Avaliação biogeoquímica dos solos e do medronheiro na área mineira da
Panasqueira
INTRODUÇÃO
Um grande número de metais e metalóides são essenciais na construção das
tecnologias modernas e, muitos deles, têm estado associados ao desenvolvimento
da civilização. Depósitos de minérios contendo aqueles elementos químicos,
concentrados e confinados a alguns locais da crusta terrestre, têm sido
explorados desde a antiguidade, embora com maior intensidade nos dois últimos
séculos, sem que, na maioria dos casos, tivessem sido tomadas medidas para
minimizar impactos ambientais. A extracção, transformação e uso destes
elementos químicos tem levado, frequentemente, à sua dispersão no ambiente.
Assim, na actualidade existem áreas consideráveis que foram afectadas pela
extracção e processamento de minérios e que por isso se apresentam
contaminadas.
Em Portugal existem cerca de 200 explorações mineiras abandonadas, onde são
bem patentes as feridas deixadas na paisagem, como consequência da extracção e
tratamento do minério e em que a contaminação dos solos e águas subsistiu até
aos nossos dias (Oliveira et al., 2002). Na actualidade, apenas duas
explorações mineiras estão activas: as Minas de Neves Corvo situadas na Faixa
Piritosa Ibérica e as Minas da Panasqueira, na zona centro do País.
As Minas da Panasqueira situadas na vertente sul da cordilheira montanhosa da
Serra da Estrela, numa zona económica e socialmente deprimida da Beira
Interior, são as maiores produtoras de concentrados de tungsténio da Europa
(Cavey & Gunning, 2006). Nestas minas são ainda explorados, mas em menor
proporção, cobre e estanho. A extracção do minério tem ocorrido ao longo dos
últimos 100 anos, durante os quais os resíduos produzidos foram sendo
espalhados à superfície, em escombreiras de grande volumetria, provocando
elevados impactos paisagísticos e químicos. Os materiais constituintes das
escombreiras mais recentes das Minas da Panasqueira contêm concentrações médias
(mg kg-1) muito elevadas de vários elementos ambientalmente gravosos (As:
7142, Cd: 56, Cu: 2501, Pb:172, Sn: 679, W: 5400, Zn: 1689) (Ávila et al.,
2008). Estas escombreiras influenciam a qualidade das águas e dos sedimentos da
ribeira do Bodelhão que também apresentam valores muito elevados daqueles
elementos (Ávila et al., 2008).
A transferência solo-planta dos elementos através, sobretudo de absorção
radicular, faz parte do ciclo químico natural dos elementos (Kabata-Pendias,
2004). No entanto, a análise da biodisponibilidade dos mesmos elementos nos
solos permite avaliar a existência de risco ambiental e o consequente risco
para a saúde pública, por exemplo, se a absorção dos elementos por parte das
plantas for excessiva, ou por contaminação das águas superficiais e
subterrâneas. A avaliação da biodisponibilidade dos elementos é também um dos
factores a considerar na possibilidade de implementação eficiente de programas
de fitoestabilização das áreas contaminadas.
Assim, este trabalho teve como objectivo o estudo biogeoquímico da envolvente
das Minas da Panasqueira, usando como espécie vegetal, o medronheiro (Arbutus
unedo, L.) para possível aproveitamento na produção de aguardente de medronho
e em futuros programas de fitoestabilização.
MATERIAIS E MÉTODOS
Caracterização da área de estudo
As Minas da Panasqueira localizam-se no centro de Portugal, no distrito de
Castelo Branco, ocupando o couto mineiro cerca de 19 km2. A boca da mina e as
infraestruturas de exploração e processamento do minério situam-se na aldeia da
Barroca Grande, a uma altitude média de cerca de 700 m.
