necessário que o bibliotecário se conscientize da sua função de educador e,
principalmente, seja capaz de convencer o corpo docente da escola dessa sua
função, sendo criativo, dinâmico e participativo dentro e fora do ambiente da
biblioteca, mostrando toda a sua capacidade, tendo um bom desempenho de
mediador da informação.
A esse respeito, Blattmann e Cipriano (1998, p. 8) enfatizam que "o
bibliotecário precisa agir para favorecer práticas de leitura de diferentes
fontes de informação, propiciar espaços de leitura e minimizar a exclusão
social. Lembrando a importância da aculturação digital para todos". É fato que
os computadores estão sendo incorporados a todos os setores da sociedade em
geral, de modo cada vez mais rápido, surgindo, assim, a necessidade de se
adaptar à realidade imposta. Dodge (1995) defende que novas estratégias possam
ser imaginadas para a aplicação da Webquest a outras atividades, tais como à
educação a distância e ao ambiente de bibliotecas. Desta forma, a Webquest como
um recurso pedagógico pode ser de grande serventia no incentivo à leitura.
4 Webquest
O conceito de Webquest foi criado em 1995, por Bernie Dodge, professor de
Tecnologia Educacional da Universidade de São Diego (Califórnia). No site
Educarede (2001) há a informação de que, segundo Carlos Seabra, coordenador do
projeto Webquest da Escola do Futuro da Universidade de São Paulo (USP), a
"grande vantagem do WebQuest é dar um outro enfoque à questão da pesquisa na
Internet. Os alunos entram na rede buscando temas definidos, com tarefas
específicas". Vê-se, pois, que a Webquest tem mostrado ser, efetivamente, uma
metodologia de pesquisa que aproveita adequadamente as informações encontradas
na web.Dodge (1995) afirma que um dos principais benefícios da Webquest é o de
orientar o discente no uso criativo da Internet, sem interferir nos rumos da
pesquisa.
Conforme Moran (2007, p.4), em geral, "uma Webquesté elaborada pelo professor,
para ser solucionada pelos alunos". Apresenta um tema que indica uma tarefa a
ser realizada, que deve ser solucionada através de consulta a fontes de
informação provenientes de qualquer meio informacional; porém, na maioria das
vezes, as fontes são sites da Internet especificamente selecionados pelo
professor.
De acordo com o SENAC (2003), o planejamento de uma Webquest integra alguns
elementos básicos essenciais à sua formação estrutural, tais como:
a) Introdução: Aqui se apresentam o tema e as atividades que deverão
ser realizadas. Nesta fase, é dada alguma informação preliminar que
deve fornecer dados básicos para despertar o interesse dos alunos
pela tarefa por meio de um texto curto, direto, instigante e
motivador;
b) Tarefa: É a parte principal de uma Webquest, por isso tem que ser
clara e executável. Deve determinar algo a ser realizado pelos alunos
que seja plausível de ser desvendado e também capaz de entusiasmar os
estudantes, dando espaço para muita criatividade. Sintetizando, a
tarefa é o objetivo do trabalho;
c) Processo: Indica o caminho que o aluno terá de percorrer para
realizar a pesquisa. Deve indicar todos os passos de cada etapa. Aqui
também é preciso definir os grupos, se houver, o número de
integrantes, o papel de cada um no desenvolvimento das atividades que
vêm a seguir e os recursos a consultar. Deve indicar a direção do
desenvolvimento da tarefa, sem, no entanto, esquecer que a autonomia
e a criatividade na escolha da informação selecionada pertencem ao
estudante. Em síntese, o processo é a metodologia;
d) Recursos: São preferencialmente fontes disponíveis na Internet,
entretanto outras fontes, como informações obtidas em bibliotecas,
podem ser incluídas. Somente não se pode esquecer a importância da
qualidade e da quantidade de informações oferecidas no recurso:
quanto mais disponibilidades melhor;
e) Avaliação: Informa sobre como o desempenho do estudante será
avaliado e se esta avaliação será individual ou em grupos. Os métodos
da mesma devem ser concretos e rigorosos, de modo que cada aluno
compreenda bem como vai ser avaliado o seu trabalho. Recomenda-se o
uso da rubrica;
f) Conclusão: Esta deve dar ênfase a tudo que os alunos aprenderam
com a investigação e despertar a curiosidade para pesquisas futuras,
proporcionando, assim, mais sentido à aprendizagem;
g) Créditos: A seção de Créditos é o espaço no qual são apresentadas
as fontes utilizadas e os agradecimentos a colaboradores da
elaboração daWebquest.
