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EuPTCVHe0874-02832011000300012

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variedadeEu
ano2011
fonteScielo

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Sistema de informação em saúde: conceções e perspetivas dos enfermeiros sobre o prontuário eletrónico do paciente

Introdução A informática é um recurso tecnológico atual em constante expansão, apresentando-se como uma área inovadora que facilita o acesso às informações (Oliveira, 2005). Tal recurso associado à saúde tem-se mostrado bastante eficaz, contribuindo para otimizar o tempo e facilitar tarefas, principalmente no que diz respeito ao sistema de informação nesta área.

O sistema de informação em enfermagem deve ser capaz de auxiliar o enfermeiro durante a avaliação, planejamento e execução dos cuidados. De acordo com Marin (1995), os sistemas de informação hospitalar e de informação em enfermagem estão intrinsecamente relacionados, pois possuem objetivos em comum, como por exemplo, alcançar uma maior produtividade, tornar as informações mais disponíveis e facilitar o processo de comunicação.

Na busca por um modelo assistencial que utilize a informação com características fundamentais para a organização, surge o prontuário eletrónico do paciente (PEP), uma estrutura computacional que tem como proposta agrupar os diversos dados que são produzidos durante o atendimento ao cliente por diferentes profissionais da equipe de saúde (Moraes, 1994). Dessa forma, devemos entendê-lo como uma estrutura eletrónica, onde o armazenamento de informações sobre a condição de saúde da pessoa ao longo da vida, além dos tratamentos e cuidados prescritos e recebidos na instituição.

De acordo com Marin, Massad e Neto (2003), o registo em prontuário de forma individualizada e cronológica dos factos surgiu no início do século XX. Em meados desse século, os sistemas de informação em saúde foram impulsionados, apresentando-se novos recursos. Para Gubiani, Rocha e D' ornellas (2003), a partir dos anos 60 os sistemas de informação hospitalar começaram a surgir, como também os microcomputadores, ocorrendo um crescimento exponencial de aplicações de informática na área de saúde. A princípio, era utilizada para atividades administrativas do hospital, como controle de stock prescrição médica e faturamento. Nesse período, o registo médico continuava sendo realizado em papel. No final desta década e início de 70, houve uma marcante evolução dos sistemas computacionais, de forma a possibilitar o surgimento dos primeiros sistemas de PEP.

Em 1991, o Institute of Medicine dos Estados Unidos, encomendou um estudo com o objetivo de definir o PEP, além de propor medidas para a sua melhoria. O resultado desse estudo, publicado no livro The Computer-based Patient Record - An Essential Technology for Health care (Dick, Steen e Detmer, 1997), trouxe novos conceitos, direcionou ações e definiu metas para a melhoria dos prontuários.

Em conformidade com Gubiani, Rocha e D' ornellas (2003), os conceitos apresentados nesse trabalho apontam para a utilização da informática como meio de organizar e guardar informações existentes no prontuário em papel, enfatizando que a responsabilidade de manter a informação é do médico, mas também do cliente.

Diante dessas considerações, pode-se dizer que o PEP é um registo eletrónico que reside num sistema especificamente projetado para facilitar o acesso a um completo conjunto de dados, apoiar decisões e disponibilizar outros recursos, como links para bases de conhecimento médico (Institute of Medicine,1997 apud Marin, Massad e Neto, 2003).

A utilização de registos contribui seguramente para o planeamento, aplicação e avaliação dos cuidados prestados, tornando-os individualizados, contínuos e progressivos (Simões e Simões, 2007). Através do PEP o enfermeiro pode apresentar um domínio mais amplo e mais consistente sobre as suas atividades, permitindo um atendimento com menor chance de erros em tomadas de decisão. Além disso, com o PEP não perdas de informação e não o perigo de erros devido a registos ilegíveis. (Bemmel, 1997 apud Marin, Massad e Neto, 2003).

