Editorial
Editorial
Ao longo da sua existência centenária (até 1974 com o título de Revista
Agronómica), esta Publicação foi sempre um importante veículo de divulgação do
conhecimento científico e tecnológico, no âmbito das ciências agrárias
constituindo, por isso, um património inestimável da classe agronómica em
sentido lato, que urge preservar e defender tendo contribuído de forma
incontornável para o progresso da nossa agricultura.
Esta importância é hoje tanto maior quando por vicissitudes de natureza diversa
outras publicações ligadas às principais instituições públicas nacionais, por
falta de sustentabilidade, actualização e visão de futuro, foram definhando e
acabaram, infelizmente, por se extinguir. Neste panorama desolador de
desertificação científica há dois projectos vencedores em áreas específicas
que, contra a corrente da lamúria nacional, ganharam periodicidade e prestígio
internacional, facto que nos apraz destacar: referimo-nos à Silva Lusitana e à
Ciência e Técnica Vitivinícola, que daqui saudamos e às quais desejamos os
maiores sucessos no futuro.
Num mundo cada vez mais mediatizado e globalizado, as revistas científicas que
não estão online dir-se-á que não existem, ou que vivem ensimesmadas em si
mesmas, e neste sentido a nossa entrada em finais de 2007 para a plataforma
SciElO (Scientific Electronic Library Online), criada no Brasil em 1997 e que
rapidamente se estendeu à América Latina, a Espanha e a Portugal (2005), veio
dar-nos a visibilidade que não tínhamos anteriormente, junto dos países da
lusofonia e da Comunidade Ibero-Americana em geral.
Para consolidarmos este desiderato actualizámos o Conselho Científico, com a
entrada de novos referee para novas áreas de conhecimento, de molde a torná-lo
mais abrangente e aumentámos o grau de exigência na selecção dos trabalhos
publicados. Esperamos, assim, estar a contribuir para que a Comunidade
Científica ligada às Ciências Agrárias se reveja cada vez mais nesta Revista, e
acredite que vale a pena publicar aqui os seus trabalhos, porque a conquista de
maior prestígio e projecção no futuro é um desafio permanente, que requer o
empenhamento de todos.
Com apenas ano e meio na SciELO Portugal, os resultados já começam a aparecer.
É com enorme prazer que damos a conhecer, que actualmente nos encontramos bem
posicionados no conjunto das 26 publicações nacionais que cumpriram os
critérios de entrada e actualmente integram aquela plataforma. Das 9 897
consultas em 2008, passámos em 2009 (8 meses), para 79 859, o que representa um
enorme salto quantitativo. Conhecemos já também os cinco documentos mais
consultados, e podemos revelar publicamente a título excepcional: que está em
1.º lugar o artigo Plantas Tintureiras, publicado no Vol. XXXI, n.º 2, que
até esta data já tinha recebido 4 538 visitas. Estes são elementos
estatísticos, que em breve esperamos poderão estar à disposição dos autores.
Estas e outras questões foram objecto de análise numa reunião recente entre a
equipa gestora da SciELO, pertencente ao Gabinete de Planeamento Estratégias
Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI) do Ministério da Ciência e do
Ensino Superior e os Directores e Editores das Revistas participantes, que se
revelou muito profícua na abordagem desta temática, e nas perspectivas de
evolução no futuro.
Existem actualmente diversas entidades, que integram publicações científicas, e
divulgam índices bibliométricos tais como o European Science Foundation (ESF) e
o Institute for Scientific Information (ISI), que publica o famoso Factor de
Impacto, elemento importante na avaliação curricular de qualquer investigador.
Por isso, o próximo passo que pretendemos dar para a valorização desta Revista,
e que constava do nosso programa eleitoral é a preparação e apresentação da
nossa candidatura, para sermos admitidos nesta prestigiada Instituição o que,
obviamente, nos irá trazer outra projecção internacional. Este objectivo exige
muito esforço e não será fácil de alcançar, mas como em tudo na vida o caminho
faz-se caminhando, com determinação e ambição, procurando ir sempre mais além
Contamos convosco!
O Director
Manuel Augusto Soares