Dodge (1995) classifica a Webquest como sendo de curta ou longa duração, o que
implica considerar o grau de aprendizagem que se quer atingir. A seleção do
conteúdo, além de estar vinculada às exigências curriculares, deve considerar a
faixa etária dos alunos, podendo ser definida como de curto prazo (de um dia
até uma semana), que abrange a aquisição e integração do conhecimento, ou de
longo prazo (de uma semana até um mês ou mais), quando a finalidade é alargar e
refinar o conhecimento. A aplicação desse instrumento tecnológico nas
atividades escolares poderá motivar e aguçar a curiosidade dos alunos,
tornando-os produtivos e construtores do próprio conhecimento.
No site do SENAC (2003) vê-se que, além de ser uma ferramenta de fácil
utilização, a Webquest não exige softwares específicos, além dos utilizados
comumente para navegar na rede e produzir páginas, textos e imagens. Ela requer
apenas algumas noções de informática, as mesmas empregadas normalmente ao se
navegar na Internet.
Em contrapartida, Rhatto (2006) previne que, se não se souber o fundamental
sobre HTML, é praticamente impossível que se possa criar e publicar uma página
na Internet. O despreparo de alguns professores em relação ao manejo das
tecnologias da informação e comunicação é uma realidade preocupante, sobretudo
diante da responsabilidade das instituições públicas de ensino em inserir o
computador no cotidiano do educando.
Pensando exatamente nessas dificuldades, Barros (2005, p.8) informa que
pesquisadores da equipe do Portal EscolaBR criaram um site para se pesquisar e
divulgar, através de projetos educativos, ferramentas on-line para utilização
gratuita de educadores de escolas públicas de todo o Brasil.
Esses mesmos iniciaram, no final de 2001, uma investigação sobre um meio que
pudesse facilitar a elaboração da Webquest. Diante de diversos softwares
pesquisados e analisados, em julho de 2005, eles encontraram um programa
educativo desenvolvido pelo professor espanhol Antonio Temprano: o software
livre PHPWebquest. Este possuía um layout semelhante às sessões do gabarito
sugerido por Dodge (1995) para a elaboração de uma Webquest. O professor
Eziquiel Menta traduziu para o português o software livre PHPWebquest, que, com
algumas pequenas adaptações, foi disponibilizado a educadores de todo o Brasil
para a criação de Webquest, sem que para isto fosse necessário escrever em
código html ou utilizar programas de edição de páginas na web. Os educadores
interessados em usar o PHPWebquest podem solicitar uma conta, que é autorizada
no site http://livre.escolabr.com/ferramentas/wq/. Os usuários recebem uma
senha através de e-mail, que lhes dá acesso direto à sua Webquest. Podem criar
e editar, atualizar ou apagar as suas atividades quando quiserem, bastando
apenas que estejam conectados à Internet. Suas produções têm hospedagem
gratuita no EscolaBR, desde que sejam para fins educativos.
4.1 A Webquest como ferramenta educacional
Tem-se verificado que a pesquisa é uma prática comum nas instituições
educacionais, do Ensino Fundamental à educação superior, caracterizando-se como
um modo de busca de informação e de conhecimento. De acordo com Hillebrand
(2003) e Kuhlthau (1999), a pesquisa é uma importante ferramenta na construção
do conhecimento, pela qual o indivíduo pode ser capaz de raciocinar por si e
posicionar-se perante as informações que chegam até ele. Estes autores
concordam que os questionamentos adquiridos através da pesquisa fazem com que o
aluno se torne um sujeito ativo, com desenvoltura para construir novas
informações e articulá-las com conhecimentos anteriormente adquiridos.