Apesar dos sistemas de informação computacionais representarem uma ferramenta facilitadora na prática do enfermeiro, observa-se que muitas instituições hospitalares brasileiras, sobretudo as públicas, ainda não a utilizam como recurso para a enfermagem. Na instituição utilizada como cenário desse estudo, por exemplo, apesar da adoção do PEP ser uma das metas da assessoria de informática, o prontuário de papel ainda é o modelo em uso.

Diante da importância da participação do enfermeiro no processo de implantação deste sistema de informação na instituição, contribuindo para o atendimento das reais necessidades da prática, foram elaboradas as seguintes questões de pesquisa: quais as concepções dos enfermeiros sobre o PEP? quais as perspectivas dos enfermeiros em relação à implementação do PEP na instituição? A partir dessas questões surgiram os objetivos: identificar as concepções dos enfermeiros sobre o PEP e apontar as perspetivas desses profissionais sobre a implantação do PEP na instituição.

Metodologia Trata-se de uma pesquisa descritiva-exploratória, com abordagem qualitativa. As pesquisas descritivas têm como principal objetivo a descrição das características de determinada população ou fenómeno, ou então o estabelecimento de relações entre variáveis obtidas por meio da utilização de técnicas padronizadas de coletas de dados, tais como questionário e observação sistemática (Figueiredo, 2008). Esse tipo de pesquisa permite reunir maiores informações sobre o assunto investigado. Dessa forma é possível definir melhor os objetivos ou ainda descobrir uma nova visão do estudo em questão. É uma maneira de aprimorar as ideias, podendo ser através de entrevistas com pessoas que têm experiências na área estudada.

A pesquisa foi realizada no Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (UFF) Niterói/RJ - Brasil. Os sujeitos da pesquisa foram enfermeiros responsáveis por setores de internação, selecionados de forma aleatória e de acordo com a disponibilidade e aceitação para participar da pesquisa. Obtivemos uma amostra de 10 profissionais, que foram entrevistados em seu próprio ambiente de trabalho, no período entre abril e maio de 2010.

A técnica escolhida para coleta de dados foi entrevista semiestruturada. As entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas e categorizadas. Para preservar a identidade dos sujeitos, cada entrevista foi identificada por meio de código numérico (E1).

Os dados foram analisados pelo método de análise de conteúdo descrito por Bardin. Assim, após a leitura sistemática dos relatos colhidos, foi realizada uma pré-análise (leitura flutuante); exploração do material e tratamento dos resultados; inferência e posterior interpretação dos dados obtidos.

Foi realizada a codificação em recortes de unidades de contexto e de unidades de registos que constituíram o recorte de ordem semântica que expressa a essência das falas dos sujeitos, abrangendo os objetivos do estudo e a fase de categorização, onde ocorreu o agrupamento em razão das unidades de registro (Bardin, 1994). Os dados obtidos seguiram essas etapas, seguidas de discussão dos resultados à luz dos referenciais teóricos que abordam a temática do estudo.

O projeto foi submetido ao Comité de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP) do Hospital Universitário Antônio Pedro, como preconizado na Resolução 196/06 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). O mesmo foi aprovado em 16 de abril de 2010, conforme parecer CEP CMM / HUAP 036/2010 CAAE 0144.0258.000-09. Os sujeitos do estudo foram orientados a assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, após explicitação dos objetivos do estudo e seus direitos como participantes do mesmo.

Resultados e discussão Apresenta-se a seguir as unidades de registo (UR) obtidas a partir das respostas dos sujeitos em relação a cada pergunta realizada durante a entrevista:

QUADRO 1 ' Apresentação das unidades de registro (UR)

A partir da interpretação e análise das unidades de registo, foram construídas as seguintes categorias: prontuário eletrónico do paciente: um conhecimento a ser conquistado pelos enfermeiros e perspetivas do enfermeiro sobre o prontuário eletrónico do paciente, conforme descritas a seguir.

