ESTUDO TAXONÓMICO DE PLANTAS
DO JARDIM BOTÂNICO TROPICAL.
INTRODUÇÃO
O Jardim Botânico Tropical (JBT), antigo
Jardim-Museu Agrícola Tropical, Lisboa,
pertence ao Instituto de Investigação Científica
Tropical.
Tem uma área de cerca de cinco hectares
onde se encontram maioritariamente espécies
de origem tropical e subtropical.
Uma das principais missões dos Jardins
Botânicos é a conservação da biodiversidade.
A International Agenda for Botanic Gardens
in Conservation aprovada no Congresso
Mundial dos Jardins Botânicos em 2000
(Jackson & Sutherland, 2000), evidencia a
importância global desta missão, nela integrando a preservação das espécies e do ambiente e a necessidade de sensibilização da opinião
pública para o valor, respeito pela diversidade
vegetal e para as ameaças de extinção que
algumas espécies enfrentam. A difusão do
conhecimento sobre as espécies, necessidade
da sua conservação e educação ambiental é e
será um factor importante na promoção do uso
sustentado dos recursos naturais.
No trabalho que se apresenta dá-se continuidade ao estudo taxonómico das plantas
preservadas neste Jardim e tem como objectivo
as dicotiledóneas dialipétalas de ovário ínfero
que se desenvolvem ao ar livre.
O grupo de espécies mencionado são
plantas vasculares cujo embrião tem dois
cotilédones, apresentam flores com pétalas
livres e ovário aderente ao receptáculo ou ao
tubo do cálice, inserindo-se as restantes peças
florais acima dele.
Este conjunto de plantas não se integra
num grupo taxonómico, não contemplando,
nalguns casos, todos os géneros de uma
família, como, por exemplo, nas Rosáceas.
No final do trabalho, encontra-se uma
Planta Geral do JBT com a indicação do
número de ordem de localização dos talhões.
No Catálogo de Plantas do Jardim-Museu
Agrícola Tropical (Liberato, 1994) encontra-se
a localização das diversas espécies aqui
estudadas em cada um dos talhões.
Relativamente às espécies referidas na
publicação citada, encontram-se algumas alterações, quer nomenclaturais, quer de identificação, devido ao aprofundamento de estudos
nessas áreas produzidos em nova bibliografia.
Também se regista um enriquecimento da
colecção então existente, traduzido no aumento do número de espécies ou táxones
infraespecíficos preservados.
MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo tem como base táxones
com as características referidas existentes no
JBT.
Tal como nos trabalhos já efectuados
(Liberato, 2000-2001; 2003), na apresentação
das espécies e táxones infraspecíficos pertencentes ao grupo de plantas estudado, segue-se
a ordem e respectiva sequência apresentada
por Melchior na 12ª edição de A. Engler, Syllabus der Pflanzenfamilien, publicada em 1964,
com algumas adaptações consideradas adequadas e seguidas pela maioria dos autores.
As famílias, géneros e espécies apresentam-se
alfabeticamente.
Para precisão dos nomes das espécies
citam-se, de acordo com o International Code
of Botanical Nomenclature adoptado no 17º
Congresso Internacional de Botânica, 2005, e
editado por McNeill et al. (2006), o nome do
autor ou autores que os publicaram validamente. Estes nomes são mencionados segundo
a forma recomendada por Brummitt & Powell
(1992).
Tendo em vista também a função didáctica
que os Jardins Botânicos têm, apresenta-se,
para cada uma das espécies, uma pequena
descrição botânica.
As identificações efectuadas, assim como
a descrição apresentada das espécies, fundamentam-se no estudo dos caracteres morfológicos externos observados nos espécimes
existentes no JBT, respectivos exemplares
herborizados, através de bibliografia adequada
(Ashton, 1975; Castroviejo & Berthet, 1990;
Cullen et al., 1987; Fernandes, 1972; Franco,
1971; Hill & Johnson, 1995; Huxley, Griffiths
& Levy, 1992; Judd et al., 2002; Lorenzi &
Matos, 2002; Mabberley, 2000; Missouri
Botanical Garden W3 Trópicos; Royal Botanic
Gardens, Kew; Tutin et al., 1968, 1996; Valdés
et al., 1987; Vasconcellos, 1969; Verheij et
al., 1991; Walters et al., 1989; Woodland,
1997), e, quando necessário, comparação
com espécimes herborizados tipificados.
Nas descrições são mencionadas medidas
numéricas, referidas geralmente à dimensão
de órgãos adultos. Quando aquelas são
indicadas sem qualificação, dizem respeito ao
comprimento; se interligadas pelo sinal (x), a
primeira diz respeito ao comprimento e a
segunda à largura; quando se referem duas
medidas interligadas por um traço (-), a
primeira indica a medida menor observada e
a segunda a maior (Franco, 1972).
Para cada espécie é apresentada a fenologia observada nos espécimes do JBT ao
longo de vários anos, indicando-se os meses
em caracteres romanos; mencionam-se
também a sua ocorrência natural, talhões
onde se localizam os exemplares existentes,
nome ou nomes vulgares portugueses atribuídos (Rocha, 1996) e alguns dos seus
usos. Aparecem, por vezes, em nota, algumas
referências consideradas de interesse.
RESULTADOS
Estudo taxonómico efectuado
ANGIOSPERMAE
DICOTYLEDONEAE
CACTALES
CACTACEAE
Cereus jamacaru DC.
Plantas arborescentes, atingindo 10 m de
altura, suculentas, de caule curtamente lenhoso
na base.
Caules ramosos, colunares, de cerca de 15
cm de diâmetro, com constrições não muito
profundas, distanciadas 30-50 cm entre si, 6costados, verde-glaucos; costas com cerca de
3 cm de profundidade, com aréolas distanciadas 2-3 cm entre si, apresentando 7-10 espinhos castanho-escuros.
Inflorescências unifloras, sésseis, nas
aréolas superiores.
Flores nocturnas, bissexuadas, regulares,
com cerca de 26 cm de comprimento e 12 cm
de diâmetro, de eixo floral bem desenvolvido,
tubuloso, apresentando externamente escamas
bracteiformes esverdeadas com o ápice acastanhado; perianto de numerosas peças dispostas
helicoidalmente; sépalas verde-acastanhadas;
pétalas com cerca de 6,5 cm, obovadas, as
externas branco-esverdeadas com o ápice
acastanhado e as internas brancas; estames
numerosos, inclusos, até 13,5 cm, brancoesverdeados; ovário ínfero; estilete 1, com
cerca de 15 cm; estigma com cerca de 13
ramos.
Pseudobaga com cerca de 12 cm, ovóideoblonga, vermelha.
Floração: VII-IX. Frutificação: IX-XI. Origem: Nordeste do Brasil. Localização: talhões
5 e 10. Nomes vulgares: jamacaru, mandacaru.
Utilidade: cultivada em Portugal como ornamental; noutras regiões cultivada como fruteira, devido ao fruto saboroso ou como alimento em regiões áridas e também como
forrageira; usada também medicinalmente.
Cereus uruguayanus Kiesling
‘Monstruosus’
Plantas arborescentes, atingindo 8-10 m de
altura, suculentas.
Caules muito ramosos, erectos, constritos,
muito irregularmente costados, verde-escuros
lenhosos na base.
Inflorescências unifloras, sésseis, nas aréolas superiores.
Flores nocturnas, bissexuadas, regulares,
com cerca de 26,5 cm de comprimento, de eixo
floral bem desenvolvido, tubuloso, apresentando externamente escamas bracteiformes,
verdes com o ápice castanho-rosado; perianto
de numerosas peças dispostas helicoidalmente;
sépalas castanho-rosadas; pétalas com 5,5-6
cm, oblongas, de ápice agudo, as externas
brancas com o ápice rosado e as mais internas
totalmente brancas; estames numerosos,
inclusos, com cerca de 8 cm; ovário ínfero,
com 4 cm; estilete com cerca de 17,5 cm; estigma com cerca de 10 ramos.
Pseudobaga com cerca de 8 cm, ovóideoblonga, amarelada na maturação.
Floração: VIII. Frutificação: VIII. Origem:
hortícola. Localização: talhões 5 e 10. Utilidade: ornamental.
Hylocereus undatus (Haw.) Britton & Rose
Plantas epifíticas, trepadoras, atingindo 10
m de altura, suculentas, com caules lenhosos
na base.
