Adesão de mulheres de 18 a 50 anos ao exame colpocitológico na estratégia saúde
da família
Introdução
O exame colpocitológico (COP) é uma forma de prevenção secundária de várias
doenças, das quais se destaca o Cancro de Colo de Útero (CCU). É considerado um
método eficiente que proporciona a detecção precoce de doenças que podem ser
tratadas e curadas, evitando o agravamento das mesmas, e consequentemente o
óbito de mulheres (Tavares et al., 2007).
Foi descoberto na década de 1930 pelo Dr. George Papanicolau, e é de grande
aceitabilidade tanto pela população como pelos profissionais de saúde. Pode ser
feito em nível ambulatorial, e quando realizado em condições favoráveis por
profissionais capacitados não provoca qualquer sensação dolorosa. No entanto,
pela própria natureza do exame, que envolve a exposição de órgãos relacionados
com a sexualidade, o COP, ou exame Papanicolau, é motivo de desconforto
emocional para muitas mulheres (Greenwood, Machado e Sampaio, 2006).
O COP é um estudo das células descamadas no conteúdo vaginal ou removidas
mecanicamente com auxílio de uma espátula ou escova, para definir o grau de
atividade biológica das mesmas. A coleta do material ectocervical é efetuada
com a espátula de Ayre e o endocervical com uma escova própria para esse
procedimento. O material coletado é espalhado de maneira uniforme sobre uma
lâmina de microscopia, previamente identificada, e imediatamente fixado, para
evitar a dessecação e deformação das células. O fixador citopatológico
utilizado pode ser líquido, como álcool etílico 70 a 90%, ou aerossol contendo
álcool isopropilico e polietileno glicol (Carbowax). Após a fixação do material
é realizada a coloração citopatológica pela técnica de Papanicolau (Stival et
al., 2005).
Por se tratar de um procedimento preventivo, o COP é um importante aliado dos
profissionais de saúde na prevenção e diagnóstico precoce do Cancro de Colo de
Útero (CCU).
O CCU ocupa mundialmente o segundo lugar entre as neoplasias malignas entre a
população feminina e apresenta mais de 490.000 novos casos por ano, sendo que
80% dos mesmos surgem em países em desenvolvimento (Segovia e Mendonza, 2007).
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, em 2006 eram
esperados aproximadamente 19.260 novos casos de CCU com um risco estimado de 20
casos a cada 100.000 mulheres. Nessa estimativa, a região sul aparecia em
primeiro lugar (28/100.000), seguida pela região norte (22/100.000). Na região
centro-oeste estimava-se que esse índice seria de 21/100.000, na região sudeste
20/100.000 e na região nordeste 17/100.000. Isso representa cerca de 250 mil
óbitos por ano em mulheres (Pedrosa, Mattos e Koifaman, 2008).
Um dos principais fatores associados ao desenvolvimento do CCU é a iniciação
sexual precoce dos jovens, principalmente entre as mulheres. Um estudo
realizado pelo Ministério da Saúde (MS) demonstra que em 1984 estas iniciavam a
atividade sexual com aproximadamente 16 anos de idade e em 1998 com 15. A
proporção de mulheres que tiveram a primeira relação sexual antes dos 14 anos
praticamente dobrou entre os anos de 1983 e 1998 (Segovia e Mendoza, 2007).
Outros fatores que também podem estar associados ao desenvolvimento do CCU são
a imunodepressão, o tabaco, as infecções genitais, a multiparidade e o uso
prolongado de contraceptivos (Borges, 2007).
Preocupado com essa situação, o Brasil, por meio do MS, tem procurado implantar
e implementar novas políticas de assistência à saúde da mulher, desenvolvendo,
em âmbito nacional, várias estratégias para aumentar a oferta do exame e o
manejo adequado dos casos, como por exemplo as campanhas para realização do COP
nos anos de 1998 e 2002 (Brito, Nery e Torres, 2007).