Geotectonicamente as Minas da Panasqueira enquadram-se na Zona Centro-Ibérica
e integram uma das províncias metalogénicas estano-volfrâmicas mais
importantes da Europa, o denominado Arco de Estanho (Barroqueiro, 2005). Na
área dominam os Xistos das Beiras que são atravessados por filões de quartzo
mineralizados. Estes filões contêm um grande número de minerais incluindo
volframite, cassiterite e calcopirite em quantidades económicas e por isso são
explorados (Thadeu, 1951). O sulfureto mais abundante é a arsenopirite estando
também presentes em quantidades assinaláveis pirite, blenda e pirrotite (Corrêa
de Sá et al., 1999).
A topografia da zona é irregular, com declives acentuados (entre 9 e > 25 %),
havendo por isso o predomínio de solos delgados, embora nos vales mais largos
ocorram solos aluvionares.
Solos e plantas
Para a realização deste trabalho procedeuse à colheita, a jusante da aldeia da
Barroca Grande, em meados de Abril de 2007, de amostras de solo e de
medronheiro (Arbutus unedoL.). Esta espécie vegetal foi escolhida por ser
abundante no local, apresentar um bom desenvolvimento vegetativo e ser uma das
primeiras plantas a colonizar os solos desenvolvidos sobre as escombreiras.
Segundo o Plano de Ordenamento Florestal da Beira Interior (DGRF, 2005) o
medronheiro é uma das plantas com enquadramento possível na zona da Serra da
Estrela, uma vez que sendo uma espécie tipicamente mediterrânica com elevada
capacidade de resistência aos fogos é considerada de importância no panorama de
ordenamento e enriquecimento florestal. Este arbusto constitui muitas vezes
uma fonte de rendimento complementar pela produção de aguardente através da
fermentação alcoólica dos seus frutos.
Colheram-se sete amostras de solos, das quais uma de referência, correspondendo
a um solo não contaminado (PAN 1S), desenvolvido sobre xistos. Cinco amostras
(PAN 2S, PAN 4S, PAN 5S, PAN 6S, PAN 7S) correspondem a solos desenvolvidos
sobre escombreiras ou sobre rochas de substrato influenciadas pelas águas de
escorrência de escombreiras. A amostra (PAN 3S) foi colhida na superfície de
inundação na margem esquerda da ribeira do Bodelhão. As amostras de solos
correspondem à camada superficial (10-15 cm de profundidade). Os solos, com
excepção da amostra PAN 3S, foram recolhidos na zona da rizosfera dos
medronheiros, cujas folhas e raminhos foram também colhidos.
Métodos
Os solos (fracção ≤2 mm) foram caracterizados relativamente aos parâmetros
seguintes: pH (H2O) por potenciometria (relação solo:água de 1:2,5 (m/v);
capacidade de troca catiónica (CTC) e catiões de troca (método de acetato de
amónio a pH 7; análise granulométrica (Póvoas & Barral, 1992); fósforo e
potássio assimiláveis (Égner et al., 1960); azoto mineral (Keeney & Nelson,
1982); carbono orgânico total (Tinsley, 1956); alumínio de troca (método do
cloreto de potássio, Póvoas & Barral, 1992); oxi-hidróxidos de ferro
(totais e não cristalinos) (De Endredy, 1963; Schwertmann, 1964,
respectivamente); óxidos de manganês (Chao, 1972).
Determinaram-se as concentrações totais de 48 elementos químicos (Laboratórios
Actlabs, Canadá, http://www.actlabs.com/), por ICP/OES ou INAA após digestão
com quatro ácidos (HCl, HNO3, HClO4 e HF). A fracção disponível dos elementos
vestigiais (metais e arsénio) foi extraída com DTPA 0,005 M (Lindsay &
Norvell, 1978) e as soluções de DTPA foram analisadas por ICP (Laboratório
Central de Análises, Universidade de Aveiro).
As folhas e raminhos do medronheiro foram lavadas abundantemente com água
corrente e no final com água destilada, secas em estufa a 60 ºC, moídas e
enviadas para o Laboratório Actlabs, onde após redução a cinzas e digestão
ácida (HNO3 e H2O2) foram analisados 60 elementos químicos, por leitura em ICP/
MS. Todas as análises foram feitas em duplicado, com excepção das análises ao
conteúdo elementar total nos solos e nas plantas, sendo o controlo analítico
feito nos Laboratórios Actlabs.
