Perceção ambiental de estudantes na conservação das tartarugas marinhas em
Aveiro, Portugal
1. Introdução
O ambiente vem passando por um estado de depreciação ao longo dos anos e, a
cada ano, devido à exploração dos recursos naturais pelos seres humanos,
espécies de animais e plantas sofrem a ameaça de extinção (Nagagata, 2006). As
causas dos declínios populacionais nos ambientes marinhos e terrestres estão
associadas, na maioria das vezes, às atividades humanas. O impacto humano sobre
o habitat das tartarugas marinhas é reconhecido há décadas (Lutcavage et al.
,1997). Os impactos diretos são principalmente a destruição e exploração de
habitats, embora a poluição, a introdução de espécies exóticas e a disseminação
de doenças também tenham impactos significativos (Hero & Ridgwa, 2006).
As tartarugas marinhas estão entre os animais mais antigos do planeta, com a
sua origem há mais de 150 milhões de anos. São migradoras, passando a vida toda
no mar e subindo às praias somente para desovar. Nascem e vivem em áreas
diferentes, por essa razão ainda há muitas lacunas no conhecimento científico
sobre a sua ecologia (Epperly & Frazier, 2000).
O consumo humano de tartarugas marinhas e seus ovos é um hábito histórico de
muitas comunidades litorâneas em todo o mundo (Crouse et al.
, 1987). O aumento desta exploração deu início ao desequilíbrio das populações
de tartarugas marinhas, que, desde então, se têm reduzido acentuadamente,
principalmente nos últimos anos. Todas as espécies de tartarugas marinhas do
mundo (Caretta caretta, Chelonia mydas, Dermochelys coriacea, Eretmochelys
imbricata, Lepidochelys olivacea, Natator depressus e Lepidochelys kempi), com
exceção de Natator depressus, estão catalogadas como vulneráveis ou em
perigo na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza
(IUCN, 2009).
Atualmente, as principais ameaças para a sobrevivência destes animais têm sido
o aumento do uso das artes de pesca e as alterações do meio (Wetherall et al.
,1993). A captura incidental por equipamentos de pesca afeta a sobrevivência
dessas populações (Pupo et al.
, 2006), atingindo diretamente a população de juvenis (Sales et al.
, 2008).
A poluição é outro fator problemático, pois estes indivíduos confundem o lixo
com o seu alimento e isso pode causar o bloqueio do seu tubo digestivo,
conduzindo à desnutrição (Bondioli et al.
, 2005). Os materiais mais frequentemente encontrados no trato digestivo de
tartarugas marinhas são sacolas plásticas, cordas, linhas e até copos (Laist,
1987).
As tartarugas marinhas são também vistas como vulneráveis às alterações
climáticas devido ao papel que a temperatura desempenha na determinação do sexo
dos embriões. O aumento da temperatura na ordem de 2°C na areia pode causar a
feminilização de toda uma população (Poloczanska et al.
, 2009).
Devido a todos esses fatores a Biologia da Conservação foi desenvolvida como
uma resposta à extinção de espécies que o mundo enfrenta atualmente (Rodrigues,
2002). A visão sobre o ambiente vem mudando e muita atenção tem sido dada a
esse tema. Essa mudança ocorre por meio da Educação Ambiental (EA), pois a
mesma lida com a realidade do dia a dia, adotando uma abordagem que considera o
aspecto sociocultural, político, científico-tecnológico, ético e ecológico da
questão ambiental, apresentando-se como um importante caminho para a construção
de uma consciência global (Dias, 2000).
A EA passou a ter lugar de destaque no cenário internacional a partir da década
de 70. A fim de se estabelecerem princípios, acordos e tratados, vários eventos
foram realizados na perspectiva de se divulgarem os desafios decorrentes da
tentativa de compatibilização entre crescimento económico e sustentabilidade
ambiental (Pedrini, 1998). Para trabalhar com a EA é preciso que o educador
contemple intensamente a integração entre ser humano e ambiente (Guimarães,
2005).
Neste contexto, a EA deve ser encarada como o principal instrumento para a
conscientização da sociedade acerca dos problemas ambientais, como um processo
de alteração de valores, mentalidades e atitudes (Morgado et al.