Para Hillesheim e Fachin (2003, p.2), a "[...] escola não pode mais apresentar
uns saberes estáticos, uniformes e únicos, mas saberes dinâmicos, múltiplos,
variados e procedentes de muitas fontes". Neste contexto, a pesquisa torna-se
um recurso propício para o bom desempenho da aprendizagem; e novas ferramentas
podem ser adicionadas para que o ato de pesquisar seja aprimorado, como a
Internet, por exemplo, que é um excelente recurso para se empregar na pesquisa
dentro do ensino, pois possibilita o acesso a um rico repositório de
informações. Neste sentido, Moro, Sabbadini e Estabel (2002, p. 8) salientam
que a "presença das tecnologias no dia-a-dia da escola, propiciando a
integração da Internet aos sistemas educacionais, torna-se mais um recurso e
mais uma fonte de informação na promoção do ensino e da aprendizagem [...]".
Percebe-se claramente a eficácia do uso da Internet como um instrumento
facilitador no processo educativo da busca da informação: além de promover a
aquisição de conhecimento, contribui para o acesso a variadas fontes de
informações atualizadas.
Também Santos (2003, p.3) observa que "[...] a Internet é cada vez mais
empregada como meio didático, em todos os níveis de ensino", mas, por outro
lado, questiona o uso que os educadores estão fazendo desta ferramenta no uso
educacional. A rede, sem dúvida alguma, é um excelente meio didático;
entretanto, saber onde e como buscar as informações ali disponibilizadas se
tornou um grande desafio. Navegar na Internet, mesmo usando sites de busca,
pode ser um processo complicado, devido à desordem e ao excesso informacional,
sem deixar de mencionar o grande número de informações de conteúdo duvidoso
disponíveis na grande rede. Além disso, os educadores devem ter consciência de
que
Ensinar utilizando a Internet exige uma forte dose de atenção do
professor. Diante de tantas possibilidades de busca, a própria
navegação se torna mais sedutora do que o necessário trabalho de
interpretação. Os alunos tendem a dispersar-se diante de tantas
conexões possíveis, de endereços dentro de outros endereços, de
imagens e textos que se sucedem ininterruptamente. (MORAN, 1998, p.
127)
Tendo em vista o que se expôs até este ponto, é possível afirmar que a
utilização da Webquest pode contribuir para a mudança na forma de ensinar
proposta há várias décadas. De acordo com Castro e Tavares (2005, p.2), o
emprego desse instrumento no ensino preenche lacunas e fornece material
didático auxiliar, utilizando-se das fontes de informação disponíveis na
Internet, além de ser um recurso inovador de apoio ao ensino, pois fornece a
aquisição do conhecimento através da pesquisa, estimulando a capacidade de
raciocínio e também desenvolvendo o uso da imaginação e de outras habilidades.
Trata-se de um método que pode ser utilizado tanto para ensinar como para
aprender. Conforme salientam Carvalho e Dornelles (2007, p.2), a "Webquest
possibilita uma sintonia do processo educacional com o mundo globalizado atual,
viabilizada pelo acesso do aluno a informações recentes e atualizadas [...]".
Ou seja, o educando pode ver mais facilmente, por meio do emprego deste
recurso, as relações entre o conteúdo aprendido e seu contexto sociocultural.
Além disso, a sua elaboração e arquitetura em formato de desafio acabam por
despertar a motivação dos alunos enfadados com os métodos tradicionais de
ensino.