Outra iniciativa do MS que merece destaque é o Programa Nacional de Controle do
CCU - Viva Mulher, lançado em 1997, com o objetivo principal de reduzir a
incidência e mortalidade por meio da ampliação do acesso das mulheres
brasileiras ao COP, principalmente as que se encontravam na faixa etária de 25
a 59 anos de idade, considerada como a de maior risco para o desenvolvimento do
CCU (Brasil, 2008).
Atualmente, o Brasil adota como norma a recomendação da Organização Mundial da
Saúde (OMS), propondo a realização do COP a cada três anos após dois exames
anuais consecutivos negativos para mulheres que tenham tido uma vida sexual
ativa (Albuquerque et al., 2009).
Quanto à cobertura da população feminina pelos serviços de saúde, o estudo de
Primo, Bom e Silva (2008) mostra que é inferior a 2%, mesmo considerando que a
tecnologia utilizada no exame é simples e barata.
Nesse sentido, a Estratégia Saúde da Família (ESF) tem um papel importante, por
se tratar de um modelo de atenção voltado para a prevenção, promoção, proteção
e recuperação da saúde, com o propósito de estabelecer um vínculo entre
profissionais e usuários (Brasil, 2007).
Em Goiás a ESF está presente em 99% dos municípios e abrange 57,3% da população
(Brasil, 2009).
O município de Iporá conta atualmente com 8 equipes de ESF com cobertura de 80%
da população.
Quanto à frequência de exames realizados por mulheres, o estado de Goiás
apresenta o índice mais baixo do Brasil, com 0.30 exames/mulheres por ano, o
que levou a que o Estado não atingisse a meta proposta pelo MS no período de
2002 a 2008 (Brasil, 2008).
Já no município de Iporá, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, no
ano de 2008 foram realizados 857 COP em mulheres de 18 a 50 anos de idade. Em
2009 foram realizados 1437 exames, e de janeiro a abril de 2010 realizaram-se
506 exames nesta faixa etária, o que mostra um acréscimo na procura das
mulheres por esse procedimento.
Nesse sentido, este estudo teve como objetivos verificar a adesão das mulheres
ao COP em Iporá, caracterizar sociodemograficamente a população pesquisada e
verificar o conhecimento das mesmas no que respeita ao COP.
Metodologia
Estudo descritivo exploratório de natureza quantitativa realizado em todas as
Unidades de Estratégia Saúde da Família do município de Iporá ' GO.
O município de Iporá está localizado no oeste Goiano a 220 km de Goiânia, com
acesso pela rodovia GO 060. É o município sede da Administração Regional de
Saúde Oeste I (ARS Oeste I) e, segundo dados do último censo, conta com uma
população de aproximadamente 32.045 habitantes. Destes, 11.374 são mulheres de
18 a 50 anos de idade.
A amostra do estudo foi composta por 114 mulheres com idade mínima de 18 e
máxima de 50 anos de idade que compareceram nas Unidades de Saúde da Família
(USF) para realizar o COP nos meses de outubro e novembro de 2010.
Foram excluídas do estudo as mulheres que estão fora da faixa etária proposta e
também as que se adequavam à faixa etária mas que procuraram as ESF para a
realização de outros procedimentos.
A coleta de dados foi realizada pelas próprias pesquisadoras em sala privativa
reservada para esse fim por meio de um questionário com questões fechadas e
todas assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Após a coleta dos dados foi construído um banco de dados no Software Epi Info
(CDC Atlanta) versão 3.5.1, e a análise descritiva foi realizada por meio das
frequências absolutas e relativas.
O projeto do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade de Rio Verde (FESURV) por meio do parecer n. 095/2010 em
conformidade com resolução 196/96 do Conselho Nacional de Pesquisa (CONEP).
Resultados
Os resultados deste estudo estão apresentados em forma de tabelas e divididos
em dois eixos, sendo que o primeiro se refere à caracterização sociodemográfica
e de escolaridade das mulheres que fizeram parte da amostra e o segundo que
apresenta dados referentes ao conhecimento e à adesão das mulheres ao COP.