, 2000). Segundo Morin (2005), a EA é um tema que deve ser obrigatoriamente
abordado nas escolas por ser multidimensional. Para abordar a EA em sala de
aula é necessário mostrar aos alunos a sua importância no contexto ambiental, é
preciso que eles tenham consciência de que podem ser agentes transformadores,
de que podem mudar a realidade ao seu redor, e de que essa realidade
transformadora transbordará em várias outras realidades (Berna, 2004).
Para Herma et al.
(1992), a curiosidade é o ponto de partida para a aprendizagem, sendo um
grande estímulo para que a criança busque na natureza as bases para seu
processo de desenvolvimento. Através do estudo da perceção ambiental dos
indivíduos podemos avaliar e analisar a sensibilidade de cada um.
A pesquisa da perceção ambiental pode ser utilizada de forma a determinar as
necessidades de uma população e propor melhorias com embasamento e entendimento
dos problemas, alcançando mais eficiência na solução dos mesmos. A
concretização destes objetivos depende, essencialmente, da forma como são
desencadeadas as diferentes fases de trabalho em Educação Ambiental: a
sensibilização, a informação, o envolvimento e a ação (Palma, 2005).
Com a degradação do ambiente e a necessidade de aumentar a Educação Ambiental
escolar no sentido da conservação do ambiente e a preservação das tartarugas
marinhas, foi realizado este projeto, com objetivo de mostrar a importância de
se utilizar a perceção ambiental como um instrumento para a elaboração de
projetos de Educação Ambiental, para ajudar na conservação de tartarugas
marinhas. Estudos realizados por Reis et al.
(1998) demonstraram que a falta de conhecimento leva a baixa valorização e
baixa mobilização popular a respeito da conservarão da fauna local e é visto
como sendo a principal causa de um grande número de mortes de animais e
capturas ilegais no país.
2. Metodologia
2.1. Instrumento de Investigação
Um inquérito é um instrumento de investigação que visa recolher informações de
um grupo representativo da população em estudo. Para tal, coloca-se uma série
de questões que abrangem um tema de interesse para os investigadores. Segundo
Parasuraman (1991), um inquérito é somente um conjunto de questões, feito para
gerar dados necessários para se atingirem os objetivos de um projeto.
Foram usados inquéritos para determinar a alfabetização ambiental de alunos do
ensino médio na Flórida (Bogan & Kromrey, 1996), na diferença do
conhecimento e a sensibilização ambiental nos EUA (Kollmuss & Agyeman,
2002), na atitude ambiental, conhecimento e consciência (Lavega, 2004), e na
conservação do ambiente marinho na Nova Zelândia (Luck, 2003). Neste estudo
será aplicado para avaliar a perceção ambiental de alunos de diferentes ciclos
escolares.
Os inquéritos desenvolvidos tiveram como objetivo avaliar o conhecimento e a
consciência ambiental dos alunos envolvidos nas atividades. As questões tinham
um teor tanto científico como social, relacionando problemáticas ambientais,
como a reciclagem e a qualidade das praias, como também de ordem um pouco mais
científica, como os conhecimentos de diversos conceitos da biologia das
tartarugas marinhas.
2.2. Caracterizações da Amostra
O estudo foi realizado em duas escolas privadas de Aveiro, com diferentes
escolaridades, sendo uma frequentada por alunos do 1º ciclo EB e a outra por
alunos do 3º ciclo, para se obter uma melhor avaliação do nível de conhecimento
ambiental em diferentes idades. A amostra era composta por 80 crianças com
idades compreendidas dos 6 aos 14 anos: 40 alunos fazem parte do grupo das
atividades experimentais e os outros 40 compõem o grupo de controle. Foram
aplicados dois inquéritos a cada grupo, um ao início das atividades e outro ao
fim de uma palestra e de uma atividade de educação ambiental.
Para avaliar a perceção ambiental e o conhecimento sobre a conservação de
tartarugas marinhas dos alunos, foram aplicados inquéritos com perguntas
fechadas e abertas (Gil, 2006), por forma a caraterizar o conhecimento de cada
aluno em relação ao ambiente, e seus conhecimentos sobre a Conservação de
Tartarugas Marinhas, contendo perguntas referentes ao perfil e identificação do
aluno, ao ambiente e sobre a biologia das tartarugas marinhas.