Moran (2007, p.5) acrescenta que "resolver uma Webquest é um processo de
aprendizagem interessante, porque envolve pesquisa e leitura; interação e
colaboração e criação de um novo produto a partir do material e idéias
obtidas". Os professores precisam incentivar nos alunos o querer saber,
estimulando mais a pesquisa e assim ajudando-os a desenvolver um pensamento
criativo e competitivo. Através da Internet é possível melhorar a qualidade do
ensino, pois o autor salienta que a Webquest propicia a socialização da
informação por estar disponível em rede. Assim, a escola atual deve acompanhar
as novas tendências informacionais, possibilitando ao educando novas formas de
aquisição do conhecimento no processo de aprendizagem capazes de estimular a
criação de estratégias que favoreçam o desenvolvimento pleno deste individuo em
relação à informação.
A respeito desta conjuntura, vemos em Seabra (1994, p. 2) a importante
observação de que "[...] a educação não apenas tem que se adaptar às novas
necessidades como, principalmente, tem que assumir um papel de ponta nesse
processo". É notório que as novas tecnologias da informação encontram-se
totalmente inseridas em todos os setores da sociedade e que a escola também
precisa se adaptar a essa nova realidade, mas é preciso que haja um preparo
para isso. De acordo com Beskow (2006, p. 2), mesmo tendo sido "[...] aprovada
em 1996, a Lei nº 9394/96, que torna obrigatória a inserção das novas
tecnologias nas instituições de ensino [...]", a inclusão digital nas escolas
não passa da simples aquisição de computadores. Afirma a referida autora que as
instituições educacionais não estão aptas a utilizar recursos tecnológicos nas
áreas pedagógicas. Adverte, ainda, que a formação de educadores para as novas
tecnologias é urgente e que a escola não pode mais ficar inerte, ela precisa
viabilizar o uso da tecnologia.
5 O processo metodológico
Para o desenvolvimento do presente estudo optou-se pela pesquisa-ação, um
método de condução de pesquisa baseado na experiência. Thiollent (2000, p. 14)
define tal método como sendo... [...]
um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em
estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema
coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes
representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo
cooperativo ou participativo
Com fundamentação no conceito do autor citado, vê-se que esse tipo de pesquisa
requer a participação das pessoas envolvidas no problema investigado.
A definição do campo desta investigação exigiu, a princípio, uma análise
preliminar, já que o alvo era uma escola que contasse com um laboratório de
informática com acesso àInternet. A população do estudo se constituiu de dez
alunos da 5ª série do Ensino Fundamental, com idade entre dez e quinze anos.
Delimitou-se esse número em função das possibilidades do laboratório da escola
pesquisada. O desenvolvimento do projeto de incentivo ao gosto pela leitura
usando a metodologia Webquest ocorreu durante os meses de agosto a dezembro do
ano letivo de 2007.
Como instrumento para a coleta de informações junto ao professor, utilizou-se a
entrevista semi-estruturada. Com os estudantes, além da entrevista, utilizou-se
também a observação participante, que ocorreu durante o desenvolvimento do
projeto.
Para a aquisição dos resultados, usou-se o software livre PHPWebquest, baseado
nos ensinamentos de Dodge (1995). Iniciou-se, então, a elaboração de uma
Webquest, "Magia da Leitura"1 com o propósito de estimular o gosto pela
leitura, procurando analisar as experiências e as opiniões junto aos educandos
sujeitos da pesquisa.
A coleta de dados por meio da observação participante seguiu um roteiro cuja
elaboração visou a identificar possíveis dificuldades dos alunos em relação ao
uso da Webquest.
Deve ser destacado o desempenho da bibliotecária que fez parte do grupo de
pesquisa. Ela elaborou a Webquest utilizada, aplicou-a junto aos alunos e
orientou os mesmos, enquanto bibliotecária na busca e obtenção das informações
e na construção de conhecimentos a partir destas novas informações. Este
trabalho, que ajudou a despertar nas crianças o gosto pelo recurso didático
empregado, pela leitura e pela pesquisa, comprovou a importância de um
profissional bibliotecário nas bibliotecas escolares.