Caules articulados; artículos com cerca de
3,8 x 6 cm, trialados, de margem crenada,
recortes distanciados cerca de 4 cm entre si,
com aréolas apresentando alguns espinhos de
cerca de 2 mm de comprimento.
Inflorescências unifloras, sésseis, nas
aréolas laterais superiores.
Flores nocturnas , bissexuadas, regulares,
com cerca de 26 cm de comprimento e 14 cm
de diâmetro, de eixo floral bem desenvolvido,
tubuloso, com escamas bracteiformes externamente, verdes; perianto de segmentos numerosos, dispostos helicoidalmente; sépalas triangulares, estreitamente lanceoladas, amareloesverdeadas; pétalas com cerca de 8,5 cm,
obovadas, brancas; estames numerosos,
inclusos, até 17 cm, amarelados; ovário ínfero;
estilete 1, com cerca de 20 cm; estigma com
numerosos ramos.
Peudobaga com cerca de 14 cm, ovóideoblonga, vermelha, com escamas longamente
agudas.
Floração: VII-X. Frutificação: VIII. Origem: América tropical. Localização: talhão 5.
Utilidade: cultivada em Portugal como ornamental, noutras regiões pelo seu fruto comestível e saboroso. Nota: a frutificação só ocorre
esporadicamente.
Opuntia ficus-indica (L.) Mill.
Arbustos até 5m de altura, suculentos,
erectos, de caule lenhoso na base.
Caules patentes, articulados; artículos
com 20-60x10-40 cm, obovados ou oblongoobovados comprimidos, verdes ou glaucos,
por fim acinzentados, apresentando aréolas
pequenas, com numerosos gloquídeos curtos
e amarelos, sem espinhos ou apenas 1 ou 2
até 15 mm, filiformes, direitos e esbranquiçados.
Folhas com 2-4 mm, assoveladas, precocemente caducas
Inflorescências unifloras, sésseis, nas
aréolas terminais e laterais superiores.
Flores diurnas, bissexuadas, regulares,
com cerca de 5-6 cm de diâmetro, com eixo
floral bem desenvolvido, não tubuloso, apresentando externamente escamas bracteiformes, verdes; perianto de numerosas peças dispostas helicoidalmente; sépalas verde-amareladas; pétalas com cerca de 3 cm, amarelovivo; estames numerosos inclusos com filetes
de cerca de 14 cm, amarelo-pálidos; ovário
ínfero, 1-locular, multiovulado; estilete1;
estigma 3-ramoso.
Pseudobaga com 5-9x4-9cm, obovóideoblonga, verde-purpúreo ou verde-amarelado,
com muitas aréolas e gloquídeos amarelos.
Floração: V-VI. Frutificação: X-II. Origem: México. Localização: talhão 1. Nome
vulgar: figueira-da-índia, figueira-da-berbéria.
Utilidade: usada como fruteira, sebes vivas e
medicinalmente.
Opuntia lindheimeri Engelm.
Arbusto com cerca de 5 m de altura, suculento, erecto, com caule lenhoso na base em
cerca de 1 m.
Caules patentes, articulados; artículos até
40x27 cm, obovados, comprimidos, verdeacinzentados, com aréolas pequenas, circulares, com numerosos gloquídeos acastanhados e 1-7 espinhos até 3,5 cm, esbranquiçados, tornando-se castanhos nos artículos
mais velhos.
Folhas com 2-3 mm, assoveladas, precocemente caducas.
Inflorescências unifloras, sésseis nas aréolas terminais e laterais superiores.
Flores diurnas, bissexuadas, regulares, com
cerca de 8 cm de diâmetro e eixo floral bem
desenvolvido, não tubuloso, apresentando externamente escamas bracteiformes; perianto de
numerosas peças dispostas helicoidalmente;
sépalas rosado-esverdeadas; pétalas com cerca
de 4 cm, alaranjado-avermelhadas; estames
numerosos, inclusos, com cerca de 1,8 cm, de
filetes alaranjados; ovário ínfero, 1-locular,
multiovulado; estilete 1; estigma 8-ramoso.
Pseudobaga com 4-5 cm, piriforme, umbilicada no ápice, avermelhada, com algumas
aréolas e gloquídeos acastanhados.
Floração: VI. Frutificação: X. Origem: México. Localização: talhão 5. Utilidade:
ornamental.
Opuntia littoralis (Engelm.) Cockerell
Arbusto com cerca de 5 m de altura, suculento, erecto, com caule um pouco lenhoso na
base.
Caules articulados; artículos até 22x9 cm,
obovados a elípticos, comprimidos, verde-glaucos, com aréolas pequenas, circulares,
com gloquídeos amarelados a acastanhados e
1-9 espinhos até 4 cm, acinzentados a acastanhados tornando-se castanhos nos artículos
mais velhos.
Folhas com cerca de 3 mm, assoveladas,
precocemente caducas.
Inflorescências unifloras, sésseis nas aréolas
terminais e laterais superiores.
Flores diurnas, bissexuadas, regulares,
com cerca de 7 cm de diâmetro, com eixo floral
bem desenvolvido, não tubuloso, com escamas
bracteiformes externamente; perianto de
numerosas peças dispostas helicoidalmente;
sépalas verde-amareladas; pétalas com cerca
de 4 cm, amarelas; estames numerosos, inclusos, com cerca de 1,8 cm, de filetes amarelados; ovário ínfero, 1-locular, multiovulado;
estilete 1; estigma ramoso.
Pseudobaga com cerca de 4 cm, obovóide,
umbilicada no ápice, avermelhada, inerme.
Floração: VI. Frutificação: X. Origem:
México. Localização: talhão 5. Utilidade:
ornamental; frutos e folhas comestíveis.
Opuntia monacantha (Willd.) Haw.
Arbustos até 2,5 m de altura, suculentos,
erectos.
Caules patentes, articulados, lenhosos
na base; artículos até 30x12,5 cm, obovados,
muito estreitos na base, muito compridos,
verde-escuros, com aréolas distanciadas cerca
de 4cm, pequenas com numerosos gloquídeos
acinzentados e 1-2 espinhos de comprimento
diferente, até 4 cm, castanhos na base e ápice,
esverdeados no meio, mais numerosos nos
artículos mais velhos e no tronco.
Folhas com 2-3 mm, assoveladas, precocemente caducas.
Inflorescências unifloras, sésseis, numerosas nas aréolas terminais e laterais superiores.
Flores diurnas, bissexuadas, regulares,
com cerca de 7 cm de diâmetro, com eixo floral
bem desenvolvido, não tubuloso, com escamas
bracteiformes; perianto de numerosas peças
dispostas helicoidalmente; sépalas avermelhadas; pétalas com cerca de 3 cm, as externas
amarelas manchadas de vermelho e as internas
amarelo-vivo; estames numerosos, inclusos,
de fíletes com cerca de 1,5 mm, amarelo-esverdeados; ovário ínfero, 1-locular, multiovulado;
estilete 1; estigma com 5-8 ramos.
Pseudobaga até 9x5 cm, umbilicada no
ápice, verde-amarelada, a verde-avermelhada,
com aréolas e gloquídeos acastanhados,
tornando-se acinzentados.
Floração: V-VII. Frutificação: X-XII. Origem: SE do Brasil até à Argentina. Localização: talhões 1, 5 e 10. Utilidade: usada em
sebes vivas e como ornamental.
Opuntia paraguayensis K. Schum.
Arbusto com cerca de 4m de altura, suculento, erecto.
Caules pequenos, patentes, articulados,
lenhosos na base; artículos com 30-40x8-14
cm, oblongo-obovados, muito estreitos na
base, comprimidos, verde-escuros, com aréolas pequenas elípticas, com numerosos gloquídeos acastanhados, inermes ou com 1-3
espinhos até 6 cm, filiformes, direitos e esbranquiçados.
Folhas com 2-4 mm, assoveladas, precocemente caducas.
Inflorescências unifloras, sésseis, nas aréolas terminais e laterais superiores.
Flores diurnas, bissexuadas, regulares,
com 7-8 cm de diâmetro, com eixo floral bem
desenvolvido, com escamas bracteiformes; perianto de numerosas peças dispostas helicoidalmente; sépalas castanho-esverdeadas e com
alguns gloquídeos na base; pétalas até 5cm,
cor-de-laranja; estames numerosos, inclusos,
com cerca de 2,5 cm, de filetes rosado-alaranjados; ovário ínfero, 1-locular, multiovulado;
estilete1; estigma com 8 ramos.
Pseudobaga com cerca de 7 cm; obovóideoblonga, purpúrea.