Prontuário eletrónico do paciente: um conhecimento a ser conquistado pelos enfermeiros No que diz respeito às concepções dos enfermeiros sobre o PEP, constata-se que houve predominância de profissionais que visualizam este sistema de informação como uma ferramenta que poderá trazer acesso, rapidez, disponibilidade, facilidade, clareza, praticidade e otimização do espaço físico a partir do armazenamento das informações em banco de dados. Essas concepções podem ser evidenciadas nos discursos a seguir: É um sistema online onde é possível acessar todas as informações pertinentes a um paciente utilizando o número do prontuário ou cartão SUS. E1 Entendo que as informações referentes ao paciente estarão disponíveis de uma forma mais ampla e fácil captura de dados. ...é facilmente utilizado pela equipe e agiliza decisões quanto à terapêutica do paciente. Evita utilização de espaço físico e avarias das impressões computadas de dados. E2 Ainda não faz parte da minha prática, mas acredito que seja prático, pois mais pessoas podem acessar um mesmo prontuário ao mesmo tempo, quando necessário. O paciente não precisará aguardar a chegada do prontuário para ser avaliado.E5 Acredito que seja uma excelente prática..., pois os dados clínicos do paciente em todos os atendimentos ambulatoriais ou clínicos serão armazenados num banco de dados, acabando com os imensos prontuários. ... e agiliza o atendimento. E7 Nos facilidade de acesso aos dados com mais rapidez, clareza, sem as dificuldades do prontuário original, que muitas vezes não temos acesso, pois outro profissional está usando, não entendemos a letra do profissional que escreveu, etc.. E9 Essas concepções vão ao encontro do que refere Llapa Rodriguez et al., 2008, quando ressalta os benefícios deste sistema, entre eles, o rápido acesso às informações, que permite uma melhor atualização e avanços nas pesquisas frente ao cuidado. Além de facilitar o compartilhar das informações com outros profissionais e ampliar o conhecimento, permite a tomada de decisão mais assertiva. Neste sentido, promove a personalização do atendimento e traz efetividade, eficiência, eficácia e resolutividade ao cuidado.

Diante das concepções dos enfermeiros entrevistados em relação ao PEP, constata-se um conhecimento superficial, enfim, que não acompanha a cientificidade das inovações tecnológicas disponíveis na atualidade, o que nos leva a afirmar a necessidade da atualização desses profissionais em relação à temática em questão. Ressalta-se ainda, a ausência de conhecimentos, inclusive por não possuírem esse sistema no hospital, fato evidenciado conforme o exemplo a seguir: Nunca ouvi falar E3 A esse respeito, Llappa Rodiguez et al. (2008) lembram a importância do reconhecimento dos profissionais, das instituições e da sociedade em geral, em relação ao uso do computador na área da saúde, assim como seus potenciais benefícios, que este recurso facilita o acesso, a comunicação e a qualidade do cuidado.

Compartilhando com este pensamento, Benito e Liheski (2009) referem a necessidade da constante atualização dos profissionais da saúde, pois quanto mais conscientes, tornam-se mais capazes para desvendar a realidade, procurando desmascarar sua mitificação e alcançar a realização do trabalho humano com ações de transformação da realidade.

Nesse contexto, destaca-se a educação permanente, voltada para uma prática institucionalizada, que enfoca os problemas de saúde e objetiva a transformação das práticas técnicas e sociais. Ela é utilizada como política de formação e qualificação dos profissionais, onde o processo educativo deve ser dinâmico e trazer avanços sociais. Assim, auxilia os profissionais na adequação aos contínuos avanços tecnológicos, como por exemplo, o PEP (Mancia, Cabral e Koerich, 2004). Neste sentido, destaca-se ainda que o envolvimento do enfermeiro no processo de educação permanente acontece com a aquisição contínua de habilidades e competências que estejam de acordo com o contexto epidemiológico e com as necessidades dos cenários de saúde, para que resultem em atitudes que gerem mudanças qualitativas no processo de trabalho da enfermagem.

Estas inovações exigem das organizações de saúde, neste caso do HUAP, processos de mudança, que visem facilitar a inserção/atualização dos profissionais, pois a falta de adesão ao sistema, segundo Mourão e Neves (2006), representa uma das maiores causas do insucesso dos projetos de informatização nas organizações.