5.1 Descrição e análise dos resultados
Os resultados obtidos por meio deste estudo indicam que a Webquest não provocou
para os alunos momentos de incompreensão, e despertou o interesse dos mesmos
pela leitura, sendo muito bem aceita por eles. Assim, é possível afirmar que o
objetivo principal foi atingido, confirmando que a leitura deve, sempre que
possível, ser realizada de forma prazerosa, proporcionando a quem a realiza uma
conquista de novos horizontes e novas aprendizagens, cativando o leitor de
forma motivadora para essa atividade.
Para a análise dos resultados seguiram-se basicamente os roteiros de observação
participante e os das entrevistas realizadas.
No decorrer do projeto, notou-se que houve mudança na atitude dos alunos quanto
a esse novo recurso, uma vez que, embora no começo tivessem achado o mesmo
estranho, na entrevista eles foram unânimes em afirmar que o consideraram fácil
e que gostaram, a ponto de expressarem o desejo de terem outras aulas com a
Webquest. Além disso, notou-se também uma evolução no interesse pela leitura em
si e na participação nas aulas, conforme declaração de um docente entrevistado.
Também foi solicitado o parecer da Coordenadora Pedagógica da escola que
acompanhou o desenvolvimento da pesquisa. Segundo ela, o projeto de incentivo à
leitura através da Webquest no laboratório de informática foi bem aceito por
parte dos alunos e conseguiu, efetivamente, despertar seu interesse. Considerou
que o projeto foi bem sucedido e que, se for possível, dar continuidade a ele
será muito oportuno para a unidade escolar em foco.
6 Considerações finais
Através deste trabalho pretendeu-se enfocar a importância do bibliotecário
escolar dentro do processo ensino-aprendizagem, buscando estimular o ato da
leitura pelo envolvimento dos alunos em atividades dinâmicas e criativas; pois
o caso da leitura, que se reflete no processo de aprendizagem, é um caso a ser
levado a sério. Há quem culpe a escola por isso, outros acusam os pais da nova
geração que não têm o gosto de ler para os filhos, sem deixar de mencionar o
número de bibliotecas escolares desativadas, entre outros fatores.
É evidente que a leitura é extremamente importante para o crescimento
intelectual do ser humano, desde o nascimento até a velhice. Portanto, não
importa saber quem é o vilão da história, mas lembrar que depende de nós, pais
e educadores (professores e bibliotecários), que se proporcione às crianças o
contato com a leitura, promovendo o envolvimento necessário para isso. Desta
forma, considera-se que a leitura através da Internet pode ser aproveitada,
sim, e que esta constitui uma ferramenta envolvente, motivadora, diversificada,
atualizada, questionadora e geradora de opinião.
Nesta perspectiva, é lícito afirmar que durante o desenvolvimento do projeto
houve uma conscientização da importância da leitura e uma aprendizagem
significativa por parte dos educandos.
Pode-se afirmar que os objetivos estabelecidos foram atingidos, pois as
crianças foram, efetivamente, envolvidas nas atividades de leitura. Além disso,
elas demonstraram prazer em participar da experiência e, segundo um professor
de Português entrevistado, houve uma boa mudança, pois elas começaram a se
oferecer para fazer a leitura de textos e mudaram até mesmo no comportamento,
participando mais das aulas. Esse mesmo educador declarou que costuma ler para
as crianças e que solicita a leitura de textos de vários gêneros; todavia, em
relação à Webquest, confessou nunca ter ouvido falar antes sobre isso. No
entanto, percebeu efeitos positivos nos discentes que participaram do projeto.
Quanto a usar a Internet nas aulas, disse que a utilizava, mas, de acordo com
os alunos, isto só acontecia com jogos educativos.
A atividade aplicada também despertou o interesse de outros docentes da unidade
escolar. Um fato a ser comprovado, visto que alguns professores procuraram esta
pesquisadora para confidenciar o seu interesse não pelo projeto em si, mas pelo
simples uso do computador, solicitando ajuda para isso. Esses profissionais
foram aconselhados a fazer um curso básico de computação. Ficou nítido o
desconforto dos mesmos quanto à sua "desatualização", que acaba por constituir
um obstáculo no desempenho de qualquer profissional.