Floração: VI. Frutificação: XI-II. Origem:
Paraguai. Localização: talhão 2. Utilidade:
ornamental.
Rhipsalis baccifera (J.S. Muell.) Stearn
Planta epifítica sobre muro, suculenta, pendente, muito ramosa.
Caules longos, delgados, tornando-se
muito cedo pendentes, segmentados, cilíndricos, com 4-6 mm de diâmetro, sem espinhos; ramos jovens apresentando aréolas
pequenas, com 1 a 2 gloquídeos de 1 mm,
caducos.
Folhas ausentes ou minúsculas, cedo
caducas.
Inflorescências unifloras, numerosas, nas
aréolas laterais, sésseis.
Flores bissexuadas, regulares, até 10 mm
de diâmetro; perianto de vários segmentos
desiguais, os externos sepalóides, triangulares, esverdeados; segmentos internos
petalóides, com cerca de 3 mm, oblongos,
esbranquiçados; estames menores que o
perianto; ovário ínfero, multiovulado.
Pseudobaga esférica, com 5-8 mm de diâmetro, translúcida, branca a rosada.
Floração: XII-I. Frutificação II-III. Origem: pantropical. Localização: talhão 4. Utilidade: ornamental.
ROSALES
ESCALLONIACEAE
Escallonia rubra (Ruiz & Pav.) Pers.
Arbustos perenifólios.
Tronco erecto, muito ramoso.
Raminhos estriados, pubescentes e com
glândulas pediculadas, avermelhados.
Folhas alternas; pecíolos de 2mm, pubescentes; limbo com 2,5-5x1-1,7 cm, obovado,
um tanto acuminado no ápice, margens
dentadas nos 2/3 superiores, cada dente com
uma glândula no exterior, decurrente na base,
verde-brilhante na página superior, verde-claro
e com numerosas glândulas na inferior.
Inflorescência um cacho com cerca de 2,5
cm, muito aberto, terminal.
Flores bissexuadas, regulares; pedicelos
com 5 mm, vermelhos; cálice com 5 sépalas
de 2 mm; corola de 5 pétalas livres, com 9
mm, obovadas, recurvadas, longamente unguiculadas, com as unhas muito juntas formando
um tubo, avermelhadas; estames 5, livres, de
filetes com 6 mm; ovário ínfero; estilete simples com 8 mm; estigma bilobado.
Pseudocápsula com cerca de 4 mm, obcónica, apresentando no ápice o cálice e estilete
marcescentes.
Floração: VII. Frutificação: VIII. Origem:
Chile. Localização: talhões 5 e 19. Utilização:
usada como ornamental e, como aceita bem
a poda, em sebes vivas.
HYDRANGEACEAE
Philadelphus coronarius L.
Arbustos com cerca de 2 m, caducifólios.
Ramos arqueados, com ritidoma castanhoescuro, que se destaca, esparsamente sedosos,
tornando-se glabros.
Folhas opostas; pecíolo com cerca de 1cm,
sulcado adaxialmente, esparsamente pubescente; limbo com 7-9,2x4,1-4,6 cm, ovado,
acuminado, margens remota e irregularmente
dentadas, base arredondada a obtusa, pubescente nas nervuras, um pouco mais na página
inferior.
Inflorescências curtas, constituídas por
cachos paucifloros terminais ou solitárias nas
axilas superiores.
Flores com cerca de 3 cm de diâmetro,
bissexuadas, regulares, aromáticas; pedicelos
de 6 mm, frouxamente pubescentes; sépalas
4, triangulares, agudas; pétalas 4, com cerca
de 1,5 cm, oblongo-elípticas, brancas; estames
25-29, menores que as pétalas, de filetes
brancos e anteras basifixas; ovário ínfero,
4-locular; estilete branco, 4-ramoso no cimo.
Pseudocápsula com cerca de 4 mm, obcónica, negra, apresentando no ápice as sépalas
reflexas.
Sementes numerosas, caudado-aladas.
Floração: VII. Frutificação: VIII. Origem:
Itália, Áustria, Roménia e Cáucaso. Localização: talhões 15 e 16. Nome vulgar: silindra.
Utilidade: ornamental, usada em sebes e
saboaria.
ROSACEAE
Cotoneaster lacteus W.W.Sm.
Arbustos atingindo cerca de 5m de altura,
perenifólios, formando tufo.
Ramos arqueados; raminhos lanosos.
Folhas alternas, inteiras; pecíolo até 1 cm,
lanoso; limbo com 3,5-9 x 1,7-4 cm, obovado
a largamente elíptico, ápice obtuso a arredondado, por vezes apiculado, margens onduladas,
base acunheada, coriáceo, página superior
verde-escura, glabra, a inferior amarelo-lanosa
e nervuras salientes.
Inflorescências constituídas por corimbos
terminais multifloros, de eixos tomentosos.
Flores bissexuadas, regulares, com 8 mm
de diâmetro; hipanto tubuloso, tomentoso;
cálice de 5 sépalas, com cerca de 9 mm,
tomentosas; corola de 5 pétalas, com cerca de
2 mm, orbiculares, brancas; estames até 20,
livres, de filetes até 3 mm, brancos, anteras
vermelhas; ovário ínfero; estiletes 2.
Pomo com cerca de 5 mm, obovóide, vermelho a rosado, apresentando no ápice o cálice
e os estames marcescentes.
Floração: V. Frutificação: X-XI. Origem:
China. Localização: talhões 3, 14, e 18. Utilidade: ornamental e tintureira.
Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindl.
Árvores atingindo 10 m de altura, perenifólias.
Copa densa.
Tronco com ritidoma escamoso.
Ramos robustos; raminhos tomentosolanosos.
Folhas alternas, tomentoso-lanosas; pecíolo com 5 mm; limbo com 14-19x4-7,5 cm,
obovado-lanceolado a elíptico-oblongo, bolhoso, serrado, verde-escuro e com as nervuras
tomentosas na página superior, branco a
ferruginoso, tomentoso e com as nervuras
salientes na página inferior.
Inflorescências constituídas por panículas terminais, com o eixo, pedúnculos e pedicelos densamente ferruginoso-tomentosos.
Flores bissexuadas, regulares, com 2 cm
de diâmetro; cálice com 8 mm, 5-lobado,
densamente ferruginoso-tomentoso; corola de
5 pétalas, com 9 mm, estreitamente obovadas,
brancas; estames 20, brancos, de filetes com
9 mm e anteras dorsifixas; ovário ínfero;
estiletes 3.
Pomo com cerca de 3,5x2,3 a 4x3,3 cm,
elipsóide a piriforme, amarelo-alaranjado,
apresentando no ápice os lobos do cálice
persistentes.
Floração: X-XI. Frutificação: IV-V. Origem: China e Japão. Localização: talhões 2, 3,
6, 7 e 10. Nome vulgar: nespereira; nespereirado-japão. Utilidade: cultivada como fruteira.
Malus x purpurea (Barbier) Rehder
Árvore com cerca de 7 m de altura, caducifólia.
Copa aberta.
Raminhos avermelhados, puberulentos.
Folhas alternas; pecíolo com 1,5-3,5 cm,
pubescente, avermelhado; limbo com 5-10x3-5,5 cm, elíptico a oblongo-elíptico, agudo a
acuminado no ápice, margens crenadoserradas, acunheado a decorrente na base,
castanho-avermelhado de início, perdendo esta
cor e ficando verde depois, pubescente nas
nervuras.
Inflorescências constituídas por cimeiras
umbeliformes, simples, terminais.
Flores bissexuadas, regulares, com 3-4 cm
de diâmetro, aparecendo antes das folhas;
hipanto com cerca de 5 mm, tubuloso, pubescente; cálice de 5 sépalas, com 5-6 mm, glabrescentes externamente, pubescentes
internamente; corola de 5 pétalas, com cerca
de 1,5 mm, vermelhas de início, tornando-se
cor-de-rosa-claro; estames cerca de 18, livres
de filetes com cerca de 7 mm, rosados e anteras
avermelhadas; ovário ínfero; estiletes 5.
Pomo pequeno com 1,5-2,5 x 1,5-1,7 cm,
vermelho-escuro, apresentando o cálice
marcescente no ápice.
Floração: III-IV. Frutificação: VI-X. Origem: hortícola. Localização: talhões 2 e 13.
Utilidade: ornamental.
Photinia serratifolia (Desf.) Kalkman
Arbustos com cerca de 5m de altura, perenifólios.