O tratamento estatístico básico foi realizado no programa Excel do Windows,
versão Microsoft Office Excel 2003.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Solos
Nos Quadros 1 e 2 apresentam-se os parâmetros de caracterização dos solos (pH
(H2O), análise granulométrica, carbono orgânico total, Fe nos oxi-hidróxidos de
ferro (totais e não cristalinos), Mn nos óxidos de manganês, CTC, catiões de
troca, P e K assimiláveis e N mineral).
Quadro_1 -
Caracterização dos solos na área mineira da Panasqueira ' pH, granulometrica, C
orgânico total, Fe nos oxi-hidróxidos de ferro (cristalinos e não cristalinos)
e Mn nos óxidos de manganês
Quadro_2 -
Características dos solos ' CTC, catiões de troca, P e K assimiláveis e N
mineral.
Os solos apresentam pH em geral ácido (3,83 ' 5,84) e textura franco-limosa. A
maioria das amostras de solos tem valores de CTC (12,9 ' 32,7 cmolc kg-1)
considerados favoráveis à instalação de vegetação, os quais se podem atribuir
em grande parte aos teores elevados de carbono orgânico (28,7 ' 79,1 g kg-1).
No geral, os solos apresentam valores baixos de alumínio de troca (0,12 ' 0,59
cmolc kg-1), azoto mineral e fósforo assimilável, mas elevados valores de
potássio assimilável. Todas as amostras apresentam valores muito elevados de
óxidos de Fe totais (somatório das fracções cristalina e não cristalina),
ocorrendo o claro domínio dos óxidos de Fe cristalinos relativamente aos óxidos
de Fe não cristalinos. Os valores de óxidos de Mn são bastante variáveis de
solo para solo (0,038 g kg-1, PAN 1S e 1,71 g kg-1, PAN 3S).
No Quadro 3 apresentam-se os estatísticos básicos, na fracção ≤2 mm dos solos,
para o Al, As, Cd, Cu, Fe, Mn, Ni, Pb, W e Zn. Dos 48 elementos determinados,
estes foram seleccionados pela sua importância do ponto de vista da exploração
mineira e por se apresentarem em quantidades significativas. Apesar do Sn ser
um dos três metais (W, Cu e Sn) explorados nas Minas da Panasqueira não consta
do Quadro 3 por os valores nos solos serem inferiores ao limite de detecção do
aparelho analítico, que no Laboratório Actlabs é relativamente alto (ld = 100
mg Sn kg-1).
Quadro_3
' Estatísticos básicos da composição química total (fracção ≤2 mm) dos solos
(n=7). Concentração dos elementos expressa em mg kg-1, com excepção do Al, Fe e
Mn em g kg-1.
Embora os solos apresentem valores elevados de Al e Fe, essas concentrações
estão de acordo com os valores médios considerados normais para xistos, as
rochas de substrato na zona de estudo. As concentrações em Mn nos solos
desenvolvidos sobre escombreiras (PAN 4S, 6S e 7S) e no solo colhido no leito
da ribeira (PAN 3S) ultrapassam os valores considerados normais para a crusta
terrestre (Ferreira, 2004).
Os solos podem considerar-se contaminados pois que os valores totais (média em
mg kg-1) de Cu (215), Zn (260), Cd (2,9) As (922) e Pb (77) ultrapassam os
valores máximos admissíveis (VMA) segundo a Legislação Portuguesa (Decreto-Lei
n.º118/2006) e Canadiana (CCME, 1997) (Quadro 3). O tungsténio apresenta um
valor médio de 137,86 mg kg-1que é muito superior à gama de valores (0,5 ' 83
mg kg-1) considerados normais nos solos pela Agency for Toxic Substances
Disease Registry (2005). O mesmo se passa para o Cu, As, e Pb, em que os
valores considerados normais no solo (1 ' 60 mg Cu kg-1e 5 ' 9 mg As kg-1,
Varennes, 2003; 0,17 ' 29 mg Pb kg-1, Kabata-Pendias & Pendias, 2001) são,
em média, largamente ultrapassados. As concentrações de Ni, apesar de elevadas
quando comparadas com os valores máximos admissíveis nos solos, estão dentro
dos valores médios para xistos (70 mg kg-1), correspondendo por isso ao fundo
geoquímico da região.