Caracterização sociodemográfica das mulheres
A amostra foi composta por 114 mulheres que procuraram as unidades de ESF para
realizar o COP nos meses de outubro e novembro de 2010. Destas, 24% tinham
entre 46 e 50 anos de idade, 28% frequentou o ensino fundamental completo, 51%
eram casadas e 45% tinham em média dois filhos. Em relação à renda familiar
mensal, 32% referiram ser de um salário mínimo vigente (R$ 460,00), conforme
demonstrado na tabela 1.
Tabela 1 ' Caracterização sóciodemográfica da Amostra. Iporá, 2010. (N = 114)
Adesão e conhecimento das mulheres sobre o exame colpocitológico
O município de Iporá conta atualmente com 8 unidades de ESF e tem uma cobertura
de 80% da população. Cabe ressaltar que todas as unidades prestam atendimento à
comunidade residente na zona urbana e também na zona rural, ou seja, o
atendimento é misto, conforme classificação do MS.
Em todas as unidades o COP é realizado uma vez por semana, nos períodos
matutino e vespertino. A tabela 2 demonstra que durante a coleta de dados houve
um equilíbrio entre as unidades relacionado com a procura pelo procedimento. No
entanto, a unidade de Monte Alto destacou-se por registar o maior número de
exames, que correspondeu a 16% do total, e a unidade de Umuarama por registar o
menor número de exames, equivalente a 8%.
Tabela 2 ' Atendimentos realizados nas unidades de ESF. Iporá, 2010. (N = 114)
Conforme a tabela 3, ao serem questionadas sobre a finalidade do COP, 67% das
entrevistadas demonstraram possuir conhecimento adequado, ao afirmarem que o
exame é importante para a prevenção e detecção precoce do CCU, e destas 72%
afirmaram saber como o exame é realizado.
Tabela 3 ' Conhecimento sobre o COP e as doenças que ele previne. Iporá, 2010.
(N = 114)
Quanto ao motivo que as levaram às unidades de ESF para realizar o COP, 51% das
mulheres referiram que procuraram o procedimento por vontade própria, ou seja,
sem a indicação ou prescrição de um profissional de saúde. Em relação à
frequência de realização do exame, 70% afirmaram que o realizam com um
intervalo de dois anos ou menos, o que está em conformidade com o que é
preconizado pela OMS e pelo MS. No entanto, somente 85% pretendem retornar para
levantar o resultado do exame, e destas apenas 78% irão submetê-lo à avaliação
de um profissional de saúde. Estes dados podem ser observados na tabela 4.
Tabela 4 ' Motivo, frequência, resultado e avaliação do COP. Iporá, 2010. (N =
114)
Também foi explorado neste estudo o índice de satisfação das utentes
relacionado com o atendimento que recebem nas unidades de ESF, com o objetivo
de detectar possíveis pontos que precisassem de ser melhorados pela equipa e
pelo profissional enfermeiro responsável pela coleta do COP. Nesse sentido,
conforme a tabela 5, ao serem questionadas quanto ao atendimento recebido no
momento da realização do COP, 47% das entrevistadas classificaram-no como bom,
e 30% como ótimo. Das 114 mulheres participantes do estudo, 94% afirmaram que
regressarão à unidade para a realização de um novo COP no momento oportuno.
Tabela 5 ' Satisfação das usuárias quanto ao atendimento na ESF. Iporá, 2010.
(N = 114)
Discussão
Caracterização sociodemográfica das mulheres
Foi possível observar neste estudo que na cidade de Iporá a procura pelo COP é
mais acentuada nas mulheres que estão na faixa etária de 46 a 50 anos de idade,
período em que a maioria se encontra no climatério, situação que, segundo o MS,
aumenta os riscos de aparecimento do CCU.
O climatério é uma fase de mudança e de transição da fertilidade para a
infertilidade decorrente da diminuição dos hormônios sexuais produzidas pelos
ovários. Entre as mudanças provocadas pela diminuição da atividade ovariana,
destacam-se a irregularidade do ciclo menstrual, nervosismo, sensação de calor,
irritabilidade e diminuição da libido (Santos, Macedo e Leite, 2010).