Folhas alternas, inteiras; pecíolo até 4,5 cm,
canelado adaxialmente; limbo até 15x5 cm,
oblongo-elíptico, ápice agudo-acuminado,
margens levemente dentadas, acunheado a
arredondado na base, coriáceo, avermelhado
quando jovem, tornando-se verde-escuro brilhante na página superior, verde-claro e nervura principal saliente na inferior, glabro.
Inflorescências constituídas por panículas
umbeliformes terminais.
Flores bissexuadas, regulares, com 1 cm
de diâmetro; hipanto tubuloso; cálice de 5
sépalas com 1,5 mm, persistentes; corola de 5
pétalas de 4 mm, orbiculares, brancas; estames
até 25, livres de filetes com 3 mm, brancos e
anteras dorsifixas; ovário ínfero; estiletes 2 a 3.
Pomo de 4 mm, subgloboso, esverdeado,
tornando-se anegrado.
Floração: V. Frutificação: VI-VII. Origem:
China. Localização: talhões 13 e 16.
Utilidade: ornamental e medicinal.
Rhaphiolepis umbellata (Thunb.) Makino
Subarbustos vigorosos, com cerca de 1,5
m de altura, perenifólios.
Tronco erecto, de ritidoma cinzento.
Folhas alternas; pecíolo com cerca de 1
cm; limbo com 2,5-5,5x2,5-3 cm, largamente
obovado, arredondado no ápice, margens
levemente dentadas no 1/3 superior, muito
espessado, verde-vivo-brilhante na página
superior, mais claro na inferior.
Inflorescências de pequenos cachos terminais, erectos.
Flores bissexuadas, regulares, com cerca
de 1,5 cm de diâmetro; cálice com cerca de 5
mm, tubuloso, pubescente, com 5 lobos erectos, avermelhados; corola com 5 pétalas, com
10 x 8 mm, obovadas, espatuladas, brancas;
estames cerca de 20, de filetes com 4-5 mm,
rosado-avermelhados e anteras introrsas; ovário ínfero; estilete com 8 mm, bifurcando-se a
cerca do meio.
Pseudobaga piriforme, com cerca de 8 mm,
de diâmetro, azul-anegrada na maturação.
Floração: II-V. Frutificação: IX-X. Origem: Japão e Coreia. Localização: talhões 3 e
7. Utilidade: ornamental e tintureira.
Rosa spp.
Arbustos erectos ou trepadores, aculeados
e caducifólios.
Folhas alternas, imparifolioladas, em geral
com 5 folíolos, estípulas aderentes ao pecíolo;
folíolos de margens dentadas.
Inflorescências unifloras ou com cimeiras
corimbiformes terminais.
Flores em geral apenas femininas; hipanto
urceolado; cálice de 5 sépalas; pétalas numerosas devido a transformações hortícolas dos
estames, sendo estes nulos; carpelos numerosos; ovários ínferos uniovolados; estiletes
vários.
Cinórrodo, isto é, um pseudofruto constituído pelo hipanto que encerra presos á sua
parede interna os diversos frutos secos, indeiscentes e monospérmicos, com cerca de 2,5 cm
de diâmetro, subgloboso e verde-amarelado a
avermelhado.
Floração: III-IX. Frutificação: VIII-XI.
Origem: hortícola. Localização: talhões 1, 4, 5,
7, 9, 14, 15, 16, 17, 18 e 19. Utilidade: ornamentais. Nome vulgar: roseiras.
Nota: existem diversas cultivares, todas
de flores dobradas, algumas produzindo
fruto, outras não.
MYRTIFLORAE
MYRTACEAE
Acca sellowiana (O. Berg) Burret
Arbustos até 4 m de altura, perenifólios.
Tronco de ritidoma castanho a acinzentado, liso, tornando-se escamoso.
Raminhos lanosos, tornando-se glabrescentes, castanhos-claros.
Folhas opostas; pecíolo com 6-8 mm,
canelado adaxialmente para o ápice, lanoso;
limbo com 3,5-8x2,4-3,5 cm, obovadoelíptico, obtuso a arredondado no ápice, agudo
a acunheado na base, página superior verdebrilhante com numerosas pontuações glandulosas, nervura principal pubescente, página
inferior densamente cinzento-lanosa, com as
nervuras salientes.
Inflorescências unifloras, axilares.
Flores bissexuadas, actinomórficas, com
3-4 cm de diâmetro; pedicelos até 1,7 cm; cálice de 4 sépalas, com 6-7 mm, oblongo-ovadas, glabras e avermelhadas internamente; corola de 4 pétalas com 1,5-2 cm, suborbiculares
a elípticas, glabras, com numerosas pontuações glandulosas, brancas externamente,
avermelhadas internamente, por fim reflexas;
estames numerosos, livres, de filetes com cerca
de 2 cm, vermelhos e anteras amarelas; ovário
ínfero, 4-locular, cada lóculo multiovulado;
estilete maior que os estames, até 3 cm; estigma terminal.
Pseudobaga com cerca de 4x3,5 cm, ovóide, verde, densamente tomentosa, apresentando no ápice os lobos do cálice marcescentes.
Floração: V. Frutificação: IX-X. Origem:
Brasil e Uruguai. Localização: talhões 9, 16 e
19. Nome vulgar: feijoa. Utilidade: cultivada
como fruteira e ornamental.
Callistemon linearis (Schrad. & J.C.Wendl.)
Sweet
Arbustos com cerca de 2,5 m de altura,
perenifólios
Tronco tortuoso, fissurado.
Ramos angulosos.
Folhas alternas, subsésseis, por vezes um
pouco torcidas, com 3-7x0,3-0,4 cm, estreitamente lanceoladas a lineares, acuminadas e
levemente picantes no ápice, inteiras, acunheadas na base, coriáceas, pubescentes quando
novas tornando-se glabras, com numerosas
glândulas pequenas, nervura principal evidente
na página inferior.
Inflorescências constituídas por espigas
com 7,5-11 x 5 cm, densas, cilíndricas, cujo
ráquis se prolonga em ramo folhoso.
Flores bissexuadas, regulares, sésseis,
inseridas numa depressão da ráquis; cálice de
5 sépalas, com 2 mm, obovadas, pubescentes;
corola de 5 pétalas livres com 6 mm, ovadas,
esverdeadas, com pontuações glandulosas e
ciliadas; estames numerosos, livres, com cerca
de 2cm, de filetes vermelhos e anteras amarelas; ovário ínfero, 3-locular, cada lóculo multiovulado; estilete com cerca de 2,5 cm,
avermelhado; estigma terminal.
Pseudocápsula lenhosa, mais ou menos
globosa, achatada no ápice, com 6-7 mm de
diâmetro, permanecendo por alguns anos nos
ramos.
Floração: V-VI. Frutificação: VII-X. Origem: SE da Austrália. Localização: talhão 2.
Nome vulgar: escova-de-garrafa. Utilidade: é
tolerante a regiões alagadas, ao vento, secura
e regiões costeiras, pelo que é muito usada
nestas zonas, e também como ornamental.
Corymbia maculata (Hook.) K.D. Hill &
L.A.S. Johnson
Árvore com cerca de 25 m de altura, perenifólia.
Tronco erecto, robusto, de ritidoma liso,
cinzento-chumbo, desprendendo-se em placas
que deixam pequenas depressões e dando aparência de manchado, ramificando-se apenas a
cerca de 15 m de altura.
Folhas adultas alternas; pecíolo 1,3-2 cm,
torcido, comprimido adaxialmente; limbo com
14-19x1,5-3 cm, lanceolado, acuminado, acunheado na base, espessado, de igual coloração
verde nas duas páginas, apresentando numerosas glândulas olíferas, regulares, nervuras
laterais numerosas, oblíquas, apertadas, reunindo-se numa nervura marginal a cerca de 1
mm da margem.
Inflorescências axilares, constituídas por
panículas apertadas corimbosas de umbelas de
3 flores bissexuadas, regulares; pedúnculo com
cerca de 1,7 mm, roliço.
Botões florais ovóides, com 8-11 mm, em
pedicelos até 5 mm, angulosos. Cálice de
sépalas concrescentes entre si e com as pétalas
constituindo um opérculo com cerca de 3 mm,
hemisférico, apiculado, caduco na ântese; o
androceu desenvolve-se no receptáculo, constituído por numerosos estames livres com
anteras dorsifixas; ovário ínfero, 3-locular,
estigma piloso.