No Quadro 4 apresentam-se os estatísticos básicos referentes à fracção
disponível (extraída com DTPA) de alguns elementos químicos nos solos.
Quadro_4 -
Estatísticos básicos referentes à fracção disponível dos elementos químicos nos
solos (n=7) (extracção com DTPA) da Panasqueira. Concentração dos elementos em
mg kg-1.
A fracção disponível dos elementos relativamente ao teor total dos mesmos
nestes solos (Figura 1) varia consoante o elemento, sendo relativamente
importante para o cobre e zinco (10,85 e 10,35 %, respectivamente), baixa para
o manganês (2,71 %), chumbo (1,85 %) e tungsténio (1,04 %) e muito baixa para
o alumínio (0,61 %), ferro (0,51 %) e arsénio (0,45 %).
Figura 1' Relação percentual entre o conteúdo da fracção disponível (DTPA) e o
conteúdo total de alguns elementos químicos no solo.
A baixa percentagem relativa de As na forma disponível é indicação da sua baixa
perigosidade ambiental. Tal facto, deve-se, provavelmente, às elevadas
concentrações de óxidos e hidróxidos de ferro (Quadro_1) nestes solos, que são
apontados como sendo bastante eficazes na imobilização deste metalóide, em
particular os óxidos e hidróxidos de Fe não cristalinos (El Khatib et al.,
1984). Também o tungsténio associado à sua baixa solubilidade se apresenta,
relativamente à sua concentração total nos solos, pouco disponível, não
constituindo, aparentemente, perigo ambiental. A baixa disponibilidade do Pb
pode estar associada quer aos os óxidos de ferro (Brown et al., 2005), quer aos
óxidos de manganês (Adriano, 1986), embora estes ocorram em menor concentração
nestes solos (Quadro_2).
Medronheiro
A descrição estatística da concentração total de elementos químicos nos
raminhos e folhas do medronheiro (A. unedo) consta do (Quadro 5).
Quadro 5 -Descrição estatística da concentração total de elementos químicos nos
raminhos e folhas do medronheiro (Arbutus unedo) colhidas na área mineira da
Panasquiera. Concentração dos elementos em mg kg-1.
As amostras de medronheiro contêm valores de Ni considerados normais para as
plantas (0,1 ' 5 mg kg-1, Kabata-Pendias & Pendias, 2001), com excepção da
amostra PAN 5M que contêm 13 mg Ni kg-1. As concentrações de W e Fe nas plantas
analisadas estão abaixo do limite de detecção do aparelho analítico (0,5 mg
kg-1e 100 mg kg1, respectivamente). Este facto parece indicar que esta
espécie, pelo menos em relação ao tungsténio, não absorve ou transloca este
elemento, por ocorrer em valores muito baixos (relativamente ao total, Figura
1) na fracção disponível ou por esta espécie poder ser exclusora relativamente
ao tungsténio.
A concentração de Pb na parte aérea desta espécie vegetal, encontra-se dentro
da gama dos valores de referência para as plantas (0,1 '10 mg kg-1, Kabata-
Pendias & Pendias, 2001). No caso do As, esta espécie arbustiva parece ser
tolerante aos elevados teores totais deste elemento nos solos (média 922 mg kg-
1), pois a translocação para a parte aérea é baixa (máximo 2 mg kg-1). De
facto, embora a relação da fracção disponível/total de As seja baixa (0,45 %),
o valor absoluto de ambas (Quadros_3 e 4) ultrapassa os valores considerados
tóxicos para a maioria das plantas (25 '100 mg kg-1para o As total e 2 mg kg-
1para o As solúvel no extracto de saturação, Srivastava & Gupta, 1996). O
valor máximo de As ocorre na amostra PAN 2M, correspondente ao solo situado
numa vertente declivosa com influência das águas de escorrência da escombreira
mais recente. No entanto, nesta amostra ocorre o mais baixo valor de As total
(158 mg kg-1) e da fracção disponível (0,66 mg kg-1) dos solos analisados, o
que indica que tal acumulação na planta poderá dever-se à absorção do As a
partir das águas de escorrência da escombreira. O facto de o elemento não ficar
retido no solo é função da sua elevada mobilidade e ainda à posição topográfica
que o solo ocupa.