Acreditamos que a ocorrência de todos esses sinais e sintomas já seria
suficiente para que as mulheres procurassem as unidades de saúde em busca de
orientações e ajuda.
No entanto, o resultado que encontramos discorda de outros estudos nos quais a
procura pelo COP nessa faixa etária é menor em relação às mulheres mais jovens
(Neto, Figueiredo e Siqueira, 2008; Santos, Macedo e Leite, 2010; Ferreira,
2009).
Por outro lado consideramos preocupante a baixa adesão encontrada nas mulheres
com idade entre 18 e 25 anos na amostra pesquisada. Esse resultado corrobora um
estudo realizado na cidade de Pelotas ' RS, onde 12,6% das mulheres de 20 a 29
anos não haviam realizado o COP nos três anos antecedentes à pesquisa. Tal
estudo afirma ainda que as mulheres nessa faixa etária estão mais susceptíveis
às DSTs (Hackenhaar, Cesar e Domingues, 2006).
Estes dados demonstram a necessidade da ESF de Iporá voltar as suas ações para
essa população, uma vez que este tem cobertura de 80% do município. Estas ações
podem ser realizadas por meio da intensificação das visitas domiciliárias dos
Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e demais membros da equipa, do trabalho de
educação em saúde e dos meios de comunicação disponíveis na região.
Outro fator relevante é a média de filhos que tem diminuído nos últimos anos, o
que ficou evidenciado neste estudo e corrobora outras pesquisas sobre o
assunto, onde a média de filhos é de 1,7 ou no máximo dois (Neto, Figueiredo e
Siqueira, 2008; Hackenhaar, Cesar e Domingues, 2006).
Também nos chamou a atenção o fato de que a maioria das pessoas que procuram
pelos serviços da ESF é de classe social menos favorecida, uma vez que os
serviços são disponibilizados para toda a população sem distinção de classe
social. Acreditamos que isto está relacionado com o fato de que as pessoas com
condição financeira um pouco melhor possuem planos de saúde, e procuram
atendimento na rede conveniada ou preferem pagar pelos serviços na rede
particular.
Adesão e conhecimento das mulheres sobre o exame colpocitológico
Ao verificarmos a quantidade de exames realizados nas 8 unidades de ESF, a que
teve o menor índice durante a realização deste estudo foi a unidade denominada
Umuarama, que se localiza na região sul da cidade. Vários fatores locais podem
estar associados a essa baixa adesão, como por exemplo a dificuldade de acesso.
No entanto, existem outros que não podem ser negligenciados pelos profissionais
de saúde e que estão descritos em outras pesquisas da mesma natureza, como a
falta de tempo, medo, vergonha, ausência de sintomas, ou o fato de a cliente
não gostar do profissional que realiza o procedimento. Nesse sentido, a
educação em saúde é a melhor forma de aproximar as mulheres desse procedimento,
e consequentemente contribuir para a prevenção do CCU (Neto, Figueiredo e
Siqueira, 2008; Moura et al., 2010; Santos, Macedo e Leite, 2010).
Ao verificarmos o conhecimento das entrevistadas sobre o COP, o resultado foi
satisfatório, pois a maioria demonstrou conhecer a finalidade do exame, bem
como a metodologia de realização do mesmo.
Segundo Pelloso, Carvalho e Higarashi (2004), o que as mulheres sabem sobre o
CCU constitui-se em informações provenientes de fontes impessoais como a
televisão e os cartazes das unidades básicas de saúde, por exemplo. A
participação dos profissionais de saúde na atividade de informar e educar a
comunidade em e para a saúde mostra-se extremamente importante, pois o saber
sobre o cancro, o que é, como se desenvolve, a prevenção, e ainda discutir e
refletir sobre essas informações, são ações que instrumentalizam a mulher para
tomar decisões sobre a sua vida e a sua saúde. Só desse modo a prevenção é
possível, como ato voluntário e consciente.