Pseudocápsula lenhosa, globóide-urceolada, 1-1,4x 0,0-1,1 cm, de valvas muito inclusas; disco espessado.
Sementes pequenas, brilhantes, vermelhoacastanhadas, dorsiventralmente comprimidas.
Floração: III-IV. Frutificação: V-XI. Origem: Austrália: Queenslândia, N de Nova
Gales do Sul e Vitória. Localização: talhão 14.
Utilidade: produz madeira dura e de grão fino,
resistente aos fungos e xilófagos, com diversos
usos, nomeadamente construção naval, pegas
de ferramentas e rolamentos de madeira; usada
também como espécie pioneira, podendo ser
usada na recuperação de solos pobres ou
degradados.
.
Eucalyptus camaldulensis Dehnh.
Árvore atingindo cerca de 20 m de altura,
perenifólias.
Tronco de ritidoma liso, baço, esbranquiçado, destacando-se em tiras longitudinais,
permanecendo persistente e rugoso na base do
tronco.
Raminhos novos avermelhados.
Folhas adultas alternas; pecíolo com 1,52 cm, torcido, comprimido adaxialmente para
o ápice; limbo com 8-22x2,5-3,2 cm, ovado,
por vezes um pouco falciforme, agudo-acuminado, arredondado a acunheado na base,
verde-claro a acinzentado, um pouco mais
claro na página inferior, nervuras secundárias
pouco proeminentes, oblíquas, reunidas numa
nervura marginal a cerca de 2 mm da margem.
Inflorescências constituídas por umbelas
axilares de 3-10 flores bissexuadas, regulares;
pedúnculo com cerca de 1,5 cm, roliço.
Botões florais com cerca de 8 mm, em
pedicelos até 12 mm. Cálice com o tubo de
cerca de 2 mm, ovóide, com os lobos concrescentes com as pétalas e estas aderentes
entre si (não se considerando contudo uma
corola simpétala), constituindo um opérculo
com cerca de 5 mm, mais comprido que o tubo,
cónico, um pouco rostrado, caduco na ântese;
estames epipétalos, numerosos, livres, cremes,
de filetes com cerca de 2 mm; ovário ínfero,
aderente ao tubo do cálice; estilete com cerca
de 1,5 mm; estigma capitado.
Pseudocápsula com cerca de 8x8 mm, subglobosa, glauca, com uma margem larga proeminente, deiscente por 4-5 valvas exsertas.
Sementes muito pequenas, numerosas.
Floração: I-III. Frutificação: IV-V. Origem: Austrália. Localização: talhão 13. Nome
vulgar: eucalipto-negral, eucalipto-vermelho.
Utilidade: produz madeira pesada, rija, de
grande conservação, tanto na água como em
terra, pelo que tem inúmeras aplicações; usada
em reflorestação em regiões áridas e semiáridas; produz bom carvão e pasta para papel;
a goma exsudada é tintorial e de uso medicinal;
importante como espécie melífera.
Eucalyptus globulus Labill.
Árvore com cerca de 30 m de altura, perenifólia.
Tronco de ritidoma liso, destacando-se em
tiras compridas e estreitas.
Ramimhos novos avermelhados ou verdes.
Folhas adultas alternas; pecíolo de 2,5-3,5 cm,
comprimido adaxialmente na parte superior;
limbo com 14-15x1,8-3 cm, ovado-lanceolado, falciforme, agudo-acuminado, acunheado
na base, verde-escuro nas duas páginas, nervuras secundárias oblíquas, irregulares, reunidas
numa nervura marginal a cerca de 2 mm da
margem.
Inflorescências solitárias, subsésseis, de
flores bissexuadas, regulares.
Botões florais com 1,6 x 1 cm, verrugosos
e pruinosos. Cálice com o tubo com cerca de
1 cm, oblongo, 4-costado, com os lobos concrescentes com as pétalas e estas aderentes
entre si (não se considerando contudo uma
corola simpétala), constituindo um opérculo
com cerca de 6 mm, mais curto que o tubo do
cálice, proeminente no centro, caduco na
ântese; estames epipétalos, numerosos, livres,
brancos, de filetes com cerca de 4 mm; ovário
ínfero, aderente ao tubo do cálice; estilete com
cerca de 3 mm; estigma capitado.
Pseudocápsula com 1,5-2 x 2 cm, hemisférico-deprimida, sublenhosa, verrugosa,
verde-glauca, 4-costada, deiscente no ápice
por 4-5 válvulas fortes levemente deprimidas.
Sementes muito pequenas, numerosas.
Floração: I-VI. Frutificação: II-VIII. Origem: Austrália (Tasmânia). Localização: talhão 13.
Nome vulgar: eucalipto-comum,
eucalipto-azul. Utilidade: das folhas extrai-se
óleo essencial; as folhas e a casca são usadas
medicinalmente; a madeira é empregada sobretudo para pasta de papel; é planta melífera.
Eucalyptus gomphocephala DC.
Árvore com cerca de 25 m de altura, perenifólia.
Tronco de ritidoma persistente, espesso, finamente sulcado longitudinalmente, cinzento.
Raminhos novos avermelhados.
Folhas adultas alternas; pecíolo com 2-2,8 cm,
comprimido lateralmente, torcido e sulcado
adaxialmente no ápice; limbo com 8,5-18,5 x
2,5-3,5 cm, estreitamente ovado-lanceolado,
acuminado, por vezes oblíquo na base, um
pouco espesso, de cor igual nas duas páginas,
nervuras secundárias pouco distintas, oblíquas,
reunindo-se numa nervura marginal a cerca de
1 mm da margem.
Inflorescências constituídas por cimeiras
umbeliformes nas axilas superiores; com 4-7
flores bissexuadas, regulares; pedúnculo com
2,5-3,5 cm, muito comprimido.
Botões florais sésseis, com 1,7-2 cm. Cálice com o tubo com cerca de 1 cm, tubulosocampanulado, com os lobos concrescentes
com as pétalas e estas aderentes entre si (não
se considerando contudo uma corola simpétala), constituindo um opérculo com 8-9 mm,
hemisférico, mais largo que o receptáculo,
caduco na ântese; estames epipétalos, numerosos, livres, brancos, de filetes com 2,5
mm; ovário ínfero, aderente ao tubo do cálice;
estilete 3 mm; estigma capitado.
Pseudocápsula com 14-18x11-13 mm, lenhosa, deiscente no ápice por 4 valvas fortes,
ligeiramente salientes.
Sementes muito pequenas, numerosas.
Floração: V-VIII. Frutificação: VII-X. Origem: Austrália Ocidental. Localização: talhão
13. Nome vulgar: eucalipto. Utilidade: usada
em reflorestamento em regiões quentes e
como controladora da erosão; a madeira
contém muita fibra e produz bom carvão; espécie usada para sombra e como ornamental.
Eucalyptus tereticornis Sm.
Árvore com cerca de 25 m de altura, perenifólia.
Tronco de ritidoma liso, acinzentado, que
se destaca em placas, mas persistindo na base.
Raminhos novos castanho-avermelhados.
Folhas adultas alternas; pecíolo com 1,5-2 cm, comprimido lateralmente; limbo de 7-12,5x0,7-1,6 cm, estreitamente ovado-lanceolado, por vezes um pouco falciforme, agudo-acuminado no ápice, acunheado e por vezes
oblíquo na base, um pouco espesso, verde-escuro nas duas páginas, nervuras secundárias
muito ténues, oblíquas, reunindo-se numa
nervura marginal a cerca de 2 mm da margem.
Inflorescências constituídas por cimeiras
umbeliformes, axilares, com 2-9 flores bissexuadas, regulares; pedúnculo com cerca de 1 cm,
roliço.
Botões florais com cerca de 9 mm, pedicelados; pedicelos até 3,5 mm. Cálice de tubo
com cerca de 3 mm, campanulado, com os lobos concrescentes com as pétalas e estas aderentes entre si (não se considerando contudo
uma corola simpétala), constituindo um opérculo de 7 mm, cónico, mais comprido que o
tubo do cálice, caduco na ântese; estames
epipétalos, numerosos, livres, brancos, de filetes até 4 mm; ovário ínfero, aderente ao tubo
do cálice; estilete com cerca de 2 mm; estigma
capitado.
Pseudocápsula com cerca de 8x7 mm,
subglobosa, deiscente no ápice por 3-4 valvas
muito salientes.