De entre os possíveis métodos de avaliação enunciados por Ghiglione &
Matalon (1997) para efetuar a análise de uma situação, o inquérito foi o método
escolhido para este estudo. A técnica selecionada é muito utilizada em
Investigação Educacional, apresentando algumas vantagens como: adequar-se aos
objetivos da investigação, quantificar múltiplos dados e permite que se proceda
à análise de correlação (Quivy & Campenhout, 1998).
2.3. Estrutura do Questionário
Construir um questionário consiste basicamente em traduzir os objetivos da
pesquisa em questões específicas. As respostas a essas questões irão
proporcionar os dados requeridos para testar as hipóteses ou esclarecer o
problema da pesquisa (Gil, 2007). O conjunto de questões deve ser muito bem
organizado e conter uma forma lógica para quem a ele responde, evitando uma
estrutura confusa e complexa, ou ainda questões demasiado longas (Muñoz, 2003),
e deve ser utilizada uma linguagem adequada aos sujeitos, neste caso, a alunos
do 1º e do 3º Ciclos do Ensino Secundário.
Foram utilizadas no inquérito inicial e final os seguintes tipos de perguntas:
(i) perguntas de resposta aberta, possibilitando respostas livres por parte dos
alunos; (ii) perguntas de resposta fechada, que permitiam a escolha de uma das
várias alternativas; e (iii) perguntas de resposta múltipla, onde se permitia a
escolha de uma ou de várias alternativas. O mesmo questionário foi respondido
pelos alunos no início e no fim da atividade, de forma a determinar o impacto
da palestra e a atividade ambiental, avaliando assim o conhecimento dos alunos
em relação às questões ambientais e à preservação dos animais marinhos.
Inquéritos de controle também foram aplicados em alunos da mesma escola. Esses
alunos não participaram da palestra e da atividade ambiental, para que fosse
possível avaliar melhor o impacto da atividade proposta.
2.4. Atividade Ambiental
O ambiente escolar constitui um espaço extremamente privilegiado para o
desenvolvimento da EA, possibilitando a realização de inúmeros estudos na área
(Amaro et al.
, 2005) como o que foi utilizado nesse trabalho: a apresentação de uma palestra
e a realização de uma atividade prática, uma brincadeira com perguntas e
respostas sobre o tema.
A palestra sobre a conservação de tartarugas marinhas apresentou informações
das principais caraterísticas biológicas, classificação das espécies e aspetos
comportamentais, tais como o ciclo de vida, a reprodução e a desova, ameaças às
espécies, risco de extinção e a importância de sua conservação (Tabela_1).
Segundo Mayer (1998), os problemas ambientais são causados por uma falta de
conhecimentos; a solução reside, portanto, na informação. Se conhecêssemos
os problemas não nos comportaríamos de forma inadequada.
Após a palestra foi realizada uma atividade de educação ambiental, com
perguntas e respostas relacionadas com a palestra, para avaliar o conhecimento
adquirido durante aquela. Os alunos foram divididos em grupos e cada grupo
recebeu fichas com perguntas relacionadas com as tartarugas marinhas (Figura
1). Em seguida, os alunos identificaram, através de fotos, as principais
ameaças relacionadas com a extinção das espécies e esquematizaram o ciclo de
vidas das mesmas (Figura_2). Em seguida foi aplicado o inquérito final e
entregue um panfleto com as principais informações sobre a biologia e a
conservação das tartarugas marinhas.
3. Resultados
Na análise do Inquérito Experimental (IE) e do Inquérito de Controle (IC) de
alunos do 1º Ciclo, verificou-se, através do IE, que 55% dos estudantes eram do
sexo feminino (n = 20), e 45% eram do sexo masculino. Já nos IC 65% dos
estudantes eram do sexo feminino (n = 20), e 35% eram do sexo masculino. Nas
questões de identificação geral e interesses pessoais dos alunos do IE e do IC,
os alunos têm como preferência, na hora de lazer, atividades ligadas a
telecomunicações (televisão, rádio, internet) e literatura (livros). Em relação
à atividade que mais gostam de praticar, as respostas obtidas no IE e no IC
foram iguais, tendo sido as mais escolhidas o futebol, a natação e a dança.