Para Silva, Franco e Marques (2005), apesar da maioria das mulheres saberem
qual a doença que o COP previne, é possível notar uma ausência preocupante de
conhecimento sobre vários aspectos da doença, o que pode estar relacionado com
o diagnóstico tardio, enquanto que a importância do diagnóstico precoce é
ressaltada e tem maior probabilidade de ocorrer se houver conhecimento prévio
sobre o assunto.
Quanto ao resultado do exame, a maioria das entrevistadas disse que regressaria
à unidade de ESF para levantá-lo, mas nem todas afirmaram que o submeteriam à
avaliação de um profissional de saúde. O medo do resultado está evidenciado em
outros estudos sobre este assunto, o que acaba sendo um factor dificultador no
processo de prevenção e diagnóstico precoce do CCU (Neto, Figueiredo e
Siqueira, 2008).
O estudo de Ferreira (2009) sobre os motivos das mulheres para a não-realização
do COP mostra que o medo do cancro é um dos principais motivos que levam as
mulheres a não regressarem para saber o resultado. Nesse sentido, é preciso que
a equipa de saúde estabeleça estratégias para esclarecer que o CCU é uma doença
grave, mas que pode ser tratada e curada se for diagnosticada precocemente.
Ao afirmarem que regressarão à unidade de ESF para a realização de um novo COP
quando necessário, as entrevistadas demonstraram que estão satisfeitas com o
atendimento recebido, e a satisfação das utentes é um importante indicador de
qualidade. Essa qualidade pode ser alcançada através da educação em saúde que
fornece à população informações importantes para a prevenção, controle e
combate às enfermidades (Araújo et al., 2010).
Tratando-se de ESF, vários estudos revelam que a adesão das mulheres ao COP
também está diretamente relacionada com o vínculo destas com a equipa de saúde.
Por isso, o profissional enfermeiro deve manter uma postura constante de
sensibilização e acolhimento para com as mulheres, pois só assim elas
continuarão procurando fazer o COP (Moura et al., 2010).
Conclusão
A realização deste estudo proporcionou-nos conhecer melhor as unidades de ESF
de Iporá bem como a adesão das mulheres ao COP, que vem aumentando
gradativamente no município. Acreditamos que o conhecimento sobre a realização
do exame e a importância dele na prevenção do CCU são fatores que têm
contribuído para esse aumento. No entanto, o município ainda encontra
dificuldades para atingir a meta estabelecida pelo MS.
Nesse sentido, a preocupação com a prevenção está entre as principais
justificativas das mulheres para a realização periódica do exame, e isso pode
ser resultado do trabalho em equipa e das ações governamentais para a detecção
precoce do CCU, apesar de ser notória a exigência do aumento dos índices de
cobertura deste procedimento em relação à população cadastrada e a que de fato
procura por esse tipo de atendimento.
Um fator preocupante foi a baixa adesão das mulheres na faixa etária de 18 a 25
anos de idade, o que significa que o município deve voltar suas ações de
educação em saúde para essa população, esclarecendo que o CCU pode ocorrer em
todas as faixas etárias, inclusivamente nesta. Nesse sentido, o profissional
enfermeiro tem um importante papel, uma vez que este deve ser por excelência um
educador em saúde.
A avaliação positiva das utentes em relação ao atendimento recebido durante a
realização do COP demonstra a competência técnica dos profissionais
responsáveis por este procedimento. Essa é uma informação importante que deve
ser divulgada por toda a equipa junto da comunidade, para que as mulheres que
ainda não realizam o COP se sintam seguras em procurar as unidades de ESF para
a prevenção do CCU.
É necessário ainda que as equipas enfatizem que os serviços da ESF estão
disponíveis para toda a população e não somente para aqueles que são
financeiramente menos favorecidos.
Esperamos que este estudo possa fornecer subsídios para os processos de
formulação, gestão e avaliação das políticas e ações públicas de importância
estratégica para o sistema de saúde municipal, visando a maior adesão ao COP
com vistas à prevenção do CCU.