Floração: V-VIII. Frutificação: VI-X. Origem: Austrália. Localização: talhão 13. Nome
vulgar: eucalipto. Utilidade: produz madeira
pesada, dura, muito resistente, com diversos
usos, como travessas de caminho de ferro,
construção naval, carroceria, postes, assim
como combustível; também é empregada em
reflorestamentos.
Eugenia uniflora L.
Arbustos ou pequenas árvores até 6-7 m
de altura, perenifólios, densos.
Tronco erecto, de ritidoma cinzento.
Raminhos roliços, glabros.
Folhas opostas; pecíolo de 2-4 mm; limbo
com 2,5-6,5x2,5-3,8 cm, ovado, curtamente
acuminado, arredondado na base, verdebrilhante na página superior.
Inflorescências solitárias ou bifloras, nas
axilas superiores.
Flores bissexuadas, regulares, com cerca de
1,5 cm de diâmetro; pedicelos até 1 cm, glabros;
cálice de 4 sépalas com cerca de 4 mm, ciliadas;
corola de 4 pétalas com 6x6 mm, obovadas,
brancas, com a base rosada, pubescentes
externamente, precocemente caducas; estames
numerosos, até 10 mm, brancos; ovário ínfero,
2-locular; estilete branco; estigma terminal.
Pseudobaga com cerca de 1,5 cm, globosodeprimida, 8-sulcada, avermelhada, apresentando no ápice os lobos do cálice marcescentes.
Floração: I-V e VIII-IX. Frutificação: V-VI e VIII-X. Origem: América tropical.
Localização: talhões 16, 17 e 19. Nome vulgar:
pitangueira. Utilidade: cultivada como fruteira.
Hexachlamys edulis (O. Berg) Kausel & Legr.
Árvore com cerca de 12 m de altura, caducifólia.
Tronco erecto, de ritidoma cinzento, fissurado.
Folhas opostas; pecíolo 5-7 mm, pubescente; limbo com 4-5,8x1,1-1,4 cm, lanceolado, agudo-acuminado, arredondado na base,
verde-claro, puberulento na página superior,
pubescente na inferior.
Inflorescências unifloras, antecedendo
a rebentação foliar ou coincidindo com esta,
abaixo da axila foliar.
Flores bissexuadas, regulares, com cerca
de 2 cm de diâmetro; pedicelos de 8 mm,
densamente pubescentes; cálice tubuloso, com
5 lobos com cerca de 4 mm, triangulares,
agudos, amarelo-esverdeados, densamente
pubescentes interna e externamente, por fim
reflexos; corola de 5 pétalas com cerca de 8
mm, ovadas, branco-amareladas, ciliadas, por
fim reflexas; estames numerosos, com filetes
de comprimento diferente, branco-amarelados
e anteras amarelas; ovário ínfero, 2-locular;
estilete com cerca de 7,5 mm, branco-amarelado; estigma capitado.
Pseudodrupa com cerca de 3x3,2 cm,
ovado-globosa, amarelo-vivo, apresentando no
ápice o cálice marcescente.
Floração: II-III. Frutificação: V. Origem:
Brasil. Localização: talhão 17. Utilidade: cultivada como fruteira.
Lophostemon confertus (R.Br.) Paul G.
Wilson & J. T. Waterh.
Árvore com cerca de 25 m de altura, perenifólia.
Tronco de ritidoma castanho-rosado, destacando-se em pequenas placas, mas rugoso,
espessado, escurecido e persistente na base.
Folhas apresentando-se como dispostas em
verticilos de 4; pecíolo com cerca de 2 cm;
limbo com 9-12,5x3-4,5 cm, ovado-lanceolado, agudo a acuminado, decurrente na base,
glabro.
Inflorescências constituídas por cimeiras
de 3-7 flores, axilares; pedúnculo até 1 cm,
pubescente.
Flores bissexuadas, regulares; cálice de 5
sépalas com 4 mm, triangulares; corola de 5
pétalas com cerca de 10 mm, esbranquiçadas,
obovadas, estreitamente unguiculadas na base,
pubescentes externamente; estames nume-
rosos, com os filetes unidos em cerca de 9
mm, em fascículos opostos às pétalas e
anteras amarelas; ovário ínfero, 3-locular;
estilete 2 mm; estigma terminal.
Pseudocápsula, com 1 cm de diâmetro,
hemisférica, permanecendo na árvore por
muito tempo.
Floração: VI-VII. Frutificação: V-VIII.
Origem: costa oriental da Austrália. Localização: talhão 12. Utilidade: produz madeira
com diversos usos, como construções navais,
pontes e instrumentos; é também usada como
árvore de arruamento e ornamental.
Melaleuca armillaris ( Sol. ex Gaertn.) Sm.
Árvore com cerca de 6 m de altura, perenifólia.
Copa arredondada, grácil.
Tronco de ritidoma acinzentado, fissurado.
Raminhos pubescentes tornando-se glabros.
Folhas alternas, subsésseis, com 1,4-3x0,1
cm, linear-falciformes, comprimidas, mucronadas, pontuadas de glândulas.
Inflorescências constituídas por espigas
com cerca de 5 cm, densas, cilíndricas, cujo
ráquis se prolonga em ramo folhoso.
Folhas bissexuadas, regulares, sésseis,
inseridas em depressões da ráquis; cálice de 5
sépalas com 1,5 mm, ovadas, branco-marginadas; corola de 5 pétalas, com 2,5-3 mm,
obovadas, côncavas, brancas, com pontuações
glandulosas; estames numerosos, de cerca de
15 mm, brancos, com filetes aderentes em
cerca de ½ do seu comprimento em 5 fascículos opostos às pétalas e anteras dorsifixas;
ovário ínfero, 3-locular, cada lóculo multiovolado; estilete com cerca de 15 mm; estigma
terminal.
Pseudocápsula com 3-4 mm, lenhosa,
subglobosa.
Floração: V. Frutificação: X-XI. Origem:
SE da Austrália. Localização: talhão 13. Utili-
dades: usada como quebra-ventos e como
ornamental.
Melaleuca lanceolata Otto
Árvore com cerca de 8 m de altura, perenifólia.
Tronco de ritidoma acinzentado, fissurado.
Ramos um pouco decumbentes.
Raminhos pubescentes.
Folhas alternas, apertadas, simples, inteiras; pecíolo de 1 mm; limbo com cerca de
10x1,5 mm, estreitamente oblongo a lanceolado, agudo, obscuramente 1 a 3 nervado,
pubescente, recurvado.
Inflorescências constituídas por espigas,
com cerca de 5 cm, densas, cilíndricas, cujo
ráquis se prolonga em ramo folhoso.
Flores bissexuadas, regulares, sésseis;
cálice de 5 sépalas com 1 mm, ovadas;
corola de 5 pétalas, com 2,5 mm, ovadas,
côncavas, unguiculadas, brancas; estames
numerosos, de filetes com 6 mm, brancos,
aderentes na base em 5 fascículos opostos
às pétalas e com anteras dorsifixas, brancocremes; ovário ínfero, 3-locular, cada lóculo
multiovolado; estilete com cerca de 5 mm;
estigma terminal.
Pseudocápsula com 2,3-4,8x2,5-5 mm,
doliforme, lisa e papirácea, apresentando no
ápice, quando jovem, os lobos do cálice.
Floração: VI-VIII. Frutificação: VI-X.
Origem: S da Austrália. Localização: talhões
2 e 17. Utilidade: usada como quebra ventos,
sendo resistente ao sal, e como ornamental.
Metrosideros excelsa Sol. ex Gaertn.
Árvores erectas, atingindo cerca de 20 m
de altura, perenifólias.
Tronco de ritidoma castanho-acinzentado,
profundamente fissurado, destacando-se em
tiras longitudinais.
Ramos densos, com raízes aéreas pen-
dentes; raminhos densamente cinzento-tomentosos.
Folhas opostas; pecíolo de 5-7 mm,
canelado adaxialmente, tomentoso; limbo com
4,5-6x1,8-2,7 cm, oblongo-elíptico, de ápice
agudo a obtuso, margens revolutas, base arredondada a acunheada, verde-escuro e glabrescente na página superior e densamente cinzento-tomentoso na inferior, coriáceo.
Inflorescências constituídas por cimeiras
compostas, muito vistosas.
Flores bissexuadas, regulares, com pedicelo de cerca de 1,5 cm, espesso, tomentoso;
cálice de 5 sépalas, com cerca de 2 mm,
tomentosas; corola de 5 pétalas, com 4 mm,
obovadas; estames numerosos, livres, com
cerca de 2 cm, vermelhos; ovário ínfero, 3locular; estilete 2 cm, vermelho; estigma
terminal.