Sobre a frequência com que o assunto ambiente é abordado na escola, no IE
apenas 25% dos alunos disseram ter o assunto abordado frequentemente. Já no IC
90% dos alunos responderam ter o assunto sido abordado frequentemente nas aulas
Na análise do IE e do IC dos alunos do 3º Ciclo, 60% dos estudantes eram do
sexo feminino (n = 20), e 40% eram do sexo masculino. Nos IC 55% dos estudantes
eram do sexo feminino (n = 20), e 45% eram do sexo masculino. Nas questões de
identificação geral do IE e IC do 3º ciclo, alunos preferem na hora do lazer
atividades ligadas a telecomunicações (televisão, rádio, internet) e sair com
os amigos. Em relação à atividade física que mais gostam de praticar, as
respostas obtidas no IE e no IC, as mais escolhidas foram o futebol, a natação
e a dança. Sobre a frequência que o assunto ambiente é abordado na escola
verificou-se que, no IE 40% dos alunos responderam que o assunto é abordado
frequentemente. Já no IC, 50% dos alunos responderam ter o assunto sido
abordado frequentemente.
Nas questões ambientais, os alunos que responderam ao IE do 1º Ciclo
apresentaram maior nível de conhecimento ambiental do que alunos do 3º Ciclo.
Os alunos do 1º e 3º Ciclos tiveram o mesmo nível de conhecimento ambiental.
Em relação às perguntas ligadas ao tema da conservação de tartarugas marinhas,
os alunos do 1º Ciclo, tanto do inquérito experimental como do de controle,
(Figura_3) apresentaram maior conhecimento sobre o assunto do que os alunos do
3º Ciclo (Figura_4).
No inquérito final do 1º Ciclo, após a palestra e a atividade de educação
ambiental, o conhecimento dos alunos apresentou um aumento de 95,7% no IE, e no
IC manteve-se em 52,1% (Figura_5). Entre o IE e o IC, em relação ao Inquérito
Inicial, não foram encontradas diferenças significativas (p=0,416), mas já no
Inquérito Final foram encontradas diferenças significativas (p=0,000).
No inquérito final do 3º Ciclo, após a palestra e a atividade ambiental o
conhecimento dos alunos apresentou um aumento para 85% no IE, e no IC apenas
29,6% dos alunos apresentaram um conhecimento do assunto (Figura_6). Entre o IE
e o IC, em relação ao Inquérito Inicial, não foram encontradas diferenças
significativas (p=0,550), mas já no Inquérito Final foram encontradas
diferenças significativas (p=0,000).
4. Discussão
Diversas são as formas de se estudar a perceção ambiental: questionários, mapas
mentais, representação fotográfica (Paiva & Villio, 2003). O presente
estudo analisou o conhecimento dos alunos de diferentes ciclos escolares sobre
questões relacionadas com o ambiente e com a conservação das tartarugas
marinhas, levando-se em conta fatores em estudo que compararam opiniões de
alunos entre diferentes idades, como no estudo realizado por Monteiro et al.
(2007) e Torres & Oliveira (2008).
A metodologia utilizada seguiu o método usualmente aplicado em diagnósticos
semelhantes, tal como o descrito por Özden (2008) e Baldin et al.
(2004), onde se analisaram atitudes ambientais de alunos através de
inquéritos. As temáticas abordadas neste trabalho visavam mostrar que a
transmissão de informações suplementares e a realização de trabalhos práticos
traduzem-se em melhorias na perceção ambiental dos alunos em relação a algumas
questões ecológicas relevantes.
Os resultados obtidos com o inquérito aqui apresentado confirmam a necessidade
de haver mais projetos para sensibilização de alunos nestes domínios,
confirmando resultados de pesquisa descritos por Frazão et al.
(2010), que utilizou o mesmo método de investigação para identificar a
perceção de alunos e professores de uma escola municipal, envolvendo as ações
educativas enfocando as tartarugas marinhas.
Recentemente, têm sido desenvolvidos diversos estudos envolvendo o diagnóstico
da perceção de estudantes para questões ambientais relevantes e associados com
a conservação da vida selvagem, como no estudo realizado por Oliveira et al.
(2005), onde se diagnosticou, de uma forma global, o conhecimento de alunos
dos 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico, residentes no litoral de Portugal
Continental, sobre a fauna selvagem da região. Outro estudo, realizado por
Lavega et al.