Perspetivas do enfermeiro sobre o prontuário eletrónico do paciente Ao serem questionados sobre as perspectivas que teriam sobre a implantação do PEP, as unidades de registo revelam perspectivas positivas, conforme exemplificam as falas a seguir: ... histórico do paciente, exames recentes e melhoria nas repostas dos pareceres entre as especialidades E1 Que venha melhorar a qualidade da assistência e agilizar o processo de atendimento. ... facilidade em acessar os dados, em prescrever E6 Seria ótimo. Vai facilitar muito o serviço E9 Costa (2001) descreve que são muitos os benefícios de um PEP, entre eles destacam-se: a contribuição à decisão e a permuta eletrónica dos dados entre setores e instituições. Enfatiza que, ao contrário do que se concebe, o PEP é muito mais seguro e possui maior possibilidade de manutenção da confidencialidade do que os prontuários em papel, no qual o risco de um acesso não autorizado ocorrer é maior que num sistema eletrónico.

Apesar dos enfermeiros pesquisados não trabalharem com sistemas de informação computacionais na instituição, acreditam no PEP como um sistema facilitador.

Entretanto, apontam a necessidade de capacitações e estrutura para implantação do sistema, conforme mostram as falas a seguir: Deverá ter cursos de capacitação para todos os funcionários, vários computadores para acesso E3 Espero que haja treinamento e discussão sobre boas práticas de como facilitar os serviços e beneficiar o atendimento ao cliente E2 Cientes da necessidade da capacitação, alguns temem que a mesma não ocorra.

É um benefício quando a capacitação vem para todos antes da implantação do processo. Caso contrário será um transtorno.Mais um fator de estresse, caso não haja capacitação E8 É obvio para os enfermeiros que para se obter benefícios com o prontuário eletrónico do paciente é preciso saber usá-lo.

Um outro ponto abordado foi a questão do sistema propiciar o estudo e a pesquisa.

Para o profissional de saúde grandes benefícios para busca do histórico dos pacientes e para pesquisa (estudo de caso) E1 Em conformidade com Mourão e Neves (2006), esse suporte eletrónico permite a realização de estudos, servindo de apoio para o diagnóstico e para o tratamento da saúde das pessoas, além da possibilidade oportunizar um melhor gerenciamento dos recursos, melhorar os processos administrativos e financeiros e, ainda, facilitar a avaliação da qualidade.Os sistemas de informação favorecem pesquisas em texto livre e, quando armazenados de forma estruturada, possibilita encontrar dados específicos para determinar se um item em particular foi registado ou não, permitindo pesquisas coletivas e corroborando com o levantamento estatístico (Costa, 2001).

Em relação às suas perspectivas quanto à operacionalidade do sistema, descrevemos a fala a seguir: ... quando o sistema estiver fora do ar não tem como acessar o prontuário E5 Uma perspetiva negativa destacada pelos enfermeiros refere-se ao facto de o sistema estar sujeito a falhas. A esse respeito, McDonald e Barnet (1990) apud Marin, Massad e Neto (2003) citam a possibilidade do sistema ficar inoperante por minutos, horas ou dias, o que não possibilita a consulta das informações pretendidas. Essa questão também deve ser levada em consideração, porque realmente o tempo de indisponibilidade das informações pode ser crucial. Porém, vale lembrar que um bom sistema reduz a probabilidade de falhas desta natureza.

Além disso, uma boa gestão deve prever as possíveis falhas e estar apta a corrigí-las de forma imediata.

Como todas as solicitações são online, às vezes a comunicação interpessoal se perde. E6 A possibilidade de perda da comunicação interpessoal entre os componentes da equipe de saúde foi ressaltada pelos enfermeiros. Esta possibilidade, segundo Dejours (1993) apud Fonseca e Santos (2007), depende do tipo de relação que os profissionais de saúde têm no seu lugar de trabalho. A cooperação está profundamente relacionada à vontade das pessoas de trabalharem juntas e de superarem coletivamente as contradições que nascem devido aos mandos da organização do trabalho.