Pseudocápsula com cerca de 7 mm, obovada, lenhosa e tomentosa.
Floração: VI-VII. Frutificação: VIII-IX.
Origem: Nova Zelândia. Localização: talhões
16 e 17. Utilidade: usada como árvore de arruamentos e ornamental; também empregue como
medicinal.
Myrtus communis L.
Arbustos perenifólios sujeitos a poda para
formar sebe.
Tronco erecto, muito ramoso.
Raminhos quandrangulares, pubescentes.
Folhas oposto-cruzadas; pecíolo com 1,5
mm, pubescente; limbo até 16x6 mm, ovadolanceolado, agudas, um pouco coriáceas, com
numerosas pontuações oleíferas, muito aromáticas quando maceradas.
Inflorescências unifloras nas axilas superiores.
Flores bissexuadas, regulares, com cerca de
2 cm de diâmetro, aromáticas; pedicelos com
cerca de 6 mm, curto-pubescentes; cálice de 5
sépalas, até 2 mm, corola de 5 pétalas, com 8
mm, ovadas, agudas, brancas, curto-pubescentes; estames numerosos, livres, até 10 mm,
com filetes brancos e anteras amarelo-claro;
ovário ínfero; estilete com 12 mm, branco;
estigma terminal.
Pseudobaga com cerca de 8x7mm,
subglobosa, negro-azulada na maturação,
apresentando os lobos do cálice no ápice.
Floração: VII. Frutificação: X. Origem:
Região Mediterrânica até ao SW da Europa.
Localização: talhão 4. Nome vulgar: murta.
Utilização: produtora de óleo essencial; usada
como medicinal, cosmética, ornamental e,
como aceita bem a poda, em sebes.
Psidium cattleianum Sabine
Arbusto até 3 m de altura, perenifólio.
Tronco erecto de ritidoma liso, cinzento-acastanhado.
Ramos densos, roliços; raminhos glabros.
Folhas opostas; pecíolo até 90 mm, glabro;
limbo com 4-9x2,7-4 cm, elíptico, obovado a
obovado-elíptico, arredondado, obtuso e por
vezes apiculado no ápice, acunheado na base,
espessado, glabro, com 8-10 pares de nervuras
secundárias, paralelas entre si, reunindo-se
numa nervura marginal arqueada.
Inflorescências unifloras, nas axilas superiores.
Flores bissexuadas, regulares, até 3 cm de
diâmetro; pedicelos de 4- 9 mm; cálice de 4-5
sépalas com 5-6 mm; corola de 5 pétalas com
7 mm, obovadas, brancas, pubescentes
externamente, precocemente caducas; estames
numerosos livres, até 10 mm, brancos; ovário
ínfero; estilete menor que os estames, com
cerca de 6 mm, branco; estigma terminal.
Pseudobaga de cerca de 2-4 cm, globosa
ou obovóide, amarelada a avermelhada quando
madura, apresentando no ápice os lobos do
cálice marcescentes.
Floração: VII. Frutificação: VIII-IX. Origem: Brasil. Localização: talhões 16, 17, 18
(ilha). Nome vulgar: araçazeiro, araçazeiro
amarelo, araçazeiro-da-praia, araçazeiro-vermelho. Utilidade: cultivada como fruteira.
Psidium guajava L.
Arbusto com cerca de 5 m de altura, perenifólio.
Tronco erecto de ritidoma acastanhado,
destacando-se em tiras longitudinais.
Raminhos quandrangulares, pubescentes.
Folhas opostas; pecíolo curto, até 5 mm,
sulcado adaxialmente, pubescente; limbo com
10-14,5x4-5,7 cm, elíptico a oblongo-elíptico,
agudo no ápice, arredondado na base, espessado, verde-claro, puberulento na página superior, pubescente e com as nervuras salientes
na página inferior, as secundárias mais ou
menos paralelas entre si, reunindo-se numa
nervura marginal arqueada.
Inflorescências unifloras, nas axilas superiores.
Flores bissexuadas, regulares, com cerca
de 3,5 cm de diâmetro; pedicelos de cerca de
1,3 cm, pubescentes; cálice de 4 sépalas com
8 mm; corola de 5 pétalas, com cerca de 1,5 cm,
obovadas, brancas, precocemente caducas;
estames numerosos, livres, com cerca de 10
mm, brancos; ovário ínfero, 4-5 locular, multiovulado; estilete com 6 mm, branco; estigma
terminal.
Pseudobaga até 6 cm, obovado-piriforme,
amarelada quando madura, apresentando no
ápice os lobos de cálice marcescentes, de polpa
amarelada internamente.
Floração: VI-VIII. Frutificação: XII-I.
Origem: América tropical. Localização: talhão
6. Nome vulgar: goiabeira. Utilidade: cultivada como fruteira; usada medicinalmente.
Psidium guajava L. ‘Beaumont’
Arbusto com cerca de 5 m de altura, perenifólio.
Tronco erecto de ritidoma verde-acastanhado, destacando-se em tiras longitudinais.
Raminhos quandrangulares, pubescentes.
Folhas opostas; pecíolo com cerca de 5
mm, sulcado adaxialmente, pubescente; limbo
com 9-10,5x4,7-5,3 cm, oblongo elíptico,
ápice apiculado, espessado, pubescente e com
as nervuras na página inferior salientes, as
secundárias 12-18 de cada lado da principal,
reunindo-se numa nervura marginal arqueada.
Inflorescências unifloras, nas axilas superiores.
Flores bissexuadas, regulares, com cerca
de 4,5 cm de diâmetro; pedicelos de cerca de
1,8 cm, pubescentes; cálice de 4 sépalas até 1
cm; corola de 5 pétalas, até 2 cm, obovadas,
brancas, precocemente caducas; estames
numerosos, livres, até 1,5 cm, brancos; ovário
ínfero, 4-5 locular, multiovulado; estilete com
6 mm, branco; estigma terminal.
Pseudobaga de 4x3,5 cm, subglobosa,
amarelada quando madura, apresentando no
ápice os lobos de cálice marcescentes, de polpa
rosada internamente.
Floração: VII-VIII. Frutificação: XII-I.
Origem: hortícola. Localização: talhão 18
(ilha). Nome vulgar: goiabeira-vermelha.
Utilidade: cultivada como fruteira.
Psidium guineense Sw.
Arbusto até 4 m de altura, perenifólio.
Tronco de ritidoma castanho-esverdeado,
destacando-se em tiras longitudinais.
Ramos roliços; raminhos pubescentes.
Folhas opostas; pecíolo com 4-10 mm,
comprimido, miudamente pubescente; limbo
com 5-7x2,4-3,3 cm, oblongo-elíptico, obtuso
a subagudo e ligeiramente apiculado no ápice,
margens avermelhadas, ciliadas, acunheado na
base, espessado, verde-brilhante na página superior, puberulento na inferior, com 7-10 pares
de nervuras secundárias, paralelas entre si,
reunindo-se numa nervura marginal arqueada.
Inflorescências unifloras, nas axilas superiores.
Flores bissexuadas, regulares, com cerca
de 2 cm de diâmetro; pedicelos com 1,5-3 cm;
cálice de 4-5 sépalas com 5 mm; corola de 4 a
5 pétalas com 15 mm, obovadas, brancas,
caducas; estames numerosos, livres, com
cerca de 7 mm, brancos; ovário ínfero, 4-5
locular, multiovolado; estilete menor que os
estames; estigma terminal.
Pseudobaga de 1,5-2,5cm, globosa,
amarela ou avermelhada quando madura,
apresentando no ápice os lobos do cálice
marcescentes.
Floração: V-VI. Frutificação: X-II. Origem: América tropical. Localização: talhões
4, 17 e 19. Nome vulgar: araçazeiro. Utilidade:
cultivada como fruteira.
Syzygium cuminii (L.) Skeels
Árvore perenifólia, até 18 m de altura, totalmente glabra.
Copa irregular.
Tronco de ritidoma espesso, rugoso e
cinzento na parte inferior, destacando-se em
pequenas placas.
Raminhos pendentes e roliços.
Folhas opostas; pecíolo com 1,5-2,5 cm,
canaliculado adaxialmente; limbo com 9,513,5x3-8,5 cm, elíptico, oblongo-elíptico a
ovado-oblongo, ápice agudo, margens um
pouco onduladas, base curtamente decorrente
no pecíolo, sub-coriáceo, verde a verde-amarelado, mais claro na página inferior, com numerosas pontuações, nervura principal canaliculada na página superior, saliente na inferior,
nervuras secundárias muitas, oblíquas, paralelas entre si, reunindo-se numa nervura
marginal.