O manganês apresenta na espécie analisada, valores inferiores aos considerados
tóxicos para a maioria das plantas (500 mg kg-1, Kabata-Pendias & Pendias,
2001). O valor médio de Cd (1,53 mg kg-1) no medronheiro ultrapassa a gama de
valores considerados toleráveis pelas culturas (0,05 ' 0,2 mg kg-1, Kabata-
Pendias & Pendias, 2001), ocorrendo o máximo valor (4,94 mg kg-1) na
amostra PAN 5M, apesar do solo correspondente não ser o que contém maior teor
total do elemento. Tal facto, deve estar associado à absorção do elemento pela
planta a partir das águas de lixiviação da escombreira, situada acima do local
de colheita, e que atravessam o solo PAN 5S. Estas águas deverão conter teores
elevados deste elemento. Apesar da elevada concentração de Al (média 47,5 g kg-
1) nas amostras de solo e na fracção disponível (média 310 mg kg-1), não
ocorrem valores muito elevados nas plantas (média 116 mg kg-1), estando em
regra dentro da gama (50 ' 200 mg kg-1) indicada por Srivastava & Gupta
(1996).
Nas plantas amostradas os teores de Cu (média 2,63 mg kg-1) são inferiores aos
considerados tóxicos para as plantas (> 20 mg kg-1), estando mesmo abaixo dos
valores considerados suficientes ou normais (5 ' 30 mg kg-1) (Kabata-Pendias
& Pendias, 2001). Ocorrem nas plantas valores relativamente elevados de Zn
(média 155 mg kg-1), com um máximo na amostra PAN 5M de 570 mg kg-1que é
superior ao valor observado para a mesma amostra de solo (235 mg kg1),
indicando capacidade de acumulação deste elemento na planta. No entanto, as
plantas de medronheiro não apresentavam nem sinais de toxicidade relativamente
ao Zn ou ao Cd, nem de deficiência relativamente ao Cu.
CONCLUSÕES
Os solos da envolvente das Minas da Panasqueira apresentam-se contaminados,
como resultado da exploração mineira passada e actual, devido à acumulação dos
resíduos do processamento do minério em escombreiras. No entanto, as
percentagens relativas dos elementos na forma disponível em relação ao conteúdo
total dos mesmos no solo são, no geral, baixas, podendo indicar, a curto
prazo, perigosidade ambiental relativamente reduzida. O medronheiro coloniza os
solos contaminados desenvolvidos sobre a rocha de substrato e as
escombreiras, apresentando um bom desenvolvimento vegetativo. A concentração
dos elementos vestigiais na parte aérea da planta é muito baixa pelo que
parece ser uma espécie tolerante aos elevados valores desses elementos no solo
podendo ser usado em programas de fitoestabilização das escombreiras. Além
disso, como os raminhos e as folhas do medronheiro apresentam concentrações
baixas de elementos químicos perigosos para a saúde humana, os seus frutos
poderão ser aproveitados para o fabrico de aguardente. No entanto, estes devem
ser objecto de análise química futura e, caso esta tendência seja comprovada,
poderá ser possível a execução de um projecto de implementação de uma
destilaria de aguardente de medronho. Esta seria construída pela Junta de
Freguesia de São Francisco de Assis e Barroca Grande, com o objectivo de
rentabilizar um produto local e a criação de novos postos de trabalho, numa
zona tão necessitada a nível económico.