É bem complexo. Se for implantado deverá ter uma estrutura.E3 Para o intercâmbio de dados e gerenciamento de recursos, é necessária a adoção de padrões de comunicação, leis e regras que regulamentem o processo de transmissão, especialistas no desenvolvimento de sistemas de PEP e de redes locais, regionais e nacionais que compreende uma infraestrutura mínima para a sua implantação. (Marin, Massad e Neto, 2003).

Outra perspetiva destacada, diz respeito à segurança das informações, conforme citação a seguir: ...as informações podem ficar à disposição de pessoas não aptas e podem ocorrer falhas no sistema. E2 De facto, um sistema como este deve ser regido por um forte esquema de segurança. Se na construção do sistema a segurança não for valorizada, a probabilidade do mesmo fracassar é grande. Além disso, muitos processos legais podem ser movidos contra a instituição (Valle et al., 2011; Marin, Massad e Neto, 2003).

A indiferença quanto ao PEP pode ser destacada na fala a seguir: ... talvez o PEP não altere, ou seja, não irá interferir significativamente no meu trabalho em particular. No contexto geral, talvez faça diferença E5 É natural que o novo cause estranheza e até mesmo rejeição dos profissionais envolvidos, no entanto, uma boa aceitação depende da forma como a mudança é apresentada. As inovações submetem as organizações de saúde a processos de mudança que podem ser dificultados por uma atitude de resistência por parte dos utilizadores (Cunha, Ferreira e Rodrigues, 2010). Sistemas que interferem nos hábitos rotineiros das pessoas, em geral, não são bem aceites ou demoram algum tempo para serem aceites, exigindo, portanto, envolvimento constante, treinamento e ensino (Marin, Massad e Neto, 2003; Costa, 2001).

É seguro afirmar que, muitas vezes, não é a tecnologia que dificulta a realização de novos sistemas, mas a natureza da organização ou forma de trabalho tradicional dos profissionais. Sistemas integrados pressupõem não somente serviços e organizações integradas, mas principalmente, profissionais integrados. Este aspecto caracteriza, muitas vezes, a barreira crítica no desenvolvimento e adoção de um PEP (Marin, Massad e Neto, 2003).

Conclusão As conceções dos enfermeiros sobre o PEP destacaram que se trata de um sistema facilitador da prática, tendo em vista o acesso, a disponibilidade das informações, a rapidez, a praticidade, a clareza e a otimização do espaço físico. Porém, as falas dos mesmos revelam um conhecimento superficial sobre o assunto, facto que denuncia a necessidade urgente de capacitação, para viabilizar a implantação do sistema na instituição.

Em relação às perspetivas, houve predomínio nas respostas dos enfermeiros de pontos positivos como agilidade e pesquisa, entretanto, deixaram claro que sem estrutura e capacitação, a implantação se torna inviável, tornando um possível auxílio em um transtorno a mais para ser administrado. De facto, toda a tecnologia do sistema pode se tornar inútil se não houver uma adesão em massa dos profissionais.

A esse respeito, ressalta-se que a construção e a implantação de um sistema PEP é complexo e requer intenso estudo, planeamento e treinamento intensivo para os usuários. Embora muitas vezes atenda a todos estes requisitos, o sistema é passível de rejeição pelos profissionais. Tal facto é extremamente importante e merece uma atenção especial, devendo a organização manter os funcionários informados e participantes do processo de construção e implantação, para consequente compreensão do mesmo como facilitador de sua prática.

Os pontos negativos apontados como falha do sistema, impessoalidade nas relações e falta de segurança são pertinentes, principalmente, pela falta de conhecimento mais profundo sobre o tema e pela falta da vivência prática, que a instituição ainda utiliza o prontuário tradicional.

Ressalta-se que somente uma implantação bem feita e que conte com profissionais conscientes e capacitados, trará como reflexo um trabalho bem estruturado, planeado e organizado, com influência direta na atenção integral ao cliente.

Por fim, a compreensão do PEP como um processo e não um produto torna-se premente, devendo ser considerado como um sistema de informação que permitirá acesso, segurança e padronização. Assim, a implantação do PEP é uma grande jornada, que necessita de trabalho conjunto com a participação de todos.


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