Inflorescências laterais, constituídas por
panículas compostas de cimeiras inseridas em
ângulo recto, nos ramos abaixo das folhas ou
por entre as primeiras folhas dos ramos.
Inflorescências bissexuadas, regulares,
com cerca de 8 mm de diâmetro, subsésseis;
cálice de 3-5 mm, campanulado, irregularmente dentado; disco amarelo; corola de 4
pétalas, com cerca de 4 mm, orbiculares,
brancas, formando como que um opérculo que
se destaca na ântese; estames numerosos,
brancos; ovário ínfero.
Pseudobaga, com 1,6-3,2x0,6-1,5 cm,
oblongo-ovóide a elipsóide, um pouco encurvada, apresentando no ápice o cálice marcescente.
Floração: VIII-IX. Frutificação: IX-X.
Origem: Índia e Java. Localização: talhões 6,
11, 18 (ilha). Nomes vulgares: jambolão.
Utilidade: cultivada como fruteira; usada
medicinalmente.
PUNICACEAE
Punica granatum L.
Árvore com cerca de 6 m de altura, caducifólia.
Ramos angulosos, espinhosos.
Folhas opostas; pecíolo curto, de cerca de
3 mm; limbo com 2-5x1,5-1,8 cm, oblongolanceolado a oblongo-obovado; verde-pálido,
glabro, nervura principal saliente na página
inferior.
Inflorescências solitárias ou em fascículos
paucifloros, nas axilas superiores ou terminais.
Flores bissexuadas, regulares, sésseis, com
cerca de 4,5 cm de diâmetro; cálice com 2,5
cm, tubuloso, 6-7-lobado, coriáceo, vermelhoclaro; corola rodada, com 7 pétalas imbricadas,
obovadas, enrugadas, vermelho-claro, precocemente caducas; estames numerosos, dispostos em várias séries, inclusos, com filetes de
5-6 mm, avermelhados e anteras introrsas,
amarelas; ovário ínfero; estilete com 3 mm;
estigma terminal.
Balaústia (pseudofruto sincárpico seco,
indeiscente, com os lóculos sobrepostos e
compartimentados interiormente por meio de
tabiques delgados, correspondentes aos
carpelos dispostos em vários andares) com 5-7 cm, globosa, castanho-avermelhada, apresentando no ápice as sépalas persistentes e
acrescentes.
Floração: VI-VII. Frutificação: VIII-IX.
Origem: regiões do Mediterrâneo oriental até
ao Himalaia. Localização: talhão 2. Nomes
vulgares: romãzeira, romeira. Utilidade: cultiva-se para obtenção das suas sementes de
testa carnudo, comestíveis e como ornamental;
usada medicinalmente.
UMBELLIFLORAE
ARALIACEAE
Hedera cariensis Willd. var. variegata (Paul)
G.M. Schulze
Planta lenhosa, trepadora, perenifólia.
Caules lenhosos, sarmentosos; ramos com
raízes adventícias; raminhos vermelhos, com
pêlos estrelados, avermelhados.
Folhas alternas, simples, longamente
pecioladas; limbo até 13x3 cm, inteiro, ovado
e verde-escuro nos ramos mais velhos, 3lobado, sendo, do centro para as margens,
verde-escuro, verde-claro e branco-creme
marginalmente no das folhas jovens e juvenis,
estas com pêlos curtos, estrelados.
Origem: Canárias, N África. Localização:
talhão 4. Nome vulgar: hera. Utilidade: ornamental. Nota: não floresce.
Hedera helix L. subsp. helix
Plantas lenhosas, trepadoras ou prostradas,
perenifólias.
Caules lenhosos, sarmentosos; ramos castanho-avermelhados com raízes adventícias;
raminhos com pêlos brancos, curtos, estrelados, levantados e ásperos.
Folhas alternas, simples, longamente pecioladas e com limbo até 9 cm de comprimento, um pouco mais largo que longo, espessado, verde-escuro, brilhante, com nervação
verde-clara, apresentando grande variação,
quer nas dimensões, quer na forma entre as
dos ramos estéreis e férteis; as dos ramos estéreis apresentam-se distintamente, cordadas, 35-palmatilobadas, com o lobo mediano maior
que os laterais; as dos ramos férteis estreitamente elípticas a suborbicular-cordadas,
inteiras, por vezes onduladas; as dos ramos
juvenis com pêlos curtos, estrelado-peltados,
brancos.
Inflorescências terminais, constituídas por
umbelas globosas, solitárias ou reunidas em
panículas, com indumento estrelado e branco.
Flores bissexuadas, regulares; cálice de 5
sépalas com 0,6 mm, triangulares; corola de 5
pétalas de 3 mm, triangular-cuculadas, esverdeadas; estames 5, livres, com filetes de 2 mm,
esverdeados e anteras amarelas, dorsifixas;
ovário ínfero, 5-locular, encimado por um
disco convexo evidente; estilete muito menor
que os filetes; estigma 5-lobado.
Pseudobaga globosa, com cerca de 8 mm
de diâmetro, verde-amarelada a verde-avermelhada, por vezes anegrada, apresentando no
ápice o estilete marcescente.
Floração: VII-VIII. Frutificação: XI-XII.
Origem: Europa. Localização: talhões 1, 3, 5,
13, 18, e 19. Nome vulgar: hera. Utilidade:
ornamental, como cobertura de muros, paredes
e, por vezes, de solo; usada medicinalmente.
Oreopanax nymphaeifolius (Linden ex
Hibberd) Gentil
Árvore com cerca de 7 m de altura, perenifólia, funcionalmente dióica.
Copa ampla.
Ramos mais ou menos recurvados.
Folhas alternas, simples, glabras; pecíolo
longo até 26 cm, alargado na base e no ápice;
limbo até 31x23,5 cm, ovado a largamente
ovado, agudo e um pouco acuminado, margem
ondulada, obtuso na base, espessado, verdeescuro na página superior, mais claro e com
as nervuras proeminentes na inferior, com o
1º par de nervuras laterais inserido junto á base
da nervura principal.
Inflorescências compostas, com cerca de
25 cm, constituídas por capítulos pedunculados reunidos em panículas terminais sésseis,
eixo estrelado-pubescente.
Flores bissexuadas, funcionalmente masculinas, regulares; cálice com 3 mm, campanulado, 5-dentado, tomentoso; corola de 5
pétalas com 2 mm, estreitamente ovadas, brancas; estames 5 com filetes de 3 mm, brancos e
anteras amarelas, dorsifixas; ovário ínfero;
estiletes 2, com 1 mm.
Floração: X-XI. Origem: indeterminada,
possivelmente Guatemala. Localização: talhão
15. Utilidade: melífera e ornamental.
CORNACEAE
Aucuba japonica Thunb. ‘Variegata’
Arbusto com cerca de 1,60 m, perenifólio,
dióico, glabro.
Folhas opostas; pecíolo até 4,5 cm; limbo
com 11-17x3-9 cm, ovado-elíptico a estreitamente-ovado, acuminado, margens largamente
dentadas nos 2/3 superiores, coriáceo, verdeescuro com pequenas manchas amarelas.
Inflorescência uma panícula terminal, com
cerca de 2 cm.
Flores regulares, unissexuadas, femininas,
curtamente pediceladas; cálice tubuloso, 4lobado; corola de 4 pétalas livres, lanceoladas,
reflexas, esverdeadas externamente, castanhoavermelhadas internamente, reflexas; ovário
ínfero.
Floração:III. Origem: hortícola. Localização: talhão 3. Utilidade: ornamental.
CONCLUSÕES
O trabalho efectuado permite concluir que
entre os táxones estudados se encontram: 41
espécies ou táxones infra-específicos distribuídos por oito famílias, sendo as MYRTACEAE e CACTACEAE as mais representadas;
proporcionam diversos usos ao homem, como,
fruteiras, produtoras de madeira para diversos
fins, óleos essenciais, medicinais e cosmética,
sebes vivas, corta-ventos, arruamentos e
sombreamento, reflorestamento, tinturaria,
saboaria, protecção e recuperação de solos e
ornamentais; considera-se que o JBT é muito
importante para a conservação da biodiversidade ex situ, investigação, programas
didácticos e educacionais.