(2004), avaliou o nível de consciência, conhecimento e atitude em programas de
Educação Ambiental, através de análise de inquéritos.
No presente estudo, em relação ao inquérito inicial, os alunos dos dois níveis
de escolaridade analisados mostraram-se preocupados com o ambiente, e em todos
os ciclos o assunto ambiente é abordado com frequência. Não existem variações
significativas dos resultados entre os alunos dos diferentes graus de
escolaridade da amostra do grupo experimental e os do grupo de controle, o que
confirma a análise de pesquisa de Oliveira et al.
(2005) e contraria o estudo feito por Saraiva et al.
(2008), em cujas escolas pesquisadas o assunto ambiente não era abordado em
sala de aula frequentemente.
Os resultados do inquérito inicial mostram que, em relação ao nível de
escolaridade, o conhecimento em causa não evolui nem regride quer com o nível
de escolaridade, quer com as aprendizagens curriculares. Pelo contrário,
manteve-se estável em torno de valores próximos, tal como verificado nos
projeto de pesquisa desenvolvidos em escolas por Costa et al.
(2008), Sahin & Erkal (2010) e por Bogan & Kromrey (1996), com
inquéritos que determinaram a educação ambiental dos alunos em diferentes
ciclos escolares. A análise do inquérito inicial por idades não mostrou
diferenças significativas indicando que a motivação dos alunos para a abordagem
de assuntos relacionados com o ambiente é elevada.
No inquérito inicial, tanto os alunos do 1º como do 3º Ciclos apresentaram
poucos conhecimentos gerais sobre tartarugas marinhas. Apesar disso, e em
relação aos conhecimentos sobre a biologia das tartarugas marinhas, os alunos
do 1º Ciclo revelaram um maior conhecimento sobre o assunto do que alunos do 3º
Ciclo, tanto no inquérito incial como após a atividade ambiental
Após a realização da atividade prática, a análise dos inquéritos finais, em que
se questionava sobre a biologia das tartarugas marinhas, os alunos mostraram
uma grande percentagem de acertos em relação a todos os níveis de escolaridade:
95,7% dos alunos do 1º Ciclo do grupo experimental acertaram as respostas, e
85% dos alunos do 3º Ciclo do grupo experimental em relação ao mesmo item. Tal
vem confirmar os resultados obtidos nas pesquisa de Graciolli et al.
(2008) e der Frazão et al.
(2010), que obtiveram resultados positivos após uma atividade ambiental.
Ao comparar os resultados do inquérito final com a análise efetuada no
inquérito inicial, os alunos do 1º Ciclo apresentaram um conhecimento sobre as
tartarugas marinhas maior que alunos do 3º Ciclo. Os alunos do inquérito de
controle mantiveram o seu nível de conhecimento, não havendo nenhuma diferença
significativa. A análise detalhada dos inquéritos inicial, experimental e do
controlo mostrou a importância da realização de atividades experimentais e da
divulgação de informação ecológica acerca dos organismos marinhos, como
analisado na pesquisa de Costa (2004).
Durante o estudo foi possível observar a sensibilização dos alunos em relação à
conservação de tartarugas marinhas, e que os mesmos estariam comprometidos a
divulgar as informações discutidas na atividade proposta. Esse foi um dos
objetivos deste trabalho: levar mais informações aos alunos para assim
ampliarem o seu conhecimento e sua consciência ambiental e entenderem a
importância de se preservarem todos os animais ameaçados de extinção.
5. Considerações finais
O presente estudo demostrou a necessidade de existirem nas escolas projetos que
sensibilizem os alunos para questões relacionadas com a conservação do ambiente
e, consequentemente, com as espécies em perigo de extinção, como as tartarugas
marinhas. Foi percetível o interesse dos alunos em participar de palestras que
abordem assuntos relacionados de alguma forma com a conservação das espécies e
com a preservação da natureza, como, por exemplo, a reciclagem do lixo em suas
casas.
É importante destacar a necessidade da Educação Ambiental nas escolas em todos
os níveis de escolaridade, pois esses alunos serão os maiores semeadores de
informações sobre a temática ambiental. É urgente a necessidade da mudança de
pensamento das pessoas em relação à construção de um mundo mais justo, digno e
ecologicamente equilibrado.